Archivo de la etiqueta: Artículos

8 de marzo: Mulheres Camponesas na luta contra o agronegócio, por Reforma Agrária e Soberania Popula

9 de março de 2009: 


Nós mulheres, camponesas, ribeirinhas, extrativistas, indígenas, quilombolas e sem terra, queremos denunciar com nossas ações políticas a extrema gravidade da situação dos trabalhadores rurais no Brasil.. Não nos subordinaremos a este modelo capitalista e patriarcal de sociedade, concentrador de poder e de riquezas. Não queremos o projeto de agricultura do agronegócio, hidronegócio e das empresas transnacionais no Brasil.

(más abajo en castellano)

Nos mobilizamos para denunciar a crise política, econômica, social e ambiental criada pelas elites que controlam o Estado: capital financeiro internacional e transnacionais. Não aceitamos pagar a conta da crise, com a super-exploracão de nosso trabalho, baixos salários, aumento da jornada de trabalho e com o avanço da exploração sobre os recursos naturais. Por isso, DENUNCIAMOS:

O AGRO E O HIDRO NEGÓCIO SÃO INSUSTENTÁVEIS: os monocultivos, com destaque para a cana, soja e eucalipto, causam um forte desequilíbrio ambiental, sérios problemas sociais, gerando graves conseqüências para a humanidade, através do uso intensivo de venenos. É um modelo que se apropria e domina a água, a terra, as fontes de energia, os minérios, as sementes e toda biodiversidade. Exerce controle das sementes, através dos transgênicos, que provoca o aumento de doenças, especialmente em mulheres e crianças. Avança sobre os recursos naturais, com a ganância de aumentar seus lucros sobre as florestas, na Amazônia e no que resta do Cerrado, da Mata Atlântica, do bioma Pampa e do Semi-Árido nordestino.

SUPER-EXPLORAÇÃO DO TRABALHO: os grandes lucros deste modelo são obtidos através de baixos salários, precarização, ameaça constante de desemprego e condições semelhantes de trabalho escravo. É esta super-exploração do trabalho que permite que a mercadoria fruto deste modelo, seja uma das mais baratas e competitivas do mundo.

FINANCIAMENTO DO ESTADO: este modelo é beneficiado através de investimento público que tira dos pobres em forma de impostos e passa os recursos para os bancos e empresas. O governo brasileiro recolhe da sociedade, todos os anos, cerca de 150 bilhões de reais para transferir aos bancos na forma de pagamento de uma dívida, que o povo não fez e nunca foi consultado. Os donos desses títulos não são mais que 20 mil ricos, entre donos de bancos, especuladores nacionais e internacionais. Sem esses recursos, o governo não consegue investir em educação, emprego, saúde, direitos previdenciários, habitação e reforma agrária. Este repasse se dá principalmente através do FAT e do BNDES – órgãos governamentais. É o modelo mais rentável para os capitalistas, e o mais dependente dos investimentos públicos. Por gerar divisas em dólar, o governo e o Estado lhes dão total amparo. Em especial, em linhas de crédito: o agronegócio recebe mais de 65 bilhões de reais por ano dos bancos públicos, e com isenção dos impostos de exportação. Exportar apenas matéria prima não desenvolve o país, nem distribui renda a todos e todas.

ALIANÇA QUE AFETA A SOBERANIA ALIMENTAR E O CONTROLE DA AGRICULTURA BRASILEIRA: há uma aliança entre os grandes proprietários de terra com as empresas transnacionais que controlam o fornecimento dos insumos industriais -adubos, fertilizantes, venenos e máquinas- , o preço e o mercado de cada produto. O Brasil continua priorizando a exportação de matérias primas, sem valor agregado, vendendo a preços baixos, e transferindo parte de nossas riquezas naturais, inclusas no produto.

A CRIMINALIZAÇÃO DA LUTA: nos últimos tempos, o Estado tem utilizado todo aparato policial, o poder judiciário e a mídia para defender as empresas, o agronegócio e a propriedade privada e criminalizar as lutas sociais.

Reafirmamos a luta como única saída para as transformações sociais! E temos o direito de lutar!

Nos mobilizamos para defender a agroecologia, a biodiversidade, a agricultura camponesa cooperada, a produção de alimentos saudáveis, a reforma agrária, os direitos previdenciários, a saúde e educação gratuita e de qualidade para todos. Para defender a terra, a água, as sementes, a energia e o petróleo como bens da natureza a serviço dos seres humanos.

Rompemos o silêncio para resgatar a cultura e o conhecimento camponês, resgatar o nosso Brasil. E para isso, convocamos todo o povo brasileiro a ir à luta, para se unir para construir um novo projeto de desenvolvimento – que beneficie o povo brasileiro e não as empresas e os bancos.

Seguiremos lutando e organizando as mulheres, os homens, a juventude trabalhadora e as crianças para defender os nossos direitos de viver no Brasil justo, igualitário e soberano.

VIVA 08 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES TRABALHADORAS!

VIA CAMPESINA BRASIL e FETRAF – MARÇO 2009

 

Fonte: www.mst.org.br

www.mabnacional.org.br

www.mmcbrasil.com.br

 

MUJERES CAMPESINAS EN LA LUCHA

POR REFORMA AGRARIA Y SOBERANÍA ALIMENTARIA.
 
Nosotras mujeres, campesinas, ribereñas, extractivistas, indígenas, quilombolas y sin tierra, denunciamos a través de nuestras acciones políticas la extrema gravedad de la situación brasileña. No nos subordinaremos a este modelo capitalista y patriarcal de sociedad, concentrador de poder y de riquezas. No queremos el proyecto de agricultura del agronegócio, hidro-negocio y de las transnacionales en Brasil.
 
Nos movilizamos, para enfrentar la crisis política, económica, social y ambiental, creada por las elites que controlan el Estado: capital financiero internacional y transnacionales. No aceptamos pagar la cuenta de la crisis, con la súper-explotación de nuestro trabajo, bajos salarios, aumento de la jornada de trabajo y con el avance de la explotación sobre los recursos naturales. Por eso, DENUNCIAMOS:
 
EL AGRO E HIDRO-NEGOCIO SON INSOSTENIBLES: los monocultivos, con destaque para la  caña, soja y eucaliptos, a través del uso intensivo de venenos, causan un fuerte desequilibrio ambiental, serios problemas sociales y generando graves consecuencias para la humanidad. Es un modelo que se apropia y domina el agua, la tierra, las fuentes de energía, los recursos minerales, las semillas y toda la biodiversidad. A través de los transgénicos ejerce el control de los semillas, causando el aumento de enfermedades, especialmente en mujeres y niños. Avanza sobre los recursos naturales, con el objetivo de aumentar sus lucros sobre las florestas, en Amazonia y el lo que aún subsiste del Cerrado, de la Floresta Atlántica, del bioma pampa y del semi-árido del nordeste.
 
SÚPER-EXPLOTACIÓN DEL TRABAJO: los grandes lucros de este modelo son obtenidos a través de bajos salarios, precarización, amenaza constante de desempleo y condiciones semejantes a las del trabajo esclavo. Esta súper-explotación del trabajo es la que permite que las mercaderías – resultantes de este modelo, sean una de las mas baratas y competitivas del mundo.
 
FINANCIACIÓN DEL ESTADO: Este modelo es beneficiado a través de las inversión  pública que retira los recursos de los pobres – en la forma de impuestos – y los repasa a los ricos. La sociedad brasileña gasta actualmente alrededor de 150 billones de reales al año en el pago de los títulos de la deuda pública, que son repasados para 20 mil familias, entre dueños de bancos, especuladores nacionales e internacionales. Sin esos recursos, el gobierno no consigue invertir en educación, empleo, salud, derechos de previsión social, habitación y reforma agraria. Este repase ocurre, principalmente, a través del FAT (Fondo de amparo al Trabajador) e del BNDES (Banco Nacional de Desarrollo Económico y Social) – organismos gubernamentales. Es el modelo mas rentable para los capitalistas y el mas dependiente de inversiones públicas. Por generar divisas en dolares, el gobierno y el Estado le dan todo el amparo, especialmente en lineas de crédito: el agro-negocio recibe mas de 65 billones de reales por año de los bancos públicos. Y con exención de impuestos de exportación. Exportar apenas materias primas no desarrolla el país ni distribuye la renta entre todas y todos.
 
ALIANZA CRIMINAL: Hay una alianza entre los capitalistas y los grandes propietarios de tierra con las empresas transnacionales que controlan el abastecimiento de insumos industriales – abonos, fertilizantes, venenos y máquinas – controlan el precio y el mercado de cada producto. Brasil continua dando prioridad a la exportación de materias primas, sin valor agregado, vendiendo a  bajos precios, y transfiriendo parte de nuestras riquezas naturales inclusas en el producto.
 
CRIMINALIZACIÓN DE LA LUCHA: En los últimos tiempos el estado ha utilizado todo el aparato policial, el poder judicial y la midia para defender a las empresas, al agro-negocio y a la propiedad privada, criminalizando las luchas sociales.
 
Reafirmamos la lucha como única alternativa para las transformaciones sociales! Tenemos derecho a luchar!
 
Nos movilizamos para defender la agroecología, la biodiversidad, la agricultura campesina cooperativada, la producción de alimentos saludables, la Reforma Agraria, los derechos de previsión social, salud y educación gratuita y de calidad para todos. Para defender la tierra, el agua, las semillas, la energía y el petroleo como bienes naturales a servicio de la humanidad.
 
Rompemos el silencio para rescatar la cultura y el conocimiento campesino, rescatar nuestro Brasil. Por eso convocamos a todo el pueblo brasileño a luchar y unirse para construir un nuevo proyecto de desarrollo que beneficie a todo el pueblo y no solo a las empresas y bancos.
 
Continuaremos luchando y organizando mujeres, hombres, juventud trabajadora niños para defender nuestro derecho a vivir en un Brasil justo, igualitario y soberano.
 
 
VIVA EL 8 DE MARZO
DÍA INTERNACIONAL DE LUCHA DE LAS MUJERES TRABAJADORAS!
 
