Entrevista de dirigente do MST sobre os ultimos acontecimentos divulgada para a Imprensa

DIRIGENTE DO MST  ANALISA OS ULTIMOS ACONTECIMENTOS DA LUTA PELA REFORMA AGRARIA

Nos últimos dias, a imprensa vem veiculando uma série de matérias sobre o MST, que expressam uma ofensiva das forças de direita. Por isso, entrevistamos o membro da direção nacional João Paulo Rodrigues, para explicar a posição do Movimento sobre os principais temas expostos.

1. O que aconteceu com as escolas itinerantes no Rio Grande do Sul?

 

Durante o governo Antonio Britto (PMDB-PPS) foi assegurado o direito das crianças de ensino primário estudarem no próprio acampamento. O estado colocava professores da rede pública e as aulas eram dadas em salas organizadas no acampamento. E quando o acampamento mudasse de local ou as famílias fossem assentadas, a escola ia junto, assegurando a continuidade do ensino àquelas crianças. Essa experiência exitosa recebeu prêmios e foi adotada por outros estados, como o do Paraná.

Após a eleição do governo tucano de Yeda Crusius, se formou uma conjuntura política de ofensiva da direita na imprensa, no Ministério Publico Estadual e na Brigada Militar.  Eufóricos com a vitória eleitoral, passaram a criminalizar, perseguir e reprimir os movimentos sociais, seja  o dos professores, metalúrgicos, desempregados ou o MST.

 Nesse contexto, a atual governadora e o Ministério Público atuaram para suspender as aulas nos acampamentos e levar as crianças para os colégios da cidade.  Ou seja, não hesitaram em prejudicar as crianças para atingir politicamente o MST.Por outro lado, o governo Yeda  Crusius já fechou outras 8.500 turmas em todos os municípios do estado, a maioria no meio rural, apenas para poupar recursos, apenas para assegurar o famigerado déficit zero.

 As prefeituras dos municípios aonde existem acampamentos já disseram que é impossível levar as crianças para a cidade.  São Gabriel, por exemplo, teria que gastar R$ 40 mil mensais.  Enquanto atualmente o estado gasta R$ 16 mil para atender os oito acampamentos em todo estado.Felizmente, as escolas foram autorizadas pelo Conselho Estadual de Educação, que é o órgão que autoriza e fiscaliza o funcionamento das escolas e aprova seu currículo. 

 

2. O que aconteceu em Pernambuco?

 O conflito no Pernambuco é uma tragédia anunciada. As 100 famílias estão acampadas há oito anos. Duas áreas estão em disputa. Os fazendeiros usaram de todas as artimanhas judiciais para impedir a desapropriação de suas áreas não utilizadas, que servem apenas de especulação imobiliária. As famílias trabalham e plantam na área, tiram dela seu sustento. Sofreram mais de 20 despejos. Na semana passada, depois de mais despejo pela Polícia Militar, o fazendeiro contratou pistoleiros que foram no acampamento fazer provocações, armados. Perseguiram e espancaram um dos líderes do acampamento. Nesse clima de tensão e ameaças permanentes às famílias acampadas, alguns acabaram reagindo e no conflito houve a morte de quatro pistoleiros. O MST repudia a violência.

No Brasil há muitos outros acampamentos, em igual situação de tensão e conflito. Até quando vão esperar para realizar a Reforma Agrária?  

 

3.O que aconteceu no Pontal DO Paranapanema, sao paulo?

Na região do Pontal do Paranapanema, no estado de São Paulo, há um passivo de conflito agrário pendente há quatro décadas. Existem por lá mais de 400 mil hectares de terras públicas estaduais, com sentenças judiciais reconhecendo que são públicas. Portanto, os fazendeiros ocupantes são grileiros. E precisam sair das terras, pelas quais receberiam a indenização pelas benfeitorias. Desde o governo Mario Covas, que o processo de discriminação e indenização dos fazendeiros-grileiros está parado. Com isso o problema só se agrava. Agora, na semana do carnaval, os quatro movimentos de sem terra que atuam na região realizaram ocupações de protesto em diversas fazendas.

 A repercussão foi imediata. Por duas razões: primeiro porque os fazendeiros possuem muitas ligações políticas na capital. Um deles inclusive era sócio do Fernando Henrique na fazenda de Buritis. Outro tem vínculos com a rede Bandeirantes, e por aí vai.E o segundo motivo é que José Rainha, que não faz parte de nenhuma instância de decisão política do MST, anunciou que as ocupações do seu movimento eram em protesto ao governador José Serra. Pronto. O tema se transformou em disputa eleitoral.

As repercussões do Pontal revelam que até outubro de 2010, viveremos essa novela, da imprensa e seus partidos transformaram as disputas de terra do Pontal em tema eleitoral.

 

4. Entidades do meio rural são acusadas de desviar recursos para ocupações.  Isso procede?

O MST nunca usou nenhum centavo de dinheiro público para realizar ocupações de terra.

Por uma questão de princípio, as próprias famílias que participam das ocupações dos latifúndios, devem assegurar os recursos necessários para a essa ação política. É aqui que reside a força do MST e é um elemento educativo para as famílias que fazem a luta pela reforma agrária.

Acontece que desde o governo Fernando Henrique Cardoso, o Estado brasileiro, dilapidado pela onda neoliberal, deixou de cumprir suas funções relativas ao setor público agrícola. O Estado não garante mais educação no meio rural, alfabetização, assistência técnica, saúde. Então, foi no governo FHC que eles estimularam o surgimento de ONGs, entidades sem fins lucrativos, para substituir as funções do Estado. E passaram recursos para essas entidades.

 

Vale lembrar que a ONG Alfabetização Solidária,  da dona Ruth Cardoso, recebeu mais de R$ 330 milhões de dinheiro público para  a alfabetização de adultos.

 

Surgiram então em áreas de assentamento diversas entidades – algumas ligadas aos assentados, outras não –  para suprir as funções do Estado, realizando atividades de assistência técnica, de atendimento de saúde, de alfabetização. E recebem recursos do Estado para isso.

