João Pedro Stédile no 7º Simbravisa em video de uma hora, palestra sobre a conjuntura política brasileira

O líder do MST lembrou que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos, “venenos agrícolas”, do mundo e que é fundamental uma parceria do movimento com a Abrasco e com militantes em defesa da saúde contra a contaminação de alimentos. Participação social e conjuntura foram temas de conferência no primeiro dia do 7º Simpósio Brasileiro de Vigilância Sanitária. Com o tema central “Movimentos sociais e política de proteção social“, Joao Pedro Stédile, economista e líder do MST – Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, fez reflexões sobre a crise que o país atravessa e destacou a necessidade de trabalho conjunto entre movimentos populares e militantes em defesa do Sistema Único de Saúde (SUS).

ASSISTA AQUI https://youtu.be/-YpMPgTIsJc

O líder do MST iniciou sua fala destacando que o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos, “venenos agrícolas”, do mundo e que é fundamental uma parceria do movimento com a Abrasco e com militantes em defesa da saúde contra a contaminação de alimentos. “Vinte por cento dos agrotóxicos do mundo, produzidos por cinco empresas, são consumidos no Brasil. Segundo o Inca [Instituto Nacional de Câncer], são 500 mil novos casos de câncer no Brasil, grande parte é provocado pelo uso de agrotóxicos. Um dia desses teremos que fazer um tribunal de Nuremberg para julgar a Bayer e a Basf”, provocou.

A Contra Reforma de Temer e das classes hegemônicas

por Samuel Pinheiro Guimarães (*)

25/11/2016 portal do Luis Nassif

1.      De 1500 a 2003, as classes hegemônicas brasileiras, estreitamente vinculadas as classes hegemônicas das metrópoles coloniais, hoje às classes hegemônicas dos Estados Unidos, organizaram a economia, a sociedade, o sistema político e o Estado brasileiros de acordo com seus interesses e em seu benefício.

2.       A extrema concentração de riqueza e de renda, a situação de pobreza de grande parte da população, as condições de saúde, alimentação, saneamento, educação, transporte, segurança e cultura da enorme maioria demonstram cabalmente que a organização da sociedade feita pelas classes hegemônicas não beneficiou e não beneficia a esmagadora maioria do povo brasileiro.

3.      Em 2003, com a vitória, de forma democrática e legitima, do Partido dos Trabalhadores e de seu candidato Lula, torneiro mecânico e líder sindical, essas classes hegemônicas perderam parte, apenas parte, do controle que exerciam sobre a sociedade, a economia e o Estado brasileiros.

4.      O Presidente Lula implantou programas sociais de grande alcance e impacto; criou melhores condições de competitividade para as empresas de capital nacional; ampliou o sistema educacional em termos de número de estudantes e de condições de acesso; ampliou o sistema de saúde através do SUS, da Farmácia Popular e outros programas; expandiu as exportações; fortaleceu a agroindústria e a agricultura familiar; manteve sob controle a inflação; ampliou o crédito de forma notável; fortaleceu os programas estratégicos das Forças Armadas; reduziu a vulnerabilidade do País ampliando as reservas monetárias; fez uma política externa altiva e ativa, expandindo as relações políticas e econômicas com todos os Estados, desenvolvidos e subdesenvolvidos, e promoveu a integração sul-americana.

5.      O Presidente Lula terminou seu segundo mandato em 2010, com 87% de aprovação popular e elegeu sua sucessora, Dilma Rousseff.

6.      Desde então se iniciou uma conspiração das classes hegemônicas com o objetivo de recuperar totalmente, em 2014 ou em 2018, o Poder político e econômico.

7.      Desta conspiração participaram políticos envolvidos em denúncias de corrupção; os partidos de oposição,  inconformados com a derrota em 2014; políticos conservadores; o próprio vice-presidente Michel Temer; os meios de comunicação, em especial o sistema Globo, com suas dezenas de estações de televisão, de rádios, jornais e revistas; o Poder Judiciário, desde o Juiz Sergio Moro, disposto a praticar atos ilegais de toda ordem, aos Ministros do Supremo que, podendo e devendo,  não o disciplinaram; os interesses estrangeiros que viram, nas dificuldades econômicas e políticas, a  oportunidade de reverter políticas de defesa das empresas nacionais para promover a  redução do Estado e a abertura aos bens e capitais estrangeiros inclusive para explorar seu maior patrimônio natural que é o petróleo do pré-sal; do mercado financeiro, isto é, dos  grandes investidores, milionários e rentistas, temerosos de uma política de redução de taxas de juros; das associações de empresários como a FIESP, a FEBRABAN, a CNI, a CNA ; dos defensores de políticas de austeridade que visam o equilíbrio fiscal pela redução do Estado, dos programas sociais, dos investimentos do Estado, dos direitos trabalhistas e previdenciários e, finalmente, de economistas e jornalistas, intérpretes, porta-vozes e beneficiários destes interesses.

8.      A partir de 2010, e em especial a partir de 2014, a estratégia das classes hegemônicas para recuperar o Poder se desenvolveu em várias etapas:

·     fazer o Governo adotar o programa econômico e social do “mercado”, isto é, da minoria multimilionária e de seus associados externos;

·     ocupar os cargos de direção da Administração pública (Ministérios, Secretarias Executivas, agências reguladoras) com representantes do “mercado”;

·     enfraquecer política e economicamente o Governo;

·     enfraquecer o PT e os partidos progressistas com vistas às eleições de 2018;

·     aprovar leis de interesse do “mercado”;

·     e, se nada disso ocorrer, fazer o Governo “sangrar” e aí, então, se necessário e possível, exigir e promover o impeachment da Presidente.

9.      367 Deputados e 61 Senadores, muitos deles acusados de corrupção, representantes dos setores mais conservadores, dos indivíduos (e empresas) mais ricos em uma das sociedades mais desiguais do mundo e dos interesses estrangeiros mais vorazes, anularam o resultado de eleições em que 54 milhões de brasileiros escolheram a Presidente Dilma Rousseff e, assim interromperam a execução de um projeto de desenvolvimento social, econômico e político do Brasil que se iniciara em 2003.                                           

10. Derrubado o Governo Dilma, de forma jurídico-processual e com a conivência do Judiciário, se inicia a grande reforma econômica e política de Temer, em realidade uma Contra-Reforma, com inspiração e amplo apoio das classes hegemônicas e de seus aliados no Poder Judiciário, no Legislativo, no Ministério Público e na Polícia Federal.

11. A Contra-Reforma econômica conservadora de Temer, como representante e executivo das classes hegemônicas brasileiras, em estreita sintonia com as classes hegemônicas dos países desenvolvidos, em especial dos Estados Unidos, significa a implantação definitiva das políticas preconizadas pelo Consenso de Washington:

·     abrir a economia do ponto de vista comercial e financeiro, unilateralmente e sem contrapartida;

·     privatizar (desnacionalizar) as empresas estatais;

·     desregulamentar (ou regulamentar de forma favorável ao capital) as atividades econômicas;

·     manter uma política tributária favorável (regressiva) ao capital nacional e estrangeiro;

·     desestimular o desenvolvimento industrial e desarticular  as empresas nacionais de maior porte, estatais ou privadas, a começar pela Petrobrás;

·     reduzir o Estado ao mínimo e aniquilar sua capacidade de regulamentar a atividade econômica e de proteger os trabalhadores e os excluídos;

·     “flexibilizar”, “modernizar”, o mercado de trabalho em favor do capital;

·     consagrar essas políticas na legislação, de preferência constitucional.

