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VíaCampesina en Rostock: l@s campesin@s participan en las movilizaciones!!!

L@s campesin@s y l@s trabajador@s del campo, hombres y mujeres, las organizaciones
miembros de Vía Campesina vinieron a Alemania de Francia, del Euskal Herria, de Bélgica, de
Quebec, de Austria, de Noruega, de Nicaragua y de Nepal para participar en las grandes
manifestaciones anti-G8 en Rostock, al norte de Alemania del 1 al 8 de junio.

Más de 40 delegados internacionales vinieron para compartir ideas y experiencias y para
expresar su solidaridad internacional con los movimientos sociales a la vez nacionales e
internacionales que se oponen a las políticas económicas y agrícolas de los gobiernos del G8.
Los campesinos de Vía Campesina acamparon con más de 5000 activistas en grandes campamentos temporales instalados en los alrededores de Rostock. Los campamentos están
autoorganizados de manera no jerárquica y se apoya en la solidaridad y el empeño de las
personas que permanecen allí.  

Diferentes acontecimientos se han dado en Rostock desde el 2 de junio, cuando cerca de 100.000 personas expresaban su cólera frente al sistema económico y político que los
países de G8 sostienen marchando de un extremo a otro de la ciudad. Las manifestaciones de los días siguientes (hasta el día del lanzamiento de contra cumbre el 6 de junio) se
concentraron en elementos particulares de estas políticas.

El 3 de junio, Día de acción sobre la Agricultura, fue particularmente importante para Vía
Campesina y estubo marcada por una gran manifestación por la soberanía alimenticia organizada por una red alemana de organizaciones que trabajan en la alimentación y la agricultura. La manifestación fue pacífica y coloreada. Los campesinos alemanes de ABL (miembro de Vía Campesina) condujeron sus tractores hasta el centro de la ciudad. Más tarde, un circuito se acabó cerca de un campo de patata OGM a Grueso Lusewicz donde organizaciones nacionales e internacionales expresaron su oposición a la cultura OGM que aprovecha sólo a la industria y pone en peligro la salud de los consumidores, la agricultura campesina y el medio ambiente.

El 3 de junio también se efectuó la primera Asamblea de los Jóvenes para el derecho a la tierra y a la agricultura organizada por ello Vía Campesina. Esta reunión en la cual participaron cerca de 70 personas subrayó la dificultad para los jóvenes de hacerse campesinos, particularmente cuyos padres no son ellos la misma campesinos. El acceso a la tierra y a las infraestructuras es muy caros y explica que es difícil y arriesgado para los jóvenes de comencar en agricultura.

Los participantes denunciaron las políticas agrícolas que favorecen el agribusiness y arruinan la agricultura campesina. Pero también presentaron experiencias diversas y políticas
alternativas posibles que animan las pequeñas granjas y la producción local en lugar de la
agricultura industrial.  

El 4 de junio, Vía Campesina participó en el Día de acción de los Emigrantes. La falta de
acceso a se recarga agrarios empuja millones de mujeres y hombres a migrar.

Los días de acción son seguidos por una cumbre alternativa que se efectua durante la reunión oficial de los jefes de Estado. Los movimientos sociales y las organizaciones van a discutir sobre problemas tales como el recalentamiento climático, las desigualdades mundiales y los convenios comerciales con una perspectiva ciudadana. Mientras que los medios de
comunicación alemanes e internacionales se concentren sobre los problemas de seguridad, lo que realmente está en juego a Rostock es el desafío llevado a las políticas destructivas de G8
y la creación de un mundo donde la justicia prevaldría.

Monocultura de eucalipto: Crimes ambientais, pobreza e desemprego

15 de mayo de 2007. A monocultura é vista pelos ambientalistas como uma das principais causas da destruição do meio ambiente. No caso do eucalipto, muitos produtos químicos são utilizados para acelerar o crescimento e as árvores sugam uma quantidade enorme de água do solo. Isso enfraquece a terra e acaba com a biodiversidade local. Grandes empresas de celulose, como por exemplo a multinacional Aracruz, além de cometerem crimes ambientais, geram pobreza e desemprego, e são responsáveis pelo aumento do êxodo rural em muitos estados.

Escuchalo en: http://www.radioagencianp.com.br/images/stories/notplan/mp3/2007/maio/150507debateeucalipto.mp3 

No caso da região de Eunápolis (BA), onde a Aracruz e suas acionistas têm mais de 43 mil hectares de terras, 60% dos agricultores já deixaram a área rural. No estado, a empresa também já foi multada em quase R$ 1 milhão por plantio ilegal. Já no Espírito Santo, a empresa está sendo acusada na Justiça de invadir 11 mil hectares de terras dos povos indígenas Tupinkim e Guarani. Mas mesmo assim, a Aracruz recebe financiamento público do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em entrevista à Radioâgencia NP, o coordenador da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), Marcelo Calazans nos fala sobre os riscos dessa cultura e as estratégias das empresas. Ouçam agora a entrevista.

Radioagência NP: Para iniciar, você pode nos explicar quais são os danos que a monocultura de eucalipto trás especificamente para os agricultores?

Marcelo Calazans: O primeiro dano é a perda dos recursos naturais que antes permitiam as sub-existências de vários grupos sociais. Então, quando essas empresas entram, elas não apenas destroem as condições dos meios que permitiam a vida de populações. Por outro lado, elas também não oferecem em contra parte nenhum tipo de emprego, porque esse tipo de trabalho desemprega em massa. Onde entra eucalipto os índices de empregos são baixos, e as empresas mentem quando dizem que geram muito emprego. Essas plantações geram poucos empregos e em períodos muito reduzidos o que provoca uma clara expulsão do homem do campo.

Radioagência NP: E como essas empresas, que na maioria das vezes são multinacionais, conseguem adquirir grandes propriedades de terras para o plantio?

MC: A estratégia da empresa de adquirir terras é o chamado fomento florestal. O que é isso? É um aluguel de terras. A empresa aluga a terra do camponês, e paga para ele o valor da madeira que ele produz nesta terra. Essa é uma forma que as empresas estão utilizando para dizer que não aumenta o latifúndio, de que não contribui com a concentração de terra e que ajuda a fixação do camponês no campo, mas sabemos que tudo isso é mentira. Então muitos camponeses acabam caindo nesta história, se submetendo a lógica da empresa. Elas têm no fomento florestal, uma forma de se manter expandido mesmo sem comprar terra, é uma forma de terceirizar parte da sua produção. Isso tem sido usado como estratégia de expansão deste setor. Infelizmente, muitos camponeses, por falta de alternativas, têm se subordinado a esse tipo de relação com a empresa.

Radioagência NP: E quais são as perdas que o agricultor pode ter com essa relação?

MC: O problema do eucalipto é que uma vez plantado não dá para extraí-lo tão facilmente como a cana e a soja. O eucalipto é uma árvore com raízes profundas. A reconversão desta área é de custo altíssimo e de tempo muito demorado. Esse é um grande problema que o camponês deve refletir é como depois ele poderá migrar para outra cultura?. O que ele vai fazer com á área? Vai ter uma área toda cortada, cortes rasos, milhares de tocos sobre está área, o que ele vai plantar sobre isso? É uma lógica que no primeiro momento aparece uma alternativa, mas é uma alternativa do desespero é uma alternativa por falta de outras políticas agrícolas e agrárias do governo. Na medida em que o governo não oferece essas alternativas, não diversifica, não pensa a comercialização da agricultura camponesa, aí o eucalipto aparece como alternativa, mas é uma alternativa por falta de política.

Radiagência NP: E porque essas empresas se instalam aqui no Brasil?

MC: Aqui se faz o trabalho sujo. Nós aqui somos apenas um lugar de passagem, por acaso passa aqui. Poderia ser na Tailândia, África do Sul ou Chile, certamente em qualquer outro país onde a legislação ambiental pode ser facilmente driblada, onde os estados não fazem regularizações. A questão do território nacional é complexa de difícil solução, mas o que eu percebo no atual cenário é uma enorme privatização e internacionalização do território brasileiro. Esse processo na verdade é um processo simbólico de um cenário global de privativatização de todos os recursos naturais.

Vocês acabaram de ouvir a entrevista com o coordenador da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE), Marcelo Calazans.

De São Paulo, da Rádioagência NP, Danilo Augusto.

Solidaridad con Josep Pamies: Por una tierra libre de transgénicos

CAMPAÑA DE SOLIDARIDAD CON JOSEP PÀMIES
Por una Tierra libre de transgénicos
Adhesiones a www.assembleapagesa.cat
El 13 de septiembre de 2003, Assemblea Pagesa de Cataluña conjuntamente con Ecologistas en acción de Aragón, realizaron una protesta a causa de la proliferación de campos de experimentación transgénica en nuestras tierras. Con la mayoría absoluta del PP, el estado español se estaba convirtiendo en el principal laboratorio transgénico de Europa, mientras la mayor parte de los pueblos europeos vivían intensos procesos de debate, moratoria y hasta referéndums.

Esa mañana, y siguiendo una convocatoria internacional de Vía Campesina, unas cincuenta personas se concentraron en un campo de experimentación de Syngenta en la localidad de Alcoletge (Lleida), que no reunía ninguna medida de seguridad. Esta multinacional comercializaba entonces el maiz BT176, prohibido en los Estados Unidos, des de 2001, por generar resistencia a los antibióticos
en las personas. Después de hacer una siega simbólica y recoger unas muestras, las personas concentradas fueron a la subdelegación del gobierno en Lleida para entregarlas conjuntamente con un manifiesto. Al no encontrar ningún representante de la administración, se encerraron pacíficamente hasta la llegada de alguna autoridad competente. Justo después de entregar el manifiesto al secretario de esta institución e identificándose convenientemente, las 13 personas
que habían ocupado el edificio, lo abandonaron.

