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LA VOZ DE LA IZQUIERDA DEL PT

São Paulo, junho de 2002
LA VOZ DE LA IZQUIERDA DEL PT
Manifesto aos militantes do Partido dos Trabalhadores

 

Lutar para mudar a vida: nas eleições e nas ruas!
Oito anos de FHC em Brasília destroçaram o país.

A tão falada "estabilidade" da economia simplesmente não existe. Desemprego recorde desde 1985, fuga de capitais, concentração de renda acentuada, falta de investimentos em áreas vitais como infra-estrutura, saúde e educação mostram que, mantido o atual rumo, o país caminha em marcha acelerada rumo à mais completa desagregação social, prenunciada pela verdadeira calamidade na área da segurança pública, com a violência inaudita que vitima em primeiro lugar a população pobre dos grandes centros urbanos.

O governo atual cortou fundo em áreas sociais, para obter um superávit primário de R$ 8,97 bilhões, destinado ao pagamento de juros aos credores da dívida pública. Aumentam as remessas de lucros, caem os investimentos produtivos e o fluxo de capitais. Os juros aumentam para atrair capitais, a dívida interna cresce e novos empréstimos são contraídos com o FMI.

Nos próximos meses, a crise decorrente deste modelo econômico assumirá formas cada vez mais agudas e colocará nosso partido frente ao seu desafio histórico. O país está mergulhado numa luta de classes colossal, pela importância do Brasil na economia mundial e pelo papel de completa subordinação que os EUA querem nos reservar na nova ordem mundial que vêm tentando impor ao mundo à força dos dólares e dos canhões.

Basta ver a situação de polarização econômica, política e social da América Latina. Temos visto a bancarrota Argentina e a resistência de seu povo. Ao lado, no Uruguai, a tendência é a mesma. No Peru, por sua vez, o povo que tomou as ruas para derrubar Fujimori, agora toma as ruas novamente contra as privatizações defendidas por Toledo, o novo presidente que em menos de um ano tem 80% de rejeição popular. Na Colômbia e na Venezuela, a burguesia e os EUA tratam de derrotar as lutas do povo e manter estes países sob sua tutela, alimentando o militarismo do Plano Colômbia e as tentativas golpistas.

Para romper com este círculo de ferro, é preciso vencer as eleições 2002 e realizar um governo de "ruptura com o atual modelo econômico, fundado na abertura e na desregulação radical da economia nacional e na conseqüente subordinação de sua dinâmica aos interesses e humores do capital financeiro globalizado", palavras iniciais do documento "Concepção e Diretrizes do Programa de Governo do PT para o Brasil", resolução do último encontro nacional.

Neste cenário, o PT deve forjar uma firme unidade com os movimentos sociais, com os lutadores do campo e da cidade, com os partidos que têm claro e inequívoco compromisso com as nossas mais caras tradições e com o nosso passado histórico: o socialismo, a democracia, a honestidade e a retidão no exercício do poder público.

Não é por acaso que a base do PT rechaça com veemência a coligação do PT com o Partido Liberal, partido de direita, abrigo de setores ideologicamente reacionários, corruptos e também do que há de mais retrógrado no movimento sindical brasileiro acantonado naquele partido ao lado de grandes empresários como o senador José de Alencar, que defendeu a participação do Brasil na ALCA e a continuidade da atual gestão do Banco Central.

Partido de direita, surgido de uma ruptura do PFL, o PL é composto por Deputados fisiológicos, aliados de inimigos históricos da classe trabalhadora em inúmeros Estados, como Collor em Alagoas, ACM na Bahia, Paulo Maluf em SP, Almir Gabriel no Pará, entre tantos outros.

O PT nas ruas, com um programa claro de ruptura com a ordem que impõe a fome e o desemprego a milhões de trabalhadores é a principal ferramenta que os trabalhadores e o povo têm para mudar a vida! De nossa parte seguiremos defendendo todas as bandeiras históricas de nosso Partido. Continuaremos chamando as coisas por seu nome: os inimigos de inimigos; Luis Antônio Medeiros e a Força Sindical de arqui-pelegos; José de Alencar de empresário defensor das mudanças na CLT e contrário aos interesses dos trabalhadores; o PL de partido de direita. Continuamos, portanto, rejeitando esta aliança.

A adaptação à lógica eleitoral que a maioria da direção do partido vem impondo, conduz nosso partido a uma situação insustentável. Queremos ganhar as eleições, mas não a qualquer custo nem abdicando de posições fundamentais que nos constituíram enquanto sujeito histórico nestas últimas duas décadas.

Queremos ganhar para mudar de verdade, para impulsionar grandes transformações em que os trabalhadores e o povo sejam sujeitos do processo, porque esta é uma necessidade histórica da hora que vivemos.

Entendemos, pois, que esta aliança atenta contra o patrimônio político construído pelo partido, os valores e a sua coerência reconhecida pela sociedade brasileira. Por isso, continuaremos a disputar a direção desse projeto histórico dos trabalhadores. Apesar de todos estes atropelos e políticas incorretas seguiremos com Lula construindo uma campanha de massas e combativa para derrotar a política neoliberal de FHC. Mas somos defensores da ruptura com ele, do enfrentamento ao latifúndio, ao FMI, aos banqueiros, às grandes corporações capitalistas. Para isso lutamos e para isso seguiremos. Por isso nos dirigimos a você: para que se junte a nós.

 

LULA: SUS AMIGOS RICOS NO SE FÍAN DE ÉL

2 de septiembre de 2002
LULA: SUS AMIGOS RICOS NO SE FÍAN DE ÉL
Jorge Velázquez Blanco. LA VANGUARDIA.

 

Por "mérito" de Brasil, se ha recrudecido la crisis en América Latina. Cuando muchos analistas creían que el acuerdo con el FMI había sido un bálsamo suficiente para contener el derrumbe financiero de la mayor economía del Cono Sur, el panorama regional volvió a complicarse. Ni los amigos del entorno del candidato Lula (probable vencedor de las inminentes elecciones presidenciales) confían en el futuro financiero de Brasil. Así, los inversores aumentaron su aversión al riesgo emergente, castigando el precio de los bonos y generando una fuerte corriente de compra de dólares. El fenómeno se observó no sólo en Brasil, sino también en Argentina, Chile, Venezuela y Colombia. El repentino cambio de humor en el escenario brasileño estuvo dado por el crecimiento del caudal electoral del candidato izquierdista Inazio Lula Da Silva, quien cuenta con 41% de intención de voto y se encamina a ser electo presidente en la primera vuelta del comicio del 7 de octubre.