12. Os principais instrumentos para a execução dessas políticas são:

·     a PEC 241, que se tornou PEC 55 no Senado,  que congela, durante vinte anos, de forma absolutamente anti-social, antidemocrática e inconstitucional, as despesas primárias do Estado e libera totalmente as despesas financeiras, isto é o  pagamento dos juros e da amortização da dívida pública;

·     a reforma da Previdência e sua privatização;

·     a revisão da legislação trabalhista em benefício do capital, isto é, das empresas ;

·     a desvinculação geral de despesas do Estado em relação ao salário mínimo;

·     a utilização do BNDES para financiar as privatizações e a restrição de crédito para a empresa brasileira.

13. Este programa econômico, de extraordinária amplitude e profundidade,  vem sendo executado:

·     sem mandato popular;

·     com a conivência do Judiciário;

·     com a conivência da maioria do Legislativo, em parte devido à  sua convicção conservadora, em parte  corrupto e em parte “aliciado” pelo Governo Temer.

14.Este programa conservador e ultra-neoliberal, que dá continuidade ao programa iniciado pelos Governos Fernando Collor e depois Fernando Henrique, que fracassaram, será consagrado, eventualmente, por acordos de livre comércio com as Grandes Potências industrializadas, a começar com a União Europeia, a que se seguirão acordos com os Estados Unidos e o Japão e também com a China.

14. Com a execução dos programas da Contra Reforma Temer  e com sua  consolidação internacional através de eventuais acordos de “livre comércio” destes programas, o Brasil se consagraria definitivamente como o “celeiro do mundo” e uma “província” agroindustrial do Império americano e das filiais de megaempresas multinacionais instaladas no Brasil para exploração de seu mercado interno e do mercado regional.

15. Resta às classes hegemônicas um obstáculo importante a vencer para garantir que este conjunto de políticas econômicas e sociais não venha a ser derrotado e derrubado pela vontade popular dele vítima.

16. Este obstáculo seria a possibilidade de eventual vitória nas eleições presidenciais de 2018 de um candidato progressista, nacionalista e independente.

17. Assim, pretendem Temer, seus mestres e seus acólitos :

·     acelerar a aprovação de seus projetos econômicos e sociais no  Legislativo;

·     desmoralizar e fragmentar os partidos de esquerda;

·     demonizar e desmoralizar os líderes de esquerda;

·     despolitizar a população;

·     criminalizar os movimentos sociais;

·     conter a insatisfação popular através de métodos de violenta repressão policial e  eventualmente

·     implantar o voto facultativo;

·     implantar o parlamentarismo;

·     implantar o voto distrital.

18. Existe apenas um candidato viável das forças progressistas a Presidente da República, que é Luiz Inácio Lula da Silva.

19. Esta é a razão do ataque quotidiano e incessante dos órgãos da grande mídia a Lula, com a orquestração cuidadosa dos vazamentos de delações não comprovadas, e das ações espetaculosas da Policia, permitidas e promovidas pelo Juiz Sergio Moro e pelos procuradores do Ministério Público de Curitiba, com a conivência do STF em conjunto e de cada um de seus Ministros.

20. Somente a união das forças progressistas, nacionalistas e de esquerda da sociedade brasileira; dos líderes sindicais e dos movimentos sociais; dos estudantes e suas organizações; dos intelectuais, dos cientistas, dos professores, dos médicos; dos militares nacionalistas e progressistas; dos artistas e dos empresários nacionais, em defesa do Presidente Lula, da democracia e de um programa de desenvolvimento econômico, social e político do Brasil  poderá fazer com que a sociedade brasileira, a principal interessada e vitima desta conspiração das classes hegemônicas, de seus associados estrangeiros e de seus representantes, seja ouvida e que este processo seja barrado no Congresso Nacional e no Judiciário.

(*)  O autor é diplomata, ex-vice ministro do Itamaray no governo Lula.  E estudioso dos temas de soberania nacional e relações exteriores

Fonte: GGN

Jornada Unitária do campo segue mobilizando milhares de pessoas em todo país

http://www.mst.org.br/2016/09/05/jornada-unitaria-dos-movimentos-do-campo-mobiliza-milhares-de-pessoas-em-todo-pais.html

Em seu segundo dia, 13 estados são mobilizados em defesa da reforma agrária e contra o golpe 

Da Página do MST 

Começou nessa segunda-feira (5) e vai até a próxima quarta (7) em todo país, a Jornada de Lutas Unitária dos Trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, organizada por movimentos populares, sindicais e pastorais que atuam no campo brasileiro.

A questão agrária é a pauta principal da jornada, que tem entre as suas reivindicações o assentamento imediato das mais de 120 mil famílias acampadas em todo o país, a revogação da lei que permite a venda indiscriminada de terras para estrangeiros, a defesa da produção de alimentos saudáveis e de políticas de transição para a agroecologia.

Outro ponto tratado durante a Jornada é o desenvolvimento e infraestrutura no campo, como o fortalecimento de programas estruturantes, assistência técnica e demais programas que garantem a produção da agricultura familiar e camponesa.

Os manifestantes também vão às ruas contra a retirada de direitos, contra a criminalização dos movimentos populares e, principalmente, contra o golpe e pela democracia após a violação da Constituição brasileira pelo Congresso Nacional e pela elite econômica e política do país que levou Michel Temer à Presidência da República. 

Confira as ações desta terça-feira (06)

Rio de Janeiro 

Nesta terça-feira (06), cerca de 200 camponeses, agricultores, quilombolas de diversos movimentos sociais realizaram manifestação em frente à sede do Incra, no centro do Rio de Janeiro, reivindicando a obtenção de terras para famílias acampadas, assistência técnica e créditos para Reforma Agrária, além de outras pautas.

Desde o período da manhã, as famílias estavam concentradas na Praça da Candelária, no centro da capital e depois caminharam até a sede do prédio, na Avenida Presidente Vargas. 

 

Movimentos do Campo se manifestam no INCRA_Pablo Vergara-19.JPG Trabalhadores e trabalhadoras mobilizadas em frente ao Incra no RJ. Foto: Pablo Vergara

Bahia 

Mais de 1,5 mil trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra chegaram a capital baiana nesta última segunda-feira (5) em defesa da Reforma Agrária, pela democracia e contra o governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (PMDB).

Munidos de suas ferramentas de trabalho e reivindicando alguns pontos específicos, em especial o descaso com a educação do campo – pauta histórica do MST na Bahia -, os trabalhadores montaram um grande acampamento no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) por tempo indeterminado.