Más de un año después, Josep Pàmies, histórico sindicalista agrario de Balaguer (Lleida) y activista por las llibertades y la dignidad en el campo, recibía una notificación de una denuncia de Álvaro Giménez y Sacanell, guardia civil de puerta de aquel día. Esta misma es la que lo llevará a juicio el día 11 DE JUNIO, bajo las acusaciones de atentado a la autoridad y lesiones, por las que el fiscal pide una pena de 4 años de prisión y una indemnización de 50.000 euros.

La versión tergiversada del guardia manifiesta que recibió “empujones, agarrones y golpes en el labio superior y brazos de los representantes de la mentada Assamblea Pagesa”. Por eso, y según manifiesta el denunciante, ese día se le produjo una lesión que le impedirá utilizar nunca más una arma de fuego, y, en consecuencia, reincorporarse a la carrera militar y al cuerpo. Pero la realidad es
más sencilla: aprovechando su despiste, una parte de los allí congregados se deslizaron hacia dentro, en acto de desobediencia civil.

Des de la Campaña en Solidaridad con Josep Pàmies, denunciamos la falta de fundamento de las acusaciones y el que creemos que es un intento de criminalizar y reprimir la lucha contra la imposición transgéncia. El hecho que se haya denunciado, solamente, a uno de los implicados y que este sea uno de los miembros más visibles de la lucha de base, confirma la voluntad de los aparatos
estatales para escarmentar toda disidencia organizada. Una vez más, se quiere decapitar el ovimiento, tal y como se pretendía hace pocos meses con el juicio a Albert Ferré, portavoz de la Plataforma Transgènics Fora!

Además, pensamos que el guardia presentó denuncia para justificar su incompetencia militar de ese día en que, unos pocos agricultores y ecologistas, armados sólo con mucha picardía, tomaron la subdelegación del Gobierno en Lleida. No queremos ni pensar en la imagen de Josep Pàmies encarcelado. Ni tampoco en la de Giménez Sacanell retirado, con doble paga sin incompatibilidad de cargo, por haber caído en heroico acto de servicio a la patria. ¡No lo vamos a permitir!

Por último, reiteramos los peligros de los cultivos transgénicos sobre la salud, el medio y la agricultura tradicional. Y, como ejemplo, denunciamos el último caso de contaminación transgénica de la variedad autóctona del maiz “del queixal”, que se reproducía en el Centre de Conservació Esporus de Manresa, con el cual queremos, también, solidarizarnos. De acuerdo con todo esto, pedimos:
ABSOLUCIÓN PARA JOSEP PÀMIES
CATALUNYA LIBRE DE TRANSGÉNICOS

ENTIDAD_________________________________________NIF:_____________EMAIL:_______________________
REPRESENTADA POR____________________________________NIF:______________TEL:__________________
Envia a Campanya en Solidaritat amb Josep Pàmies. C/ Lleida, 1-bajos. 25600. Balaguer (Lleida). O bien a pamieslliure@gmail.com.Para aportaciones económicas, No cuenta: 2085 4959 11 0330209363

América Latina: ¿Cooperación o conflicto?

Theotonio dos Santos ALAI AMLATINA, 10/05/2007, Río de Janeiro

En artículos anteriores hemos señalado la favorable coyuntura que vive Latinoamérica y los países del llamado Tercer Mundo, caracterizada por un enorme excedente monetario, una liquidez excepcional que se articula con un momento de fuerte renovación tecnológica y una rebaja dramática de los precios de los productos manufacturados, incluso de las máquinas y equipos, de las materias primas industrializadas y otros insumos de la producción.

En este contexto, se abren excelentes oportunidades para el crecimiento y el desarrollo económico, sobre todo si estos países hacen fuertes inversiones en ciencia y tecnología para abrir nuevos campos del conocimiento y de la producción y asignan fuertes recursos a la educación, desde una perspectiva revolucionaria, audaz y consecuente que reafirme las identidades culturales de los pueblos que los conforman.

Como lo hemos sugerido en varias oportunidades, hay una expansión impresionante de la subjetividad de los pueblos de la región que alcanza incluso a los sectores de muy baja renta, hay una nueva conciencia que afirma identidades hasta ahora bloqueadas por fuertes esquemas represivos, como el caso de los pueblos indígenas y, al mismo tiempo, amplía el alcance de estas identidades creando lazos continentales y universales.

Otra vez podemos usar el ejemplo de los pueblos indígenas que recogen una identidad nacional y regional hace mucho reprimida en su experiencia diaria para producir agendas nacionales, regionales, continentales y universales (como la convocatoria universal de los zapatistas en contra de la globalización) o inclusive una propuesta de un nuevo paradigma cultural a partir de la relación de los pueblos indígenas con la naturaleza.

Lo importante no es tanto la verdad histórica y científica de estas pretensiones sino la audacia, la voluntad política y la energía vital que ellas expresan en un momento en que la ideología socialista del proletariado industrial se muestra debilitada y se coloca a la defensiva junto a la disminución del rol de la industria en la dinámica económica mundial.

Por esto no es bueno subestimar la profundidad de los movimientos actuales por la integración latinoamericana. No se trata de un movimiento puramente mercantil, a pesar de que el intercambio de bienes está ligado a fuertes realidades culturales. Se trata de una voluntad creciente que expresa deseos contenidos por siglos de fracaso regional. La expansión norteamericana en América Latina tiene dos lados contradictorios: El reconocimiento de la eficacia de la economía capitalista moderna, sobretodo de la producción manufacturera, asalariada y mercantil, de un lado, y, de otro, el rechazo a la imposición de la sumisión de la región, en la medida en que Estados Unidos se unía a los latifundistas locales o internacionales para reducirnos a la condición de un capitalismo dependiente y subordinado al servicio de su demanda de materias primas y productos agrícolas.

América Latina se unió en torno de la idea del desarrollo regional, se identificó culturalmente en la perspectiva de una lucha común en contra del imperialismo estadounidense, lucha en la cual encontró incluso importantes aliados dentro de Estados Unidos donde un fuerte movimiento antiimperialista siempre apoyó esta perspectiva de los pueblos del sur.

En el contexto actual, en el cual se presentan posibilidades concretas de avanzar en el desarrollo regional, donde nuevas formas de cooperación ganan fuerza cada día en la región, se levantan, una vez más, los intereses de los aliados del subdesarrollo y de la dependencia. Ellos se alimentan de las relaciones económicas desiguales y temen el desarrollo de una conciencia colectiva regional y de las acciones a favor del fortalecimiento de una política regional común y unificada.

Esta reacción tiene dos instrumentos: de un lado, las constantes búsquedas de situaciones contrarias a la integración regional y de razones para su fracaso. De otro lado, la intervención o incitación la división entre los países de la región. En el momento actual esta intervención busca dividir las corrientes políticas progresistas de la región, como el intento de división entre los gobiernos de Brasil y de Venezuela por el liderazgo de la región. En el pasado lanzaron siempre a los argentinos contra los brasileños con resultados favorables para sus objetivos. Además de varios otros conflictos regionales que alentaron y apoyaron.

En el momento actual, ven sobre todo una brecha en las relaciones entre Bolivia y Brasil. Aprovechando las ventajas inmorales que empresas brasileñas adquirieron en Bolivia durante el imperio de los negociantes corruptos, bajo la inspiración de la ideología neoliberal, quieren ahora defenderlas bajo banderas nacionalistas con el objetivo de estimular el confronto entre el gobierno brasileño y el boliviano. Más aún, frente a las dificultades para convencer a la nación a apoyar sus ambiciones, quieren ahora aprovecharse de las pretensiones sediciosas de las provincias bolivianas que crecieron en los últimos años a partir de las inversiones agro industriales, muchas veces ligadas a los mercados y capitales brasileños.

La prensa brasileña, particularmente el periódico O Globo, abre titulares de primera página para anunciar una guerra civil en Bolivia, a partir de los cuatro departamentos de Santa Cruz, Pando, Bení y Tarija, la media luna moderna y sin importante presencia indígena. Ahí, cerca de 12 mil hombres estarían siendo entrenados secretamente para levantarse en contra del gobierno central. En vez de protestar contra el peligro que representa para América del Sur y para Brasil un conflicto como este, se regocijan y usan el testimonio de diplomáticos y científicos políticos que saludan esta situación como favorable a Brasil para obligar a los bolivianos, a Evo Morales más claramente, a disminuir su presión sobre Brasil para que éste pague un precio más razonable por su gas.

A este grado han llegado los delirios derechistas en nuestro continente y su horror a la justicia social y a la defensa de los derechos de los pueblos. Más grave aún es su provocación a los militares de la región y de Brasil, en particular, al plantear la hipótesis de una intervención militar de la Venezuela de Hugo Chávez a favor de Bolivia.

Estos señores están profundamente equivocados. Los militares latinoamericanos y brasileños, en particular, no se dejarán llevar por conspiraciones de este tipo. Todos sabemos los orígenes de estas informaciones confidenciales. Son las mismas que demostraban la existencia de armas de destrucción masiva terribles en el Irak de Saddan Hussein. Los militares se han dejado llevar muchas veces por este tipo de informaciones falsas y ha asumido compromisos de gobierno y represión que los apartaron de nuestros pueblos y del fortalecimiento de nuestras naciones. Hoy día es muy difícil que se dejen atrapar otra vez por estas conspiraciones.