 Estranhamos que a imprensa cite apenas as entidades que apóiam a reforma agrária e são ligadas aos assentados, e omitem os milhões de reais repassados para ONGs ligadas ao PSDB, à Força sindical, aos ruralistas. Somente o SENAR recebe milhões de reais. Todos os anos. Sendo que há processos no TCU de desvio de federações patronais em proveito pessoal de seus dirigentes.

 

5.A que se deve a reação do ministro Gilmar Mendes?

O Ministro Gilmar Mendes foi transformado no mais novo líder da direita brasileira, desde sua posse como presidente do Supremo Tribunal Federal.

E ele está se comportando assim, honrando seu novo papel. É ágil para defender o patrimônio, mas lento para defender vidas. Ataca os povos indígenas, os quilombolas, os direitos dos trabalhadores, os operários e defende os militares da ditadura militar.

Enfim, agora a direita brasileira tem seu Berlusconi tupiniquin. E ele opina sobre tudo e sobre todos. Aliás, ele está devendo para a opinião pública brasileira, uma explicação sobre a rapidez como soltou o banqueiro corrupto Daniel Dantas, que financia muitas campanhas eleitorais e alicia grande parte da mídia.

Mais grave, a revista Carta Capital denunciou que o Instituto Brasiliense de Direito Público, vinculado ao Mendes,  recebeu 2,4 milhões de recursos públicos, inclusive do STF, do Tribunal Superior Eleitoral e até do Ministério da Defesa, dirigido por seu amigo Nelson Jobim.Como líder da direita, Mendes procura defender os interesses da burguesia brasileira e fazer intenso ataque ideológico à esquerda e aos movimentos sociais, para pavimentar uma retomada eleitoral da direita em 2010.

Serra não precisa se preocupar, já tem um cabo eleitoral poderoso no STF.  

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Declaración de la Asamblea de los movimientos sociales del FSM 2009 celebrado en Belem (Par?)

Declaración de la Asamblea de los movimientos sociales, FSM 2009, Belém

NO VAMOS A PAGAR POR LA CRISIS, QUE LA PAGUEN LOS RICOS

Para hacer frente a la crisis son necesarias alternativas anticapitalistas, antiracistas, anti-imperialistas, feministas, ecológicas y socialistas

por Asamblea de los movimientos sociales

Los movimientos sociales del mundo nos hemos reunido con ocasión de la celebración del 9º FSM en Belém, en la Amazonia donde los pueblos resisten a la usurpación de la naturaleza, sus territorios y su cultura. Estamos en América Latina donde en las últimas décadas se ha dado el reencuentro entre los movimientos sociales y los movimientos indígenas que desde su cosmovisión cuestionan radicalmente el sistema capitalista; y en los últimos años ha conocido luchas sociales muy radicales que condujeron al derrocamiento de gobiernos neoliberales y el surgimiento de gobiernos que han llevado a cabo reformas positivas como la nacionalización de sectores vitales de la economia y reformas constitucionales democráticas.

En este contexto, los movimientos sociales de America latina han actuado de forma acertada: apoyar las medidas positivas que adoptan estos gobiernos, manteniendo su independencia y su capacidad de crítica en relación a ellos. Esas experiencias nos ayudarán a reforzar la firme resistencia de los pueblos contra la política de los gobiernos, de las grandes empresas y los banqueros que están descargando los efectos de esta crisis sobre las espaldas de las y los oprimidos.

En la actualidad los movimientos sociales a escala planetaria afrontamos un desafió de alcance histórico. La crisis capitalista internacional que impacta a la humanidad se expresa en varios planos : es una crisis alimentaría, financiera, económica, climática, energética, migratoria…, de civilización, que viene a la par de la crisis del orden y las estructuras políticas internacionales.

Estamos ante una crisis global provocada por el capitalismo que no tiene salida dentro de este sistema. Todas las medidas adoptadas para salir de la crisis sólo buscan socializar las pérdidas para asegurar la supervivencia de un sistema basado en la privatización de sectores estratégicos de la economía, de los servicios públicos, de los recursos naturales y energéticos, la mercantilización de la vida y la explotación del trabajo y de la naturaleza, así como la transferencia de recursos de la periferia al centro y de los trabajadores y trabajadoras a la clase capitalista.

Este sistema se rige por la explotación, la competencia exarcebada, la promoción del interés privado individual en detrimento del colectivo y la acumulación frenética de riqueza por un puñado de acaudalados. Genera guerras sangrientas, alimenta la xenofobia, el racismo y los extremismos religiosos; agudiza la opresión de las mujeres e incrementa la criminalización de los movimientos sociales. En el cuadro de estas crisis, los derechos de los pueblos son sistemáticamente negados. La salvaje agresión del gobierno israelí contra el pueblo palestino, violando el derecho internacional, constituye un crimen de guerra, un crimen contra la humanidad y un símbolo de esta negación que también sufren otros pueblos del mundo. Esta vergonzosa impunidad debe terminar. Los movimientos sociales reafirman aquí su activo sostén a la lucha del pueblo palestino así como todas las acciones de los pueblos del mundo contra la opresión.

Para hacer frente a esta crisis es necesario ir a la raíz de los problemas y avanzar los más rápidamente posible hacia la construcción de una alternativa radical que erradique el sistema capitalista y la dominación patriarcal.

Es necesario construir una sociedad basada en la satisfacción de las necesidades sociales y el respeto de los derechos de la naturaleza, así como en la participación popular en un contexto de plenas libertades políticas. Es necesario garantizar la vigencia de todos los tratados internacionales sobre los derechos civiles, políticos, sociales y culturales (individuales y colectivos), que son indivisibles.

 

En este camino tenemos que luchar, impulsando la más amplia movilización popular, por una serie de medidas urgentes como:

–          La nacionalización de la banca sin indemnización y bajo control social

–          Reducción del tiempo de trabajo sin reducción del salario

–          Medidas para garantizar la soberanía alimentaría y energética

–          Poner fin a las guerras, retirar las tropas de ocupación y desmantelar las bases militares extranjeras

–          Reconocer la soberanía y autonomía de los pueblos, garantizando el derecho a la autodeterminación

–          Garantizar el derecho a la tierra, territorio, trabajo, educación y salud para todas y todos

–          Democratizar los medios de comunicación y de conocimiento ….