 

28875804394_09086b6ec6_b.jpg Sem Terra marcham pela capital baiana. Foto: Manuela Hernandez

Alagoas

Para continuar a pressionar o governo e outros órgãos, os movimentos que realizam Jornada de Lutas Unitária dos trabalhadores e Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas realizaram uma nova marcha, na manhã desta terça-feira, com paradas em pontos estratégicos. Entre eles está o Tribunal de Justiça (TJ-AL), onde cobrará celeridade na condenação e prisão dos mandantes de assassinatos de lideranças Sem Terra, como o caso de Jaelson Melquíades, morto em 2005 em Atalaia.

Ainda nesta terça, a coluna com cinco mil homens e mulheres trabalhadores rurais se deslocou até o Incra, onde protocolaram pauta, para fazer a primeira negociação com o novo presidente, indicado pelo Governo Federal. Na pauta, demandas dos assentados e aquisição de terras para criação de novos assentamentos.

As mobilizações continuam ainda nesta quarta-feira (07), quando em conjunto com os movimentos urbanos, será realizado mais uma edição do Grito dos Excluídos, desta vez com o grito de “Fora Temer! E nenhum direito a menos!”.

 

28876979543_97d96514c8_b.jpg Camponeses e camponesas em marcha pela reforma agrária. Foto: Ésio Melo (CPT)

Brasília

Os movimentos populares seguem firmes na luta pela democracia e contra o golpe. Na tarde desta terça-feira (06), houve uma manifestação em frente ao Palácio da Alvorada denunciando o golpe e exigindo a volta da democracia para o país.

Em Defesa das políticas de habitação para o campo, as camponesas e camponeses também marcharam até o ministério das cidades com a pauta da retomada imediata das políticas públicas de habitação para o campo, fundamentais para superar o déficit habitacional que atinge milhares de famílias em todo o país.

Os trabalhadores exigem a retomada imediata da "faixa 1" do Minha casa minha vida, que foi extinta pelo governo temer.

Nesta quarta-feira (7), o acampamento organizado pelos movimentos sociais do campo participará do 22º Grito dos Excluídos. A concentração para o ato será às 8h30, no Museu da República. A passeata deve percorrer a Esplanada dos Ministérios. 
 

Unknown3.jpg Camponeses e camponesas marcham rumo ao Ministério das Cidades. Foto: Bruno Pilon

Rio Grande do Norte

Na madrugada desta terça-feira (06), o MST ocupou a BR 101. A ação realizada como uma forma de resistência à liminar de reintegração de posse da Comuna Urbana na propriedade improdutiva do governador Robinson Farias (PSD), alvo da especulação imobiliária no estado.

As 600 famílias Sem Terra e Sem Teto sofreram pressão da PM que fez uma cobertura da aérea com helicópteros, intimidando os trabalhadores.

Além disso, o Incra segue ocupado, pressionando pelo assentamento das famílias acampadas há mais de dez anos.
 

Unknown5.jpg BR 101 trancada em resistência ao despejo da Comuna Urbana.

Confira as ações desta segunda-feira (05)
 

Brasília. Foto Bruno Pilon (2).jpeg As atividades da Jornada de Lutas Unitária estão concentradas em Brasília, onde já está sendo montado um acampamento que durará até quarta-feira (07). Foto: Bruno Pilon

Brasília 

Na capital federal, o principal polo de mobilização dessa Jornada, duas mil pessoas ocuparam na madrugada de hoje (5) o Ministério do Planejamento, na Esplanada dos Ministérios. 

As atividades da Jornada de Lutas Unitária estarão concentradas neste local, onde já está sendo montando um acampamento que durará até o dia 7, quando os manifestantes também se integrarão às ações do Grito dos Excluídos.
 

Brasília. Foto Bruno Pilon (1).jpg Ocupação do Ministério do Planejamento pelo campo unitário em Brasília.

Alagoas

Numa unidade entre os movimentos sociais do campo e a Federação dos Trabalhadores da Agricultura de Alagoas (Fetag-AL), mais de cinco mil trabalhadores rurais iniciaram mobilização na capital alagoana. Partindo da praça Sinimbu, os camponeses realizaram marchas e atos públicos pelas ruas do Centro, defendendo políticas públicas que colaborem no desenvolvimento do meio rural. Já no Alto Sertão do Estado, os camponeses marcharam entre Senador Rui Palmeira e São José da Tapera, com um contingente de duas mil famílias.

Participaram das mobilizações além da Fetag-AL, a CPT, Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento Unidos pela Terra (MUPT), Via do Trabalho e Terra Livre.

Os trabalhadores também ocuparam o Tribunal de Contas da União (TCU)

 

Alagoas (4).jpeg Camponeses e camponesas em marcha no estado de Alagoas

Ceará

Cerca de dois mil trabalhadores/as rurais ocuparam na manhã desta segunda-feira (05) seis agências do Banco do Nordeste, nos municípios de Santa Quitéria, Quixadá, Crateús, Quixeramobim, Itapipoca e Canindé.

Dentre as reivindicações está o assentamento imediato das 120 mil famílias acampadas em todo Brasil, demarcação de terras indígenas e a não retirada de direitos pelo governo golpista de Michel Temer. 

 

14273430_1181987388532379_1382252165_o.jpg Mobilização na agência do Banco do Nordeste no Ceará

Porto Alegre

Por Reforma Agrária, contra o golpe e a retirada de direitos, cerca de dois mil trabalhadores Rurais Sem Terra ocupam desde a manhã desta segunda-feira (5) o pátio do Incra e do Ministério da Fazenda em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Os agricultores exigem a retomada da Reforma Agrária com o assentamento de 2,3 mil famílias acampadas no estado e a suspensão da decisão do TCU de penalizar mais de 578 mil assentados no país por considerá-los irregulares.

No RS, onde há em torno de 13 mil famílias assentadas, segundo informações do Incra, mais de 10,5 mil beneficiários da reforma agrária encontram-se em situação de irregularidade.
 

WhatsApp Image 2016-09-05 at 07.06.42.jpeg Sem Terra ocupam o Ministério da Fazenda em Porto Alegre 

Rio Grande do Norte

600 famílias Sem Terra ocuparam na madrugada desse domingo (04), uma área improdutiva de 300 hectares localizada na Zona Norte de Natal (Parque dos Coqueiros). O terreno é de posse da família do governador do Rio Grande do Norte, Robinson Farias (PSD).

Nesta segunda-feira (05), questão agrária é a pauta principal da jornada e cerca de 300 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam o  Incra, em Natal, Rio Grande do Norte.

Segundo, Lucenilson Angelo, da direção nacional do MST, nos últimos meses, com a crise econômica e com os meses de instabilidade política que consolidou o golpe que levou o então vice-presidente Michel Temer à Presidência da República, a situação da população do campo piorou significativamente.
 

Rio Grande do Norte (2).jpeg Sem Terra ocupam o INCRA em Natal e pressiona por Reforma Agrária

Paraná 

Cerca de mil integrantes do MST, de todas as regiões do Paraná, ocuparam o  Incra na manhã desta segunda-feira (5). Os trabalhadores também denunciam a ameaça à soberania nacional, a criminalização dos povos indígenas, quilombolas, mulheres e a paralisação de diversas políticas públicas, como as que envolvem o andamento da Reforma Agrária, tais como: o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), Assessoria Técnica, Social e Ambiental à Reforma Agrária  (ATES), Terra forte, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa Minha Casa Minha Vida.