VIA CAMPESINA BRASIL y FETRAF
Marzo 2009
 

 

En defensa de la pedagog?a de la tierra, del MST

Se presentan dos iniciativas en defensa del trabajo que el MST lleva haciendo en la educación en el campo y que se está viendo atacada por el Gobierno Estadual de Rio Grande do Sul:

 

1. Galeano y varios profes de la Federal de Brasil, trasladan Manifiesto sobre la ofensiva multinacional en RS, que tiene por instrumentos a la gobernadora de la derecha..

http://www.kaosenlared.info/noticia/defensa-pedagogia-tierra-mst

 

2. Parem com o fechamento de escolas para os sem terra e com os ataques oficiais no Brasil contra o Fórum Social Mundial::

http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/3957

Manifiesto en defensa de la reapertura de las Escuelas Itinerantes  del MST en RS La gobernadora de Río Grande do Sul, Yeda Crucius, y la parte derechista del Ministerio Público del estado está golpeando a las Escuelas Itinerantes del MST en Rio Grande do Sul, decretando el cierre de esas instituciones educativas. El hecho de proscribir esa inspiradora iniciativa educativa del MST forma parte de un proceso de criminalización y de expulsión del MST del estado, conforme viene siendo denunciado por las entidades democráticas de decenas de países. Para proteger los latifundios y las corporacionesen especial las de celulosa, Yeda y sus aliados quieren cortar lo que juzgan ser un "mal de ráiz": la educación de niñas y niños, de los jóvenes y de los adultos que están acampados hace años, pues nada se hizo en pro de la Reforma Agraria. La gobernadora quiere silenciarlos. Los campesinos fueron expulsados de sus tierras por el poder del gran capital y ninguna alternativa económica les ha sido posibilitada. Por esa razón las banderas del MST o­ndean a la orilla de las carreteras que rodean los latifundios destructivos. Dignamente el campesinado resiste luchando por la democracia que, para ser verdadera, no puede prescindir de los medios económicos que aseguren condiciones de vida-humana. Y las Escuelas Itinerantes son parte de ese proceso civilizatorio. Las Escuelas Itinerantes del MST son espacios de conocimiento, creación y socialización con base en valores ético-políticos libertarios y democráticos. Son espacios públicos de formación humana, de crítica y de renovación del pensamiento pedagógico brasilero y latinoamericano. Estudiosos de diversos países las investigan y las difunden por medio de tesis, articulos, experiencias de educación popular, propgando idearios pedagógicos originalmente sistematizados y difundidos por Paulo Freire. Las Escuelas Itinerantes son lugares que están propiciando reflexiones que permiten construir un futuro mejor para la educación pública, gratuita, laica y autónoma frente a los intereses particularistas y mezquinos como los profesados por el actual gobierno del estado de Rio Grande. Exigimos la inmediata apertura de las Escuelas Itinerantes acompañadas por el MST, tambien con una garantía de que el poder público asegurará la infraestructura necesaria para el pleno funcionamiento de las mismas. Los firmantes del presente Manifiesto estaremos acompañando las acciones del gobierno estadual, en los sindicatos, en las escuelas, en las universidades, en las luchas sociales, promoviendo denuncias de los actos políticos hasta que a las escuelas vuelvan las niñas y niños, los jovenes y el profesorado que en ellas actuan.

Firmas iniciales:

Carlos Walter Porto-Gonçalves – Universidad Federal F
Eduardo Galeano – Escritor (Uruguay)
Emir Sader – UERJ, Secretario Ejecutivo de CLACSO
Gaudêncio Frigotto – UERJ
Ivana Jinkings –Editora Boitempo
Marcelo Badaró – UFF
Roberto Leher – UFRJ
Virgínia Fontes – UFF e Fiocruz

Premios ya recibidos por el MST por su trabajo en el campo de la educación:

– Premio Educación y Participación de UNICEF, en diciembre de 1995.

– Premio Alceu Amoroso Lima de Derechos Humanos en agosto de 1999.

– Premio Pluma Libertaria por la Escuela Itinerante, en octubre de 1999.

– Premio Itaú&Unicef – Finalista – "Por una Educación Básica del Campo", en

noviembre de 1999

Una educación crítica adaptada al campo

Para los sin tierra, la reforma agraria no se limita a la tierra y al capital, sino que implica también la reconstrucción misma de las personas como ciudadanos. De ahí la gran importancia de que todos los campesinos tengan acceso a la educación.
Desde sus comienzos, los dirigentes del MST han tratado de brindar a las familias instaladas en los asentamientos la instrucción suficiente para que aprendan no sólo a leer, contar y escribir, sino también a desarrollar su conciencia política para que ellos mismos hagan una lectura crítica de su realidad. Nociones como la reforma agraria, la justicia social y la lucha de clases forman parte de los cursos, así como la discusión sobre la realidad cotidiana de cada uno.
Convencido de que una organización sólo perdura cuando forma a sus propios dirigentes, el MST ha creado varias escuelas para sus líderes y un Instituto que prepara técnicos agrícolas en distintas especialidades (Iterra). Incluso una brigada médica se formó en Cuba en la Escuela Internacional de Medicina. Por otra parte, ocho universidades tienen convenios con el MST para la formación técnica de sus cuadros. Así, el movimiento atiende todos los niveles de educación.
En total, cuenta con unas 1.000 escuelas públicas en los terrenos que los sin tierra han ocupado desde mediados de los ochenta, donde unos 2.000 profesores imparten cursos para 70.000 estudiantes. En un primer momento, para reducir el ausentismo escolar y combatir el analfabetismo, el MST decidió ajustarse al calendario agrícola. Las clases, que tradicionalmente comenzaban en febrero o marzo, ya no coinciden con la siembra y la cosecha locales, concentradas entre enero y mayo, período de lluvias. Con esta medida, se triplicó el número de alumnos en zonas campesinas y se redujo a la mitad el analfabetismo y el abandono en muchas escuelas. El gobierno brasileño reconoció la experiencia metodológica del MST y decidió homologar las enseñanzas impartidas en sus escuelas. Esta concepción de Escuela Nueva supone la adaptación pedagógica al medio rural, respetando los “valores culturales del campo”, como la relación con la naturaleza, el espíritu de ayuda mutua, su percepción del tiempo, su vinculación a la tierra y a la necesidad de defenderla.

http://www.pachakuti.org/textos/campanas/latifundio/5_congreso_mst.html http://www.kaosenlared.net/noticia/campana-europea-contra-cierre-escuelas-sin-tierra http://www.pachakuti.org/textos/hemeroteca/2007_1/pachakuti_bilbao.html

Informaciones sobre los acontecimientos de Pernambuco de la semana pasada

Famílias são ameaçadas por pistoleiros em Pernambuco 24/02/2009

 

No ultimo sábado (21/2), quatro pistoleiros foram mortos ao tentarem invadir o acampamento Consulta e assassinar um companheiro. O conflito na região vem ocorrendo desde abril de 2000, quando as fazendas Consulta e Jabuticaba foram ocupadas. De lá para cá foram vários despejos realizados pela polícia militar e ameaças permanentes por parte de pistoleiros e milícias armadas.

 

 

Infelizmente até hoje o INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), mesmo classificando as propriedades como improdutivas, não conseguiu a desapropriação das áreas, pois houve manipulação dos registros de imóveis no cartório e a fazenda Consulta foi subdividida enquanto tramitava o processo de desapropriação.

Em 2007, o conflito na região chegou a um nível bastante tenso, quando depois do cumprimento de mais uma reintegração de posse na fazenda Jabuticaba, o proprietário contratou capangas e máquinas agrícolas para destruir mais de 120 hectares de lavoura das famílias acampadas.

Na última quinta-feira, com um efetivo de 300 soldados, a Polícia Militar realizou mais um despejo, simultaneamente nas duas fazendas. As famílias saíram, sem resistência e acamparam ao lado das propriedades, como sempre fizeram nestes oito anos de lutas pela desapropriação das áreas. Como já é de rotina, as famílias, passam a se preparar para ocupar novamente as duas áreas, já que lá construíram suas vidas e seu sustento.

Porém, logo depois do despejo, elas passaram a ser sistematicamente ameaçadas por uma milícia de pistoleiros contratada pelo Sr. Estermilton Guedes, um dos herdeiros da fazenda Jabuticaba. No sábado pela manhã, as famílias reocuparam a fazenda e imediatamente após a ação, sofreram as ameaças por parte dos pistoleiros, que chegaram com muita violência. Foi solicitado apoio policial, que esteve no local e impediu que houvesse ali um massacre contra as famílias Sem Terra. A chegada da polícia dispersou quatro pistoleiros, que ficaram em um bar da Vila Monte Alegre, um povoado próximo do acampamento.

Com a retirada da polícia, dois companheiros saíram de moto para informar as famílias do acampamento da Consulta do ocorrido. Quando passaram pelo bar, os quatro pistoleiros, em três motos, começaram, a persegui-los. Neste momento as famílias do acampamento Consulta já estavam em alerta. Poucos segundo depois que os dois companheiros entraram no acampamento, as três motos invadem o local e os pistoleiros passam a agredir um deles (Aluciano) até levá-lo ao chão. Foi neste momento que um dos pistoleiros sacou sua arma para matar o Sem Terra e os acampados reagiram em defesa da vida de Aluciano e das famílias acampadas. Todo o episódio foi acompanhado e filmado por policiais contratados pelo dono da fazenda Consulta para fazer segurança do latifúndio.

No desfecho da situação, quatro pistoleiros morreram e um trabalhador foi baleado. A coordenação do acampamento convocou a polícia para denunciar a tentativa de massacre contra os acampados. Ao chegar no acampamento a polícia prendeu o companheiro Aluciano e um trabalhador, o Sr. Paulo, de 64 anos.

Hoje, as famílias acampadas estão sobre ameaça permanente, por parte da milícia armada da região. Estamos solicitando de imediato a garantia de vida para as famílias acampadas e a desapropriação das duas fazendas.

*Direção Estadual do MST-PE*

 

Nota de esclarecimento sobre as ocupações em São Paulo 25/02/2009

Diante da repercussão das ocupações de terras ocorridas em São Paulo nos últimos dias, a Direção Estadual do MST esclarece:

1) As ocupações são importantes ferramentas na luta pela terra, por isso, o MST, durante os seus 25 anos de história, sempre utilizou dessa ferramenta para lutar pela Reforma Agrária. Desse modo, o MST continuará realizando ocupações de terra independentemente de calendários. Na madrugada de sábado (21/2) realizamos três ocupações na região do Pontal do Paranapanema: Fazenda Dumontina, em Mirante do Paranapanema, com 50 famílias; Fazenda São Luiz, em Presidente Bernardes , com 80 famílias e Fazenda Santo André, em Martinópolis, com 70 famílias.