Brasil recibió del FMI el compromiso de préstamos por 30.000 millones de dólares, uno de los más grandes de su historia. Sin embargo, eso no evitó que crecieran los rumores sobre una posible suspensión de pagos de la deuda, que suma unos 260.000 millones de dólares. Ahora, la zozobra financiera ha generado un verdadero descalabro de las principales variables macroeconómicas. Y la consecuencia directa de esto es que peligra el mantenimiento del acuerdo, ya que el empeoramiento de las condiciones hace improbable que el próximo presidente pueda cumplir con las pautas de ahorro fiscal, inflación, emisión monetaria y preservación de las reservas. Este problema fue admitido en Washington por el director gerente del FMI, Horst Köhler, quien dijo que considera que el convenio firmado se mantendrá vigente aun cuando gane Lula las elecciones. Este panorama se combinó con el anuncio del Gobierno argentino de que proyecta declarar la suspensión de pagos de unos 32.000 millones de dólares que adeuda a los organismos multilaterales de crédito (FMI, Banco Mundial y Banco Interamericano de Desarrollo) si el FMI no habilita un acuerdo con el país antes de que termine octubre. En noviembre, el presidente Eduardo Duhalde tendrá el último plazo para pagar más de 1.000 millones de dólares al Banco Mundial. De no hacerlo, el "default" (fallido) sería una realidad que se sumaría a los otros 50.000 millones de dólares en bonos públicos que Argentina dejó impagados en diciembre del 2001. La situación está siendo objeto de discusión y análisis en Washington, donde este fin de semana se desarrolla la asamblea anual del FMI. Precisamente, este organismo ha sido quien expuso con toda crudeza los problemas económicos regionales, al presentar su último informe.

"El panorama se ha deteriorado seriamente y está previsto que el PIB retroceda en 2002. Argentina registra un colapso casi sin precedentes de la actividad económica. Uruguay está enfrentando dificultades serias y el panorama de Brasil, Venezuela y un número de países más pequeños se ha deteriorado en forma muy marcada", afirmó. Las perspectivas que vislumbran los analistas son sombrías y están atadas a la evolución de los acontecimientos electorales en Brasil. "Estamos en un terreno nuevo y el dólar podría llegar muy fácilmente a 4 reales (la moneda brasileña) en poco tiempo", sostuvo Douglas Smith, economista jefe para las Américas del Standard Chartered Bank, desde Nueva York. El viernes, la cotización estuvo en 3,78 reales. Un dato que contribuyó a amplificar el miedo de los ahorradores e inversionistas fue la confesión de Lula, quien reveló que si es elegido presidente destituirá de su cargo al actual titular del Banco Central, Arminio Fraga, un ex colaborador del financiero húngaro 2 / 2 www.observatoriodeuda.org

George Soros. Asimismo, la concesión de un estatuto de independencia al banco central parece muy improbable.

La decisión de Lula acrecentó entre los operadores financieros la sospecha de que avanza un cambio de reglas de juego de alcance imprevisible, a pesar de que el líder del Partido de los Trabajadores siempre ha dicho que garantizará la economía liberal de mercado. La reticencia de Lula a revelar quién será su ministro de Economía también contribuye al mal clima financiero. En círculos muy próximos al candidato, una fuente reveló a "La Vanguardia" que quien tiene mayores chances de ocupar ese cargo es Joan Saiad, actual secretario de Hacienda de Sao Paulo, el distrito con mayor peso económico de Brasil. Saiad es un rico empresario paulista, que se ha ganado la confianza de la alcaldesa Marta Suplicy, una de las personas con mayor influencia en el entorno de Lula. Pero el aparente éxito electoral está muy lejos de generar euforia en el equipo de campaña del líder izquierdista. Existe una razonable preocupación por la evolución negativa que están mostrando los indicadores financieros, que revelan una sostenida fuga de capitales, lo que amenaza con colocar al sistema bancario al borde de la bancarrota, o de forzar un "corralito" sobre los depósitos, similar al que se aplicó en la Argentina.

Miembros del equipo de Lula han corroborado esta realidad con desencanto: hasta sus mejores amigos, dueños de fortunas importantes, les han confesado que desean la mejor suerte para el candidato, pero prefieren esperar los resultados electorales con su dinero colocado en alguna plaza financiera internacional que los ponga a resguardo de la amenaza de expropiación.

STANDARD POOR’S NO DESCARTA UN IMPAGO DE DEUDA DE BRASIL EN 2003

25 de septiembre de 2002
STANDARD POOR'S NO DESCARTA UN IMPAGO DE DEUDA DE BRASIL EN 2003
Cristina de la Sota. CINCO DÍAS.

 

La crisis que atraviesan los mercados latinoamericanos se agudiza. La incertidumbre que generan los comicios en Brasil crece día a día. Standard & Poor's añadió más leña al fuego ayer al declarar que un incumplimiento de la deuda brasileña en 2003 'no es inevitable' gane quien gane las elecciones presidenciales del 6 de octubre.

Los últimos sondeos de intención de voto en Brasil señalan al candidato izquierdista Luiz Inácio Lula da Silva como el preferido por los electores, con un apoyo cercano al 42%. El temor a que logre más del 50% de los votos en la primera vuelta ha acrecentado la inestabilidad de los mercados en Brasil en un momento de pánico en las Bolsas mundiales. El Bovespa caía otro 1,45% ayer, hasta niveles de 1999, mientras los bonos y el real brasileño seguían perdiendo posiciones.

El mercado teme que la elección de Lula derive en un cambio de la política fiscal. El candidato, pese a tratar de moderar su postura, no esconde su intención de aumentar el gasto social y el mercado teme además una relajación sobre el control de la inflación. Standard & Poor's, lejos de calmar las ansias de los inversores, reconoció ayer que un incumplimiento de la deuda brasileña en 2003 'no es inevitable' gane quien gane las elecciones.