Carlos Andrés Pérez lo intentó en Venezuela en la década del 90 con resultados contrarios a sus pretensiones. Solo fortaleció a un militar que él odia: Hugo Chávez. Estos señores se están moviendo en aguas turbias. Pero pueden estar convencidos que los militares bolivianos defenderán la unidad nacional del pueblo boliviano y la integración latinoamericana. Y pueden estar convencidos también que los militares brasileños no irán a Bolivia a servir sus intereses económicos y geopolíticos contrarios a la voluntad de nuestros pueblos.

– Theotonio dos Santos es Director Presidente de REGGEN (www.reggen.org.br) y profesor visitante de la Universidad Estadual de Paraíba (UEPB) Brasil.

Más información: http://alainet.org
ALAI – 30 AÑOS

La pedagogía de la liberación es más necesaria y urgente que nunca

Entrevista a Frei Betto, pedagogo brasileño, compañero de Freire
[10.05.2007]

El pasado 2 de mayo se cumplieron diez años de la desaparición física de Freire, el autor de "La educación como práctica de la libertad", "Pedagogía del oprimido" y "Pedagogía de la esperanza", entre otras obras. Textos de sustancial importancia para entender gran parte de los debates en torno a la educación en Latinoamérica en los últimos 40 años.

La autonomía, la democracia, el respeto del otro, y sobre todo la transformación social son rasgos de la obra de Freire que merecen hoy repensarse en el marco de los cambios en los sistemas educativos del sur continental.

Ejes que invitan también a pensar las demandas de la enseñanza desde los postulados de la "pedagogía de la liberación", que para el teólogo y educador brasileño Frei Betto "es más necesaria y urgente que nunca, porque tenemos gobiernos democráticos, pero no siempre están apoyados en la movilización popular".

Militante histórico de las comunidades eclesiales de base, y responsable durante los primeros años del gobierno de Lula del programa "Hambre Cero", Frei Betto es coautor junto con Freire de "Esa escuela llamada vida", texto coordinado por el periodista Ricardo Kotscho.

"El pernambucano Paulo Freire, y el minero Frei Betto —expresa Kotscho— iniciaron sus trabajos en épocas, circunstancias y lugares diferentes, pero en un determinado punto de sus trayectorias se encontraron y siguieron juntos, incluso sin conocerse personalmente, con los ojos puestos en un mismo horizonte: la liberación del pueblo brasileño y la educación".

Pero para Betto, y en consonancia con el pensamiento de su amigo Freire, los cambios educativos de la región colocan "demasiado énfasis en las nuevas tecnologías", mientras que por otro lado restringen el espacio "de los paradigmas, los valores, la ética".

—Una generación importante de maestros de Latinoamérica se formó con los textos de Paulo Freire. ¿Qué ideas de él son necesarias rescatar hoy, a 10 años de su fallecimiento?

—No temo en afirmar que no habría la actual primavera democrática en América latina sin Paulo Freire. Lula, (Hugo) Chávez y (Evo) Morales se explican también gracias a su metodología. Fue quien inculcó la autoestima en los oprimidos, enseñando que no hay nadie más culto que otro, sino que hay culturas distintas y socialmente complementarias. Hoy precisamos rescatar la pedagogía del oprimido e intensificar el trabajo de base. Es decir, la educación política de trabajadores, estudiantes, amas de casa, etcétera. Favorecer el empoderamiento popular. Y para eso nada mejor que el método de Paulo Freire.

—¿Cómo era la personalidad de Freire?

—Fui muy amigo de Paulo, éramos vecinos y trabajábamos con los mismos grupos populares. Publicamos juntos, gracias al periodista Ricardo Kotscho, el libro que reúne nuestras experiencias en educación popular: "Esa escuela llamada vida", editado en Brasil por la editorial Atica. Paulo era un hombre que sabía escuchar, pues partía del principio de que el oprimido sabe, más no siempre sabe que sabe, o no tiene conciencia del valor y la importancia de su saber. Paulo frecuentaba reuniones de comunidades eclesiales de base, de sindicatos, de movimientos populares, y siempre se cuidaba más de oír que de hablar. Era, no en sentido riguroso de la palabra, un pedagogo que provocaba la inteligencia ajena con sus preguntas e inquietudes.

—¿Qué espacio existe hoy en Latinoamérica para hablar de pedagogía de la liberación?

—Ella es más necesaria y urgente que nunca, porque tenemos gobiernos democráticos, pero no siempre están apoyados en la movilización popular. La gobernabilidad no puede depender apenas de una pierna de apoyo parlamentaria. Debe contar también con la otra pierna: los movimientos sociales. Sólo así pasaremos de la democracia representativa a la democracia participativa, de la virtual a la real. Por lo tanto, si los gobiernos populares no adoptan la pedagogía de la liberación corren el riesgo de quedar sin bases populares. Es el empoderamiento de la sociedad civil el que dará legitimidad y estabilidad a esos gobiernos.

—¿Cree que las reformas educativas que se realizan en varios países, como en la Argentina , Bolivia y Chile, cambian el modelo educativo neoliberal de los '90?

—Temo que se coloca demasiado énfasis en las nuevas tecnologías, en la educación tecnocientífica, restringiendo el espacio de los paradigmas, los valores, la ética. Sin humanismo tendremos una generación dotada de capacidad profesional pero sin corazón. La competencia habrá de prevalecer sobre la solidaridad y el capital sobre los derechos humanos. Y así iremos a la barbarie.

—¿Qué desafío tiene por delante la educación popular?

—Conseguir organizar a la sociedad civil, sobre todo los sectores populares, y movilizarla en función de "otro mundo posible".

 

http://www.rebelion.org/noticia.php?id=50648

Diez años sin Paulo Freire

Raúl Zibechi 4 mayo 2007

El 2 de de mayo se cumplieron diez años de la muerte de Paulo Freire. Han pasado más de 45 años, casi medio siglo, desde que comenzó su trabajo de alfabetización con campesinos en Recife, Brasil. En este corto lapso la educación popular ha triunfado, a tal punto que se convirtió en el sentido común, en el modo habitual de trabajo en una porción significativa de los movimientos sociales de nuestro continente.

La educación popular, corriente de pensamiento y de resistencia cultural nacida en América Latina bajo las dictaduras de los años 60, creció y se expandió a partir de los 70. Diez años atrás el continente todavía estaba sacudido por la oleada neoliberal privatizadora que desmontó los estados nacionales. Para los movimientos sociales los aportes de Freire fueron decisivos a la hora de construir formas de acción y reflexión colectivas, que les permitieron adquirir autonomía de análisis y de comprensión de la realidad.

 

Pero el triunfo coloca a la educación popular en un lugar impensado e impensable décadas atrás. Ha sido reconocida y adoptada por sectores del Estado: hace poco tiempo pude observar en el Ministerio de Desarrollo Social de Uruguay reuniones que se realizan siguiendo los preceptos popularizados por Paulo Freire: pequeños grupos trabajando en círculo, debatiendo en base a preguntas lanzadas por el coordinador, realizando dinámicas de grupo, utilizando papelógrafos.

 

Las victorias traen nuevos desafíos y problemas a resolver. En el caso de la educación popular, desde hace algunos años podemos observar su creciente institucionalización. Cientos de ONGs son contratadas por ministerios para promover el “desarrollo” de los más pobres, en sintonía con las políticas del Banco Mundial, utilizan las metodologías de la educación popular. El estatuto del educador popular ha ganado respeto y un lugar en las instituciones. Esto plantea un doble problema.

 

Por un lado, la institucionalización de la educación popular genera elevados niveles de confusión que debilita a los movimientos. Los estados comparten a menudo los mismos espacios que los movimientos sociales, pero esos espacios no están claramente delimitados y la utilización por ambos actores de técnicas propias de la educación popular acentúa ambigüedades. Desde que existen gobiernos progresistas, ha crecido una tendencia que ya se venía expandiendo de la mano de las ONGs: funcionarios estatales y militantes sociales comparten similares estilos de trabajo, lenguajes y códigos.

 

En segundo lugar, la educación popular ha quedado en muchos casos reducida a una suerte de caricatura: dinámicas grupales vacías de contenido. Las metodologías de trabajo grupal que fueron creadas para fomentar la participación y el espíritu crítico, como forma de potenciar la movilización de los sujetos colectivos, ahora aparecen como fines en sí mismas. Se han convertido en técnicas huecas que no contribuyen a la autoconciencia, mellando la potencialidad crítica de los sectores populares. De la mano de las ONGs y los estados, miles de educadores populares rentados no tienen ya interés en superar la relación sujeto-objeto y se limitan a perpetuar el papel del “coordinador”. De ese modo, una educación popular “oficializada” se ha vuelto funcional a los estados y al entramado institucional.

 

Sin embargo, el espíritu de Paulo Freire sigue vivo. Pero parece haberse refugiado en las prácticas educativas de algunos movimientos que han tomado la educación en sus manos. O sea, que ya no la delegan en los estados. Es el caso del movimiento sin tierra de Brasil (MST), que tomó como punto de partida la propuesta de Freire pero no se limitó a repetirla mecánicamente sino que la puso en movimiento. El MST busca que la comunidad se haga cargo de la escuela y defina el rumbo de la educación. El movimiento se ha convertido en un “sujeto educativo” y por tanto todos sus espacios, acciones y reflexiones, tienen una intencionalidad pedagógica. Esto supone desbordar el papel tradicional de la escuela y del docente: deja de haber un espacio especializado en la educación y una persona encargada de la misma; todos los espacios, todas las acciones y todas las personas son espacio-tiempos y sujetos pedagógicos. “Transformarse transformando” es el principio pedagógico y el movimiento es el sujeto educativo. Ya no se registra división y separación entre escuela y sociedad. La pedagogía deja de ser una técnica dominada por especialistas para convertirse en un “ambiente”, un proceso de autoeducación permanente.