2) Como já é de conhecimento público, José Rainha Júnior não compõe nenhuma instância organizativa do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e, portanto, não está autorizado a falar e agir em nome dessa Organização.

3) A reunião com o secretário de Justiça de São Paulo agendada para hoje, e divulgada pela imprensa, não era com a direção estadual do MST, portanto, não temos nada a declarar sobre esse assunto.

*Direção Estadual do MST-SP

 

Artículo en el País sobre lo acontecido:

http://www.elpais. com/articulo/ internacional/ Movimiento/ Tierra/cuerdas/ elpepuint/ 20090227elpepuin t_1/Tes

 

Entrevista de dirigente do MST sobre os ultimos acontecimentos divulgada para a Imprensa

DIRIGENTE DO MST  ANALISA OS ULTIMOS ACONTECIMENTOS DA LUTA PELA REFORMA AGRARIA

Nos últimos dias, a imprensa vem veiculando uma série de matérias sobre o MST, que expressam uma ofensiva das forças de direita. Por isso, entrevistamos o membro da direção nacional João Paulo Rodrigues, para explicar a posição do Movimento sobre os principais temas expostos.

1. O que aconteceu com as escolas itinerantes no Rio Grande do Sul?

 

Durante o governo Antonio Britto (PMDB-PPS) foi assegurado o direito das crianças de ensino primário estudarem no próprio acampamento. O estado colocava professores da rede pública e as aulas eram dadas em salas organizadas no acampamento. E quando o acampamento mudasse de local ou as famílias fossem assentadas, a escola ia junto, assegurando a continuidade do ensino àquelas crianças. Essa experiência exitosa recebeu prêmios e foi adotada por outros estados, como o do Paraná.

Após a eleição do governo tucano de Yeda Crusius, se formou uma conjuntura política de ofensiva da direita na imprensa, no Ministério Publico Estadual e na Brigada Militar.  Eufóricos com a vitória eleitoral, passaram a criminalizar, perseguir e reprimir os movimentos sociais, seja  o dos professores, metalúrgicos, desempregados ou o MST.

 Nesse contexto, a atual governadora e o Ministério Público atuaram para suspender as aulas nos acampamentos e levar as crianças para os colégios da cidade.  Ou seja, não hesitaram em prejudicar as crianças para atingir politicamente o MST.Por outro lado, o governo Yeda  Crusius já fechou outras 8.500 turmas em todos os municípios do estado, a maioria no meio rural, apenas para poupar recursos, apenas para assegurar o famigerado déficit zero.

 As prefeituras dos municípios aonde existem acampamentos já disseram que é impossível levar as crianças para a cidade.  São Gabriel, por exemplo, teria que gastar R$ 40 mil mensais.  Enquanto atualmente o estado gasta R$ 16 mil para atender os oito acampamentos em todo estado.Felizmente, as escolas foram autorizadas pelo Conselho Estadual de Educação, que é o órgão que autoriza e fiscaliza o funcionamento das escolas e aprova seu currículo. 

 

2. O que aconteceu em Pernambuco?

 O conflito no Pernambuco é uma tragédia anunciada. As 100 famílias estão acampadas há oito anos. Duas áreas estão em disputa. Os fazendeiros usaram de todas as artimanhas judiciais para impedir a desapropriação de suas áreas não utilizadas, que servem apenas de especulação imobiliária. As famílias trabalham e plantam na área, tiram dela seu sustento. Sofreram mais de 20 despejos. Na semana passada, depois de mais despejo pela Polícia Militar, o fazendeiro contratou pistoleiros que foram no acampamento fazer provocações, armados. Perseguiram e espancaram um dos líderes do acampamento. Nesse clima de tensão e ameaças permanentes às famílias acampadas, alguns acabaram reagindo e no conflito houve a morte de quatro pistoleiros. O MST repudia a violência.

No Brasil há muitos outros acampamentos, em igual situação de tensão e conflito. Até quando vão esperar para realizar a Reforma Agrária?  

 

3.O que aconteceu no Pontal DO Paranapanema, sao paulo?

Na região do Pontal do Paranapanema, no estado de São Paulo, há um passivo de conflito agrário pendente há quatro décadas. Existem por lá mais de 400 mil hectares de terras públicas estaduais, com sentenças judiciais reconhecendo que são públicas. Portanto, os fazendeiros ocupantes são grileiros. E precisam sair das terras, pelas quais receberiam a indenização pelas benfeitorias. Desde o governo Mario Covas, que o processo de discriminação e indenização dos fazendeiros-grileiros está parado. Com isso o problema só se agrava. Agora, na semana do carnaval, os quatro movimentos de sem terra que atuam na região realizaram ocupações de protesto em diversas fazendas.

 A repercussão foi imediata. Por duas razões: primeiro porque os fazendeiros possuem muitas ligações políticas na capital. Um deles inclusive era sócio do Fernando Henrique na fazenda de Buritis. Outro tem vínculos com a rede Bandeirantes, e por aí vai.E o segundo motivo é que José Rainha, que não faz parte de nenhuma instância de decisão política do MST, anunciou que as ocupações do seu movimento eram em protesto ao governador José Serra. Pronto. O tema se transformou em disputa eleitoral.

As repercussões do Pontal revelam que até outubro de 2010, viveremos essa novela, da imprensa e seus partidos transformaram as disputas de terra do Pontal em tema eleitoral.

 

4. Entidades do meio rural são acusadas de desviar recursos para ocupações.  Isso procede?

O MST nunca usou nenhum centavo de dinheiro público para realizar ocupações de terra.

Por uma questão de princípio, as próprias famílias que participam das ocupações dos latifúndios, devem assegurar os recursos necessários para a essa ação política. É aqui que reside a força do MST e é um elemento educativo para as famílias que fazem a luta pela reforma agrária.

Acontece que desde o governo Fernando Henrique Cardoso, o Estado brasileiro, dilapidado pela onda neoliberal, deixou de cumprir suas funções relativas ao setor público agrícola. O Estado não garante mais educação no meio rural, alfabetização, assistência técnica, saúde. Então, foi no governo FHC que eles estimularam o surgimento de ONGs, entidades sem fins lucrativos, para substituir as funções do Estado. E passaram recursos para essas entidades.

 

Vale lembrar que a ONG Alfabetização Solidária,  da dona Ruth Cardoso, recebeu mais de R$ 330 milhões de dinheiro público para  a alfabetização de adultos.

 

Surgiram então em áreas de assentamento diversas entidades – algumas ligadas aos assentados, outras não –  para suprir as funções do Estado, realizando atividades de assistência técnica, de atendimento de saúde, de alfabetização. E recebem recursos do Estado para isso.

 Estranhamos que a imprensa cite apenas as entidades que apóiam a reforma agrária e são ligadas aos assentados, e omitem os milhões de reais repassados para ONGs ligadas ao PSDB, à Força sindical, aos ruralistas. Somente o SENAR recebe milhões de reais. Todos os anos. Sendo que há processos no TCU de desvio de federações patronais em proveito pessoal de seus dirigentes.

 

5.A que se deve a reação do ministro Gilmar Mendes?

O Ministro Gilmar Mendes foi transformado no mais novo líder da direita brasileira, desde sua posse como presidente do Supremo Tribunal Federal.

E ele está se comportando assim, honrando seu novo papel. É ágil para defender o patrimônio, mas lento para defender vidas. Ataca os povos indígenas, os quilombolas, os direitos dos trabalhadores, os operários e defende os militares da ditadura militar.

Enfim, agora a direita brasileira tem seu Berlusconi tupiniquin. E ele opina sobre tudo e sobre todos. Aliás, ele está devendo para a opinião pública brasileira, uma explicação sobre a rapidez como soltou o banqueiro corrupto Daniel Dantas, que financia muitas campanhas eleitorais e alicia grande parte da mídia.

Mais grave, a revista Carta Capital denunciou que o Instituto Brasiliense de Direito Público, vinculado ao Mendes,  recebeu 2,4 milhões de recursos públicos, inclusive do STF, do Tribunal Superior Eleitoral e até do Ministério da Defesa, dirigido por seu amigo Nelson Jobim.Como líder da direita, Mendes procura defender os interesses da burguesia brasileira e fazer intenso ataque ideológico à esquerda e aos movimentos sociais, para pavimentar uma retomada eleitoral da direita em 2010.

Serra não precisa se preocupar, já tem um cabo eleitoral poderoso no STF.  

——————————
Assessoria de Comunicação do MST
Secretaria Nacional – SP
Tel/fax: (11) 3361-3866
Correio – imprensa@mst.org.br
Página –  www.mst.org.br

 

Declaración de la Asamblea de los movimientos sociales del FSM 2009 celebrado en Belem (Par?)

Declaración de la Asamblea de los movimientos sociales, FSM 2009, Belém

NO VAMOS A PAGAR POR LA CRISIS, QUE LA PAGUEN LOS RICOS

Para hacer frente a la crisis son necesarias alternativas anticapitalistas, antiracistas, anti-imperialistas, feministas, ecológicas y socialistas

por Asamblea de los movimientos sociales

Los movimientos sociales del mundo nos hemos reunido con ocasión de la celebración del 9º FSM en Belém, en la Amazonia donde los pueblos resisten a la usurpación de la naturaleza, sus territorios y su cultura. Estamos en América Latina donde en las últimas décadas se ha dado el reencuentro entre los movimientos sociales y los movimientos indígenas que desde su cosmovisión cuestionan radicalmente el sistema capitalista; y en los últimos años ha conocido luchas sociales muy radicales que condujeron al derrocamiento de gobiernos neoliberales y el surgimiento de gobiernos que han llevado a cabo reformas positivas como la nacionalización de sectores vitales de la economia y reformas constitucionales democráticas.

En este contexto, los movimientos sociales de America latina han actuado de forma acertada: apoyar las medidas positivas que adoptan estos gobiernos, manteniendo su independencia y su capacidad de crítica en relación a ellos. Esas experiencias nos ayudarán a reforzar la firme resistencia de los pueblos contra la política de los gobiernos, de las grandes empresas y los banqueros que están descargando los efectos de esta crisis sobre las espaldas de las y los oprimidos.