El riesgo-país brasileño (prima de riesgo sobre los bonos del Tesoro de Estados Unidos) alcanzó los 2.215 puntos, mientras los bonos cotizan a niveles de hace siete años y el real se intercambia por 3,73 dólares por unidad.

Inestabilidad internacional

Los próximos días estarán cargados de sondeos, pero hasta el 6 de octubre no comenzarán a despejarse incógnitas. La inestabilidad internacional, acrecentada ante el repunte del crudo y la proximidad de un conflicto bélico entre Estados Unidos e Irak, empeora aún más las perspectivas de los mercados latinoamericanos. La Bolsa de México, la última víctima, se ha visto azotada recientemente por los indicios de desaceleración económica en EE UU. Cede ya el 7,57% en septiembre mientras el peso ha perdido cerca del 15% frente al dólar desde comienzos de abril. La caída de la moneda motivó una reacción rápida del Banco Central mexicano el lunes. La autoridad monetaria redujo la cantidad de préstamos que les hace a los bancos unos 9,89 millones de euros, una medida equivalente a subir los tipos de interés para atajar la inflación e interpretada por los expertos como una señal de tranquilidad a los mercados. Jesús Solis, de Ahorro Corporación, reconoce que el panorama para México ha empeorado por todas partes. 'Un contexto externo muy negativo al que hay que añadir las diferencias entre los dos principales partidos y sus dificultades para aprobar reformas estructurales'.

Lucas Vicier, de AFI, señala la delicada situación que atraviesa México, aunque recuerda que episodios como Argentina o Brasil no le afectan mucho. 'Un diagnóstico de la economía mexicana no hace prever grandes problemas para financiar la crisis. La deuda externa es razonable y no hay grandes dificultades en el sector público'. Argentina, entre tanto, continúa sin alcanzar un acuerdo con el FMI y cada vez quedan menos esperanzas de que lo logre. 'El enfrentamiento entre el Gobierno y el poder judicial y la cercanía de las elecciones dificultan el acuerdo', señala Vicier.

 

AL SON QUE MARCA BRASIL

. 5 de octubre de 2002
AL SON QUE MARCA BRASIL
Esther J. Vallejo y David F. Díaz. CINCO DIAS

 

La amenaza de una suspensión de pagos y la posibilidad de que Lula llegue a la presidencia ha supuesto un rosario de caídas para la Bolsa española. Tras los desplomes de SCH o Telefónica los expertos creen que lo peor ya ha pasado

Mañana, 115 millones de brasileños están llamados a las urnas. De su voto depende no sólo la elección del presidente que gobernará los próximos cuatro años el país más endeudado de Latinoamérica sino también recuperar la confianza de los inversores internacionales y con ello la de la Bolsa española, donde las incertidumbres que atenazan la economía brasileña la han llevado a los mínimos de 1997.

Desde que el pasado abril el candidato izquierdista Luiz Inácio, Lula, da Silva comenzara a ganar terreno en las encuestas electorales, cualquier alusión a Brasil ha desatado el nerviosismo en los mercados. Está en juego la estabilidad lograda en los últimos 10 años y la posición de este país como uno de los destinos favoritos de las inversiones extranjeras. La sola expectativa de que Lula eche por la borda el modelo neoliberal que prevalece desde los años noventa ha provocado la depreciación del 42,32% del real en el año, fuga de capitales y caídas históricas en la Bolsa de São Paulo. Para los inversores, un cambio drástico en la política macroeconómica podría empujar a la mayor economía latinoamericana a declarar una moratoria en el pago de la deuda (el 60% del PIB). Pero si los sondeos que sitúan a Lula como el próximo presidente de Brasil, a juzgar por las encuestas que le dan un 49% de los votos -cerca del 50% más uno necesario para ganar en la primera ronda- han provocado un rosario de caídas en la Bolsa brasileña, su efecto en la española ha sido similar.

La apuesta de las mayores compañías españolas en Brasil es muy importante. En 2000, las inversiones españolas en el país superaban los 10.000 millones de dólares y gracias a Telefónica, Endesa, BBVA y SCH, entre otras, España ha logrado superar a Alemania y se sitúa como segundo país por volumen de inversiones directas, aunque la lista la siga liderando EE UU. Para los grandes valores españoles, Brasil es bastante más importante que Argentina. Basta echar un vistazo a los activos que poseen las mayores compañías en el país. Telefónica posee activos por valor de 10.500 millones de euros, Endesa, 1.100; Iberdrola, unos 1.306, y así un largo etcétera.

Es cierto que en términos relativos la evolución del Ibex, tanto en el año como desde que el real empezó a depreciarse respecto al dólar, ha sido mejor que la de otros índices europeos, pero eso se debe básicamente a la ausencia de aseguradoras y empresas tecnológicas de importancia en el índice español y a que el menor endeudamiento de Telefónica ha permitido a su acción salvar el tipo relativamente. Eso no debe esconder que en España los peores temores se han derivado del empeoramiento de la situación en Brasil. Cada caída del real y del índice Bovespa ha tenido como respuesta el descenso paralelo del Ibex. Desde abril, la Bolsa de São Paulo se ha dejado un 32% mientras el Ibex acumula un retroceso del 31,5%.

Santander Central Hispano, Telefónica y Endesa, las tres compañías españolas con mayores inversiones en el país, han sido seriamente penalizadas. Desde el 10 de abril, fecha en la que el real comenzó a depreciarse, estos valores se han dejado la friolera del 46,9%, 35,09% y 45,27%, en cada caso.