WhatsApp Image 2016-09-05 at 10.07.36.jpeg No Paraná, os trabalhadores preparam a montagem dos barracos na ocupação do INCRA.

Espírito Santo 

Em Vitória, cerca de 300 Sem Terra ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Além de reivindicar as pautas da Jornada de Lutas Unitária os trabalhadores também protestam contra o golpe e a retirada de direitos significativa da classe trabalhadora.
 

Espirito Santo (1).jpeg Camponeses e camponesas chegam à sede do INCRA em Vitória, Espírito Santo

Mato Grosso 

Desde domingo (04), cerca de 250 integrantes do MST de todas as regiões do estado de Mato Grosso, ocupam a sede do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Os trabalhadores exigem o assentamento imediato das duas mil famílias que se encontram ainda acampadas, a efetivação dos assentamentos a adequação de infraestrutura dos assentamentos já existentes e a agilidade no processo de regularização das famílias beneficiarias da Reforma Agrária junto ao TCU.

 

WhatsApp Image 2016-09-05 at 13.51.05.jpeg Trabalhadores e trabalhadoras denunciam o governo golpista

 

Maranhão

200 famílias Sem Terra ocuparam nessa manhã (5) a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)

Os manifestantes exigem o fortalecimento do instituto, e o assentamento imediato das famílias acampadas em todo estado. 
 

WhatsApp Image 2016-09-05 at 15.18.30.jpeg Trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocupam o Incra no MA

 

São Paulo (Capital) 

Cerca de 300 Sem Terra, representando 10 regionais organizadas pelo MST, ocuparam a superintendência do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na manhã dessa segunda-feira (5).

São Paulo (Ribeirão Preto) 

150 trabalhadores do MST e de movimentos parceiros bloquearam a Rodovia Anhanguera no km 340. Na ação foram distribuídas aproximadamente meia tonelada de alimentos orgânicos produzidos nos assentamentos do MST da região. Os trabalhadores também realizaram trancamento da Rodovia Cândido Portinari com cerca de 120 pessoas.

São Paulo (Andradina)

150 Sem Terra bloquearam a Rodovia Marechal Rondon na cidade de Andradina.

São Paulo (Sudoeste)

Aproximadamente 120 trabalhadores Sem Terra ocuparam as terras do Horto Florestal na região Sudoeste do estado.  A ocupação reivindicou a conclusão do processo de seleção e criação do assentamento da Fazenda Lageado, em Itaporanga e a criação do assentamento na fazenda Cacan, em Riversul. Além disso, os trabalhadores exigiram a retomada das  negociações com a Secretaria do Meio Ambiente para a criação do assentamento agroecológico Nova Esperança.

São Paulo (Promissão)

Cerca de 300 pessoas ocuparam a Fazenda Santa Maria, do grupo Atalla, no município de Piraju. Eles também reivindicaram a protocolação da área na Procuradoria da Fazenda Nacional com a intenção que entre com a execução fiscal para início do processo de adjudicação. Também na região 150 manifestantes ocuparam a Fazenda Torrão de Ouro, em Alvinlândia

São Paulo (Iaras)

Trabalhadores Sem Terra ocuparam a agência do Banco do Brasil, em Agudos. Além de todas as pautas da Jornada Unitária, os manifestantes denunciaram a morosidade no atendimento às famílias, a falta de preparo da gerência local para as pautas específicas com os assentados e a paralisação na liberação de créditos e financiamentos Os trabalhadores também ocuparam a Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) no município.

São Paulo (Pontal do Paranapanema)

Os trabalhadores ocuparam agências do Banco do Brasil na região, o escritório do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) e também realizaram trancamento de rodovias.

Além do golpe de Estado, os trabalhadores denunciaram o bloqueio de políticas públicas, a paralisação da Reforma Agrária e a retirada de direitos da classe trabalhadora. Recentemente o TCU, em uma ação que supera suas atribuições constitucionais, determinou a paralisação completa da Reforma Agrária, enquadrando através de uma metodologia questionável, 578 mil beneficiários das políticas públicas no campo. 

WhatsApp Image 2016-09-05 at 10.09.32.jpeg Em Jornada de Lutas Unitária, Sem Terra bloqueiam a rodovia Anhanguera

Pernambuco 

Cerca de 500 Sem Terra ocuparam a sede do Incra e os vão permanecer no local até a próxima sexta-feira (9).

A ocupação faz parte da Jornada de Lutas Unitária e além das pautas já apresentadas, os Sem Terra exigem a desapropriação de área para fins de Reforma Agrária e também acesso ao crédito para agricultura familiar.

Nota del MST sobre el impeachment de la Presidenta legítima Dilma Rousseff

Después de la violación de la Constitución brasileña consolidada por 61 senadores en este 31 de agosto de 2016, el Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra manifiesta públicamente el repudio al golpe parlamentario – judicial- mediático instalado en Brasil.

La farsa que sustentó este proceso fue desenmascarada durante el propio juicio, desmontada por la defensa y por a fragilidad de la acusación, y reconocida por las limitaciones en retirar los derechos políticos de la presidenta, a la elite económica y política brasileña hiere gravemente el proceso democrático y colocan en riesgo la legitimidad del voto del pueblo.

Coherentes con el histórico de defensa de la democracia, nos recusamos a reconocer al gobierno de Michel Temer. Tenemos convicción de que el impeachment no es el último acto de violencia contra los derechos del pueblo brasileño promovido por las élites económicas y políticas de Brasil.

De esta forma, denunciamos:

. La tentativa de entra del Pré-Sal brasileño, retirando la exclusividad de la explotación petrolífera de la Petrobras. 
. La tentativa de flexibilización de los directos laborales, de los derechos jubilatorios y de vaciamientos del Sistema Único de Salud. 
. La tentativa de privatización de los bienes comunes, sumado al retroceso de todas las áreas sociales, tales como educación y demente del Programa Mi Casa, Mi Vida.

La salida de la crisis política, económica y social que vivimos es la defensa irrestricta de la democracia. Creemos que es fundamental cambios en el sistema político brasileño y defendemos la convocatoria de una Constituyente Exclusiva para cambiar el sistema político. Es preciso garantizar la inclusión del pueblo en los procesos de toma de decisión del país, de forma de garantizar la participaron popular en los temas de interés nacional, tales como las reformas estructurales, históricamente impedidas por la clase dominante.

Anunciamos que nuestra movilización no se acaba con el golpe instalado. Seguiremos en lucha, organizando al pueblo de campo y construyendo la unidad con las luchas urbanas. La restauración de la democracia brasileña y los cambios necesarios para la construcción de un país más justo y soberanos serán nuestra guía para el próximo período.

Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra.