En la actualidad los movimientos sociales a escala planetaria afrontamos un desafió de alcance histórico. La crisis capitalista internacional que impacta a la humanidad se expresa en varios planos : es una crisis alimentaría, financiera, económica, climática, energética, migratoria…, de civilización, que viene a la par de la crisis del orden y las estructuras políticas internacionales.

Estamos ante una crisis global provocada por el capitalismo que no tiene salida dentro de este sistema. Todas las medidas adoptadas para salir de la crisis sólo buscan socializar las pérdidas para asegurar la supervivencia de un sistema basado en la privatización de sectores estratégicos de la economía, de los servicios públicos, de los recursos naturales y energéticos, la mercantilización de la vida y la explotación del trabajo y de la naturaleza, así como la transferencia de recursos de la periferia al centro y de los trabajadores y trabajadoras a la clase capitalista.

Este sistema se rige por la explotación, la competencia exarcebada, la promoción del interés privado individual en detrimento del colectivo y la acumulación frenética de riqueza por un puñado de acaudalados. Genera guerras sangrientas, alimenta la xenofobia, el racismo y los extremismos religiosos; agudiza la opresión de las mujeres e incrementa la criminalización de los movimientos sociales. En el cuadro de estas crisis, los derechos de los pueblos son sistemáticamente negados. La salvaje agresión del gobierno israelí contra el pueblo palestino, violando el derecho internacional, constituye un crimen de guerra, un crimen contra la humanidad y un símbolo de esta negación que también sufren otros pueblos del mundo. Esta vergonzosa impunidad debe terminar. Los movimientos sociales reafirman aquí su activo sostén a la lucha del pueblo palestino así como todas las acciones de los pueblos del mundo contra la opresión.

Para hacer frente a esta crisis es necesario ir a la raíz de los problemas y avanzar los más rápidamente posible hacia la construcción de una alternativa radical que erradique el sistema capitalista y la dominación patriarcal.

Es necesario construir una sociedad basada en la satisfacción de las necesidades sociales y el respeto de los derechos de la naturaleza, así como en la participación popular en un contexto de plenas libertades políticas. Es necesario garantizar la vigencia de todos los tratados internacionales sobre los derechos civiles, políticos, sociales y culturales (individuales y colectivos), que son indivisibles.

 

En este camino tenemos que luchar, impulsando la más amplia movilización popular, por una serie de medidas urgentes como:

–          La nacionalización de la banca sin indemnización y bajo control social

–          Reducción del tiempo de trabajo sin reducción del salario

–          Medidas para garantizar la soberanía alimentaría y energética

–          Poner fin a las guerras, retirar las tropas de ocupación y desmantelar las bases militares extranjeras

–          Reconocer la soberanía y autonomía de los pueblos, garantizando el derecho a la autodeterminación

–          Garantizar el derecho a la tierra, territorio, trabajo, educación y salud para todas y todos

–          Democratizar los medios de comunicación y de conocimiento ….

 

El proceso de emancipación social que persigue el proyecto ecologista, socialista y feminista del siglo 21 aspira a liberar a la sociedad de la dominación que ejercen los capitalistas sobre los grandes medios de producción, comunicación y servicios, apoyando formas de propiedad de interés social: pequeña propiedad territorial familiar, propiedad pública, propiedad cooperativa, propiedad comunal y colectiva…

Esta alternativa debe ser feminista porque resulta imposible construir una sociedad basada en la justicia social y la igualdad de derechos si la mitad de la humanidad es oprimida y explotada.

Por último, nos comprometemos a enriquecer el proceso de la construcción de la sociedad basada en el “buen vivir” reconociendo el protagonismo y la aportación de los pueblos indígenas.

Los movimientos sociales estamos ante una ocasión histórica para desarrollar iniciativas de emancipación a escala internacional. Sólo la lucha social de masas puede sacar al pueblo de la crisis. Para impulsarla es necesario desarrollar un trabajo de base de concienciación y movilización.

El desafió para los movimientos sociales es lograr la convergencia de las movilizaciones globales a escala planetaria y reforzar nuestra capacidad de acción favoreciendo la convergencia de todos los movimientos que buscan resistir todas las formas de opresión y explotación.

 

Para ello nos comprometemos a:

Desarrollar una semana de acción global contra el capitalismo y la guerra del 28 de marzo al 4 de abril 2009:

–          Movilización contra el G-20 el 28 de marzo;

–          Movilización contra la guerra y la crisis el 30 de marzo;

–          Día de solidaridad con el pueblo palestino impulsando el boicot, las desinversiones y sanciones contra Israel, el 30 de marzo;

–          Movilización contra la OTAN en su 60 aniversario 4 de abril;

 

Fortalecer las movilizaciones que desarrollamos anualmente:

–          8 de marzo: Día internacional de la Mujer

–          17 de abril: Día Internacional por la Soberanía Alimentaría

–          1 de Mayo: Día Internacional de los trabajadores y trabajadoras

–          12 de octubre: Movilización Global de lucha por la Madre Tierra contra la colonización y la mercantilización de la Vida

–          Impulsar las agendas de resistencia contra la cumbre del G-8 en Cerdeña, la cumbre climática en Copenhague, la cumbre de las Américas en Trinidad y Tobago…

 

Respondamos a la crisis con soluciones radicales e iniciativas emancipatorias.

 

 

 

Declaration of the Assembly of Social Movements

at the World Social Forum 2009, Belém

WE WON’T PAY FOR THE CRISIS. THE RICH HAVE TO PAY FOR IT!

Anti-imperialist, anti-capitalist, feminist, environmentalist and socialist alternatives are necessary

By the Assembly of Social Movements

 

We the social movements from all over the world came together on the occasion of the 8th World Social Forum in Belém, Amazonia, where the peoples have been resisting attempts to usurp Nature, their lands and their cultures. We are here in Latin America, where over the last decade the social movements and the indigenous movements have joined forces and radically question the capitalist system from their cosmovision. Over the last few years, in Latin America highly radical social struggles have resulted in the overthrow of neoliberal governments and the empowerment of governments that have carried out many positive reforms such as the nationalisation of core sectors of the economy and democratic constitutional reforms.

In this context the social movements in Latin America have responded appropriately, deciding to support the positive measures adopted by these governments while keeping a critical distance. These experiences will be of help in order to strengthen the peoples’ staunch resistance against the policies of governments, corporations and banks who shift the burden of the crisis onto the oppressed. We the social movements of the globe are currently facing a historic challenge. The international capitalist crisis manifests itself as detrimental to humankind in various ways: it affects food, finance, the economy, climate, energy, population migration… and civilisation itself, as there is also a crisis in international order and political structures.

We are facing a global crisis which is a direct consequence of the capitalist system and therefore cannot find a solution within the system. All the measures that have been taken so far to overcome the crisis merely aim at socialising losses so as to ensure the survival of a system based on privatising strategic economic sectors, public services, natural and energy resources and on the commoditisation of life and the exploitation of labour and of nature as well as on the transfer of resources from the Periphery to the Centre and from workers to the capitalist class.

The present system is based on exploitation, competition, promotion of individual private interests to the detriment of the collective interest, and the frenzied accumulation of wealth by a handful of rich people. It results in bloody wars, fuels xenophobia, racism and religious fundamentalisms; it intensifies the exploitation of women and the criminalisation of social movements. In the context of the present crisis the rights of peoples are systematically denied. The Israeli government’s savage aggression against the Palestinian people is a violation of International Law and amounts to a war crime, a crime against humanity, and a symbol of the denial of a people’s rights that can be observed in other parts of the world. The shameful impunity must be stopped. The social movements reassert their active support of the struggle of the Palestinian people as well as of all actions against oppression by peoples worldwide.

In order to overcome the crisis we have to grapple with the root of the problem and progress as fast as possible towards the construction of a radical alternative that would do away with the capitalist system and patriarchal domination. We must work towards a society that meets social needs and respects nature’s rights as well as supporting democratic participation in a context of full political freedom. We must see to it that all international treaties on our indivisible civic, political, economic, social and cultural rights, both individual and collective, are implemented. 

 

In this perspective we must contribute to the largest possible popular mobilisation to enforce a number of urgent measures such as:

–          Nationalising the banking sector without compensations and with full social monitoring,

–          Reducing working time without any wage cut,

–          Taking measures to ensure food and energy sovereignty

–          Stopping wars, withdraw occupation troops and dismantle military foreign bases

–          Acknowledging the peoples’ sovereignty and autonomy ensuring their right to self-determination

–          Guaranteeing rights to land, territory, work, education and health for all.

–          Democratise access to means of communication and knowledge.

 

The social emancipation process carried by the feminist, environmentalist and socialist movements in the 21st century aims at liberating society from capitalist domination of the means of production, communication and services, achieved  by supporting forms of ownership that favour the social interest: small family freehold, public, cooperative, communal and collective property.

Such an alternative will necessarily be feminist since it is impossible to build a society based on social justice and equality of rights when half of humankind is oppressed and exploited.

Lastly, we commit ourselves to enriching the construction of a society based on a life lived in harmony with oneself, others and the world around (“el buen vivir”) by acknowledging the active participation and contribution of the native peoples.

We, the social movements, are faced with a historic opportunity to develop emancipatory initiatives on a global scale. Only through the social struggle of the masses can populations overcome the crisis. In order to promote this struggle, it is essential to work on consciousness-raising and mobilisation from the grassroots. The challenge for the social movements is to achieve a convergence of global mobilisation. It is also to strengthen our ability to act by supporting the convergence of all movements striving to withstand oppression and exploitation.

 

We thus commit ourselves to:

Launch a Global Week of Action against Capitalism and War from March 28 to April 4, 2009 with:

–          anti-G20 mobilisation on March 28,

–          mobilisation against war and crisis on March 30,

–          a Day of Solidarity with the Palestinian People to promote boycott, disinvestment and sanctions against Israel on March 30,

–          mobilisation for the 60th Anniversary of NATO on April 4,

–          etc.

 

Increase occasions for mobilisation through the year:

–          March 8, International Women Day;

–          April 17, International Day for Food Sovereignty;

–          May 1, International Workers’ Day;

–          October 12, Global Mobilisation of Struggle for Mother Earth, against colonisation and commodification of life.

–          Schedule an agenda of acts of resistance against the G8 Summit in Sardinia, the Climate Summit in Copenhagen, the Summit of the Americas in Trinidad and Tobago, etc.