 

Otra experiencia importante es la que se registra en los municipios autónomos zapatistas, en Chiapas. Según la crónica de Gloria Muñoz Ramírez (“Chiapas la Resistencia”, La Jornada, 19 de setiembre de 2004), en las escuelas zapatistas los criterios educativos se basan en que la educación “sale del pensamiento de los pueblos”, en que “los niños van a consultar a los viejitos de los pueblos y junto con ellos van armando su propio material didáctico”. Una pedagogía que hubiera entusiasmado a Paulo Freire. Más aún, no ponen calificaciones: “A los que no saben no se les pone cero, sino que el grupo no avanza hasta que todos vayan parejo, a nadie se reprueba”. A fin de curso los promotores indígenas –elegidos por sus comunidades- organizan actividades que son presenciadas por los padres de familia, quienes “valoran el aprendizaje de sus hijos sin otorgarles ninguna calificación”.

 

Creo que las prácticas educativas de estos y otros movimientos recogen la intencionalidad liberadora de Paulo Freire: la educación tiende a ser autoeducación; el espacio educativo no es sólo el aula sino toda la comunidad; los que enseñan no son sólo los maestros sino todos los miembros de la comunidad; los propios niños muestran su capacidad de aprender-enseñar; el movimiento todo es un espacio autoeducativo. Abajo, lejos de las instituciones, la educación popular abrió espacios por los que ahora transitan sujetos que están creando un mundo otro.

 

Nyeleni 2007: Balance político, Joao Pedro Stédile

BALANCE  POLITICO DEL FORO MUNDIAL DE SOBERANIA ALIMENTARIA-  Mali- Africa “El Foro de Soberanía Alimentaria trae avances en varios frentes”

 Entrevista a Joao Pedro Stédile, integrante de la Cordinación Nacional del MST, en Selingué, la localidad rural del interior de Malí, donde se desarrolló el Foro Mundial por Soberanía Alimentaria, entre el 23 y el 27 de febrero.

Sebastián Valdomir,  REDES-Amigos de la Tierra- Uruguay

1.¿Cuales son las primeras evaluaciones del Foro de Soberanía Alimentaria aquí en Malí?

 

El Foro de Soberanía Alimentaria de Mali tiene una trascendencia política muy grande por varios aspectos. Primero porque representa un paso mas en la articulación de redes internacionales y de sectores sociales importantes que hacen su trabajo en esta gran lucha contra el neoliberalismo pero que no tenían un espacio propio. Incluso el Foro Social Mundial tiene otro carácter, es un espacio mucho mas parecido a una “feria de ideas”; el Foro de Mali se proponía reunir esas redes para buscar puntos de contacto en conceptos y en acciones concretas.

 

De esta manera nosotros conseguimos juntar durante estos días a la Vía Campesina, a los pescadores, a los pastores, el movimiento de marcha  mundial de mujeres, pueblos indígenas, los ambientalistas, y a algunos otros sectores urbanos aunque este fue uno de las deficiencias mayores, y esto no fue porque no hayamos tenido la capacidad de articularnos, sino porque en todo el mundo los movimientos urbanos -después de la derrota ideológica del movimiento sindical y del estudiantil y del movimiento barrial- todavía no atraviesan procesos de recomposición como movimientos. Entonces nosotros no tenemos interlocutores en las ciudades para esta lucha en específico.

 

Primera importancia entonces es que conseguimos reunir estas redes de sectores sociales. La segunda importancia radica en que el tema de la soberanía alimentaria, aún estando presente en las concepciones filosóficas de casi todas las corrientes políticas e ideológicas (para citar algnos casos históricos en América Latina, está presente en el pensamiento de José Martí y de Mariátegui), pero en la izquierda en general y las sociedades nunca la han conseguido asimilar como bandera política importante.

 

Los problemas del hambre y la pobreza en el campo, la falta de mercado para los productos agrícolas campesinos, se evidenciaron con mayor claridad y se multiplicaron en los últimos treinta años y coincide mas o menos con la revolución verde y luego con el neoliberalismo. Es cierto de todas formas que el contexto económico no llevaba a que los movimientos sociales y la izquierda en general reflexionasen sobre este principio político.

 

Entonces ahora en este Foro, creo que dimos un gran paso desde el punto de vsta teórico y político, en el sentido que este proceso de unidad llevó también a que pudiesemos construir un concepto mas abarcativo y mas preciso políticamente sobre lo que es de hecho la soberanía alimentaria.

 

2.¿Qué avances hubieron desde el punto de vista conceptual y teórico en este proceso?

 

 -Primero, había una concepción genérica de soberanía alimentaria como derecho que tienen los pueblos a producir sus propios alimentos. Nosotros le agregamos a este concepto la idea de que es un derecho y un deber de producir sus propios alimentos. Porque todo pueblo que quiere ser libre y autónomo tiene entonces la obligación de generar sus propios alimentos, y por lo tanto es mas que el derecho, es una determinación, una condicionante política para su autonomia en tanto pueblo. Y nosotros entonces pasamos a aplicar el concepto a todos los espacios territoriales; soberanía alimentaria para el país, para una región, para un municipio y para una comunidad. Toda comunidad rural debería tener el principio de ser autónoma en la producción de alimentos.

 

Otro avance desde el punto de vista conceptual fue comprender que la soberanía alimentaria solo se logrará si hay en paralelo una soberanía política de los pueblos, que tengan condiciones políticas para ejercer la autonomía sobre sus territorios, o sobre el Estado para que este pueda aplicar politicas que generen autonomía en la producción de alimentos.   

 

Porque por ejemplo nosotros podríamos tener soberanía alimentaria desde el punto de vista territorial, pero sin que esa soberanía sea controlada por el pueblo.

 

Además, avanzamos en considerar que la soberanía alimentaria solo es plena si se consiguen producir alimentos sanos; hay una responsabilidad social desde el punto de vista de la salud de los pueblos, y de ahí se desprende una crítica contundente a la forma de producir que tiene el agronegocio, que necesita usar agrotóxicos, que eleva la productividad física de la producción de  los alimentos en base a venenos, y por lo tanto es contradictorio al ofrecer una falsa seguridad alimentaria que en el fondo es producida a base de venenos.

 

Por último, creo que avanzamos en el concepto complementándolo con el tema que es necesario utilizar técnicas agrícolas respetuosas del medio ambiente; es decir, aumentar la productividad de alimentos alcanzando la autonomía, de una manera sana y preservando la naturaleza para las generaciones futuras.

 

En conclusión el Foro está dando resultados concretos, articulando actores sociales y dejando un concepto colectivo mucho mas abarcativo de lo que teníamos hasta ahora sobre la soberanía alimentaria.

 

3.-Quiero llegar al tema organizativo, porque se vió en el Foro que la Vía Campesina es algo muy variado desde este punto de vista, nosotros aca en América Latina tenemos una madurez organizativa que no se si hay en otros continentes..¿eso es un problema o que es?

 

Eso es parte de la realidad. De una realidad que viene de 15 años de neoliberalismo, y que viene de que en la mayoría de los países del sur todavía no llegaron a la etapa de la industrialización de sus economías. Ahora bien, yo creo que desde el punto de vista político, aún cuando no existan consensos en ciertos temas en este Foro, también se avanzó mucho en el debate político al identificar que los enemigos que impiden la soberanía alimentaria de los pueblos y de los países, se explican políticamente primero, por el modelo neoliberal.

 

El modelo neoliberal es el dominio del capital financiero e internacional sobre las economías. Este capital internacional es antagónico a los intereses de la soberanía alimentaria, ya que su interés es dominar la producción y comercio de alimentos, en tanto que la soberanía alimentaria implica justamente entregar el control a las propias poblaciones o en rigor, a las naciones.

 

En segundo lugar, avanzamos en identificar dentro del neoliberalismo a las empresas transnacionales, que son unas pocas, en el entorno de 10 y no mas de 20, que como corporaciones contralan toda la cadena de producción alimenticia, desde las semillas, los agrotóxicos, el comercio agrícola, las agroindustrias y el comercio internacional.

 

Aquí en el foro hubo un acuerdo mayoritario en que las empresas transnacionales son nuestras enemigas. Esto no estuvo en nuestras reuniones políticas anteriores. El tercer punto es que también que los gobiernos neoliberales son un obstáculo para la soberanía alimentaria, porque los gobiernos nacionales cuando se alían con el imperialismo pasan a hacer las politicas que interesan al capital internacional, y no a la autonomía de la producción de alimentos.

 

Cuarto, creo que quedó patente que es necesario enfrentar al modelo del agronegocio, que podría ser generalizado para todos los continentes como ese paquete tecnológico de grandes cultivos en monocultivos…., sea cual sea, y que por ser en grandes extensiones y monocultivos  son viabilizados por la mecanización intensiva y grandes cantidades de agrotóxicos y fertilizantes químicos.

Este modelo fue identificado ahora como un enemigo para la soberanía alimentaria, ya que rompe precisamente con la pluralidad de culturas productivas, y la relación con los mercados locales, que es lo que el campesino y el medio agricultor hacen con su producción. Esos grandes haciendas de monocultivos se vinculan generalmente de forma directa con las corporaciones internacionales para llegar al mercado internacional.

 

Creo que avanzamos en el entendimiento de quienes son nuestros verdaderos enemigos. Y para ser honesto con la discusión, si en el concepto nosotros tenemos practicamente un consenso, políticamente no hay consenso. Existe una opinión mayoritaria, pero también hay algunas redes ambientalistas, redes de ONG, que identifican la salida en el comercio justo, en las pequeñas experiencias locales, y en el fondo, no se resuelve el problema de la alimentación de todo el pueblo. Resuelve el problema de alguna comunidad campesina o de algunos pequeños productores, pero no combate al verdadero sistema.