 

El proceso de emancipación social que persigue el proyecto ecologista, socialista y feminista del siglo 21 aspira a liberar a la sociedad de la dominación que ejercen los capitalistas sobre los grandes medios de producción, comunicación y servicios, apoyando formas de propiedad de interés social: pequeña propiedad territorial familiar, propiedad pública, propiedad cooperativa, propiedad comunal y colectiva…

Esta alternativa debe ser feminista porque resulta imposible construir una sociedad basada en la justicia social y la igualdad de derechos si la mitad de la humanidad es oprimida y explotada.

Por último, nos comprometemos a enriquecer el proceso de la construcción de la sociedad basada en el “buen vivir” reconociendo el protagonismo y la aportación de los pueblos indígenas.

Los movimientos sociales estamos ante una ocasión histórica para desarrollar iniciativas de emancipación a escala internacional. Sólo la lucha social de masas puede sacar al pueblo de la crisis. Para impulsarla es necesario desarrollar un trabajo de base de concienciación y movilización.

El desafió para los movimientos sociales es lograr la convergencia de las movilizaciones globales a escala planetaria y reforzar nuestra capacidad de acción favoreciendo la convergencia de todos los movimientos que buscan resistir todas las formas de opresión y explotación.

 

Para ello nos comprometemos a:

Desarrollar una semana de acción global contra el capitalismo y la guerra del 28 de marzo al 4 de abril 2009:

–          Movilización contra el G-20 el 28 de marzo;

–          Movilización contra la guerra y la crisis el 30 de marzo;

–          Día de solidaridad con el pueblo palestino impulsando el boicot, las desinversiones y sanciones contra Israel, el 30 de marzo;

–          Movilización contra la OTAN en su 60 aniversario 4 de abril;

 

Fortalecer las movilizaciones que desarrollamos anualmente:

–          8 de marzo: Día internacional de la Mujer

–          17 de abril: Día Internacional por la Soberanía Alimentaría

–          1 de Mayo: Día Internacional de los trabajadores y trabajadoras

–          12 de octubre: Movilización Global de lucha por la Madre Tierra contra la colonización y la mercantilización de la Vida

–          Impulsar las agendas de resistencia contra la cumbre del G-8 en Cerdeña, la cumbre climática en Copenhague, la cumbre de las Américas en Trinidad y Tobago…

 

Respondamos a la crisis con soluciones radicales e iniciativas emancipatorias.

 

 

 

Declaration of the Assembly of Social Movements

at the World Social Forum 2009, Belém

WE WON’T PAY FOR THE CRISIS. THE RICH HAVE TO PAY FOR IT!

Anti-imperialist, anti-capitalist, feminist, environmentalist and socialist alternatives are necessary

By the Assembly of Social Movements

 

We the social movements from all over the world came together on the occasion of the 8th World Social Forum in Belém, Amazonia, where the peoples have been resisting attempts to usurp Nature, their lands and their cultures. We are here in Latin America, where over the last decade the social movements and the indigenous movements have joined forces and radically question the capitalist system from their cosmovision. Over the last few years, in Latin America highly radical social struggles have resulted in the overthrow of neoliberal governments and the empowerment of governments that have carried out many positive reforms such as the nationalisation of core sectors of the economy and democratic constitutional reforms.

In this context the social movements in Latin America have responded appropriately, deciding to support the positive measures adopted by these governments while keeping a critical distance. These experiences will be of help in order to strengthen the peoples’ staunch resistance against the policies of governments, corporations and banks who shift the burden of the crisis onto the oppressed. We the social movements of the globe are currently facing a historic challenge. The international capitalist crisis manifests itself as detrimental to humankind in various ways: it affects food, finance, the economy, climate, energy, population migration… and civilisation itself, as there is also a crisis in international order and political structures.

We are facing a global crisis which is a direct consequence of the capitalist system and therefore cannot find a solution within the system. All the measures that have been taken so far to overcome the crisis merely aim at socialising losses so as to ensure the survival of a system based on privatising strategic economic sectors, public services, natural and energy resources and on the commoditisation of life and the exploitation of labour and of nature as well as on the transfer of resources from the Periphery to the Centre and from workers to the capitalist class.

The present system is based on exploitation, competition, promotion of individual private interests to the detriment of the collective interest, and the frenzied accumulation of wealth by a handful of rich people. It results in bloody wars, fuels xenophobia, racism and religious fundamentalisms; it intensifies the exploitation of women and the criminalisation of social movements. In the context of the present crisis the rights of peoples are systematically denied. The Israeli government’s savage aggression against the Palestinian people is a violation of International Law and amounts to a war crime, a crime against humanity, and a symbol of the denial of a people’s rights that can be observed in other parts of the world. The shameful impunity must be stopped. The social movements reassert their active support of the struggle of the Palestinian people as well as of all actions against oppression by peoples worldwide.

In order to overcome the crisis we have to grapple with the root of the problem and progress as fast as possible towards the construction of a radical alternative that would do away with the capitalist system and patriarchal domination. We must work towards a society that meets social needs and respects nature’s rights as well as supporting democratic participation in a context of full political freedom. We must see to it that all international treaties on our indivisible civic, political, economic, social and cultural rights, both individual and collective, are implemented. 

 

In this perspective we must contribute to the largest possible popular mobilisation to enforce a number of urgent measures such as:

–          Nationalising the banking sector without compensations and with full social monitoring,

–          Reducing working time without any wage cut,

–          Taking measures to ensure food and energy sovereignty

–          Stopping wars, withdraw occupation troops and dismantle military foreign bases

–          Acknowledging the peoples’ sovereignty and autonomy ensuring their right to self-determination

–          Guaranteeing rights to land, territory, work, education and health for all.

–          Democratise access to means of communication and knowledge.