En el caso de Telefónica, que se ha convertido en el primer inversor extranjero no financiero en el país, la penalización está en línea con la del sector. Para los expertos, la operadora española, presente en Brasil a través de Telesp en telefonía fija y de otras cuatro compañías en telefonía móvil, es la que ha sorteado mejor la crisis que azota al país. Todo, pese a que la situación de Brasil afecta al grupo Telefónica, como al resto de compañías, por una doble vía: el tipo de cambio del real respecto al euro, que tiene un efecto en los resultados operativos, ya que reduce los ingresos en euros y estrecha marginalmente los márgenes del resultado operativo (Ebitda) por un mayor coste de aprovisionamientos, y la prima de riesgo-país que penaliza su valoración. 'Telefónica se ha comportado mejor por su situación privilegiada en lo que a endeudamiento se refiere, lo que le ha permitido sortear mejor las incertidumbres', señalan en Banesto Bolsa. Brasil representa el 23% del Ebitda del grupo Telefónica, un 20% de sus ventas, el 24% de los clientes, el 30% del flujo de caja libre operativo del grupo y el 30% del beneficio neto. Es decir, más del doble de lo que representa Argentina (con el 4% del Ebitda y ventas del grupo). Además, y a favor de la operadora cuenta, según los analistas, el que, a diferencia de lo que ocurría en Argentina, gran parte de su endeudamiento, que asciende a unos 1.900 millones de dólares, está denominado en divisa local, por lo que la depreciación del real no tiene un impacto tan directo como la devaluación del peso. Pese al castigo recibido, en JP Morgan consideran que existen todavía riesgos de bajadas, derivados de su exposición a Brasil y al resto de Latinoamérica. Aunque mantienen su recomendación de neutral y fijan su objetivo en los 11,9 euros, esta firma estima que valorando a cero los activos de Latinoamérica, la acción podría descender hasta los 6,15 euros por acción.

SCH, el más penalizado

Pero si Telefónica ha sorteado bien que mal los embates de la crisis brasileña, no ha sucedido lo mismo con los bancos. En particular, el SCH, presente en Brasil a través de Banespa, General, Noroeste y Meridional, que ha visto como su acción caía al son del empeoramiento de las perspectivas de Brasil. Dada la penalización recibida, los expertos comienzan a pensar que lo peor ha pasado. 'A los precios actuales Brasil está siendo valorada a -3.700 millones de euros, lo que supone que la acción del Santander descuenta en un 75% una suspensión de pagos de la deuda brasileña', explican en JP Morgan, donde recomiendan sobreponderar aunque han reducido su objetivo desde 7,7 a 6,8 euros. Asimismo, los menores beneficios que se esperan de las filiales del banco en Brasil les han llevado a rebajar las estimaciones de beneficio neto para 2002 en un 7%, en un 15% para 2003 y en un 17% para 2004. 'Estimamos un beneficio neto de 456 millones de euros en 2003, comparado con el inicial objetivo que se marcó el Santander hace dos años, cuando adquirió Banespa, de 750 millones de dólares'.

Merrill Lynch es otra de las firmas que considera que SCH ya ha pasado lo peor. Estiman que los precios de BBVA y los del SCH 'están descontando un escenario donde Brasil se derrumba como lo hizo Argentina y ese derrumbe se contabiliza por partida doble, o bien que el negocio de Latinoamérica vale cero y los activos españoles unas 10 veces los beneficios, o que el SCH hace una ampliación de capital de 4.000 millones de euros a cuatro euros por acción'. Merrill recomienda comprar y fija su objetivo en 7,30 euros por cada acción del Santander, asumiendo que se produzca una reestructuración de la deuda brasileña. En el caso de que la economía brasileña se colapse como lo hizo la argentina, la valoración de esta casa de análisis bajaría hasta los 5,90 euros por acción. 'Incluso con una ampliación de 4.000 millones de euros para recomponer los recursos propios con un 30% de descuento sobre el precio de mercado (a unos cuatro euros), el precio objetivo sería de 5,4 euros, en el entorno de los precios actuales'. Respecto al BBVA, la firma se muestra algo más pesimista, pese a la presencia marginal de la entidad en este país. Tan sólo un 4% de sus beneficios se derivan de Brasil. Merrill Lynch ha rebajado su recomendación a neutral por el menor potencial de sus acciones respecto al Santander. Con todo, consideran que la valoración del BBVA debería ser de 8,6 euros por acción. No piensan lo mismo en SG, donde se inclinan por BBVA en detrimento del SCH, dado que no tiene fondo de comercio que amortizar en Brasil (como sucede en el SCH con Banespa) y sólo está expuesto a la deuda brasileña con unos 1.200 millones de dólares frente a los 6.500 millones del SCH.

En el sector eléctrico, las cosas no están tan mal, pues la debilidad del real y el aumento de la prima de riesgo se ven compensados en parte por el final del racionamiento de la electricidad en Brasil y las compensaciones acordadas para las eléctricas allí presentes. De todas las eléctricas, Endesa es la que tiene una mayor exposición en el país, y de su marcha depende un 11% de sus ingresos y un 10% de su Ebitda. No obstante, los expertos estiman que el impacto es limitado, ya que más de la mitad de su deuda está denominada en reales. Iberdrola está presente en Brasil a través de Cosern, Coelba y Celpe, y de ellas depende un 9% de sus ingresos y un 8% de su Ebitda, por lo que su impacto es menor que el de Endesa. La penalización se ha extendido a otras compañías que mantienen intereses de menor calibre en la zona como Repsol (-26,2%), Terra (-57,4%), TPI (-30,6%) o Prisa (-39,5%), el grupo que edita este diario. Pese al nerviosismo que han mostrado los mercados ante la posible victoria de Lula, ninguna de las empresas españolas piensa en irse. En este sentido, destaca el anuncio de Iberdrola esta semana, en que anunciaba su intención de invertir 1.380 millones de euros hasta 2004 en tres nuevas centrales generadoras de electricidad.

'Lo peor ya ha pasado'

La mayoría de los expertos se muestra optimista de cara al medio plazo. Consideran que las caídas de los valores expuestos en la zona ya han descontado el peor de los escenarios y valoran prácticamente a cero sus activos en Brasil. Aun así y pese a la mejora del sentimiento del mercado, motivado por la moderación del discurso del principal favorito, y la apreciación que registró el real en algunas sesiones, hasta los 3,59 dólares -debido, en parte, a las intervenciones del banco central-, pocos dudan de que las incertidumbres finalicen una vez que se conozca el resultado electoral. Para los expertos, que Lula gane en la primera o en la segunda vuelta no es muy relevante, pero una victoria mañana eliminaría incertidumbres en los mercados. 'Podemos asistir a una caída después de las elecciones, pero una vez el vencedor dé a conocer su política, el mercado comenzará a recuperarse', explica Pablo Cuadrado, de Banif. 'Las decisiones relevantes en caso de una victoria en la primera vuelta no serán inmediatas. Otro tema es que haya una segunda vuelta, lo que dejará abierta la situación actual de indefinición hasta final de mes', señala José Luis Martínez, de Citigroup. En Pioneer Investments discrepan: 'En la medida en que Lula, asumiendo su victoria, se mueva para nombrar su equipo económico para Hacienda y el banco central y refuerce su mensaje de respetar las reglas del juego (respeto a los contratos de deuda, control inflacionario, etcétera) el mercado se normalizará'.