 

Through such demands and initiatives we thus respond to the crisis with radical and emancipatory solutions.

 

 


 

Déclaration de l’Assemblée des mouvements sociaux lors du Forum social mondial 2009, Belém

Nous ne payerons pas la crise ! Que les riches la paient !

Pour des alternatives anti-impérialistes, anti-capitalistes, féministes, écologistes et socialistes !

pour l’Assemblée des mouvements sociaux

 

Nous, les mouvements sociaux du monde entier nous nous sommes réunis à l’occasion du 9e Forum social mondial à Belém en Amazonie où les peuples résistent à l’usurpation de la nature, de leurs territoires et de leurs cultures. Nous sommes en Amérique latine là où au cours de la dernière décennie a eu lieu une nouvelle rencontre entre les mouvements sociaux et les mouvements indigènes. Ces derniers questionnent radicalement depuis leur cosmovision le système capitaliste. L’Amérique latine a ces dernières années mené des luttes sociales très radicales qui ont conduit au renversement de gouvernements néolibéraux et à la mise en place de gouvernements qui ont mené à bien des réformes positives comme la nationalisation de secteurs vitaux de l’économie et de réformes constitutionnelles démocratiques.

Dans ce contexte, les mouvements sociaux d’Amérique latine ont agi de manière adéquate en décidant d’appuyer les mesures positives adoptées par ces gouvernements tout en maintenant leur capacité de critique à leur égard. Ces expériences nous aideront à renforcer la résistance ferme des peuples contre la politique des gouvernements, des grandes entreprises et des banquiers qui déchargent les effets de la crise sur les opprimé(e)s.

Actuellement, nous les mouvements sociaux de la planète faisons face à un défi de portée historique. La crise capitaliste internationale qui porte préjudice à l’humanité s’exprime sur différents plans : c’est une crise alimentaire, financière, économique, climatique, énergétique, migratoire…, de civilisation qui accompagne la crise de l’ordre et des structures politiques internationales.

Nous sommes face à une crise globale provoquée par le capitalisme qui n’a pas d’issue au sein du système. Toutes les mesures adoptées pour sortir de la crise ne cherchent qu’à socialiser les pertes pour assurer la survie d’un système basé sur la privatisation des secteurs stratégiques de l’économie, des services publics, des ressources naturelles et énergétiques, la marchandisation de la vie et l’exploitation du travail et de la nature ainsi que le transfert de ressources de la Périphérie au Centre et des travailleu/rs/ses à la classe capitaliste.

Ce système est régi par l’exploitation, la compétition exacerbée, la promotion de l’intérêt privé individuel au détriment de l’intérêt collectif et l’accumulation frénétique de richesses par une poignée de nantis. Cela génère des guerres sanglantes, alimente la xénophobie, le racisme et les extrémismes religieux, cela renforce l’exploitation des femmes et la criminalisation des mouvements sociaux. Dans le contexte de cette crise les droits des peuples sont systématiquement niés. L’agression sauvage du gouvernement israélien contre le peuple palestinien est une violation du droit international qui constitue un crime de guerre, un crime contre l’humanité et aussi un symbole de la négation de droits dont souffrent également d’autres peuples du monde. Cette impunité honteuse doit cesser. Les mouvements sociaux réaffirment leur soutien actif à la lutte du peuple palestinien ainsi qu’à toutes les actions des peuples du monde contre l’oppression.

Pour faire face à la crise, il est nécessaire d’aller à la racine du problème et d’avancer le plus rapidement possible vers la construction d’une alternative radicale qui en finisse avec le système capitaliste et la domination patriarcale. Il est nécessaire de construire une société basée sur la satisfaction des besoins sociaux et le respect des droits de la nature ainsi que la participation populaire dans un contexte de pleine liberté politique. Il est nécessaire de garantir l’exécution de tous les traités internationaux sur les droits civils, politiques, économiques, sociaux et culturels (individuels et collectifs) qui sont indivisibles.

 

Dans cette perspective, nous devons lutter pour impulser la plus large mobilisation populaire par une série de mesures urgentes comme :

–          la nationalisation sans indemnisation et sous contrôle social du secteur bancaire

–          la réduction du temps de travail sans réduction de salaire

–          des mesures pour garantir la souveraineté alimentaire et la souveraineté énergétique

–          l’arrêt des guerres, le retrait des troupes d’occupation et le démantèlement des bases militaires étrangères

–          la reconnaissance de la souveraineté et de l’autonomie des peuples qui garantisse le droit à l’autodétermination

–          la garantie du droit à la terre, au territoire, au travail, à l’éducation et à la santé pour toutes et tous.

–          La démocratisation des moyens de communication et de connaissance

Le processus d’émancipation sociale poursuivi par le projet féministe, écologiste et socialiste du XXIe siècle aspire à libérer la société de la domination exercée par les capitalistes sur les grands moyens de production, communication et services par l’appui à des formes de propriété d’intérêt social : petite propriété familiale, propriété publique, propriété coopérative, propriété communale et collective. Cette alternative doit être féministe car il est impossible de construire une société basée sur la justice sociale et l’égalité des droits si la moitié de l’humanité est opprimée et exploitée.

Enfin, nous nous engageons à enrichir le processus de construction de la société basée sur la qualité de vie en reconnaissant le participation active et l’apport des peuples indigènes.

Nous, les mouvements sociaux sommes face à une occasion historique pour le développement d’initiatives d’émancipation à l’échelle internationale. Seule la lutte sociale des masses peut sortir les peuples de la crise. Pour impulser cette lutte, il est indispensable de développer un travail de conscientisation et de mobilisation à la base.

Le défi pour les mouvements sociaux est d’arriver à organiser la convergence des mobilisations globales à l’échelle de la planète et de renforcer notre capacité d’action en favorisant la convergence de tous les mouvements qui cherchent à résister à toutes les formes d’oppression et d’exploitation.

Nous nous engageons ainsi à :

Mettre en place une semaine d’action globale contre le capitalisme et la guerre du 28 mars au 4 avril 2009 avec :

–          une mobilisation contre le G20 le 28 mars

–          une mobilisation contre la guerre et la crise le 30 mars

–          une journée de solidarité avec le peuple palestinien pour impulser un boycott, le désinvestissement et les sanctions contre Israël le 30 mars

–          la mobilisation contre le 60e anniversaire de l’OTAN le 4 avril

–          etc

 

Renforcer les mobilisations qui se tiennent chaque année :

–          8 mars : journée internationale de la femme

–          17 avril : journée internationale de la souveraineté alimentaire

–          1er mai : journée internationale des travailleu/rs/ses

–          12 octobre : mobilisation globale de lutte pour la Terre Mère, contre la colonisation et la marchandisation de la vie

–          Mettre en place un agenda des résistances contre le sommet du G8 en Sardaigne, le sommet climatique de Copenhague, le sommet des Amérique à Trinité et Tobago…

Nous répondons ainsi à la crise par des solutions radicales et des initiatives d’émancipation.

 

Dorothy Stang: ‘Nenhum dos condenados por serem mandantes de crime cumpre pena at? hoje’

Dorothy Stang: 'Nenhum dos condenados por serem mandantes de crime cumpre pena até hoje'. Entrevista especial com José Batista Gonçalves Afonso  

Em 40 anos, mais de 800 pessoas foram assassinadas no Estado do Pará por seu comprometimento com a luta pelos direitos humanos. De todos os criminosos envolvidos – geralmente fazendeiros –, somente sete mandantes foram levados a júri popular. E apenas seis foram condenados. O outro foi absolvido. Justamente o que mandou matar a Irmã Dorothy Stang.

Nesta entrevista concedida por telefone à IHU On-Line, um dos advogados de acusação do Caso Dorothy, que condenou os pistoleiros e um dos mandantes do assassinato da missionária anglobrasileira, José Batista Gonçalves Afonso apresenta detalhes do processo judicial dos cinco envolvidos no crime, ocorrido em 2005.

 

Teólogo e membro da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), José Batista trabalha desde 1996 junto à Comissão na diocese de Marabá, sudeste do Pará, e recebeu, no ano passado, o Prêmio João Canuto, do Movimento Humanos Direitos. Para ele, “a impunidade tem sido a marca principal da atuação do poder judiciário” em relação aos casos de crimes no campo contra lideranças sociais. “Levar um mandante de crime ao banco dos réus, condená-lo e mantê-lo preso tem sido uma tarefa extremamente difícil”, assume.

José Batista Gonçalves Afonso, formado em Direito pela Universidade Federal do Pará, também é um dos articuladores nacionais da Rede Nacional dos Advogados Populares (Renap) e compõe a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará. Atualmente, advoga também  em causas de trabalhadores ligados a 16 Sindicatos de Trabalhadores Rurais, à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (Fetagri), ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Após quatro anos da morte de Dorothy Stang, como o senhor avalia o processo para incriminar os respo

José Batista Gonçalves Afonso – O processo que apura o assassinato da missionária Dorothy Stang, comparado com outros processos que também apuram assassinatos no campo no Estado do Pará, teve uma tramitação célere. Em um período de quatro anos, conseguimos levar a júri popular e condenar o pistoleiro [Rayfran das Neves Sales] e seu comparsa [Clodoaldo Carlos Batista], o intermediário do crime [Amair Feijoli da Cunha] e um dos acusados de ser mandante [Vitalmiro de Bastos Moura], restando ainda ir ao banco dos réus o segundo acusado de ser mandante do crime [Regivaldo Pereira Galvão].

Comparado às dezenas de outros processos que temos no Estado – mais de 800 assassinatos nos últimos 40 anos –, houve de fato celeridade. Temos casos aqui de assassinatos emblemáticos que os júris só ocorreram após 15, 20 anos da data do homicídio. E essa celeridade ainda não é ideal. O ideal seria, em um ano de prazo máximo, concluir o processo e levar a júri todos os responsáveis. Mesmo assim, só se teve essa celeridade por ter sido um crime que teve repercussão nacional e internacional muito grande, devido ao fato de a Ir. Dorothy ser uma pessoa muito conhecida, já ter uma atuação de muitos anos no Estado do Pará, na Amazônia, e por ter levantado uma bandeira muito sensível aos direitos humanos, à questão nacional ligada ao meio ambiente, que é a questão da defesa dos trabalhadores e a defesa do meio ambiente no que se refere à proteção da Floresta Amazônica.