Loja do MST em São Paulo expõe solução agrária, ecológica e alimentar

Inauguração do Armazém no Campo reuniu visões de resistência, igualdade e busca por qualidade de vida. Evento contou com a presença de Haddad, Suplicy, Trajano, entre outros 400 visitantes

por Gabriel Valery, da RBA publicado 31/07/2016

https://youtu.be/BIjCpcogYc0

São Paulo – Bananas, alface, couve, agrião, saúde e boas políticas. São Paulo ganhou neste sábado (30) a loja Armazém do Campo. A iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) traz produtos orgânicos, livres de agrotóxicos, vindos da reforma agrária e da pequena agricultura. É uma forma de combater o "momento do câncer", definiu o produtor rural José Wilk, o Lico.

 

O evento de inauguração reuniu cerca de 400 pessoas na loja, sediada no bairro de Campos Elíseos, região central da capital paulista. Lico fez questão de conhecer os novos consumidores. Entre eles, estavam o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), Ana Estela Haddad, o ex-senador Eduardo Suplicy, os coordenadores do MST João Pedro Stédile e Gilmar Mauro, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e os jornalistas José Trajano e Paulo Henrique Amorim, entre outros.

 

"Temos uma epidemia de doenças na sociedade, que nunca culpa o alimento. Quando você pesquisa a fundo, existem provas de que os venenos dos alimentos aceleram o câncer que viria um dia, ou cria em quem não deveria ter", afirmou Lico. Boulos concorda com a sentença do agricultor e vê no Armazém um local simbólico de avanços sociais: "A agroecologia faz um contraponto fundamental ao que representa o agronegócio, que envenena os alimentos das famílias brasileiras, e ao conservadorismo crescente".

 

A boa presença do público repete o sucesso das feiras de orgânicos. A própria experiência do Armazém surge de um desses eventos, a 1ª Feira Nacional da Reforma Agrária, no Parque da Água Branca, realizada no ano passado. "As pessoas compraram bastante lá, e muitas passaram a perguntar e pedir para o pessoal do MST por mais feiras do tipo, o que nos motivou", explicou o coordenador responsável pela loja, Rodrigo Telles, filho de assentados no Paraná.

 

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    Gilmar: agricultura já foi vista como lugar de quem não estudou e ainda rende expressões pejorativas. Está mudando

 

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    O coordenador Rodrigo e o agricultor Lico: preço justo para produtor e consumidor

 

Gilmar Mauro observa um movimento de mudança na visão da sociedade sobre agricultura e trabalhadores rurais. "É uma alteração de paradigma, muito em razão dos problemas que a sociedade urbana vive, como a dificuldade de ter uma alimentação saudável. A agricultura já foi vista como lugar de quem não estudou. Inclusive, expressões pejorativas são utilizadas até hoje, como 'mandar para a roça', 'plantar mandioca', 'resolver pepino', 'pisar do tomate'. Essa questão histórica está mudando e nós, trabalhando para construir qualidade de vida", disse.

 

Mauro acredita que o Armazém é parte da construção de uma nova cultura no país. "Queremos políticas públicas para a reforma agrária, mas também, queremos políticas que apontem para uma perspectiva de pesquisa e construção de insumos agroecológicos. Queremos debater com a sociedade o tipo de comida que a humanidade quer, que tipo de uso queremos da terra, do solo, da água e dos recursos naturais. Para fazer o que o capital faz hoje com o meio ambiente, não precisa de reforma agrária. Esse modelo causa impactos gravíssimos para toda a humanidade", afirmou.

Boas políticas

 

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    Stédile, com Suplicy e Haddad: é tempo de solidariedade e de resistência, nestes tempos sombrios de governo golpista

 

Lico passou por um longo caminho até chegar ao Armazém. "Antes de chegar à produção, eu morava em uma favela em Jundiaí (no interior de São Paulo). Morava com minha família em uma casa muito pequena, éramos 12. Um dia um rapaz chamado Luiz, do MST chegou até nós falando sobre as possibilidades de mudar de vida através da reforma agrária. Fomos para um acampamento para lutar por terras improdutivas e torná-las produtivas. Estudei por quatro anos, adquiri conhecimento e respeito pela terra e consciência política para viver no campo. Comecei a produzir com a ideia: por que comer alimentos envenenados se podemos criar com qualidade?"

 

O jornalista Trajano elogia o movimento. "É muito interessante o que está acontecendo. O MST faz um trabalho magnífico, de emocionar. Cada conquista como essa é um passo adiante na resistência. É fundamental que as pessoas tenham acesso aos produtos da agroecologia feitos em assentamentos", afirmou.

 

Para o prefeito Haddad, são escolhas políticas que promovem as mudanças. "Temos um trabalho já feito e um pela frente. Pessoalmente, lembro a primeira vez que tive contato com algo neste sentido, com um projeto que obriga a implantação de alimentos oriundos da agricultura familiar na merenda escolar", disse em relação à Lei 11.947/09, que determina que no mínimo 30% dos alimentos das merendas escolares de todo país seja fruto da agricultura familiar. O projeto faz parte do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), desenvolvido durante o segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

 

Haddad apontou também para duas iniciativa de sua gestão que considera importantes. "Resgatamos o conceito de área rural em São Paulo através do Plano Diretor Estratégico (PDE), criando e estimulando a agroecologia familiar e o ecoturismo nos extremos da cidade. Também sancionamos uma lei que obriga a substituir todos os produtos da merenda escolar por produtos orgânicos. Começamos a fazer isso de forma gradual. Se você comparar e ver que por aí estão distribuindo merenda seca para as crianças, nós estamos na direção oposta e correta", afirmou, em alusão à distribuição de bolachas e sucos para estudantes secundaristas, inclusive para aqueles do ensino integral, pela gestão estadual do governador Geraldo Alckmin (PSDB) .

Vitrine da resistência

 

O evento ganhou tempero político. Palavras como "resistência" e "contraponto" foram ouvidas muitas vezes. O casal de moradores do bairro vizinho de Santa Cecília, Celso e Sônia Favarito, entrou no clima. "Acompanhamos o belo trabalho do MST e sempre buscamos produtos orgânicos de qualidade. Precisamos desse tipo de iniciativas, especialmente na maré do conservadorismo e reacionarismo que vivemos. É a reação popular ao capitalismo predatório", disse Celso.

 

Stédile, ao microfone, tratou de acentuar. "O novo paradigma da reforma agrária é a solidariedade. Ela não é só camponesa, é popular e de resistência. Também de resistência nestes tempos sombrios de governo golpista", afirmou, criticando a conduta do presidente interino, Michel Temer (PMDB), que promove o desmonte de políticas públicas na chefia chefia do Executivo enquanto tramita no Senado o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT). Sua fala despertou o coro de "Fora, Temer".

 

Paulo Henrique Amorim, reiterou: "As forças políticas que elegeram Dilma sofreram uma derrota muito grave com o golpe em curso. Espero efetivamente que essas forças se reorganizem para reverter esse panorama, e a liderança do Stédile é um dos pontos centrais exuberantes da resistência".