El 'efecto Lula' en Europa y EE UU

Después de EE UU, Brasil, con 174 millones de habitantes, es el mayor mercado del continente americano, por lo que una crisis en este país tendría importantes repercusiones para bastantes compañías cotizadas, no sólo en España, sino del resto de Europa y de EE UU. Brasil es el decimotercer socio comercial de EE UU, con un intercambio bilateral de 40.000 millones de dólares anuales. Un impago de la deuda socavaría los objetivos de beneficios de unas 20 compañías de EE UU, según datos de la cámara de comercio de este país en São Paulo. Las 100 mayores compañías de EE UU efectúan cerca del 3% de sus ventas anuales en Brasil. Alcoa y Coca-Cola generan cerca del 5% de sus ventas en este país, mientras que para Whirlpool, la cifra de negocios supera el 6% del total. En su reciente visita a Río de Janeiro, el secretario del Tesoro de EE UU, Paul O'Neill, se entrevistó con ejecutivos de Caterpillar, Colgate-Palmolive y General Motors, quienes le advirtieron de que un colapso económico en Brasil infligiría tremendos golpes a los bancos, a las empresas y a los accionistas de EE UU. En el mes de marzo, los bancos extranjeros tenían deudas pendientes de cobrar en Brasil por valor de 66.000 millones de dólares, de los cuales 15.000 millones correspondían a bancos estadounidenses, según datos del Banco Internacional de Pagos. A 30 de junio, Citigroup tenía reclamos pendientes por valor de 9.300 millones de dólares, de acuerdo con un informe presentado a la SEC. En Europa, el sector bancario es uno de lo que más intereses tiene en Brasil. Hasta nueve bancos europeos tienen activos por un valor superior a los 1.000 millones de dólares en el país latinoamericano: SCH, ABN Amro, HSBC, BBVA, Deutsche Bank, Lloyds TSB, CS Group, BNP Paribas y BNL. 'Sin embargo, las mayores exposiciones a Brasil en relación con el tamaño total del grupo son las del SCH, ABN Amro y BNL', según Goldman Sachs. Dentro de las telecomunicaciones, Telefónica es la compañía europea más expuesta a Brasil, seguida de Telecom Italia y de Portugal Telecom, socio de la española para la telefonía móvil en el país.

 

Alianzas para la segunda vuelta

7 de octubre de 2002
Alianzas para la segunda vuelta
Diario Clarín, Buenos Aires

 

Las negociaciones de cara a la segunda vuelta de las elecciones presidenciales en Brasil, que se celebrará el 27 de octubre, se reanudaron una vez conocidos los resultados que dieron como ganador -aunque sin llegar al 50%- al candidato del Partido de los Trabajadores, Luiz Inacio Lula da Silva.

El escrutinio oficial de los votos en Brasil, cuando ya se lleva computado el 97 por ciento de los sufragios, muestra a Lula con el 46,52 por ciento contra un 23,27 por ciento de su rival en el ballotage, el postulante oficialista José Serra.

El único candidato que creció en las últimas horas fue el tercero en disputa, el candidato por el Partido Socialista Brasileño (PSB), Anthony Garotinho, quien obtuvo un 17,65 por ciento de los sufragios con casi 14,3 millones de votos. Justamente, Garotinho fue uno de los primeros en salir a pactar su apoyo.

El dirigente afirmó que pondrá condiciones para apoyar en la segunda vuelta al izquierdista Luiz Inacio Lula da Silva.

En un acto donde se celebró la victoria de su esposa, Rosinha Garotinho, quien ayer fue elegida gobernadora del estado de Río de Janeiro, el candidato del PSB sostuvo sobre Lula: "Tendrá que librarse de esas alianzas con la derecha si quiere nuestro apoyo". "Somos un partido que tiene compromiso con el pueblo, mientras que Lula está con Sarney y con muchos políticos que hundieron a Brasil, de modo que si quiere nuestro apoyo va a tener que elegir con quién quiere andar", expresó Garotinho.

Garotinho destacó además: "Tenemos una carta de principios en la que dejamos claro que no aceptaremos compromisos con esos sectores de derecha". Por su lado, Ciro Gomes, que se presentó a las elecciones por el Partido Popular Socialista (PPS) y resulto cuarto con cerca del 12% de los votos, llamó por teléfono anoche a Lula para comunicarle su apoyo para la segunda vuelta, pero la decisión sería anunciada oficialmente por el propio Lula en la conferencia de prensa que concederá hoy en Sao Paulo. Ciro Gomes ya había adelantado ayer por la tarde que si quedara fuera de la segunda vuelta apoyaría a Lula "con entusiasmo".

Distintos medios locales aseguran que Gomes tomó su decisión por sí solo, sin consultar al presidente de su partido, el ex comunista Roberto Freire, ni a los aliados de su candidatura, como el ex gobernador Leonel Brizola. Gomes precisó que está dispuesto a comprometerse con la candidatura de Lula participando en los actos públicos de la campaña del Partido de los Trabajadores.

Balance de las elecciones de Brasil y de la situación del PT

7 de octubre de 2002
Balance de las elecciones de Brasil y de la situación del PT
Joao Machado Borges*

 

Después de la victoria del 6 de octubre
La próxima batalla será más difícil

Al contrario de lo que se esperaba, Lula no fue electo en la primera vuelta. Las encuestas electorales, con pequeñas variantes, indicaban que sus intenciones de voto venían creciendo en las últimas semanas, y se aproximaban al 50% + 1 de los votos válidos (es decir, excluyendo el conteo de votos en blancos o nulos), necesarios para la definición en la primera vuelta.

Más allá de eso, con la proximidad de la victoria, Lula venía ganando muchos y nuevos apoyos, tanto entre sectores de partidos que abandonaban a otros candidatos, como de grandes empresarios. Hasta grandes banqueros o dirigentes de grandes bancos, expresaban su apoyo o, al menos, su simpatía por la candidatura de Lula, incluso la prensa comentaba que algunos de ellos estarían siendo consultados para hacer parte del equipo económico de gobierno.