IHU On-Line – Os fazendeiros Regivaldo Galvão, o Taradão, e Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, são acusados de serem os mandantes do crime. Já os pistoleiros que confessaram ter matado a freira são Rayfran das Neves Sales, Clodoaldo Carlos Batista e Amair Feijoli da Cunha, que é acusado de ser o intermediário. Qual é a atual situação judicial de cada um deles?

José Batista Gonçalves Afonso – O acusado de ser o executor, Rayfran das Neves Sales, foi a júri popular e foi condenado, no primeiro júri, a 27 anos de prisão. Depois, foi a júri pela segunda vez, e a sentença foi confirmada também em 27 anos de prisão. Ele está cumprindo pena. O segundo acusado, Clodoaldo Carlos Batista, também foi a júri e sentenciado a uma pena de 17 anos de prisão. A mesma pena também recebeu o terceiro acusado, conhecido como Tato [Amair Feijoli da Cunha]. Os três cumprem pena na Penitenciária de Belém.

Esses dois últimos condenados, o Tato e o Clodoaldo, já foram beneficiados com o sistema semiaberto, em razão de que a Lei de Execução Penal brasileira, na legislação anterior, prevê que o apenado, cumprido 1/6 da pena, já tem direito ao regime semiaberto.

O primeiro acusado de ser o mandante, Vitalmiro Bastos de Moura, foi a júri na primeira vez, condenado a 30 anos. Foi a júri pela segunda vez e, infelizmente, foi absolvido, surpreendendo a todos nós e também à sociedade nacional e internacional que acompanhava atentamente o caso.

Esse é um reflexo da dificuldade que nós temos, no Estado do Pará, de condenar e manter presos os mandantes de crimes no campo. Para se ter uma noção, dos mais de 800 assassinatos no campo no Estado do Pará nas últimas décadas, nós só conseguimos levar a júri popular sete mandantes de crimes. Destes, seis foram condenados, mas nenhum cumpre pena até hoje, pois todos aguardam recurso em liberdade ou estão foragidos. E um absolvido, que foi o Vitalmiro Bastos de Moura.

No caso da Ir. Dorothy, o júri do último acusado de ser mandante, o Regivaldo Pereira Galvão, deve ser marcado certamente ainda para este ano.

IHU On-Line – Qual o significado do habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, a Regivaldo Pereira Galvão devido à suspeita de tentar se apropriar da terra pública cuja disputa culminou na morte a tiros da religiosa? O que isso pode modificar em seu processo criminal?

José Batista Gonçalves Afonso – Ele já estava em liberdade, conseguida por meio de um habeas corpus deferido pelo Supremo Tribunal Federal há cerca de um ano, logo após ter sido preso dias depois do assassinato da missionária Dorothy Stang. Ele chegou a passar mais de um ano preso e foi beneficiado por decisão de habeas corpus do Supremo Tribunal Federal e estava respondendo o processo em liberdade.

Essa segunda prisão, ocorrida em 26 de dezembro do ano passado, se deu em razão do Ministério Público Federal ter investigado o Sr. Regivaldo e ter conseguido provar que ele estava cometendo crime de grilagem de terra pública e de falsificação de documento público. Em razão disso, foi pedida a prisão preventiva dele, que foi decretada, e ele passou quase dois meses preso e foi beneficiado, na semana passada, por decisão do Tribunal Regional Federal, em Brasília, que o colocou novamente em liberdade da acusação do crime de grilagem de terra pública e de falsificação de documento público.

IHU On-Line – Qual a avaliação da audiência, no dia 12, dia do assassinato da Ir. Dorothy Stang, com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, o Desembargador Rômulo Nunes?

José Batista Gonçalves Afonso – Eu não estive presente, mas a acompanhei, pois havia um advogado da Pastoral da Terra acompanhando a audiência lá em Belém. Uma das principais reivindicações levadas pelo Comitê Dorothy, juntamente com outras entidades que estiveram presentes na audiência, era a agilidade na realização do julgamento do recurso contra a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura. Ou seja, é preciso que o Tribunal decida essa questão rapidamente. Esperamos que ele anule o segundo julgamento, e então possamos levá-lo novamente ao banco dos réus e, com as provas existentes nos autos, conseguir novamente a sua condenação. E a segunda questão era, justamente, exigir do Tribunal maior celeridade no caso do Regivaldo Pereira Galvão, para que fosse, então, realizado o seu julgamento.

Nos dois casos, houve compromisso do Tribunal, no sentido de dar celeridade às solicitações. No caso do Regivaldo, isso deve demorar ainda um pouco, em razão de que o processo ainda está na comarca do interior do Pará, na cidade de Pacajá, próximo de Anapu, onde ocorreu o homicídio da missionária Dorothy Stang. Precisamos ainda ingressar com um pedido de desaforamento do processo dessa comarca de Pacajá para a comarca da capital, onde deverá se realizar o júri, a exemplo dos júris que já ocorreram em relação aos acusados que foram julgados no mesmo caso.

IHU On-Line – Como o senhor analisa a atuação dos poderes Executivo nacional e local, assim como do Judiciário brasileiro a partir do Caso Stang, com relação às questões de justiça social, como a reforma agrária e a defesa dos direitos humanos?

José Batista Gonçalves Afonso – O que podemos dizer com relação aos crimes do campo, que têm ocorrido em um número bastante grande nas últimas décadas devido à disputa pela posse da terra – porque de um lado estão os trabalhadores rurais sem terra e, de outro, grandes proprietários de terra, grileiros de terras públicas, madeireiros – é que a impunidade tem sido a marca principal da atuação do poder judiciário em relação a esses crimes. Isso porque, geralmente, os crimes envolvem pessoas que têm alto poder aquisitivo e também têm influências políticas no governo e fora dele. Isso tem dificultado muito a responsabilização principalmente dos mandantes de crimes. Levar um mandante de crime ao banco dos réus, condená-lo e mantê-lo preso tem sido uma tarefa extremamente difícil, não só no Estado do Pará, mas também em outros Estados. E isso reflete uma tendência muito conservadora do Poder Judiciário em relação ao enfrentamento dessa questão e também uma morosidade muito grande da Justiça no que se refere à conclusão dos processos.

Por outro lado, a Comissão Pastoral da Terra tem monitorado anualmente os conflitos no campo, e os índices de violação dos direitos humanos no campo são ainda muito graves. E nós não temos percebido um esforço do governo federal e estadual no sentido de dar celeridade à questão da reforma agrária. Até porque abandonaram essa política, e deixam os trabalhadores debaixo da lona, abandonados à própria sorte. E o governo só faz alguma coisa quando ocorrem os conflitos, para tentar minimizar a situação. Então, isso acaba agravando ainda mais a situação de violação dos direitos humanos no campo, e esse é um aspecto negativo do atual governo.

IHU On-Line – Qual é a perspectiva que se abre a partir das decisões judiciais do Caso Dorothy aos milhares de outros defensores dos direitos humanos do Brasil, como os três bispos ameaçados de morte e demais lideranças?

José Batista Gonçalves Afonso – O Pará é o Estado campeão não só de assassinatos no campo, mas também de pessoas ameaçadas de morte. As principais lideranças dos movimentos sociais e também de Igrejas, padres, bispos, sindicalistas do Estado do Pará estão ou com proteção policial 24 horas por dia ou com pedido de proteção. Esse é um exemplo claro da força que têm os grupos que comandam o crime no campo no Estado do Pará, ou seja, encurralam o próprio Estado para que este tenha que colocar seu efetivo policial para proteger lideranças, senão elas são mortas.

Essa medida [da proteção policial] é positiva, mas ela, em si, não resolve o problema. Nós temos dito e exigido do governo do Estado que invista na apuração das ameaças. É preciso que sejam desmontadas as organizações criminosas que atuam no campo, que comandam a indústria da pistolagem no Estado do Pará e a indústria da grilagem das terras públicas, dos crimes ambientais etc. Temos que desmontar essas quadrilhas. E o governo não faz isso. Acaba atuando apenas com medidas paliativas, ou seja, ameaça naqueles casos mais graves e coloca os policiais para proteger.

Quando Chico Mendes foi assassinado, ele também estava sob proteção policial. Então, essa medida em si não resolve o problema. É preciso que o Estado decida enfrentar os grupos organizados que comandam não só as ameaças, mas também os assassinatos no campo, além dos crimes ambientais e a grilagem de terra pública na Amazônia.

IHU On-Line – Como coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra, como o senhor avalia o legado da luta da Ir. Dorothy contra o latifúndio, a monocultura, a escravidão e a devastação da Amazônia?

José Batista Gonçalves Afonso – A Ir. Dorothy, durante toda a sua vida, abraçou essa causa. Deu a sua vida em defesa dos povos da Floresta Amazônica. E, claro, além dela, muitos outros combatentes, militantes e ecologistas também já deram suas vidas em defesa dos trabalhadores e do meio ambiente nessa grande região da Amazônia. Por exemplo, Chico Mendes [1], Pe. Josino [Tavares] [2], Ir. Adelaide [Molinari] [3], Dezinho [José Dutra da Costa] [4], João Canuto [5], e muitos outros, muito conhecidos, que foram assassinados, foram tombados nessa luta. Isso, é claro, é uma perda irreparável, mas a morte desses companheiros e companheiras tem dado mais força ainda aos movimentos sociais, que continuam lutando em defesa da Amazônia, em defesa dos povos que a habitam e contra o avanço da monocultura da soja ou de outras monoculturas, como a da cana-de-açúcar sobre a Amazônia, a expansão dos projetos de mineração, que acabam tendo uma relação predatória com a floresta e com o meio ambiente, e tantas outras ofensivas como a da pecuária, da madeira, que têm causado tantos estragos para essa grande região amazônica. Isso, sem dúvida nenhuma, em vez de empobrecer ou esmorecer a luta dos trabalhadores, pelo contrário, fortalece e mantém cada vez mais viva a disposição dos movimentos sociais e das lideranças em continuar fazendo a luta em defesa da Floresta Amazônica e dos povos.

IHU On-Line – Para o senhor, que tem acompanhado todas essas lutas pela justiça daqueles que trabalham pela defesa da Amazônia, ainda é possível acreditar que a Justiça vencerá?