Agroecologia x agronegócio

 

Para Rodrigo Telles, apesar do momento político complicado, o levante da agroecologia é efetivo e duradouro. Segundo ele, o Armazém receberá alimentos oriundos de assentamentos e da agricultura familiar de todo o país. "Vamos trabalhar de três formas diferentes. Temos a loja de produtos orgânicos, um espaço de distribuição e venda para o atacado e o café, com salgados e doces feitos com ingredientes encontrados na loja”, disse o coordenador do espaço. E os preços, como ele garante, são pensados com uma margem mínima, para manter o negócio sem exorbitar no lucro nem promover competição predatória.

 

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    Loja serve bebidas, doces e salgados feitos com produtos agroecológicos

 

"Sempre estamos em contato com todos diretamente. Vemos o que o produtor acha correto, o que achamos certo e assim começamos a pensar no valor. Em um segundo momento, pensamos no consumidor. Queremos que todos tenham acesso", explica Lico, assegurando que mesmo pessoas de renda baixa possam comprar, sem prejuízo ao agricultor.

 

A reportagem comparou preços praticados em grandes supermercados com os oferecidos pelo Armazém do Campo. O alface, por exemplo, sai nas grandes redes por R$ 6,20, em média. Na loja do MST, por R$ 4. O abacaxi orgânico, quando encontrado em supermercado, custa por volta de R$ 14; no Armazém, foi comprado por R$ 6. A dúzia da banana de R$ 7 no mercado saiu por R$ 6 na nova loja.

 

Lico explica que a questão do preço pode variar de acordo com a época do plantio. "Tentamos trabalhar muito com rotação de culturas, porque alguns produtos não dão o ano todo. Sempre procuramos obedecer as leis da terra. E às vezes alguns produtos não vingam em determinadas épocas. Mas sempre estamos estudando técnicas, como a adubação verde, para conseguir o máximo de produtos a maior parte do ano."

 

:: O Armazém do Campo fica na Alameda Eduardo Prado, 499, Campos Elísios

:: Inicialmente, deve funcionar de segunda a sexta das 8h às 19h (aos sábados, das 9h às 18h)

:: De acordo com Telles, existe a intenção de estender o atendimento também para os domingos em breve

Escuela Nacional Florestan Fernandes lanza la campaña para financiar campo de fútbol

Estimados compañeros y compañeras, amigos/as del  MST y de la ENFF, estudiantes, maestros, trabajadores y trabajadores del mundo,

 Todos/os ustedes conocen nuestra Escuela Nacional Florestan Fernandes, casa de todos/as los/as trabajadores/as del mundo.

 Muchos/as de ustedes que estuvieran en cursos, seminarios, reuniones en nuestra escuela, jugaran o asistieran a un partido de fútbol en nuestro campo.

Para reformar y mejorar nuestro campo, el espacio del fútbol que democratiza, que politiza, que guía, que se manifiesta y que revoluciona, empezamos una campaña de solidaridad: la campaña del campo Dr. Sócrates.

 

Acece: www.catarse.me/campodrsocratesbrasileiro para ver el video y contribuir

 

(El video tiene subtítulos en Inglés y Español -. Acceso a través de la función de subtítulos)

 

Para hacer contribuciones: https://www.catarse.me/projects/33688/contributions/new?reward_id=76899

 

La campaña se prolongará hasta el 30 de agosto. Por lo tanto, contribuya ahora! Su solidaridad es muy importante.

 

Esto es un sueño colectivo y compartido que está empezando. Venga y sea parte de esta historia!

 

 

Escola Nacional Florestan Fernandes Lança Campanha para financiar campo de futebol

 

Estimados companheiros e companheiras, amigos/as do MST e da ENFF, estudantes, professores, trabalhadores e trabalhadoras do mundo,

 

Todos/as vocês conhecem a nossa Escola Nacional Florestan Fernandes, casa de todos/as os/as trabalhadores/as do mundo.

 

Muitos/as de vocês, ao participar de cursos, encontros, seminários em nossa escola, jogaram ou assistiram a um jogo de futebol no nosso campo.

 

Para reformar e melhorar o nosso campo, o espaço do futebol que democratiza, que politiza, que norteia, que se manifesta e que revoluciona, iniciamos uma campanha de solidariedade: a campanha Campo Dr. Sócrates.

 

Acesse: www.catarse.me/campodrsocratesbrasileiro para ver o vídeo e contribuir

 

(O vídeo tem legendas em inglês e espanhol – acessar através da ferramenta de legendas. )

 

Para fazer contribuições acesse: https://www.catarse.me/projects/33688/contributions/new?reward_id=76899

 

A campanha vai até dia 30 de agosto. Portanto, contribua agora! Sua solidariedade é muito importante .

 

Esse é um sonho coletivo e compartilhado que está apenas começando. Venha fazer parte dessa história!

 

Florestan Fernandes National School launches campaign to fund soccer pitch

 

Dear comrades, friends of the MST and ENFF, students, teachers, workers of the world,

 

All of you know our Florestan Fernandes National School, home of all workers of the world.

 

Many of you, when attending courses, meetings, seminars in our school, have played or watched a football game in our field.

 

To renovate and improve our field, the space of football that democratizes, politicizes, guides, which manifests itself and that revolutionizes, we began a campaign of solidarity: the Field Dr. Socrates campaign.

 

Access: www.catarse.me/campodrsocratesbrasileiro to see the video and contribute

 

(The video has subtitles in English and Spanish – access through the subtitles tool)

 

To make contributions access:

https://www.catarse.me/projects/33688/contributions/new?reward_id=76899

 

The campaign runs until August 30. Therefore, contribute now! Your solidarity is very important.

 

This is a collective and shared dream that is just beginning. Come be part of this story!

Dois meses de golpe neoliberal, contra o povo e a democracia

Por Joao pedro stedile

 1.O Brasil vive uma grave crise econômica, política, social e ambiental.    Vivemos crises históricas semelhantes  na década de  30, 60 e 80.    Todas elas  exigiram grandes debates na sociedade, enorme participação política e disputas na luta de classe.   Seu desenlace  sempre foi demorado e só foi  possível  em torno de um novo projeto, que conseguisse aglutinar base social  para o sustentar.  Ou então as classes dominantes apelavam  para a manu militar.

E nesse momento, o que está acontecendo?    A classe dominante não tem um projeto de país.  O governo Temer/cunha é apenas uma tentativa de aplicar rapidamente  medidas de interesse dos capitalistas.  A classe dominante está dividida entre três núcleos de direção política.  Um núcleo do poder econômico, que é hegemonizado pelo capital financeiro e pelas  empreas transnacionais. Quer aplicar a receita neoliberal. Mas é um projeto anti-nacional e anti-popular.  Um nucleo lumpenburgues, formado pelos parlamentares dos partidos conservadores e liderados por  Cunha-Temer-Jucá, que se move apenas por interesses mesquinhos. E um terceiro núcleo,que  atua por motivações ideológicas, com vínculos também internacionais, que é o núcleo da Rede Globo,Moro, MPF-PF.     Entre eles há divergências e contradições.  Pois se movem por interesses própios e não em torno de um projeto de país.

Na ausência de projeto, e diante do agravamento da crise,  resolveram  dar um golpe institucional na Presidenta Dilma, tomaram  de assalto o governo, com  a conivência do poder judiciario, para  tentar aplicar um programa  neoliberal de emergencia.