Finalmente, la tradición del PT de crecer en los últimos días de la campaña, gracias a la gran movilización de sus militantes y su electorado, aumentaron las espectativas.

Sin embargo, Lula no ganó en la primera vuelta. Con casi el 99% de los votos escrutados, alcanzó casi 39 millones de votos, lo que corresponde al 46,5% de los votos válidos, y al 41% de los votantes. Así, tendrá que disputar una segunda vuelta con el candidato del gobierno, José Serra, que está con casi 19,5 millones de votos, 23,2% del total. O sea, cerca de la mitad de los votos de Lula.

Si admitimos que las encuestas electorales se aproximaban razonablemente a la realidad, lo que parece ser el caso, la candidatura de Lula no sólo no creció en los últimos días, sino que tuvo un pequeño retroceso. ¿Cómo explicarlo?

En primer lugar, por el impacto del debate entre los principales candidatos a la presidencia, realizado al final de la campaña televisiva (jueves 3 de octubre). Siguiendo con una estrategia definida en conjunto por sus asesores de "marketing", Lula evitó la confrontación con los otros candidatos (como él mismo se definió semanas atrás, está en una fase de "Lulinha paz e amor") y huyó de todas los balones divididos (como se dice en la jerga futbolera): incluso cuando preguntado directamente y de forma repetida, en diversas ocasiones, evitó decir si estaba a favor o en contra de determinadas propuestas. Invariablemente, respondía que el problema era complejo, y que debería ser resuelto a través de una "discusión con toda la sociedad". Quedó la imágen de un candidato que huye de las dificultades.

En segundo lugar, esta vez, la tradicional movilización del PT fue mucho menos fuerte, inclusive ante la posibilidad de victoria. A lo largo de los años, se viene dando una declinación de la participación militante en las campañas del PT (que, acompañando las transformaciones del partido, son cada vez más "profesionales"). Ahora, la menor movilización se acentuó: los cambios que Lula y la mayoría de la dirección del PT introdujeron en esta campaña, fueron vistos con desconfianza. Por eso, se comprende que militantes de un partido que siempre se definió como socialista, no se entusiasmen con la promesa de un gobierno en estrecha colaboración con los grandes empresarios, amigable incluso con los banqueros, y comprometido con el mantenimiento de los acuerdos con el FMI.

Correspondió al propio Lula, el reconocimiento indirecto de las dificultades en este terreno. En uno de los últimos actos de la campaña, en Sao Paulo, dijo que "los militantes del PT pueden tener seguridad de que voy a cumplir el programa del partido". Una afirmación como esta, sería completamente innecesaria en otras campañas.

De todas maneras, la segunda vuelta será muy faborable para Lula, que parte con una gran ventaja, y todavía debe recibir el apoyo de los otros candidatos principales (Garotinho, del PSB, y Ciro Gomes, do PPS). Hasta José Maria, del PSTU (trotskista-morenista), que tuvo un frustrante 0,5 % dos votos (lo que se explica, em parte, por un movimiento de "voto útil" a favor de la victoria de Lula en la primera vuelta), ya había dicho que probablemente daría su apoyo.

Más importante todavía: las elecciones mostraron una enorme disposición del electorado para votar contra el gobierno de Fernando Henrique Cardoso y sus políticas neoliberales (tanto que Serra, candidato del gobierno, buscó presentarse como un canditado por el cambio).

Sin embargo, sería un error pensar que el resultado ya está definido. Entre otras razones, porque será más difícil mantener en la segunda vuelta, la estrategia de "paz y amor".

Avance de la izquierda petista

Los resultados del PT en las elecciones para los demás cargos variaron bastante, con una cierta tendencia al crecimiento. Hay buenas sorpresas; en Sao Paulo, el candidato José Genuino, tuvo más del 32% de los votos válidos (el mayor porcentaje en una elección en el estado) y la disputa por primera vez en la segunda vuelta en elecciones para gobernador, superando a la tradicional candidatura de derecha de Paulo Maluf. En algunos estados, el desempeño de los cantidatos a gobernador fue mejor de lo esperado.

Mientras tanto, hay también algunos resultados preocupantes. En Río Grande del Sur, cuyo gobierno viene siendo la principal vitrina del PT, Tarso Genro disputará la segunda vuelta al haber llegado en segundo lugar con poca más del 37% de los votos válidos.

El PT consiguió -en primera vuelta- las gobernaciones del pequeño estado de Acre (con Jorge Viana que iba a la reelección) y del estado de Piauí (con el apoyo del anterior gobernador quien había sido destituído por abuso de poder).

En cuanto a diputados y senadores, el PT amplió su número, aunque no de manera espectacular, ya que muchos lugares fueron cedidos al aliado Partido Liberal.

Finalmente, es importante poner atención en los resultados de la izquierda del PT: fueron bastante buenos, si tenemos en cuenta que esta izquierda crítica tuvo el trago amargo de una línea nacional con la cual discrepaba completamente.

Para tener una idea aproximada: de los 70 u 80 diputados federales electos por el PT, 10 participaron de las lista impulsada por Tendencia Democracia Socialista en las últimas elecciones internas del partido lo que significa un crecimiento del 15%. (Nota de la Redacción: en Democracia Socialista militan entre otros, el actual vice-gobernador de Río Grande del Sur, Miguel Rossetto, el ex-prefeito (alcalde, intendente) de Porto Alegre y ahora electo diputado estadual Raul Pont, y la senadora por el estado de Alagoas, Heloisa Helena, que mantiene su mandato por cuatro años más al ser electa en 1998).

También fue electa como senadora, Ana Júlia, del estado de Pará. En total, la izquierda del partido se puede aproximar al 30 % de los diputados federales: un porcentaje mayor al que tenía antes.

* Militante petista y economista marxista. Es miembro de la Coordinación Nacional de la Tendencia Democracia Socialista (DS) del PT. Durante años, fue miembro de la Dirección Nacional del PT, y del Consejo Editorial de la revista Teoría y Debate. Integra el equipo de redacción de Em Tempo, publicación de la DS.