 

The social emancipation process carried by the feminist, environmentalist and socialist movements in the 21st century aims at liberating society from capitalist domination of the means of production, communication and services, achieved  by supporting forms of ownership that favour the social interest: small family freehold, public, cooperative, communal and collective property.

Such an alternative will necessarily be feminist since it is impossible to build a society based on social justice and equality of rights when half of humankind is oppressed and exploited.

Lastly, we commit ourselves to enriching the construction of a society based on a life lived in harmony with oneself, others and the world around (“el buen vivir”) by acknowledging the active participation and contribution of the native peoples.

We, the social movements, are faced with a historic opportunity to develop emancipatory initiatives on a global scale. Only through the social struggle of the masses can populations overcome the crisis. In order to promote this struggle, it is essential to work on consciousness-raising and mobilisation from the grassroots. The challenge for the social movements is to achieve a convergence of global mobilisation. It is also to strengthen our ability to act by supporting the convergence of all movements striving to withstand oppression and exploitation.

 

We thus commit ourselves to:

Launch a Global Week of Action against Capitalism and War from March 28 to April 4, 2009 with:

–          anti-G20 mobilisation on March 28,

–          mobilisation against war and crisis on March 30,

–          a Day of Solidarity with the Palestinian People to promote boycott, disinvestment and sanctions against Israel on March 30,

–          mobilisation for the 60th Anniversary of NATO on April 4,

–          etc.

 

Increase occasions for mobilisation through the year:

–          March 8, International Women Day;

–          April 17, International Day for Food Sovereignty;

–          May 1, International Workers’ Day;

–          October 12, Global Mobilisation of Struggle for Mother Earth, against colonisation and commodification of life.

–          Schedule an agenda of acts of resistance against the G8 Summit in Sardinia, the Climate Summit in Copenhagen, the Summit of the Americas in Trinidad and Tobago, etc.

 

Through such demands and initiatives we thus respond to the crisis with radical and emancipatory solutions.

 

 


 

Déclaration de l’Assemblée des mouvements sociaux lors du Forum social mondial 2009, Belém

Nous ne payerons pas la crise ! Que les riches la paient !

Pour des alternatives anti-impérialistes, anti-capitalistes, féministes, écologistes et socialistes !

pour l’Assemblée des mouvements sociaux

 

Nous, les mouvements sociaux du monde entier nous nous sommes réunis à l’occasion du 9e Forum social mondial à Belém en Amazonie où les peuples résistent à l’usurpation de la nature, de leurs territoires et de leurs cultures. Nous sommes en Amérique latine là où au cours de la dernière décennie a eu lieu une nouvelle rencontre entre les mouvements sociaux et les mouvements indigènes. Ces derniers questionnent radicalement depuis leur cosmovision le système capitaliste. L’Amérique latine a ces dernières années mené des luttes sociales très radicales qui ont conduit au renversement de gouvernements néolibéraux et à la mise en place de gouvernements qui ont mené à bien des réformes positives comme la nationalisation de secteurs vitaux de l’économie et de réformes constitutionnelles démocratiques.

Dans ce contexte, les mouvements sociaux d’Amérique latine ont agi de manière adéquate en décidant d’appuyer les mesures positives adoptées par ces gouvernements tout en maintenant leur capacité de critique à leur égard. Ces expériences nous aideront à renforcer la résistance ferme des peuples contre la politique des gouvernements, des grandes entreprises et des banquiers qui déchargent les effets de la crise sur les opprimé(e)s.

Actuellement, nous les mouvements sociaux de la planète faisons face à un défi de portée historique. La crise capitaliste internationale qui porte préjudice à l’humanité s’exprime sur différents plans : c’est une crise alimentaire, financière, économique, climatique, énergétique, migratoire…, de civilisation qui accompagne la crise de l’ordre et des structures politiques internationales.

Nous sommes face à une crise globale provoquée par le capitalisme qui n’a pas d’issue au sein du système. Toutes les mesures adoptées pour sortir de la crise ne cherchent qu’à socialiser les pertes pour assurer la survie d’un système basé sur la privatisation des secteurs stratégiques de l’économie, des services publics, des ressources naturelles et énergétiques, la marchandisation de la vie et l’exploitation du travail et de la nature ainsi que le transfert de ressources de la Périphérie au Centre et des travailleu/rs/ses à la classe capitaliste.

Ce système est régi par l’exploitation, la compétition exacerbée, la promotion de l’intérêt privé individuel au détriment de l’intérêt collectif et l’accumulation frénétique de richesses par une poignée de nantis. Cela génère des guerres sanglantes, alimente la xénophobie, le racisme et les extrémismes religieux, cela renforce l’exploitation des femmes et la criminalisation des mouvements sociaux. Dans le contexte de cette crise les droits des peuples sont systématiquement niés. L’agression sauvage du gouvernement israélien contre le peuple palestinien est une violation du droit international qui constitue un crime de guerre, un crime contre l’humanité et aussi un symbole de la négation de droits dont souffrent également d’autres peuples du monde. Cette impunité honteuse doit cesser. Les mouvements sociaux réaffirment leur soutien actif à la lutte du peuple palestinien ainsi qu’à toutes les actions des peuples du monde contre l’oppression.

Pour faire face à la crise, il est nécessaire d’aller à la racine du problème et d’avancer le plus rapidement possible vers la construction d’une alternative radicale qui en finisse avec le système capitaliste et la domination patriarcale. Il est nécessaire de construire une société basée sur la satisfaction des besoins sociaux et le respect des droits de la nature ainsi que la participation populaire dans un contexte de pleine liberté politique. Il est nécessaire de garantir l’exécution de tous les traités internationaux sur les droits civils, politiques, économiques, sociaux et culturels (individuels et collectifs) qui sont indivisibles.

