BREVE ANÁLISIS DE LAS ELECCIONES
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Secretaría Nacional MST
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O povo votou contra o modelo das elites e FHC Passado o primeiro turno das eleições, todo mundo está fazendo suas avaliações sobre o que povo disse nas urnas. A campanha foi pouco politizada, ou seja, em geral os candidatos não debateram projetos para o Brasil ou não analisaram as verdadeiras raízes dos problemas da sociedade brasileira – a prioridade foi o uso da televisão para os candidatos majoritários – com os marqueteiros preferindo conquistar a emoção dos eleitores e não a razão. E isso contribuiu para a despolitização e para a desmotivação da população em geral com o processo eleitoral. Os candidatos proporcionais inundaram os postes e fizeram muitas reuniões nos setores sociais que os apoiam. E, na reta final, a militância social entrou de cheio na campanha, conseguindo, em muitos Estados, alterar os resultados da eleição para governador e para senador. Este fato os institutos de pesquisa não detectam. Eles sempre se "esquecem" de combinar suas previsões com o povo! Vitória da esquerda Apesar deste cenário, o resultado das eleições foi uma vitória da oposição. Uma vitória da esquerda. No geral, 76,8% dos eleitores votaram nos candidatos a Presidente que faziam oposição ao atual modelo. Ou seja, o modelo econômico atual, o neoliberalismo e o governo FHC foram amplamente derrotados! Portanto, Lula já vai vitorioso para o segundo turno; só um milagre pode conseguir convencer os eleitores de oposição a acreditar no Serra. Até os empresários comentam na grande imprensa que, desse jeito, seria melhor Lula ter ganho logo no primeiro turno. Assim, ele teria mais tempo para montar sua equipe e acalmar o mercado. Voltaremos à realidade Precisaremos enfrentar os graves desafios da dependência externa, da imposição da Alca, da OMC, da dívida externa, da espoliação coletiva promovida pelo capital financeiro, do latifúndio, do monopólio dos meios de comunicação e das mazelas sociais que nosso povo enfrenta. Tudo isso exigirá um verdadeiro reascenso do movimento de massas para pressionar por mudanças reais e garantir que o governo Lula seja, de fato, um governo popular. Elementos para refletir sobre a conjuntura política nacional I – Vitória 2. O povo votou em mudanças. Mas continua despolitizado e não houve uma participação entusiasta. 3. A vitória eleitoral não foi fruto de um reascenso do movimento de massas, foi resultado do fracasso do modelo econômico adotado pelas elites. 4. As alianças e a forma de disputa levarão a um governo de centro esquerda. II – O cenário 2. Mas o modelo deixou duas armadilhas: a dependência externa e vulnerabilidade da economia à especulação financeira – cambial; e a dependência do orçamento público à dívida interna. 3. Caminhamos para o agravamento da crise econômica a curto prazo. 4. Não há soluções fáceis, simples ou de curto prazo. III – As perspectivas 2. A direita que aderiu ao governo Lula (e sua imprensa) vai exigir combate e vigilância "aos radicais" do PT. 3. Será um governo de disputa e tensionamentos, num quadro de crise. 4. O governo vai negociar o tempo todo. A proposta dos setores majoritários do partido é o pacto social, abrindo mão inclusive de direitos históricos dos trabalhadores, em nome da governabilidade. 5. A esquerda, em geral, e as forças populares estão difusas e desorganizadas. Não há um quadro de reascenso do movimento de massas. 6. Lutar sozinhos sem mobilização de massas, pode levar a um isolamento político. IV – Desafios para as forças populares 2. Intensificar a formação de quadros. 3. Construir uma unidade popular para evitar o sectarismo e o isolamento. Para isso será fundamental construir um movimento popular a partir dos comitês populares contra a ALCA, como fator de unidade entre todas as forças. 4. Estimular o movimento de massas, embora seu reascenso não dependa apenas de vontade política. Será necessário utilizar criativamente a pedagogia de massas, sem cair no ceticismo do "contra-tudo", e nem na ilusão de que agora tudo será resolvido.
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