José Batista Gonçalves Afonso – Nós não podemos deixar de acreditar na justiça. Mesmo que aqueles que são responsáveis por administrá-la e por fazê-la acontecer não atuem a contento, nós não podemos desistir de exigir que a justiça, de fato, seja feita. E essa tem que ser uma luta permanente nossa. Para isso, temos que estar fazendo permanentemente as nossas denúncias, exigindo mudanças de comportamento e de posição do Poder Judiciário, do Poder Executivo e do Poder Legislativo.

A luta pela justiça é uma bandeira universal. E ela é necessária para poder coibir todas as situações de violência que nós presenciamos, não só contra os trabalhadores rurais e contra o meio ambiente, mas também contra todos os pobres deste país.

Notas:

1. Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Sua intensa luta pela preservação da Amazônia o tornou conhecido internacionalmente e foi a causa de seu assassinato, em 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua casa, na frente da mulher e dos filhos. Chico anunciou que seria morto em função de sua intensa luta pela preservação da Amazônia e buscou proteção, mas autoridades e a imprensa não deram atenção. [voltar ao texto]

2. Então coordenador da Pastoral da Terra, foi assasinado em 1986 por seu apoio ao agricultores em conflito com fazendeiros. [voltar ao texto]

3. Gaúcha de Garibaldi, a irmã das Filhas do Amor Divino, trabalhava nas Missões no Pará. Em 1985, o delegado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá, Arnaldo Delcidio Ferreira, alvo de ameaças de morte, foi ao encontro de Ir. Adelaide na rodoviária de Eldorado. Enquanto conversavam, um pistoleiro disparou contra Arnaldo. A bala atravessou o tórax de Arnaldo e atingiu a irmã no pescoço, que não resistiu e morreu. [voltar ao texto]

4. Em 2000, após oito anos de ameaças, José Dutra da Costa, o Dezinho, como era chamado, secretário de Política Agrária do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará, foi assassinado em frente à sua esposa e filhas. O motivo estaria em sua luta por um projeto de assentamento para o seu município, onde grandes áreas de terras estavam sendo desocupadas para a pecuária. [voltar ao texto]

5. João Canuto, pai de família,  tornou-se o principal líder sindical da região Sul do Pará. Fundou o Sindicato dos Trabalhadores de Rio Maria, foi candidato a prefeito e lutou pela classe dos camponeses. Foi preso sem ordem judicial e constantemente era perseguido por jagunços e policiais. Em 1985, ao voltar para casa, foi assassinado. Seus filhos deram continuidade à luta sindical, sendo também ameaçados várias vezes. Em 1990, José, Orlando e Paulo, filhos de Canuto, foram seqüestrados. José e Paulo foram assassinados barbaramente na estrada. Orlando conseguiu fugir baleado com várias perfurações no corpo. [voltar ao texto]

(Reportagem de Moisés Sbardelotto)

 

Canto do lutador Pelos 25 anos do MST

Augusto Juncal

Pode ser que amanhã,  antes mesmo da aurora, depois de toda luta e cansaço, como uma casa sem suas portas, eu desperte mais pobre que uma trouxa.

Pode ser que amanhã, antes mesmo dos pássaros, depois de todo canto e coragem, como uma nuvem solitária, por vento levada, sem pressa, sem direção, eu desperte mais triste que uma gaiola.

Pode ser que amanhã, antes mesmo da enxada, depois de todo sangue derramado, como rio no mar pra sempre perdido, eu desperte mais líquido que a chuva.

Pode ser que amanhã, minha vista larga não alcance as estrelas, cego que me encontre de tanto luto.

Pode ser que amanhã, minha liberdade de fogo não alumie trincheiras, e seja apenas pedra esculpida.

Pode ser que amanhã tudo isso aconteça. E cego meu facão, tombarei por cima de todos meus irmãos.

Mas antes que esse amanhã se faça, de pé, apoiado no cabo da minha enxada, com um olho a dormir e outro a espreitar, as rugas dos meu pés cheios de caminhos se avolumarão em raízes rasgando fundo a terra.

Antes e antes que esse amanhã se faça serei árvore, serei seiva, serei fruto. Serei promessa, serei dádiva, serei absoluto

Serei tronco, madeira, cabo de foice.

Serei formiga, serei uma, serei duas, serei correição.

Serei porta, serei cancela, serei pra sempre revolução.

Cronica del 13ºEncuentro Nacional del Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra

Resumen realizado por l@s compas de Soldepaz-Patchakuti de las multiples actividades que se han realizado en el 13º Encuentro Nacional del Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra celebrado en Rio Grande do Sul este pasado mes de enero.

Fotos:

http://www.pachakuti.org/textos/hemeroteca/2009_1/mst-encuentro.html

http://www.pachakuti.org/textos/hemeroteca/2009_1/mst-encuentro3.html

http://www.pachakuti.org/textos/hemeroteca/2009_1/mst-encuentro4.htm

Si la parte central del Encuentro lo conforman las ponencias y discusión en torno a la crisis, la superación del modelo económico atroz, la lucha contra el imperio del agronegocio, y la construcción de alternativa agroecológica basada en la soberanía alimentaria..

Las actividades complementarias

Las místicas y representaciones, los saludos del exterior y la fiesta por el socialismo, tuvieron el mayor colorido, pasión y participación colectiva.

Y en esa Fiesta, que a veces no se sabía bien si era por los 25 años del MST o por los 50 de la Revolución cubana, dos mujeres queridas y conocidas por la gente del MST:

Aleida Guevara por Cuba, y la comandante sandinista Mónica Baltodano por Nicaragua.

Y música, y consignas y banderas, y alegría comunitaria e internacionalismo, incluso conociendo los graves atropellos que en pleno siglo 21 siguen sufriendo los Sin Tierra de Brasil, y en especial en este estado sureño, Río Grande, donde el Movimiento nacía hace un cuarto de siglo..

Rumbo al Socialismo.

El MST hace tiempo que se dio cuenta que la Reforma Agraria, objeto para el que fue creado el Movimiento, nunca se conseguirá de manera integral dentro del capitalismo.

Por eso amplían las luchas, y se reitera que un Sin Tierra que lucha contra el latifundio inmoral está de hecho participando en otra lucha más global, en la aspiración al socialismo.

Pero lo que era menos previsible era que uno (o dos) gobiernos, como el de Lula, a cuyo advenimiento el MST apostó ingentes energías, iban a ser tan desmovilizadores, tan negativos en materia de desarticulación social.

Defraudó las esperanzas generadas. Prometió cambios que no se hicieron. No avanzó en la reforma agraria.

Pero sobre todo nadie esperaba que el gobierno de Lula iba a amarrarse a tan duras alianzas con los enemigos del campesinado, enemigos del pueblo, con los estrategas del modelo del agronegocio: bancos, empresas transnacionales,..

Y es que ese modelo es  beligerantemente opuesto a las necesidades de la gente.

Y Lula, presidente proveniente de la lucha sindical, al establecer férreos acuerdos y compromisos con los latifundistas de la soja transgénica, de la caña con destino a  etanol, del desierto verde de los eucaliptos, de los monocultivos para la exportación, ha establecido la brecha más fuerte que pueda darse con las aspiraciones del campesinado a Otro Modelo Agrícola
A la práctica de la agroecologia
A la producción de comida sana
A asegurarse alimentación en el entorno local
O sea la soberania alimentaria.

Pero es más: cuando Lula implementa el programa Hambre Cero, y entrega importantes cantidades de comida, sin ningún tipo de explicación, de formación añadida, con un celo exclusivamente asistencialista, está desarticulando el descontento social, y creando un conformismo asistencial que rebaja la capacidad de organización y lucha de los millones de personas afectadas por el hambre.

Conociendo esas contradicciones graves entre la acción de gobierno y las propuestas del MST
Causa menos extrañeza que contingentes de la policía se hagan presentes y visibles y molestos en un Encuentro Nacional como éste, celebrado en un área legal de la reforma agraria.

Como un gesto más que político de molestar de intentar agobiar, de provocar al MST y a sus invitados a los que cada día nos revisan y piden documentación..

Si además en algunos estados, los gobernantes locales, añaden sus feroces discrepancias con los objetivos del MST,
Entonces
Puede ocurrir como en Río Grande do Sul
En verdad el estado que más pronto y certeramente produjo movilizaciones y ocupaciones de tierras
Ahora
Sea de los perores para la perspectiva de la reforma agraria.

Porque la derecha gobierna el estado, y porque la derecha  tiene claro al MST como enemigo de clase, y le disputa hegemonía por la vía de la represión, de tratar de impedir sus movilizaciones, ocupaciones nuevas, educación popular, etc.

Hasta el punto que, los militantes avizoran una paralización de la reforma agraria en este estado sureño, porque los latifundistas, para obviar el mandato constitucional que permite desapropiar tierras cuando están ociosas, han procedido también a alquilar esas tierras improductivas para que otros, en arriendo, produzcan soja transgenica en miles y miles de hectáreas.

Pero hay otros estados donde ese requisito de la “producción social” de las tierras brasileras servirán de base para atender las demandas de cientos de miles de Sin Tierras que viven desde hace meses y años en campamentos de plástico negro, con la simpatía y cercanía de la población para acceder a un pedazo de tierra.

 

Encuentro MST (continuación-2)

Los Premios de la Lucha por la Tierra. Fidel entre los galardonados.

Como cierre del 13º Encuentro Nacional del MST, celebrado en los lugares donde hace 25 años  se producían las movilizaciones y ocupaciones masivas de tierras que darían origen al Movimiento, se preparó la emotiva entrega de premios a entidades amigas y personas caracterizadas por el apoyo a la lucha por la tierra.

Y tras pasar por el estrado las organizaciones y colectivos del  exterior para  recibir el abrazo y el reconocimiento del MST (entre ellos pachakuti), y  saludar de forma especifica a algunas personalidades históricas (como la hija de Carlos Preste ), se hizo finalmente entrega de 14 premios Lucha por la Tierra.

Y en medio de las músicas,. Las consignas, los reportajes breves, las alocuciones..se fue llenado el escenario de representantes reconocidos por el MST, hasta en 14 categorías diferentes:

1- En la categoría de Orden religiosa, a las hermanas de Nuestra dama de Namur. A ella pertenecía la hermana norteamericana asesinada hace pocos meses Dorothy, por sus denuncias del trabajo esclavo.

2-Entre las entidades de DDHH, se destacó a Tierra de Derechos.

3-Entre las estudiantiles se premió a la Federación de Estudiantes de Agronomía, que mantiene estrechos lazos de colaboración con los Sin Tierra y otros movimientos rurales.