 

Dans cette perspective, nous devons lutter pour impulser la plus large mobilisation populaire par une série de mesures urgentes comme :

–          la nationalisation sans indemnisation et sous contrôle social du secteur bancaire

–          la réduction du temps de travail sans réduction de salaire

–          des mesures pour garantir la souveraineté alimentaire et la souveraineté énergétique

–          l’arrêt des guerres, le retrait des troupes d’occupation et le démantèlement des bases militaires étrangères

–          la reconnaissance de la souveraineté et de l’autonomie des peuples qui garantisse le droit à l’autodétermination

–          la garantie du droit à la terre, au territoire, au travail, à l’éducation et à la santé pour toutes et tous.

–          La démocratisation des moyens de communication et de connaissance

Le processus d’émancipation sociale poursuivi par le projet féministe, écologiste et socialiste du XXIe siècle aspire à libérer la société de la domination exercée par les capitalistes sur les grands moyens de production, communication et services par l’appui à des formes de propriété d’intérêt social : petite propriété familiale, propriété publique, propriété coopérative, propriété communale et collective. Cette alternative doit être féministe car il est impossible de construire une société basée sur la justice sociale et l’égalité des droits si la moitié de l’humanité est opprimée et exploitée.

Enfin, nous nous engageons à enrichir le processus de construction de la société basée sur la qualité de vie en reconnaissant le participation active et l’apport des peuples indigènes.

Nous, les mouvements sociaux sommes face à une occasion historique pour le développement d’initiatives d’émancipation à l’échelle internationale. Seule la lutte sociale des masses peut sortir les peuples de la crise. Pour impulser cette lutte, il est indispensable de développer un travail de conscientisation et de mobilisation à la base.

Le défi pour les mouvements sociaux est d’arriver à organiser la convergence des mobilisations globales à l’échelle de la planète et de renforcer notre capacité d’action en favorisant la convergence de tous les mouvements qui cherchent à résister à toutes les formes d’oppression et d’exploitation.

Nous nous engageons ainsi à :

Mettre en place une semaine d’action globale contre le capitalisme et la guerre du 28 mars au 4 avril 2009 avec :

–          une mobilisation contre le G20 le 28 mars

–          une mobilisation contre la guerre et la crise le 30 mars

–          une journée de solidarité avec le peuple palestinien pour impulser un boycott, le désinvestissement et les sanctions contre Israël le 30 mars

–          la mobilisation contre le 60e anniversaire de l’OTAN le 4 avril

–          etc

 

Renforcer les mobilisations qui se tiennent chaque année :

–          8 mars : journée internationale de la femme

–          17 avril : journée internationale de la souveraineté alimentaire

–          1er mai : journée internationale des travailleu/rs/ses

–          12 octobre : mobilisation globale de lutte pour la Terre Mère, contre la colonisation et la marchandisation de la vie

–          Mettre en place un agenda des résistances contre le sommet du G8 en Sardaigne, le sommet climatique de Copenhague, le sommet des Amérique à Trinité et Tobago…

Nous répondons ainsi à la crise par des solutions radicales et des initiatives d’émancipation.

 

Dorothy Stang: ‘Nenhum dos condenados por serem mandantes de crime cumpre pena at? hoje’

Dorothy Stang: 'Nenhum dos condenados por serem mandantes de crime cumpre pena até hoje'. Entrevista especial com José Batista Gonçalves Afonso  

Em 40 anos, mais de 800 pessoas foram assassinadas no Estado do Pará por seu comprometimento com a luta pelos direitos humanos. De todos os criminosos envolvidos – geralmente fazendeiros –, somente sete mandantes foram levados a júri popular. E apenas seis foram condenados. O outro foi absolvido. Justamente o que mandou matar a Irmã Dorothy Stang.

Nesta entrevista concedida por telefone à IHU On-Line, um dos advogados de acusação do Caso Dorothy, que condenou os pistoleiros e um dos mandantes do assassinato da missionária anglobrasileira, José Batista Gonçalves Afonso apresenta detalhes do processo judicial dos cinco envolvidos no crime, ocorrido em 2005.

 

Teólogo e membro da coordenação nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT), José Batista trabalha desde 1996 junto à Comissão na diocese de Marabá, sudeste do Pará, e recebeu, no ano passado, o Prêmio João Canuto, do Movimento Humanos Direitos. Para ele, “a impunidade tem sido a marca principal da atuação do poder judiciário” em relação aos casos de crimes no campo contra lideranças sociais. “Levar um mandante de crime ao banco dos réus, condená-lo e mantê-lo preso tem sido uma tarefa extremamente difícil”, assume.

José Batista Gonçalves Afonso, formado em Direito pela Universidade Federal do Pará, também é um dos articuladores nacionais da Rede Nacional dos Advogados Populares (Renap) e compõe a Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Pará. Atualmente, advoga também  em causas de trabalhadores ligados a 16 Sindicatos de Trabalhadores Rurais, à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Pará (Fetagri), ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Após quatro anos da morte de Dorothy Stang, como o senhor avalia o processo para incriminar os respo

José Batista Gonçalves Afonso – O processo que apura o assassinato da missionária Dorothy Stang, comparado com outros processos que também apuram assassinatos no campo no Estado do Pará, teve uma tramitação célere. Em um período de quatro anos, conseguimos levar a júri popular e condenar o pistoleiro [Rayfran das Neves Sales] e seu comparsa [Clodoaldo Carlos Batista], o intermediário do crime [Amair Feijoli da Cunha] e um dos acusados de ser mandante [Vitalmiro de Bastos Moura], restando ainda ir ao banco dos réus o segundo acusado de ser mandante do crime [Regivaldo Pereira Galvão].

Comparado às dezenas de outros processos que temos no Estado – mais de 800 assassinatos nos últimos 40 anos –, houve de fato celeridade. Temos casos aqui de assassinatos emblemáticos que os júris só ocorreram após 15, 20 anos da data do homicídio. E essa celeridade ainda não é ideal. O ideal seria, em um ano de prazo máximo, concluir o processo e levar a júri todos os responsáveis. Mesmo assim, só se teve essa celeridade por ter sido um crime que teve repercussão nacional e internacional muito grande, devido ao fato de a Ir. Dorothy ser uma pessoa muito conhecida, já ter uma atuação de muitos anos no Estado do Pará, na Amazônia, e por ter levantado uma bandeira muito sensível aos direitos humanos, à questão nacional ligada ao meio ambiente, que é a questão da defesa dos trabalhadores e a defesa do meio ambiente no que se refere à proteção da Floresta Amazônica.