 

4.¿Y en la coyuntura actual cual es peso de esas redes de ONG, en la composición actual de la Vía Campesina, o en general?

 

En la Vía Campesina no tienen influencia, pero en un ambiente como estos, de Foros, este de soberanía alimmentaria o el propio Foro Social Mundial, tienen alguna influencia. Yo creo que las ONG son de muchos tipos: amigas nuestras, aliadas y compometidas seriamente en nuestras mismas energías, pero infelizmente la mayoría acaban siendo entidades que se comportan con mucho oportunismo en torno a intereses menores o de su propia sobrevivencia o un falso exibicionismo, y evidentemente en los últimos años, algunas de ellas fueron asimiladas por gobiernos o por el Banco Mundial, utilizaron mucho dinero y acabaron ejerciendo una influencia ideológica en las sociedades y paises donde el pueblo esta mas  desorganizado. Pero estas entidades no tienen fuerza social organizada y por tanto no logran alterar  la correlación de fuerzas.

 

Porque es a rigor , en la lucha general por cambios en las sociedades, en la balanza de la lucha de clases, para usar una antigua terminología, pesa la correlación de fuerzas, o sea, cuantas personas se consiguen organizar para un objetivo político. Y las ONG nunca se propusieron y no es su rol, organizar para alcanzar esos objetivos políticos, entonces desde el punto de vista de la lucha politica ellas no pesan nada, y es por eso que la clase dominante no se preocupa con ellas.

 

Ahora, desde el punto de vista de la lucha ideológica, ahí si creo que tienen una influencia razonable, no tanto en la Vía Campesina, sino en los paises que viven esa crisis organizativa del neoliberalismo y por lo tanto en época de crisis, la confusión se instala; en la confusión las ideas oportunistas o individualistas que proponen falsas salidas particulares y son como cantos de sirenas.

 

5.¿Cómo salió el movimiento latinoamericano y como estuvieron representadas las ideas en los documentos finales y el llamado a la acción?

 

Nosotros en América Latina tenemos una unidad muy grande entre los movimientos sociales. Hay una unidad entre los movimientos campesinos que ya nos articulamos hace mucho tiempo, y desde nosotros con otros sectores, sean los ambientalistas, las luchas de mujeres, y la tradición de redes continentales en América Latina, mas de quince redes diferentes. Esto ayuda mucho. Creo que los asiáticos también tienen una buena unidad.

 

Los problemas que nosotros tenemos creo, está en las sociedades del norte, que como son sociedades ricas, sufrieron mucho con el neoliberalismo y nosotros no tenemos movimientos de masa organizados en esos paises, que puedan dar la lucha anti-neoliberal.  Todavia. Allí el neoliberalismo quebró al movimiento obrero, al movimiento estudiantil, generó mucho desempleo, y esos sectores sociales no consiguieron encontrar todavía formas organizativas y los campesinos son minoritarios en sus sociedades. Con ellos tenemos buen relacionamiento pero no representan a las sociedades del norte en general.

África es un desafío muy grande porque es un continente muy expoliado, robado, criminalizado, explotado sofre todas las maldiciones del capitalismo y del imperialismo, se cayeron sobre ellos, eso generó una pobreza tremenda, y hay muy poca organización popular, las que existen son de carácter muy localizado quizas por la tradición de carácter tribal, y existe una influencia de ONG europeas que vienen con ideas colonizantes, europeas, y que en el fondo muy poco contribuyen para la autoorganización de los movimientos aquí.

 

Pero yo creo que en el conjunto del Foro evidentemente los latinos -por tener esta unidad- tuvieron una influencia grande y en carácter general creo que todos aprendimos con este intercambio. Nosotros salimos de aca con algunos conocimientos que no teníamos antes, y que pueden enriquecer nuestra práctica en el retorno a nuestros países.

 

6. Los movimientos en América Latina han adquirido experiencia en eso de intercambiar puntos de vista con los gobiernos. No se si te llamó la atención cuando Chávez mandó ese saludo, que hizo algo diferente al convocar al movimiento campesino del mundo, y creo yo que de una manera muy inteligente presentó sus logros en esta materia en Venezuela.

 

¿Cómo procede ahora el movimiento; va a hablar con los gobiernos o recurre directamente al ámbito de Naciones Unidas para presentar una iniciativa de declaración especial sobre la soberanía alimentaria?

 

Son dos aspectos diferentes. Una cosa es la política de los movimientos sociales frente a cualquier gobierno, sean progresistas, de centro o de derecha. Yo creo que se debe mantener la política que se demostró correcta que es una especie de autocrítica en relación a la experiencia de la 3ª Internacional de los partidos comunistas clásicos, y que mantuvieron a los movimientos como correas de transmisión entre los gobiernos y las bases.

 

La izquierda mas contemporánea desarrolló la idea que los movimientos sociales se deben mantener autónomos de los partidos y de los gobiernos. Creo que esa autonomía debe ser preservada y que es una condición de sobrevivencia de los movimientos sociales. La autonomía permite entonces que los movimientos tengan un relacionamiento con independencia en relación a los gobiernos, que dialogan, que presionan o que si tienen que rechazar, rechazan pasando la presión de masas, dependiendo la situación de cada país.  Y a la vez construimos las identidades comunes con partidos en el gobierno o gobiernos de izquierda, por el poryecto politico-ideologico comun.  Que esa necesario ser construido coletivamente uniendo fuerzas.

 Esto no puede ser alterado aún con los gobiernos progresistas, ya que  los propios gobiernos progresistas precisan de la movilización de masas para llevar a cabo las transformaciones que ellos quieren y necesitan implementar. – El caso de Chávez es típico; el gobierno de Chávez está mas avanzado que los movimientos sociales venezolanos, y entonces el lanza las propuestas de transformación pero falta aún la capacidad organizativa del movimiento de masas para impulsarlas. Infelizmente deberiamos estar mas adelantados que todos los gobiernos para presionar a partir de una posición de mas fuerza.  Pero aun en latinoamerica donde hubo cambios y gobiernos progresistas todavia no tenemos una ofensiva del movimiento de masas.

 

El otro aspecto es nuestra política en relación al gobierno de Venezuela. El presidente Chávez se dió cuenta en el proceso bolivariano de dos cosas: en primer lugar que el estado burgués venezolano todavía es un estado burgués y que la forma en que las fuerzas populares llegaron al gobierno de Venezuela no les permite en este corto espacio de tiempo de ocho años, transformar la esencia del Estado. Por eso muchas medidas políticas que el gobierno adopta, el Estado no las implementa y las boicotea.

 

El segundo aspecto del cual se dió cuenta es que los movimientos sociales de Venezuela no tienen acumulación organica suficiente para implementar lo que el Estado no hace, o para presionarlo a que cumpla con los mandatos políticos que vienen desde el gobierno de Chávez.

 

Y el tercer aspecto -que el presidente Chávez no tocó en su mensaje- es que Venezuela es el  país de América Latina que quizá estea mas lejano de aplicar la soberanía alimentaria, porque aunque ellos incorporaron el concepto -un poco modificado- en la Constitución Bolivariana, en la práctica cotidiana el país todavía es dependiente de la importación de mas del 80 % de los alimentos que consume. Por culpa del modelo economico dependiente petrolero impuesto a la sociedade Venezuela a lo largo del siglo XX.  Por lo tanto es probable que sea el país mas frágil en lo que a soberanía alimentaria refiere. Y el gobierno sabe y está al tanto de esto, y debió apelar, pidiendo apoyo explícito a la Vía Campesina de América Latina y hoy aquí en el Foro de Malí a todos los movimientos presentes para que le ayudasemos al gobierno y al pueblo de Venenzuela a llevar a cabo las transformaciones estructurales en la agricultura para acelerar el proceso de autonomía y la producción de alimentos necesarios para alcanzar la soberanía alimentaria.

 

 

7.- Hay tres temas que estuvieron planteados en las discusiones del Foro pero que no fueron el debate principal, y por lo que sabe, van a marcar la agenda de los próximos años -y en cierta medida ya la están marcando- que son los biocombustibles, las acciones de los movimientos ante los desastres naturales y la cuestión de los cultivos transgénicos, principalmente lo relacionado a las semillas Terminator?

 

Estos temas fueron citados, y en América Latina existen algunas redes ecologistas o incluso la Vía Campesina que han profundizado sobre algunos de estos temas. Es evidente que el tema de los desastres ambientales -en menor proporción de lo que fue el Tsunami- está ocurriendo en todos nuestros países en América Latina. Como habitante de la ciudad de Sao Paulo, nosotros vivimos todo este verano con catástrofes semanales; la mayor ciudad del hemisferio sul muriendo gente por causa de la lluvia. Eso es inadmisible. Muerte de gente ahogada por inundarse una casa o una calle, y murieron decenas de personas este verano en Brasil. Prácticamente todas las semanas hubo algún temporal. Es evidente que esto es anormal y que es consecuencia del calentamiento global y de las modificaciones en el clima, pero todavía no hay en la sociedad brasilera -y creo que todavía a nivel general no hay sociedades- un debate político, y basicamente porque los medios de comunicación son controlados por las clases dominantes.

 

Los compañeros de Tailandia, de Sri Lanka, de Bangladesh, nos hablaron de las soluciones que los movimientos dieron al desastre del Tsunami, porque el capitalismo todo lo que toca lo transforma en mercaderia. Pretende generar lucro y ganancia hasta en el entierro de las personas, hasta con los desastres, y eso es lo que está pasando en el sur de Asia.