LULA, LA DEUDA Y EL RIESGO PAÍS

8 de octubre 2002
LULA, LA DEUDA Y EL RIESGO PAÍS
Iolanda Fresnillo. ODG.

 

El 6 de octubre han tenido lugar las elecciones presidenciales en Brasil. A lo largo de toda la campaña electoral, desde los mercados financieros internacionales y algunas instituciones financieras como el FMI, se ha presionado a los ciudadanos y ciudadanas brasileñas con mensajes de desconfianza respecto al candidato del Partido de los Trabajadores (PT), Luiz Inácio "Lula" da Silva. El "riesgo" de Brasil es en estos momentos la alta probabilidad de que Lula, una vez alcanzada la presidencia, cumpla sus promesas de aumentar el gasto social y, por lo tanto, abandone la senda neoliberal que se impone en la mayor parte de Latino América y del mundo. Este "riesgo" ha calado en los mercados financieros, que han castigado a Brasil con la devaluación del Real, el aumento del índice "Riesgo País"1 y, en consecuencia, la posible disminución de la inversión extranjera y la amenaza de la fuga de capitales. Además, con la devaluación del Real, el peso de la deuda externa, ya de por si enorme, se ha hecho aún más insoportable. Diversos analistas financieros internacionales han apuntado a una posible suspensión de pagos de Brasil, lo que le llevaría a una situación similar a la de Argentina. Para intentar evitar la quiebra de Brasil, el FMI ha aprobado un crédito de 30.000 millones de dólares (el más grande paquete de rescate de esta institución). El rescate del FMI quizás consiga su objetivo de evitar la bancarrota a corto plazo, pero con toda seguridad supondrá un fuerte lazo para el futuro presidente de Brasil, quien tendrá que someterse a los dictámenes del Fondo si quiere acceder a todo el crédito (el crédito del FMI se irá desembolsando por etapas, según el "buen comportamiento" que muestre el nuevo gobierno). Además supone aumentar en 30.000 millones de dólares el endeudamiento de Brasil. ¿Es realmente esta la solución que Brasil necesita?. Los siguientes artículos, aparecidos en la prensa los últimos meses, muestran la reacción de los diferentes actores ante la creciente probabilidad que Lula alcance la presidencia de Brasil. Además podéis consultar la ficha país de Brasil, elaborada por el Observatorio de la Deuda en la Globalización, con indicadores económicos, sociales y políticos del país, un análisis sobre la deuda brasileña, y otros artículos interesantes.

1 El "Riesgo País", oficialmente denominado Emerging Markets Bond Index Plus (EMBI+), es un índice que mide el grado de "peligro" que entraña un país para las inversiones extranjeras. Es elaborado por el banco de inversiones J. P. Morgan, de Estados Unidos, donde analizan aspectos como el rendimiento de los instrumentos de la deuda de un país, principalmente el dinero en forma de bonos, por los cuales se abona una determinada tasa de interés en los mercados. El riesgo país es, técnicamente hablando, la sobretasa que se paga en relación con los intereses de los bonos del Tesoro de Estados Unidos, país considerado el más solvente del mundo. (BBC Mundo. ¿Qué es el Riesgo País?, 2001)

 

BRASIL, EN UNA TENSA ESPERA

8 de octubre 2002
BRASIL, EN UNA TENSA ESPERA
Editorial. CINCO DÍAS

 

Los resultados de la primera ronda electoral de Brasil han confirmado el impulso arrollador del candidato del Partido de los Trabajadores, Luiz Inácio Lula da Silva, en medida incluso mayor a la que reflejaban los sondeos. Pero, aparentemente, los mercados de Brasil no han recibido bien el resultado. El real ha vuelto a caer, al igual que las Bolsas locales, en tanto el riesgo-país ha superado de nuevo los 2.000 puntos básicos. La mejora de la semana pasada se ha evaporado. En Madrid, el Ibex tuvo un cierre casi neutro, señal de que la victoria de Lula se daba por descontada y ya no preocupa.

Lo que genera nerviosismo entre los inversores de Brasil, en gran parte brasileños, son las tres semanas hasta la segunda ronda electoral entre Lula y el candidato oficialista, José Serra. El problema es lo que puede ocurrir de aquí a entonces. El peligro de fuga de capitales acecha. Y no se trata del temor que pueda despertar Lula, sino de la difícil situación de la deuda externa de Brasil, de 290.000 millones de dólares. Cuanto más tiempo transcurra para que se decida el futuro Gobierno -el PT en alianza con el poderoso empresario y candidato a vicepresidente José Alencar-, más incertidumbre y nervios habrá en los mercados. Desde este punto de vista, el peligro en ciernes no es Lula. Su moderación programática, con la aceptación de las condiciones impuestas por el FMI a Brasil al concederle un préstamo de 30.000 millones de dólares, y su mensaje también moderado en lo político, le han dado la aquiescencia del Tesoro de EE UU y del propio FMI en las últimas dos semanas.

Lo que en realidad está en juego es su capacidad, y la del FMI, para convencer a los inversores de que Brasil mantendrá la estabilidad y no acabará como Argentina. De aquí al 16 de octubre, el Gobierno deberá afrontar abultados vencimientos de deuda que crean gran incertidumbre entre los operadores. Al tiempo, los importantes vencimientos concentrados en 2003 despiertan temores de incumplimiento por una economía que apenas crece y que no puede apretar más el acelerador de la recaudación de impuestos. Si a esto se le suman las expectativas que despierta Lula en los sectores más pobres de la sociedad, que reclaman aumentos de salarios, ayudas sociales y una reforma agraria profunda, la preocupación de los inversores se torna más palpable. La envergadura de las ilusiones puestas por la población en el casi seguro Gobierno del primer presidente obrero del continente es proporcional a la de los inversores en que éste logre evitar el descalabro económico y una radicalización política. Muchos son los esfuerzos que deberán realizar Lula, el Gobierno saliente de Henrique Cardoso y Washington los días que faltan hasta la segunda vuelta, el 27 de octubre, para frenar la temida fuga de capitales. Si logran evitarlo, el gran interrogante inmediato tras la segunda ronda es si conviene que Cardoso permanezca hasta enero, como dicta la ley actual, o es mejor que entregue el poder a Lula anticipadamente para poner coto al inestable equilibrio de los mercados.