4-En la categoría de Pueblos Quilombolas se destacó al MABE, que es un Movimiento de Afectados por la  base militar de Alcántara.

5-Entre los Pueblos Indígenas, recibió el reconocimiento la Asociación Guaraní de Espíritu Santo.

6—Dentro del movimiento sindical se destacó a la Federación de Metalúrgicos de Rio Grande.

7—Y en el movimiento popular al MAB, el Movimiento de los Afectados por las Represas.

8—En la categoría teatro, el premio lo recibió el Centro de Teatro del Oprimido

9—y en apartado de audiovisuales el documento “En las Tierras de Ben Virá”.

10. en fotografía  fue para Joao Zinclar (algunas de cuyas fotos van también para la exposición itinerante de los 25 años)

11—en música para la Asociación Nacional de Violeros

12 en amigos de la lucha por la reforma agraria, se destacaron dos personalidades:

Jacques Tavora Alfonsín y Alfonso Enrique Miranda.

13—en el apartado de Solidaridad Internacional el premio fue para Fidel castro.

14—y en la categoría de homenaje póstumo a Celso Furtado.

El reconocimiento a Fidel Castro fue recogido por la doctora Aleida Guevara, hija del Che, quien en medio de una calurosa ovación, saludó al recinto, lleno de invitados, de ondear de banderas y de canciones revolucionarias, dedicando, como suponía ella que haría Fidel, el premio al pueblo cubano. “Quien honra, se honra” dijo Aleida y trasladó los parabienes a los Sin Tierra por su 25 cumpleaños.

 

Encuentro MST (continuación-3)

Un árbol junto a la tumba de Rosalí.

Una representante pachakuti fue la escogida dentro de la delegación internacional para plantar un árbol en el cementerio construido dentro del asentamiento del MST en Sarandi, Río Grande do Sul..

Allí, al rendir homenaje a los Sin Tierra caídos en la lucha por la conquista de la tierra, el coordinador del asentamiento recibió a la delegación, recordó las movilizaciones de los años 80, y la muerte y contribución de la joven Roselí Nuñez.

Ahora, explicó, al trasladar sus restos a este cementerio tan particular, recibieron un aluvión de peticiones y expresiones de última voluntad de descansar al lado de Rosalí..

Pero eso obligó a tomar medidas, pues ese no era el propósito, convertir el asentamiento en cementerio, sino un humilde lugar de recordatorio, y para uso de las familias del lugar, para que no pierda su sentido reivindicativo y simbólico.

El árbol plantado y regado tendrá además por objetivo favorecer a su sombra las reuniones de los Sin Tierra y amigas y amigos del mundo..

Las noches estrelladas del verano gaucho (apelativo de los habitantes de Rio Grande do Sul) acompañaron a los participantes del 13º Encuentro Nacional del MST, en los asentamientos de Nueva Sarandi y otros, donde fue una antigua y extensa hacienda, primero desapropiada por el estado, luego revertida a manos privadas por la dictadura militar, y nuevamente ocupada por miles de sin tierra en numerosas ocasiones hasta que una de ellas, lo suficientemente fuerte, con miles de campamentistas, y con el impulso de los éxitos  en la movilización de la Encrucijada Natalito, en que se quebró el accionar de un coronel represor,  consiguieron en tres años la entrega, y en otros tres años la construcción de viviendas, instalaciones agropecuarias y educativas..

De estos asentamientos, y del Instituto EDUCAR de formación agroecológica, procede  -y lo dicen con orgullo—toda la alimentación que los 1500 participantes en el Encuentro consumen en estos cinco días.

Carta del MST 13ºEncuentro Nacional del Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra.

Desde el Asentamento Sarandi (Rio Grande do Sul) a 24 enero 2009. Más de 1500 trabajadores rurales sin tierra,  llegados de todas las regiones de Brasil, y delegados internacionales de America Latina, Europa y Asia, nos reunimos entre los dias 20 y 24 de enero de 2009 en Sarandi, en Rio Grande do Sul, para conmemorar los 25 años de luchas del MST. Avalamos tambien nuestra historia y reafirmamos el compromiso por la lucha por la reforma agraria y por los cambios necesarios en nuestro pais.

2—Festejamos las conquistas de nuestro pueblo a lo largo de estos años, cuando miles de familias consiguieron acceso a la tierra,  millares de hectáreas fueron recuperadas al latifundio, centenares de escuelas fueron construidas y, ademas de todo eso, millones de explotados en el campo recuperaron la dignidad, construyeron una nueva conciencia y hoy pueden caminar altivos.

3—Reverenciamos a nuestros martires que cayeron en esta trayectoria, abatidos por el capital. Y recordamos a los lideres del pueblo brasilero que ya partieron, pero dejaron un legado de coherencia y un ejemplo de lucha.

4—Hemos visto como el capital, que se ha consolidado en un mismo bloque de empresas industriales, comerciales y financieras, pretende controlar la agricultura, las semillas, el agua y la energia, ademas de la biodiversidad.

5—Nos comprometemos a garantizar para la tierra su verdadera funcion social,  cuidar de las semillas y producir alimentos saludables, como forma de proteger la salud humana, integrando a hombres y mujeres a un medio ambiente saludables y adecuado a una calidad de vida cada vez mejor.

6—Reafirmamos nuestra disposición a continuar la lucha, en alianza con todos los movimientos y organizaciones de los trabajadores del pueblo, contra el latifundio, el agronegocio, el capital, la dominación del Estado burgués y el imperialismo.

7—Defendemos la Reforma Agraria como una necesidad popular, que valoriza el trabajo, la agroecologia, la cooperación agrícola, la agroindustria bajo el control de los trabajadores, la educación y la cultura, medidas imprescindibles para la conquista de la igualdad y la solidaridad entre los seres humanos.

8—Estamos convencidos/as de que solamente la lucha de los trabajadores y del pueblo organizado nos puede llevar a cambios economicos, sociales y politicos indispensables para la efectiva emancipación de los explotados y oprimidas.

9—Reafirmamos la Solidaridad Internacional y el derecho de los pueblos a su soberania y autodeterminación. Por eso manifestamos nuestro apoyo a todos los que resisten y luchan contra las intervenciones imperialistas, como como hacen hoy el pueblo afgano, cubano, haitiano, iraqui, palestino..

10—Conscientes de nuestras tareas y de los enormes desafios que se nos colocan, reafirmamos la necesidad de construir alianzas con las organizaciones y movimientos populares y politicos en torno a bannderas comunes, para que, unios y solidarios, podamos construir el proyecto popular, capaz de romper con la dependencia y subordinación interna y externa al capital, y de construir una sociedad igualitaria y libre, una sociedad socialista.

Dos espacios, dos foros diferentes

Breno Bringel, del Komité de Apoyo al MST

en Diagonal: http://www.diagonalperiodico.net/spip.php?article7250

Tras cuatro ediciones en Porto Alegre (2001, 2002, 2003 y 2005), una en India, la compleja edición de 2006 entre Mali, Pakistán y Venezuela, la polémica de Kenia en 2007 y la apuesta descentralizada de 2008; el FSM llega en 2009 a Belém (Amazonía), debatiendo, entre otras cosas, su propio futuro.

No es una cuestión nueva, ya que desde su primera edición se debatía, con perspectiva de futuro, cómo construir una alternativa al modelo hegemónico, así como la validez del Foro como espacio para tejer esta alternativa. El FSM es un espacio de experimentalismo político-social que, con su evolución, ha ido cambiando su cara. Como la propia política, el FSM está sujeto a una reinvención continua. Se redefine de acuerdo con dónde se celebra y está muy influenciado tanto por la correlación de fuerzas existentes como por la coyuntura local, nacional, regional e internacional.

 Con 97.000 personas, 2.400 actividades inscritas y 5.176 delegaciones oriundas de más de 150 países, según datos de la organización, en Belém se han vuelto a reproducir dinámicas anteriores, adornadas de especificidades propias de la región. Bajo la bandera del “otro mundo posible” convivieron, una vez más, muchos mundos posibles, que a menudo destapó tensiones, entre ellas, la de los movimientos sociales y la institucionalidad; y, en otra perspectiva, la de la visibilidad de los indígenas frente a la invisibilidad de la población pobre de Belém.

 Estas tensiones se pudieron observar en los dos espacios principales que acogieron el evento: la Universidad Federal de Pará (UFPA) y la Universidad Federal Rural de la Amazonía (UFRA). Dos espacios que, al transitar por ellos, parecían foros distintos. El primero con un elevado grado de actividades institucionales y stands que bien podrían estar en un centro comercial.

 El segundo con un aire más autogestionado, con acampadas, talleres espontáneos e indígenas orgullosos de desfilar su identidad en un entorno donde habitualmente se les criminaliza. No obstante, a la entrada de ambos espacios convergía un aspecto común bastante llamativo: un despliegue policial superior a 10.000 hombres, que cínicamente ofrecían ‘protección’ frente a la “inseguridad local”.

 En contra de su Carta de Principios, redactada en 2001, el FSM es cada vez menos un “espacio abierto de reunión” (así como en Kenia, los precios de entrada impidieron el acceso a una buena parte de la población local); es cada vez menos “nogubernamental” (con Lula y otros cuatro presidentes latinoamericanos a la cabeza); y es cada vez menos “no-partidista”.

 Sin embargo, la fuerza pujante de estos frentes y el nuevo perfil que van adquiriendo los foros, no lograron nublar uno de los momentos más destacados de esta edición: el día de la panamazonia, que dotó de protagonismo a los pueblos indígenas, actores principales de una discusión centrada en las múltiples crisis, el cambio climático, modelos energéticos, soberanía alimentaria, violencia y criminalización de los movimientos sociales e integración regional.

 Este artículo se ha escrito bajo el calor del Foro, antes de la Asamblea de Movimientos Sociales, realizada el último día. Pero, aunque los resultados de dicha Asamblea son lo que suele trascender, se comprueba que lo más relevante de este espacio en movimiento no son las declaraciones, sino el intercambio de experiencias y la articulación de los diferentes movimientos para la lucha social. Si el FSM sigue siendo un espacio útil o si los foros temáticos y regionales son más fructíferos, es tema para otro debate, pero lo que sí se puede decir es que siguen siendo retratos reveladores de los encuentros y desencuentros de un amplio espectro de la izquierda.