 

Con respecto al tema de los biocombustibles, fue muy interesante el hecho que se lo relacionó -en mi parecer de una forma correcta- con reflexiones que ahora debemos llevar para nuestros países, sobre todo aquellos que estarán mas a merced de las acciones de las trasnacionales, caso de México, Argentina y Brasil. En esos países las corporaciones transcionales tienen la capacidad operativa de transformar grandes áreas productivas para la producción de biocombustibles. Lo que se lanzó acá en el Foro y que yo considero como muy importante, es que avanzamos en la construcción de un nuevo concepto, y no llamar mas de biocombustibles sino de agrocombustibles, porque la expresión “biocombustible” es incorrecta, porque sería un combustible hecho con vida, pero la vida tiene un sentido demasiado amplio. Entonces ahora nosotros tenemos que empezar a adoptar de una forma correcta de llamarlos como combustibles energéticos hechos a partir de vegetales, de productos agrícolas.

 

La segunda cosa en la cual nosotros avanzamos es que precisamos debatir en las sociedades una nueva matriz energética para los transportes, que es el mayor causante de contaminación y el mayor consumidor de petróleo. Ese es el debate fundamental. No adelante nada que nosotros discutamos como producir alcool mas barato, si la industria automovilística continúa fabricando esa tremenda cantidad de autos -aun cuando son a alcool. Eso solo va a aumentar los problemas de contaminación en las grandes ciudades. Ahí es que nosotros entonces debemos combinar el debate sobre los agrocombustibles con sus utilizaciones: ¿para que son…para continuar dándole facilidad a las burguesías andar en auto?

 

El otro avance importante es que nosotros debemos estar a favor de la producción de energía a partir de productos agrícolas, pero siempre que esa producción no sustituya la producción de alimentos y no utlice productos alimenticios, como la soja o el maíz. Que sean fabricados a partir de otros productos que no representen competencia con otros alimentos.

 

Y el tercer avance que tuvimos acá con este tema fue entender que si es importante para nosotros tener energía renovable como el agrocombustible -que todos los años se puede cultivar- pero es necesario, condicion, que esa producción sea sustentable, porque el agronegocio puede producir soja, caña, maní, algodón  para energía, pero lo va a hacer de una manera insustentable, basado en el agrotóxico, en el monocultivo, que son los aspectos que traen consecuencias tan perversas, ya que al igual que el petróleo está demostrado que el agronegocio es un generador de calentamiento global al utilizar gran cantidad de agua y no reponer la humedad de los suelos. Entonces, todos estos debates todavía son embrionarios pero de aquí salimos con algunas reflexiones que nos sirven para tener una mejor comprensión de como tratar el tema de los agrocombustibles.

Rostock: Asamblea de jóvenes por el derecho a la tierra y a la producción agrícola

Asamblea de jóvenes por el derecho a la tierra y a la producción agrícola Llamado COAG – CPE

Nosotros y nosotras, jóvenes y organizaciones de jóvenes miembros de La Vía Campesina en Europa, llamamos a todos los jóvenes y campesinos/as europeos/as que ponen en cuestión las políticas agrarias liberales llevadas a cabo por los 8 países más ricos en el mundo, a participar en la mobilizacion anti-G8 del 2 al 8 de junio en Rostock, Alemania.

Aprovechando la ocasión organizaremos el domingo 3 de junio una Asamblea de Jóvenes por el Derecho a la Tierra y a la Producción Agrícola.

Los 8 países más ricos del mundo que se reúnen cada año con motivo de la cumbre del G-8 son los artífices de una globalización que crea más perdedores que ganadores. Estos países  promueven la liberalización del comercio y de la agricultura, la apertura de los mercados y la privatización de los recursos naturales y de los servicios públicos.

La puesta en competencia de los productos agrícolas en un mercado mundial impide irremediablemente la soberanía alimentaria a todos los países del Sur y del Norte. La liberalización comercial conlleva la industrialización de la agricultura y la dominación de los sistemas alimentarios y agrícolas por las multinacionales que hacen prevalecer sus beneficios por encima de los derechos de los pueblos, la salud y el medio ambiente. Este modelo agrícola se erige en contra de la soberanía alimentaria. Fomenta el desarrollo de los monocultivos, los transgénicos, la privatización de los alimentos y las semillas, el conocimiento la tierra, el agua y el patrimonio natural.

En Europa, las consecuencias de estas políticas liberales son graves: más de 300. 000 explotaciones desaparecen cada año, mientras que la agricultura intensiva que subsiste es responsable, en gran parte, de crisis ecológicas que se suceden a un ritmo creciente (vacas locas, contaminación del agua y suelo, etc)

Pensamos que otro modelo agrícola es posible, en el seno de una globalización democrática, justa y solidaria. Construido a partir del respeto al derecho de la soberanía alimentaria en Europa, este otro modelo debe permitir el desarrollo de una agricultura sostenible: una agricultura que garantice a la sociedad una alimentación de calidad, una agricultura creadora de empleos duraderos sobre los territorios rurales, una agricultura respetuosa con nuestro medio ambiente.

¡ Esta agricultura campesina debe permitir a los jóvenes, sea cual sea su origen, acceder a la tierra y vivir de la agricultura! ¡ El acceso a la tierra es un derecho! Sin embargo, la especulación sobre el precio de las tierras agrícolas y las dificultades de acceso al crédito para los jóvenes hacen casi imposible poder vivir en el campo a todos los que no provienen de familias campesinas. ¡ Sin embargo, el futuro de la agricultura campesina necesariamente pasa por la instalación de numerosos jóvenes en agricultura!

¿ Te interesa la agricultura campesina, piensas acerca de volverte campesino y vivir de la tierra? Ven para intercambiar y para discutir en la Asamblea de jóvenes para el derecho a la tierra y a la producción agrícola. Esta asamblea autogestionada permitirá a jóvenes de diferentes países europeos compartir sus experiencias y sus análisis e intercambiar ideas sobre las  posibles alternativas y la lucha que es necesario llevar a cabo.  

¿ Dónde, cuándo?

El Sábado, 2 de Junio, Rostock: gran manifestación anti-G8

El Domingo, 3 de Junio, Rostock:

12:00 Mnifestación contra los transgénicos, los supermercados y la agricultura industrial

18:00 Asamblea de los jóvenes por el derecho a la tierra y a la producción agraria

El Martes, 5 de Junio – jueves, 7 de junio: contra-cumbre

El Miércoles, 6 de Junio: bloqueo de las delegaciones oficiales 

Para más información sobre la asamblea de los jóvenes, sobre los transportes para ir a Rostock y sobre el campamento en el mismo lugar, por favor, póngasenos en contacto a morganody@yahoo.fr o por teléfono con 0032 22 17 31 12

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Coordindora campesina europea (CPE)

 

Coordinadora de Organisaciones de Agricultores y Ganaderos (COAG)

Entrevista a José Batista Oliveira, dirigente MST

1 de mayo 2007 

Dirigente do MST fala de alianças, governo Lula e poder popular: Em abril, o MST dobrou ações da Jornada pela Reforma Agrária e investiu em articulações políticas com outros setores. Aliança com PSTU e PSOL, porém, não visam especificamente oposição ao governo, explica Batista. Verena Glass – Carta Maior

SÃO PAULO – No fim desta semana, uma articulação de movimentos sociais nacionais deve aprovar a versão final de um novo manifesto contra a política econômica do governo e contra ataques aos direitos trabalhistas. O documento, que também critica o agronegócio e exige reforma agrária, moradia, ensino e saúde pública de qualidade, conclama a classe trabalhadora a participar de uma jornada nacional de lutas no próximo dia 23 de maio. Entre os signatários, estão Via Campesina, Intersindical, Conlutas, Coordenação dos Movimentos Sociais (Conam, CUT, MST, UNE e Marcha Mundial de Mulheres), Assembléia Popular e a Pastoral Operária.

Bastante similar, no conteúdo, a tantas outras manifestações dos movimentos sociais, este documento merece atenção por ser uma espécie de “face visível” de uma nova articulação política, que tem aproximado forças até então mais ligadas ao PT, como o MST e a Corrente Sindical Classista (CSC, representante o PC do B na CUT), à oposição “à esquerda” ao governo – basicamente PSTU e PSOL, através dos movimentos sindicais Conlutas e Intersindical, a eles ligados.

Grosso modo, poderia se dizer que a semente do referido manifesto foi o encontro que reuniu cerca de 6 mil representantes de organizações sindicais e movimentos populares majoritariamente ligados ao PSTU e ao PSOL no dia 25 de março em São Paulo, e que contou com MST e CSC como convidados. Centrando suas críticas na possível flexibilização de direitos trabalhistas, em abril estas forças fizeram duas novas reuniões, às quais se juntaram as organizações da Coordenação dos Movimentos Sociais, e decidiu-se por uma plataforma conjunta de lutas dos trabalhadores por “nenhum direito a menos” (mote proposto, aliás, pelo dirigente nacional do MST, Gilmar Mauro).

Comemorada pelos dois partidos socialistas como um reconhecimento ao seu poder mobilizador, a disposição à conversa demonstrada pelo MST e pelo braço sindical do PC do B causou estranhamento entre outros setores. Em seu blog, o ex-deputado José Dirceu definiu este movimento como “muito preocupante”, questionando se estaria ocorrendo um rompimento das duas forças com “o bloco democrático-popular forjado nos últimos vinte anos”.

“Poderia imaginar o MST incentivando, por exemplo, um encontro pelas reformas sociais (…). Confesso que estou surpreso em ver essa histórica sigla associada a correntes que não hesitaram em se colocar ao lado da direita nos ataques ao governo Lula, na crise deflagrada em 2005 e na campanha eleitoral de 2006”, escreveu Dirceu.