IHU On-Line – Os fazendeiros Regivaldo Galvão, o Taradão, e Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, são acusados de serem os mandantes do crime. Já os pistoleiros que confessaram ter matado a freira são Rayfran das Neves Sales, Clodoaldo Carlos Batista e Amair Feijoli da Cunha, que é acusado de ser o intermediário. Qual é a atual situação judicial de cada um deles?

José Batista Gonçalves Afonso – O acusado de ser o executor, Rayfran das Neves Sales, foi a júri popular e foi condenado, no primeiro júri, a 27 anos de prisão. Depois, foi a júri pela segunda vez, e a sentença foi confirmada também em 27 anos de prisão. Ele está cumprindo pena. O segundo acusado, Clodoaldo Carlos Batista, também foi a júri e sentenciado a uma pena de 17 anos de prisão. A mesma pena também recebeu o terceiro acusado, conhecido como Tato [Amair Feijoli da Cunha]. Os três cumprem pena na Penitenciária de Belém.

Esses dois últimos condenados, o Tato e o Clodoaldo, já foram beneficiados com o sistema semiaberto, em razão de que a Lei de Execução Penal brasileira, na legislação anterior, prevê que o apenado, cumprido 1/6 da pena, já tem direito ao regime semiaberto.

O primeiro acusado de ser o mandante, Vitalmiro Bastos de Moura, foi a júri na primeira vez, condenado a 30 anos. Foi a júri pela segunda vez e, infelizmente, foi absolvido, surpreendendo a todos nós e também à sociedade nacional e internacional que acompanhava atentamente o caso.

Esse é um reflexo da dificuldade que nós temos, no Estado do Pará, de condenar e manter presos os mandantes de crimes no campo. Para se ter uma noção, dos mais de 800 assassinatos no campo no Estado do Pará nas últimas décadas, nós só conseguimos levar a júri popular sete mandantes de crimes. Destes, seis foram condenados, mas nenhum cumpre pena até hoje, pois todos aguardam recurso em liberdade ou estão foragidos. E um absolvido, que foi o Vitalmiro Bastos de Moura.

No caso da Ir. Dorothy, o júri do último acusado de ser mandante, o Regivaldo Pereira Galvão, deve ser marcado certamente ainda para este ano.

IHU On-Line – Qual o significado do habeas corpus concedido pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, a Regivaldo Pereira Galvão devido à suspeita de tentar se apropriar da terra pública cuja disputa culminou na morte a tiros da religiosa? O que isso pode modificar em seu processo criminal?

José Batista Gonçalves Afonso – Ele já estava em liberdade, conseguida por meio de um habeas corpus deferido pelo Supremo Tribunal Federal há cerca de um ano, logo após ter sido preso dias depois do assassinato da missionária Dorothy Stang. Ele chegou a passar mais de um ano preso e foi beneficiado por decisão de habeas corpus do Supremo Tribunal Federal e estava respondendo o processo em liberdade.

Essa segunda prisão, ocorrida em 26 de dezembro do ano passado, se deu em razão do Ministério Público Federal ter investigado o Sr. Regivaldo e ter conseguido provar que ele estava cometendo crime de grilagem de terra pública e de falsificação de documento público. Em razão disso, foi pedida a prisão preventiva dele, que foi decretada, e ele passou quase dois meses preso e foi beneficiado, na semana passada, por decisão do Tribunal Regional Federal, em Brasília, que o colocou novamente em liberdade da acusação do crime de grilagem de terra pública e de falsificação de documento público.

IHU On-Line – Qual a avaliação da audiência, no dia 12, dia do assassinato da Ir. Dorothy Stang, com o presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Pará, o Desembargador Rômulo Nunes?

José Batista Gonçalves Afonso – Eu não estive presente, mas a acompanhei, pois havia um advogado da Pastoral da Terra acompanhando a audiência lá em Belém. Uma das principais reivindicações levadas pelo Comitê Dorothy, juntamente com outras entidades que estiveram presentes na audiência, era a agilidade na realização do julgamento do recurso contra a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura. Ou seja, é preciso que o Tribunal decida essa questão rapidamente. Esperamos que ele anule o segundo julgamento, e então possamos levá-lo novamente ao banco dos réus e, com as provas existentes nos autos, conseguir novamente a sua condenação. E a segunda questão era, justamente, exigir do Tribunal maior celeridade no caso do Regivaldo Pereira Galvão, para que fosse, então, realizado o seu julgamento.

Nos dois casos, houve compromisso do Tribunal, no sentido de dar celeridade às solicitações. No caso do Regivaldo, isso deve demorar ainda um pouco, em razão de que o processo ainda está na comarca do interior do Pará, na cidade de Pacajá, próximo de Anapu, onde ocorreu o homicídio da missionária Dorothy Stang. Precisamos ainda ingressar com um pedido de desaforamento do processo dessa comarca de Pacajá para a comarca da capital, onde deverá se realizar o júri, a exemplo dos júris que já ocorreram em relação aos acusados que foram julgados no mesmo caso.

IHU On-Line – Como o senhor analisa a atuação dos poderes Executivo nacional e local, assim como do Judiciário brasileiro a partir do Caso Stang, com relação às questões de justiça social, como a reforma agrária e a defesa dos direitos humanos?

José Batista Gonçalves Afonso – O que podemos dizer com relação aos crimes do campo, que têm ocorrido em um número bastante grande nas últimas décadas devido à disputa pela posse da terra – porque de um lado estão os trabalhadores rurais sem terra e, de outro, grandes proprietários de terra, grileiros de terras públicas, madeireiros – é que a impunidade tem sido a marca principal da atuação do poder judiciário em relação a esses crimes. Isso porque, geralmente, os crimes envolvem pessoas que têm alto poder aquisitivo e também têm influências políticas no governo e fora dele. Isso tem dificultado muito a responsabilização principalmente dos mandantes de crimes. Levar um mandante de crime ao banco dos réus, condená-lo e mantê-lo preso tem sido uma tarefa extremamente difícil, não só no Estado do Pará, mas também em outros Estados. E isso reflete uma tendência muito conservadora do Poder Judiciário em relação ao enfrentamento dessa questão e também uma morosidade muito grande da Justiça no que se refere à conclusão dos processos.