 

2. Todos os dias o governo Golpista toma medidas contra os  trabalhadores e seus direitos.  Seu objetivo principal é recompor a taxa de lucro e o processo de acumulação concentrada da riqueza no Brasil, a favor dos bancos e das grandes empresas transnacionais.  Para isso, estão atacando os direitos dos trabalhadores e os direitos sociais em geral.  Alem de aumentar o desemprego, que é uma forma de rebaixamento dos salários e dominar a classe trabalhadora.

Estão assaltando os cofres públicos, limitando gastos sociais  e com isso destinar os recursos antes para educação, saude, previdência, agora para iniciativas de interesse  apenas dos capitalistas. Segundo os esconomistas estão disputando ao redor de 200 bilhões de reais do orçamento da União.

Já os 400 bilhões destinados ao pagamento de juros aos bancos, são intocaveis.  Querem aumentar a idade minima de aposentaria para 65 anos e até 70 anos como defendeu o impostor Temer.  E nenhuma palavra sobre os 62 bilhões de reais de isenção da previdencia dado às empresas, somente em 2015.

Estão retomando o processo de privatização,  começando pelo pré-sal (com a revogação da lei da partilha ja aprovada a camara)e  pela elétricas…  Estão desmontando os serviços públicos e ameaçam até o SUS e o programa mais médicos.   Avisaram que  nossas terras serão entregues ao capital estrangeiro.. Fecharam  o MDA (Ministerio do desenvolvimento agrario) e acabando com as politicas para a agricultura familiar e a reforma agraria.

Seus apoiadores nas ruas diziam lutar contra a corrupção. Devem estar envergonhados.   Já tiveram tres ministros renunciados..por denuncias, e há diversos outros  arrolados em processos de desvios de dinheiro publico.  Jucá disse claramente que o golpe era apenas para parar a oepração lava-jato… Cunha renunciou a presidencia da Camara para salvar a pele e seus dólares.  Nunca houve governo envolvido com tantas denuncias de corrupção como esse.

3. Os movimentos populares  reunidos na Frente Brasil Popular, temos defendido  sistematicamente, que  o primeiro passo é garantir o respeito a democracia,  que a Presidenta Dilma reassuma o comando do Governo.    Porém, que se comprometa desde logo com uma CARTA COMPROMISSO com o povo,  com um novo programa em defesa das necessidades do povo e da soberania nacional.

Segundo passo, é a Presidenta Dilma reorganizar um ministério em dialogo com a sociedade.  E aplicar um programa que segure a crise econômica e  resolva os problemas do povo.

Terceiro , precisamos urgentemente fazer uma reforma política, para reconstruir e democratizar o sistema eleitoral brasileiro, para que o povo possa de fato eleger os seus verdadeiros representantes.  Como o atual congresso não quer e nem tem moral para aprovar os projetos de reforma politica que dormem em suas gavetas, a unica saida seria convocar via plebiscito  uma assembleia constituinte exclusiva para fazer rapidamente a reforma politica, antes das eleições de 2018.

E em quarto lugar, precisamos ir construindo um novo projeto popular para o Brasil, a apartir de um amplo debate de propostas e idéias com todos setores da sociedade brasileira.   Embora isso leve tempo, é o único caminho para sairmos verdadeiramente  da crise.

Tudo isso, só terá forças,no entanto,   não pela justeza da proposta, mas se conseguirmos motivar as amplas massas da classe trabalhadora a participar ativamente, se mobilizando nas ruas.   Temos defendido que é necessario organizar grandes mobilizações nacionais da classe trabalhadora, contr ao Golpe, o desemprego  e as medidas anti-soberania nacional que os golpistas estão tomando.   E  viabilizarmos uma greve geral da classe trabalhadora, como forma de protesto e de alterar a correlação de forças.   

As Frente Brasil popular e a Frente Povo sem medo, acordaram tambem realizar uma grande mobilização no Rio de janeiro  e nas capitais, no dia 5 de agosto, na abertura das olimpiadas.

O desfecho dessa crise, é ainda uma icógnita, mas a luta será prolongada e árdua..

 TWO MONTHS OF THE NEOLIBERAL COUP AGAINST THE PEOPLE AND DEMOCRACY 

 

By Joao Pedro Stedile

 

1. Brazil is experiencing a severe economic, political, social, and environmental crisis. We lived through similar historical crises in the 30s, 60s and 80s. All of them demanded big discussions in society, huge political participation and conflicts in the class struggle. Its outcome was always slow in coming and was only possible around a new project that could unite a social base to support it. Or then the ruling classes called on the military.

 

And what's happening right now? The ruling class has no project for our country. The Temer / Cunha government is just an attempt to quickly implement measures in the interest of the capitalists. The ruling class is divided into three nuclei of policy direction. One is the economic power, which is dominated by finance capital and transnational corporations. They want to apply the recipe of neoliberalism. But it is an anti-national and anti-popular project. One is the lumpen bourgeoisie formed by parliamentarians from conservative parties and led by Cunha-Temer-Juca, which is motivated only by narrow interests. And the third acts for ideological reasons, also with international links, which is the core of Rede Globo, Moro, MPF-PF. Among them there are disagreements and contradictions. They are motivated by their own interests and not around a national project 

 

In the absence of a project and given the worsening of the crisis, they decided to give an institutional blow to President Dilma; they attacked the government with the connivance of the judiciary to try to apply a neoliberal program based on the emergency. 

 

2. Every day the coup government takes measures against the workers and their rights. Its main objective is to restore the rate of profit and the process of the concentrated accumulation of wealth in Brazil for banks and transnational corporations. To do this, they are attacking the rights of workers and social rights in general. In addition to increasing unemployment, which is a way of lowering wages and dominating the working class.

 

They are robbing the public coffers, limiting social spending and thus taking the resources allocated before to education, health, social security, now destined for initiatives that are of interest only to the capitalists. According to economists, they are s are vying for around 200 billion reais of the State budget. 

 

Already 400 billion for the payment of interest to banks, are untouchable. They want to increase the minimum age of retirement to 65 years and up to 70 years as the impostor Temer has advocated. And no word about the 62 billion reais in exemptions from paying into Social Security given to the corporations just in 2015.

 

They are resuming the privatization process, starting with the pre-salt (to repeal the law of sharing already approved by Congress) and power companies … they are dismantling public services and even threatening SUS and the program for more doctors. Warned that our lands will be handed over to foreign capital .. They closed the MDA (Ministry of Agrarian Development) and they are putting an end to the policies for family agriculture and agrarian reform.

 

Their supporters in the streets said they are fighting corruption. They should be ashamed. They have had three ministers have to resign because of charges filed against them, and there are several others listed in public embezzlement processes. Juca clearly said that the coup was just to stop the “Car Wash” operation … Cunha resigned the presidency of Congress to save his skin and his dollars. There has never been a government involved with so many accusations of corruption like this. 

 

3. Popular movements gathered in the Brazilian People's Front have consistently held that the first step is to ensure respect for democracy, that President Dilma must reassume command of the government. However she must commit to undertake immediately a COMMITMENT LETTER with the people, with a new program in support of the needs of the people and national sovereignty. 