O descontentamento do MST com alguns rumos do governo, como o pesado investimento no agronegócio e a manutenção de uma política econômica considerada desfavorável ao saneamento estrutural das desigualdades sociais, não é uma novidade. Também não é de hoje que o movimento vem investindo em articulações com outros setores e organizações sociais. Desde 2005, o MST tem liderado a criação e o fortalecimento de fóruns como a Assembléia Popular, iniciativa que busca articular movimentos de base de todo o país em torno do debate sobre “o Brasil que queremos”, ou a própria Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), proposta que busca fortalecer lutas pontuais e consensuais de várias organizações nacionais.

Por outro lado, apesar da cobrança mais dura de um posicionamento claro do presidente Lula a respeito de suas demandas, não foi propriamente o governo o alvo central da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária do MST neste mês de abril. Segundo a direção do movimento, o adversário principal das organizações populares é o capital financeiro, considerado a maior força política do país. E contra este e sua estratégia de subordinação do poder constitucional, o que resta é a união de todas as forças que se contrapõe à sua hegemonia, explica José Batista de Oliveira, dirigente nacional do MST em São Paulo. Batista conversou com Carta Maior sobre a perspectiva do movimento para as lutas políticas futuras, seus aliados e as relações com o governo. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

As articulações, PSTU e PSOL
A partir do momento que entendemos que não vamos conseguir fazer a reforma agrária com as forças que temos, desde 1997 começamos a investir na articulação com outras organizações da sociedade. O que estamos avaliando agora é que temos que fazer a luta conjunta, mesmo com diferenças na análise de conjuntura. Esta avaliação não partiu de um segmento ou de outro. Não é o MST que se juntou à Conlutas (PSTU) ou à Intersindical (PSOL) e está propondo uma ofensiva mais à esquerda ou contra o governo. Estes termos não ajudam. O que buscamos é construir ações que estão acima de nossas diferenças. A não redução dos direitos dos trabalhadores, é isso que nos dá unidade. A avaliação que vários movimentos estão fazendo é que, isoladamente, mesmo os mais fortes têm sofrido redução das conquistas.

Estamos tendo um cuidado para não rotular ninguém, ‘esse é mais de esquerda, esse mais de direita’. O MST está nesse arco de aliança porque cumpre um papel. Não estão em discussão hegemonismos, nem por parte do MST nem por parte de nenhuma organização. Para além do ‘fora não sei quem’, ‘entra não sei quem’, ‘fica não sei quem’, o que conseguirmos construir de ações que sejam implementadas com uma certa coerência vai nos dando autoconfiança para propormos algo mais ousado. O desafio das articulações é potencializar a capacidade de organização de suas bases para transformá-las em ação. Quem sabe se colocarmos um milhão nas ruas, podemos propor nossa pauta.

Relação com o governo
Em relação ao governo, acreditamos que temos que fazer o enfrentamento à política que está aí. A redução de direitos está acontecendo todos os dias, veja a proposta da emenda 3 da Super-receita. Mas não vai ser um discurso mais radical do MST ou da Intersindical que vai mudar esta realidade. Assim, acreditamos que só ações contundentes – e não mais vermelhas ou amarelas -, mas contundentes em relação à quantidade de trabalhadores que nós conseguirmos mobilizar pra defender os direitos, poderão fazer alguma diferença.

O objeto do enfrentamento está claro: é o capital e os seus mecanismos. Claro que não vai ter como não discutir o papel do Estado. Os governos estão a serviço da hegemonia do capital. O capital está se institucionalizando, criando suas próprias regras, e impôs ao governo Lula a manutenção do modelo anterior. Se não houver um ascenso dos movimentos, não teremos condição de pensar em mudança. Estamos tentando construir uma unidade que não seja em torno do paradigma ‘defender ou derrubar o governo Lula’. Estamos construindo um processo que precisa descer para os estados, se transformar em organização local nos vários níveis. Para isso precisamos de um pouco de paciência. E vai ter que haver muita generosidade entre os movimentos, não pode ser uma disputa de quem é mais combativo. Estamos em um momento da luta de classe no Brasil que não nos permite dizer ‘essa é a força hegemônica, esse é o melhor projeto’.

Novos atores, os partido e os espaços da luta política
Hoje nós temos uma situação para as classes sociais diferente da de 20 anos atrás. Do ponto de vista da análise marxista clássica, por exemplo, os indígenas nunca seriam uma força política que se mobiliza como tal, se a gente interpretar o marxismo ao pé da letra. O chão da fábrica não é mais o principal espaço de organização para o enfrentamento, mas não podemos despreza-lo. Hoje, o movimento de moradia consegue articular várias categorias, o empregado, o desempregado, o terceirizado. O movimento social é outro espaço de organização. Estamos numa conjuntura em que a esquerda brasileira precisa repensar as suas formas organizativas. Nós ainda não amadurecemos qual a melhor forma de organização política. Tem sem-teto, tem os quilombolas, tem os indígenas, tem os atingidos por barragens; há um processo de reconfiguração do sujeito histórico, aquele que é capaz de mover o processo de transformação. Antes era só o operário. Quem não era operário… os camponeses eram contra-revolucionários, os indígenas nem eram "civilizados". Acho que a história está nos colocando uma nova perspectiva.

Nesse sentido, um novo elemento a se estudar é a questão do território, do próprio poder popular… não na direção de ‘vamos largar toda a idéia de partido, não vamos mais disputar o Estado, vamos só organizar o povo no poder popular’. Mas há uma idéia de uma nova estrutura de organização coletiva. Se você pensa a questão do território: lá esta o desempregado, está o assalariado rural, morando na periferia. Não é só o sindicato como forma de organização, tem outras formas. Por isso a Assembléia Popular vem nesse sentido, de trabalhar a organização popular através da geografia, dos territórios. A idéia do poder popular tem esse objetivo, não o de despolitizar ou inventar uma outra roda. Por isso acho que não há uma competição entre o movimento social e o partido. Agora, há uma metodologia. Por isso apostamos na representação de redes e não de partidos nas nossas articulações, é uma maneira de se discutir tanto a fórmula organizativa quanto a capacidade de mobilização, e de envolver a militância num processo mais amplo possível de luta e participação política.

Intelectuales del Norte opinando sobre el Sur

Raúl Zibechi, miembro del Consejo de Redacción del semanario Brecha  de Montevideo, docente e investigador sobre movimientos sociales en la Multiversidad Franciscana de América Latina, y asesor a varios grupos  sociales. ALAI AMLATINA, Montevideo.-
 
A diestra y siniestra, intelectuales del Primer Mundo suelen desgranar análisis y proyecciones, críticas y apologías sobre diferentes aspectos político-sociales de América Latina. Entre los que se ubican en la izquierda, abundan las simplificaciones y las “bajadas de línea” sobre lo que deberían hacer las izquierdas y los movimientos sociales.

Es casi un lugar común entre los intelectuales del Primer Mundo considerar que en América Latina el péndulo está oscilando hacia la izquierda. Se ha extendido la opinión de que nuestro continente es hoy una suerte de laboratorio de alternativas, que no pocos ven con entusiasmo y esperanza, quizá como contrapartida de la situación poco atractiva que viven en sus propios países, donde potentes movimientos –como el que ganó las calles hace pocos años contra la guerra en Irak– lucen hoy desfibrados y aletargados.

Sin la menor pretensión de agotar el tema, un breve repaso a recientes artículos de un puñado de intelectuales –los estadounidenses Noam Chomsky y James Petras, el francés Alain Touraine y los autores de Imperio, Michael Hardt y Toni Negri– es suficiente para desvelar tanto el predominio de un análisis simplificador que rehúye las complejidades por las que atraviesa América Latina, como el traslado a realidades lejanas de problemas domésticos del Primer Mundo.

La reducción a lo simple

En un reciente artículo titulado “América Latina: cuatro bloques de poder” (La Jornada, 10-III-07) Petras sostiene que a nivel de organizaciones la “izquierda radical” del continente se reduce a las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC). En ese mismo bloque incluye a “sectores” de movimientos urbanos y campesinos de Venezuela, de El Alto (Bolivia), del Movimiento de los Sin Tierra de Brasil, así como parte de los movimientos sociales de Ecuador, México, Perú y Argentina. El segundo bloque está formado por lo que denomina como “izquierda pragmática”, entre las que destaca a Hugo Chávez, Evo Morales y Fidel Castro, además de los grandes partidos de izquierda de Centroamérica y Sudamérica, los dirigentes del MST de Brasil, la central sindical CTA de Argentina, el PRD de México y el MAS de Bolivia. Los considera pragmáticos porque “no hacen un llamado a la expropiación del capitalismo ni al rechazo de la deuda ni a ruptura alguna de relaciones con Estados Unidos”.

Sorprende, por ejemplo, que Petras incluya en la misma bolsa al presidente cubano y al PRD mexicano, uno de los partidos más moderados de la izquierda continental. Más aun, cree que Chávez es un radical pragmático que Estados Unidos “puede acomodar”, y sostiene que Cuba ya no es radical porque “le tendió la mano diplomática a Uribe (presidente de Colombia), rechaza la izquierda revolucionaria de las FARC y respalda en público a neoliberales como Lula da Silva, Néstor Kirchner y Tabaré Vázquez”. En el bloque de los “neoliberales pragmáticos” ubica a estos tres mandatarios y, sin mencionarlo, al actual presidente de Ecuador, Rafael Correa. En el cuarto bloque, el de los “neoliberales doctrinarios”, coloca a Michelle Bachelet (Chile), al presidente mexicano Felipe Calderón y al colombiano Álvaro Uribe, porque “siguen al pie de la letra los dictados de Washington”.