Por outro lado, a Comissão Pastoral da Terra tem monitorado anualmente os conflitos no campo, e os índices de violação dos direitos humanos no campo são ainda muito graves. E nós não temos percebido um esforço do governo federal e estadual no sentido de dar celeridade à questão da reforma agrária. Até porque abandonaram essa política, e deixam os trabalhadores debaixo da lona, abandonados à própria sorte. E o governo só faz alguma coisa quando ocorrem os conflitos, para tentar minimizar a situação. Então, isso acaba agravando ainda mais a situação de violação dos direitos humanos no campo, e esse é um aspecto negativo do atual governo.

IHU On-Line – Qual é a perspectiva que se abre a partir das decisões judiciais do Caso Dorothy aos milhares de outros defensores dos direitos humanos do Brasil, como os três bispos ameaçados de morte e demais lideranças?

José Batista Gonçalves Afonso – O Pará é o Estado campeão não só de assassinatos no campo, mas também de pessoas ameaçadas de morte. As principais lideranças dos movimentos sociais e também de Igrejas, padres, bispos, sindicalistas do Estado do Pará estão ou com proteção policial 24 horas por dia ou com pedido de proteção. Esse é um exemplo claro da força que têm os grupos que comandam o crime no campo no Estado do Pará, ou seja, encurralam o próprio Estado para que este tenha que colocar seu efetivo policial para proteger lideranças, senão elas são mortas.

Essa medida [da proteção policial] é positiva, mas ela, em si, não resolve o problema. Nós temos dito e exigido do governo do Estado que invista na apuração das ameaças. É preciso que sejam desmontadas as organizações criminosas que atuam no campo, que comandam a indústria da pistolagem no Estado do Pará e a indústria da grilagem das terras públicas, dos crimes ambientais etc. Temos que desmontar essas quadrilhas. E o governo não faz isso. Acaba atuando apenas com medidas paliativas, ou seja, ameaça naqueles casos mais graves e coloca os policiais para proteger.

Quando Chico Mendes foi assassinado, ele também estava sob proteção policial. Então, essa medida em si não resolve o problema. É preciso que o Estado decida enfrentar os grupos organizados que comandam não só as ameaças, mas também os assassinatos no campo, além dos crimes ambientais e a grilagem de terra pública na Amazônia.

IHU On-Line – Como coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra, como o senhor avalia o legado da luta da Ir. Dorothy contra o latifúndio, a monocultura, a escravidão e a devastação da Amazônia?

José Batista Gonçalves Afonso – A Ir. Dorothy, durante toda a sua vida, abraçou essa causa. Deu a sua vida em defesa dos povos da Floresta Amazônica. E, claro, além dela, muitos outros combatentes, militantes e ecologistas também já deram suas vidas em defesa dos trabalhadores e do meio ambiente nessa grande região da Amazônia. Por exemplo, Chico Mendes [1], Pe. Josino [Tavares] [2], Ir. Adelaide [Molinari] [3], Dezinho [José Dutra da Costa] [4], João Canuto [5], e muitos outros, muito conhecidos, que foram assassinados, foram tombados nessa luta. Isso, é claro, é uma perda irreparável, mas a morte desses companheiros e companheiras tem dado mais força ainda aos movimentos sociais, que continuam lutando em defesa da Amazônia, em defesa dos povos que a habitam e contra o avanço da monocultura da soja ou de outras monoculturas, como a da cana-de-açúcar sobre a Amazônia, a expansão dos projetos de mineração, que acabam tendo uma relação predatória com a floresta e com o meio ambiente, e tantas outras ofensivas como a da pecuária, da madeira, que têm causado tantos estragos para essa grande região amazônica. Isso, sem dúvida nenhuma, em vez de empobrecer ou esmorecer a luta dos trabalhadores, pelo contrário, fortalece e mantém cada vez mais viva a disposição dos movimentos sociais e das lideranças em continuar fazendo a luta em defesa da Floresta Amazônica e dos povos.

IHU On-Line – Para o senhor, que tem acompanhado todas essas lutas pela justiça daqueles que trabalham pela defesa da Amazônia, ainda é possível acreditar que a Justiça vencerá?

José Batista Gonçalves Afonso – Nós não podemos deixar de acreditar na justiça. Mesmo que aqueles que são responsáveis por administrá-la e por fazê-la acontecer não atuem a contento, nós não podemos desistir de exigir que a justiça, de fato, seja feita. E essa tem que ser uma luta permanente nossa. Para isso, temos que estar fazendo permanentemente as nossas denúncias, exigindo mudanças de comportamento e de posição do Poder Judiciário, do Poder Executivo e do Poder Legislativo.

A luta pela justiça é uma bandeira universal. E ela é necessária para poder coibir todas as situações de violência que nós presenciamos, não só contra os trabalhadores rurais e contra o meio ambiente, mas também contra todos os pobres deste país.