The second step is for President Dilma to organize a ministry in dialogue with society. And apply a program that handles the economic crisis and solves the people's problems. 

 

Third, we must urgently carry out a political reform to rebuild and democratize the Brazilian electoral system, so that people can actually elect their true representatives. As the current Congress does not want to and does not have the moral authority to approve the projects for political reform that are hidden away in their desk drawers, the only way out would be to call via plebiscite for an exclusive constituent assembly to quickly carry out the political reform before the 2018 elections. 

 

And fourthly, we need to go on building a new popular project for Brazil, starting with a broad discussion of proposals and ideas with all sectors of Brazilian society. Although it takes time, it is the only way to truly get out of the crisis. 

 

All this will come about however, not based on the correctness of the proposal, but if we can encourage the broad masses of the working class to actively participate, mobilizing themselves in the streets. We have argued that it is necessary to organize large national mobilizations of the working class against the coup, unemployment, and the national anti-sovereignty measures that the coup leaders are taking. And if it becomes possible for the working class to call a general strike as a form of protest and change the correlation of forces. 

 

The Brazilian Popular Front and the People's Front have fearlessly agreed also on a great mobilization in Rio de Janeiro and the capital on August 5th at the opening of the Olympics.

 

The outcome of this crisis is still unknown, but the fight will be long and arduous.

Premios Nobel al servicio de Monsanto y Syngenta

http://www.jornada.unam.mx/2016/07/05/opinion/016a2pol

Silvia Ribeiro*

Son pocas las veces que tanta gente prominente del ámbito científico presume su ignorancia en tan corto espacio. Así es la carta pública que un centenar de ganadores del premio Nobel publicaron el 30 de junio defendiendo los transgénicos, particularmente el llamado arroz dorado y atacando a Greenpeace por su posición crítica a estos cultivos. La misiva abunda en adjetivos y apelativos altisonantes, hace afirmaciones falsas y no da argumentos, por lo que parece más una diatriba propagandística de empresas de transgénicos que científicos presentando una posición.

Para empezar, el llamado arroz dorado (arroz transgénico para expresar la provitamina A) que defienden con tanto énfasis, no existe. No por las críticas que le haya hecho Greenpeace y muchas otras organizaciones, sino porque sus promotores no han podido hacer una formulación viable, pese a casi 20 años de investigación y más de 100 millones de dólares invertidos. Tampoco han demostrado que tenga efecto en aportar vitamina A.

La primera versión de ese arroz transgénico con betacaroteno (GR1) fue un accidente de investigadores suizos que experimentaban otra cosa, por lo que nunca controlaron exactamente el proceso. Esa versión requería comer kilos de arroz diariamente para completar la dosis necesaria de vitamina A. Luego Syngenta compró la licencia y como propaganda donó la licencia de investigación a una fundación, en la que es miembro la Fundación Syngenta. Pero la empresa retuvo los derechos comerciales. En 2005, anunció la versión GR2, con más provitamina. Pero no ha podido demostrar que la provitamina sea estable, ya que se oxida fácilmente y en poscosecha disminuye a 10 por ciento del contenido. Como es una manipulación genética experimental de alteración de rutas metabólicas, podría tener cambios imprevistos con efectos graves para la salud. Varios científicos han señalado esos riesgos y los mitos del arroz dorado (entre otros, D. Schubert, 2008, y Michael Hansen, 2013; http://goo.gl/ChvI4Q).

Por otro lado, vegetales comunes como la zanahoria, col, espinaca y muchos tipos de quelites –hierbas comestibles comunes que acompañan la siembra campesina y las culturas culinarias tradicionales– aportan mucho más vitamina A que ese arroz, sin efectos secundarios y sin pagar a trasnacionales. Por el contrario, la agricultura industrial y de precisión que defienden en la carta de los Nobel, por ser plantadas en grandes monocultivos con agrotóxicos, eliminan esos quelites y también a los campesinos, desplazados y contaminados por las megaplantaciones.

La carta afirma que el hambre es por falta de alimentos, lo cual es falso: la producción mundial de alimentos sobra para todos los habitantes del planeta ahora y en 2050. Si existen hambrientos y desnutridos es porque no tienen tierra para producir ni pueden acceder a los alimentos. La cadena agroindustrial de alimentos –que detenta los transgénicos– desperdicia de 33 a 40 por ciento de la comida producida según datos de la FAO, lo cual alcanza para alimentar a todos los hambrientos del mundo. Además, como informa Greenpeace en su respuesta, 75 por ciento de la tierra agrícola se usa para producir forrajes para animales en cría industrial y agrocombustibles, no alimentos. (goo.gl/e5xEwc).

La afirmación de que los transgénicos son seguros para el ambiente y la salud ha sido rebatida, con argumentos y referencias científicas, por más de 300 científicos convocados por la Red Europea de Científicos por la Responsabilidad Social y Ambiental (goo.gl/VM8i3W).

Pero quizá lo más notable es que la carta no menciona que sólo seis trasnacionales (en vía de volverse tres) controlan todos los agrotransgénicos en el mundo, 61 por ciento de todas las semillas comerciales y 76 por ciento del mercado global de agrotóxicos. ¿Cuánta falta de ética y honestidad es necesaria para ocultar que su propuesta de agricultura de precisión es el negocio de un puñado de trasnacionales, todas con larga trayectoria de violación de derechos ambientales, humanos y a la salud?

La sombra de las trasnacionales cae pesadamente sobre esta carta supuestamente científica. Se dicen preocupados por el hambre y los niños desnutridos en el sur global, pero eligen presentar la carta en una conferencia de prensa en Washington, Estados Unidos, en un momento muy oportuno para favorecer a las empresas de transgénicos. En esta semana el Congreso debe votar una ley sobre etiquetado de transgénicos que quiere impedir que los estados tomen decisiones en este tema. Buscan anular la norma de etiquetado que comenzó a regir desde el 1º de julio en Vermont, luego de un referendo que votó en favor de ello.

A su conferencia de prensa se impidió asistir a Greenpeace, cuyo representante fue bloqueado por Jay Byrne, ex jefe de comunicaciones de Monsanto, que increíblemente ¡funcionaba de portero de la conferencia! (goo.gl/i8FXDg). Lejos del altruismo científico, los firmantes organizadores de la carta, Richard Roberts y Phillip Sharp, son también empresarios biotecnológicos. El sitio donde publican la carta es un espejo de otro que redirige al Genetic Literacy Project, frente de propaganda disfrazado de las trasnacionales de transgénicos y agrotóxicos. (GMWatch goo.gl/WekAin).

Pero lo más ofensivo es su pregunta final: ¿Cuánta gente pobre debe morir para considerar [la crítica a los transgénicos] un crimen contra la humanidad? Opino que los firmantes deben ir inmediatamente a las zonas de plantaciones de soya transgénica en Paraguay, Argentina, Brasil, donde las madres pierden los embarazos y niños y trabajadores mueren de cáncer por los agrotóxicos de los cultivos transgénicos. Esos son crímenes contra la humanidad.

* Investigadora del Grupo ETC