Touraine, en un artículo publicado en la revista Nueva Sociedad (Caracas, setiembre-octubre de 2006) titulado “Entre Bachelet y Evo Morales, ¿existe una izquierda en América Latina?”, ensaya una lectura más ambiciosa pero arranca con una afirmación desconcertante: “Las categorías de izquierda y derecha pierden sentido en América Latina”. Descartando este lenguaje, sostiene que el desafío que enfrenta el continente es “ubicar las luchas sociales dentro de un marco institucional y democrático”, como sucede en Europa y Estados Unidos. Y continúa con otra afirmación también sorprendente: “Hoy América Latina parece más lejos de encontrar una expresión política para sus problemas sociales que hace treinta años”.

Para Touraine el principal problema de la izquierda es no haber construido un lazo entre movimientos sociales y partidos políticos, que sería la clave para su ansiada institucionalización de lo social. De un plumazo descarta el amplio abanico que va desde el zapatismo a Lula. Del primero dice que la “esperanza nacida del alzamiento zapatista ha desaparecido”, y se muestra decepcionado con Lula por su “renuncia a elaborar un proyecto a la vez político y social del cambio”. La conclusión es sencilla: “Esto nos obliga a hablar de un fracaso fundamental de las soluciones que podríamos llamar de izquierda en el conjunto del continente”.

Así como Petras se empeña en incluir a la fuerza a todo el complejo entramado de la izquierda político-social del continente en cuatro categorías que suenan antojadizas, Touraine extrapola a nuestro continente una realidad que ha funcionado bien en el suyo pero que –salvo que se presuponga que todo el mundo debe asumir el recorrido europeo– no parece evidente que sea el camino adecuado urbi et orbi. Las preguntas se agolpan. ¿Creen ambos analistas en la centralidad de lo político-partidario cuando todo indica que en América Latina las sociedades civiles vienen desbordando estas instituciones? ¿Puede seguir siendo la referencia al imperialismo y la actitud hacia la deuda externa la clave de bóveda para comprender los sinuosos derroteros de los movimientos? El “lazo” que defiende Touraine entre movimientos y partidos, ¿no ha sido en la historia reciente la mejor forma de domesticar a los primeros al subordinarlos a los segundos?

Petras, que se ha distanciado del MST por su “pragmatismo”, parece no querer asumir que para los sin tierra es positivo el triunfo de Lula, aun sabiendo que no va a promulgar la reforma agraria. Para ese movimiento, que incluye a dos millones de personas en cinco mil asentamientos rurales, no todo puede resumirse en la ruptura con el capitalismo y el no pago de la deuda, entre otras cosas porque tiene que asegurar día a día un mínimo de alimentación a sus miembros. Y, sobre todo, porque su carácter antisistémico no pasa por “hacer un llamado a la expropiación del capitalismo” sino por intentar sobrevivir –a pesar y dentro del sistema– intentando no reproducirlo, lo que implica alentar nuevas formas de trabajar, de autoeducarse, de cuidar la salud y un sinfín de cuestiones que hacen a la vida cotidiana. Y que tienen escasa relación con el discurso. La teoría revolucionaria clásica ha sido puesta en cuestión por la práctica de unos cuantos movimientos (sobre todo los indígenas de Chiapas y Bolivia y los sin tierra, pero cada vez más por las feministas y otras supuestas “minorías”) en un punto clave: la exigencia de una “ruptura” con el ancien régime como eje en torno al que deben giran los cambios. La lógica binaria reforma-revolución ha dejado de funcionar hace tiempo para explicar el carácter de los procesos sociales.

Mirada eurocéntrica

Touraine sostiene que “en la mayoría de los países latinoamericanos la desigualdad se ha transformado de tal forma en un dualismo estructural, que el continente parece incapaz de lograr lo que Gran Bretaña y otros países, incluidos Estados Unidos y Francia, pudieron crear: algo que va más allá de la democracia política, pero que no la destruye e incluso la refuerza, es decir, una democracia social fundada en el reconocimiento, por la ley o la negociación colectiva, de los derechos de los trabajadores”. Parece abusivo tomar al Primer Mundo como ejemplo de democracia social, por dos razones casi elementales: cada continente y cada país, en función de sus propios recursos, creará lo que pueda sin necesidad de poner por delante modelos que difícilmente se adapten a estas realidades. Parece difícil hablar de “derechos de los trabajadores” en un continente donde dos tercios, como mínimo, de la fuerza laboral son precarios e informales.

En segundo lugar, el sociólogo francés deja de lado algo básico para quien se reclame de izquierda. ¿Hasta qué punto las “democracias sociales” europeas, construidas en el período de los estados benefactores, no han sido lubricadas por el proceso de exportación de capitales, o sea por el imperialismo? Todo indica que en la mayor parte de los países de América Latina el primer paso democratizador debe ser la descolonización y despatrimonialización de los estados, que son una clara herencia colonial por donde se los mire. ¿No fueron acaso los países del Norte y sus trasnacionales los que impidieron que en esta parte del mundo funcionara alguna forma de Estado del bienestar? ¿Quiénes sustentaron a las elites locales cada vez que corrían el riesgo de perder el mango de la sartén?

A esta altura de la historia, entre personas de izquierda no debería dedicarse tiempo a explicar que “la lucha contra las desigualdades” que reclama Touraine, y que ciertamente está lejos de avanzar, requiere la ruptura con aquellos que se han beneficiado de esas desigualdades: entre las que destacan las grandes empresas del Primer Mundo, buena parte de ellas europeas, francesas y españolas. El desarrollismo y el proceso de sustitución de exportaciones colapsaron, entre otras razones, por la actitud de esas empresas y de los gobiernos que las apoyaron. Y eso debería ser casi un lugar común que los intelectuales de izquierda del Norte no deberían soslayar.

Mientras Petras cree que las FARC y quienes piensan como ellas son el núcleo de la revolución latinoamericana, Touraine sostiene que ahora “el futuro político del continente depende de las oportunidades de Bolivia de construir y hacer realidad un modelo de transformación social y, al mismo tiempo, ganar independencia respecto a la retórica de Chávez”. En su opinión, es el gobierno de Evo el mejor situado para vincular la lucha por la desigualdad con la lucha por la democracia. Pero no parece que ese gobierno pueda hacer ambas cosas, o alguna de ellas, sin desmontar un Estado colonial que excluye a dos terceras partes de los bolivianos y que sostiene los intereses de empresas del Norte. Las dificultades que encuentra Evo para realizar una efectiva nacionalización de los hidrocarburos enseñan una triple alianza entre las multinacionales, los gobiernos donde residen y las elites locales. Sin dar ese paso es impensable comenzar a luchar contra las desigualdades.

El papel de la crítica

Demasiado a menudo la mirada de los intelectuales de izquierda del Norte define una agenda que no está asentada precisamente en las necesidades, problemas o urgencias del Sur. Es el caso de Negri y Hardt, quienes vienen mostrando sus simpatías por los gobiernos progresistas y de izquierda del continente pero desde una mirada bastante ajena a la región. En una entrevista concedida a BRECHA (16-XII-05), Hardt defiende la tesis de que la importancia de estos gobiernos es que las “alianzas de estos países pueden provocar transformaciones en las relaciones internas del imperio, que no lo hacen desaparecer pero que consiguen una nueva relación de fuerzas”. En suma, son importantes como forma de frenar a George W Bush y potenciar el multilateralismo que tantos analistas defienden. Lo cual parece evidente que sería muy positivo para la salud de la humanidad y, aun, para los pueblos latinoamericanos. Pero la realidad es harto más compleja: la gente no se ha dedicado a luchar durante décadas para resolver contradicciones del imperio, aunque el resultado bien pueda ser ese.

Incluso alguien tan mesurado y sensato como Chomsky cae a menudo en describir la realidad en negro sobre blanco. En el artículo “Latinoamérica declara su independencia” (BRECHA, 20-X-06) señala que “desde Venezuela a Argentina, la región se alza para derrocar el legado de dominación externa de los últimos siglos”. Sobre esa base concluye que “los nuevos programas que se llevan a cabo en Latinoamérica están revirtiendo los modelos que se remontan a la conquista española y que se caracterizan por la vinculación entre las elites latinoamericanas con los poderes imperiales”. El aserto refleja más el deseo de ver al imperio derrotado que una realidad constatable.

Incluso un medio tan sólido y sensato como Le Monde Diplomatique, dirigido por Ignacio Ramonet, suele lanzar las campanas al vuelo a la hora de celebrar procesos de cambio como el venezolano. El respaldo de Ramonet al gobierno de Chávez, así como a la revolución cubana, forma parte de un compromiso saludable por parte de los intelectuales del Primer Mundo. Pero ese posicionamiento se hace las más de las veces a costa de omitir las críticas o de dejar pasar orientaciones poco felices como las que muestra el actual debate acerca del “socialismo del siglo XXI” lanzado por el presidente de Venezuela. Sobre este tema, son precisamente los intelectuales europeos los que están en mejores condiciones para fomentar un debate necesario y urgente, en base a la experiencia del “socialismo real” y al alud de los consistentes estudios que se han realizado en el viejo continente.

Es cierto que las intelectualidades europea y estadounidense fueron y son fuentes de inspiración ineludibles para las izquierdas –políticas, sociales, académicas, culturales– latinoamericanas. Pero este continente está hoy en condiciones de hacer sus propios análisis y diagnósticos y hasta de proponer soluciones, las más de las veces apoyadas en estudios nacidos en el Norte, aunque se registra una creciente “autonomía epistemológica”. Las relaciones interculturales, que de eso se trata, son un desafío por el que apenas comenzamos a transitar. Y uno de los peores efectos que tienen los análisis simplificadores, como los de Petras y Touraine, es el de fomentar entre sus seguidores un conjunto de certezas que no contribuyen a fomentar el debate ni a abrir el juego a la diversidad de opiniones que incluya a todos los involucrados en el cambio social.