BREVE ANÁLISIS DE LAS ELECCIONES

BREVE ANÁLISIS DE LAS ELECCIONES
Secretaría Nacional MST

 

O povo votou contra o modelo das elites e FHC

Passado o primeiro turno das eleições, todo mundo está fazendo suas avaliações sobre o que povo disse nas urnas. A campanha foi pouco politizada, ou seja, em geral os candidatos não debateram projetos para o Brasil ou não analisaram as verdadeiras raízes dos problemas da sociedade brasileira – a prioridade foi o uso da televisão para os candidatos majoritários – com os marqueteiros preferindo conquistar a emoção dos eleitores e não a razão. E isso contribuiu para a despolitização e para a desmotivação da população em geral com o processo eleitoral. Os candidatos proporcionais inundaram os postes e fizeram muitas reuniões nos setores sociais que os apoiam. E, na reta final, a militância social entrou de cheio na campanha, conseguindo, em muitos Estados, alterar os resultados da eleição para governador e para senador. Este fato os institutos de pesquisa não detectam. Eles sempre se "esquecem" de combinar suas previsões com o povo!

Vitória da esquerda

Apesar deste cenário, o resultado das eleições foi uma vitória da oposição. Uma vitória da esquerda. No geral, 76,8% dos eleitores votaram nos candidatos a Presidente que faziam oposição ao atual modelo. Ou seja, o modelo econômico atual, o neoliberalismo e o governo FHC foram amplamente derrotados! Portanto, Lula já vai vitorioso para o segundo turno; só um milagre pode conseguir convencer os eleitores de oposição a acreditar no Serra. Até os empresários comentam na grande imprensa que, desse jeito, seria melhor Lula ter ganho logo no primeiro turno. Assim, ele teria mais tempo para montar sua equipe e acalmar o mercado.
Nos Estados, também houve vitórias expressivas da oposição e da esquerda. O PT passou de 8 para 14 senadores. Teremos nossa querida Serys, tão perseguida no Mato Grosso, como Senadora da Republica. E a bancada subiu de 58 para 99 deputados federais. Será a maior bancada da Câmara, que, se honrada a tradição, dará ao PT também a Presidência da Câmara dos Deputados. Entre os candidatos a deputado federal, não só o PT, mas também os candidatos de esquerda foram vitoriosos. A esquerda partidária recupera o fôlego. E nós do MST, também podemos sair satisfeitos; praticamente elegemos todos os candidatos que apoiamos nos Estados. Assim, reforçamos nossa bancada na Câmara Federal , onde praticamente teremos pelo menos um deputado federal por Estado. E, em quase todos os Estados, elegemos deputados estaduais que nos apoiam. Passada a euforia dessa vitória eleitoral no primeiro turno, devemos continuar mobilizados para garantir a vitória de Lula no segundo turno. E depois, a partir de novembro, nos debruçar sobre os graves problemas de nosso país que a campanha eleitoral preferiu não debater.

Voltaremos à realidade

Precisaremos enfrentar os graves desafios da dependência externa, da imposição da Alca, da OMC, da dívida externa, da espoliação coletiva promovida pelo capital financeiro, do latifúndio, do monopólio dos meios de comunicação e das mazelas sociais que nosso povo enfrenta. Tudo isso exigirá um verdadeiro reascenso do movimento de massas para pressionar por mudanças reais e garantir que o governo Lula seja, de fato, um governo popular.
O ano de 2003 será um ano em que aflorará a crise do modelo. E exigirá grandes mudanças. Mas só encontraremos as verdadeiras soluções se o povo brasileiro se mobilizar. Esta é a nossa verdadeira tarefa: organizar e mobilizar o povo no campo e na cidade para garantir mudanças do modelo econômico, derrotar a Alca e o capital estrangeiro e iniciar um grande programa de Reforma Agrária em nosso país.

Elementos para refletir sobre a conjuntura política nacional

I – Vitória
1. Houve uma vitória político-eleitoral das forças populares.

2. O povo votou em mudanças. Mas continua despolitizado e não houve uma participação entusiasta.

3. A vitória eleitoral não foi fruto de um reascenso do movimento de massas, foi resultado do fracasso do modelo econômico adotado pelas elites.

4. As alianças e a forma de disputa levarão a um governo de centro esquerda.

II – O cenário
1. O modelo econômico neoliberal que subordinou nossa economia ao capital estrangeiro se esgotou em suas próprias contradições.

2. Mas o modelo deixou duas armadilhas: a dependência externa e vulnerabilidade da economia à especulação financeira – cambial; e a dependência do orçamento público à dívida interna.

3. Caminhamos para o agravamento da crise econômica a curto prazo.

4. Não há soluções fáceis, simples ou de curto prazo.

III – As perspectivas
1. O grande capital vai continuar pressionando para que não haja mudanças nem estruturais e nem significativas. Vai continuar a propor como saídas: a ALCA, a OMC, o FMI, o Banco Mundial, ou seja, maior inserção e subordinação ao capital internacional.

2. A direita que aderiu ao governo Lula (e sua imprensa) vai exigir combate e vigilância "aos radicais" do PT.

3. Será um governo de disputa e tensionamentos, num quadro de crise.

4. O governo vai negociar o tempo todo. A proposta dos setores majoritários do partido é o pacto social, abrindo mão inclusive de direitos históricos dos trabalhadores, em nome da governabilidade.

5. A esquerda, em geral, e as forças populares estão difusas e desorganizadas. Não há um quadro de reascenso do movimento de massas.

6. Lutar sozinhos sem mobilização de massas, pode levar a um isolamento político.

IV – Desafios para as forças populares
1. Produzir material didático, de todas as formas, para elevar o nível político das massas (daí a importância também de um jornal político nacional).

2. Intensificar a formação de quadros.

3. Construir uma unidade popular para evitar o sectarismo e o isolamento. Para isso será fundamental construir um movimento popular a partir dos comitês populares contra a ALCA, como fator de unidade entre todas as forças.

4. Estimular o movimento de massas, embora seu reascenso não dependa apenas de vontade política. Será necessário utilizar criativamente a pedagogia de massas, sem cair no ceticismo do "contra-tudo", e nem na ilusão de que agora tudo será resolvido.