Notas:

1. Francisco Alves Mendes Filho, mais conhecido como Chico Mendes, foi um seringueiro, sindicalista e ativista ambiental brasileiro. Sua intensa luta pela preservação da Amazônia o tornou conhecido internacionalmente e foi a causa de seu assassinato, em 1988, exatamente uma semana após completar 44 anos, Chico Mendes foi assassinado com tiros de escopeta no peito na porta dos fundos de sua casa, na frente da mulher e dos filhos. Chico anunciou que seria morto em função de sua intensa luta pela preservação da Amazônia e buscou proteção, mas autoridades e a imprensa não deram atenção. [voltar ao texto]

2. Então coordenador da Pastoral da Terra, foi assasinado em 1986 por seu apoio ao agricultores em conflito com fazendeiros. [voltar ao texto]

3. Gaúcha de Garibaldi, a irmã das Filhas do Amor Divino, trabalhava nas Missões no Pará. Em 1985, o delegado do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá, Arnaldo Delcidio Ferreira, alvo de ameaças de morte, foi ao encontro de Ir. Adelaide na rodoviária de Eldorado. Enquanto conversavam, um pistoleiro disparou contra Arnaldo. A bala atravessou o tórax de Arnaldo e atingiu a irmã no pescoço, que não resistiu e morreu. [voltar ao texto]

4. Em 2000, após oito anos de ameaças, José Dutra da Costa, o Dezinho, como era chamado, secretário de Política Agrária do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Rondon do Pará, foi assassinado em frente à sua esposa e filhas. O motivo estaria em sua luta por um projeto de assentamento para o seu município, onde grandes áreas de terras estavam sendo desocupadas para a pecuária. [voltar ao texto]

5. João Canuto, pai de família,  tornou-se o principal líder sindical da região Sul do Pará. Fundou o Sindicato dos Trabalhadores de Rio Maria, foi candidato a prefeito e lutou pela classe dos camponeses. Foi preso sem ordem judicial e constantemente era perseguido por jagunços e policiais. Em 1985, ao voltar para casa, foi assassinado. Seus filhos deram continuidade à luta sindical, sendo também ameaçados várias vezes. Em 1990, José, Orlando e Paulo, filhos de Canuto, foram seqüestrados. José e Paulo foram assassinados barbaramente na estrada. Orlando conseguiu fugir baleado com várias perfurações no corpo. [voltar ao texto]

(Reportagem de Moisés Sbardelotto)

 

Canto do lutador Pelos 25 anos do MST

Augusto Juncal

Pode ser que amanhã,  antes mesmo da aurora, depois de toda luta e cansaço, como uma casa sem suas portas, eu desperte mais pobre que uma trouxa.

Pode ser que amanhã, antes mesmo dos pássaros, depois de todo canto e coragem, como uma nuvem solitária, por vento levada, sem pressa, sem direção, eu desperte mais triste que uma gaiola.

Pode ser que amanhã, antes mesmo da enxada, depois de todo sangue derramado, como rio no mar pra sempre perdido, eu desperte mais líquido que a chuva.

Pode ser que amanhã, minha vista larga não alcance as estrelas, cego que me encontre de tanto luto.

Pode ser que amanhã, minha liberdade de fogo não alumie trincheiras, e seja apenas pedra esculpida.

Pode ser que amanhã tudo isso aconteça. E cego meu facão, tombarei por cima de todos meus irmãos.

Mas antes que esse amanhã se faça, de pé, apoiado no cabo da minha enxada, com um olho a dormir e outro a espreitar, as rugas dos meu pés cheios de caminhos se avolumarão em raízes rasgando fundo a terra.

Antes e antes que esse amanhã se faça serei árvore, serei seiva, serei fruto. Serei promessa, serei dádiva, serei absoluto

Serei tronco, madeira, cabo de foice.

Serei formiga, serei uma, serei duas, serei correição.

Serei porta, serei cancela, serei pra sempre revolução.

Cronica del 13ºEncuentro Nacional del Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra

Resumen realizado por l@s compas de Soldepaz-Patchakuti de las multiples actividades que se han realizado en el 13º Encuentro Nacional del Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra celebrado en Rio Grande do Sul este pasado mes de enero.

Fotos:

http://www.pachakuti.org/textos/hemeroteca/2009_1/mst-encuentro.html

http://www.pachakuti.org/textos/hemeroteca/2009_1/mst-encuentro3.html

http://www.pachakuti.org/textos/hemeroteca/2009_1/mst-encuentro4.htm

Si la parte central del Encuentro lo conforman las ponencias y discusión en torno a la crisis, la superación del modelo económico atroz, la lucha contra el imperio del agronegocio, y la construcción de alternativa agroecológica basada en la soberanía alimentaria..

Las actividades complementarias

Las místicas y representaciones, los saludos del exterior y la fiesta por el socialismo, tuvieron el mayor colorido, pasión y participación colectiva.

Y en esa Fiesta, que a veces no se sabía bien si era por los 25 años del MST o por los 50 de la Revolución cubana, dos mujeres queridas y conocidas por la gente del MST:

Aleida Guevara por Cuba, y la comandante sandinista Mónica Baltodano por Nicaragua.

Y música, y consignas y banderas, y alegría comunitaria e internacionalismo, incluso conociendo los graves atropellos que en pleno siglo 21 siguen sufriendo los Sin Tierra de Brasil, y en especial en este estado sureño, Río Grande, donde el Movimiento nacía hace un cuarto de siglo..

Rumbo al Socialismo.

El MST hace tiempo que se dio cuenta que la Reforma Agraria, objeto para el que fue creado el Movimiento, nunca se conseguirá de manera integral dentro del capitalismo.

Por eso amplían las luchas, y se reitera que un Sin Tierra que lucha contra el latifundio inmoral está de hecho participando en otra lucha más global, en la aspiración al socialismo.

Pero lo que era menos previsible era que uno (o dos) gobiernos, como el de Lula, a cuyo advenimiento el MST apostó ingentes energías, iban a ser tan desmovilizadores, tan negativos en materia de desarticulación social.

Defraudó las esperanzas generadas. Prometió cambios que no se hicieron. No avanzó en la reforma agraria.

Pero sobre todo nadie esperaba que el gobierno de Lula iba a amarrarse a tan duras alianzas con los enemigos del campesinado, enemigos del pueblo, con los estrategas del modelo del agronegocio: bancos, empresas transnacionales,..

Y es que ese modelo es  beligerantemente opuesto a las necesidades de la gente.

Y Lula, presidente proveniente de la lucha sindical, al establecer férreos acuerdos y compromisos con los latifundistas de la soja transgénica, de la caña con destino a  etanol, del desierto verde de los eucaliptos, de los monocultivos para la exportación, ha establecido la brecha más fuerte que pueda darse con las aspiraciones del campesinado a Otro Modelo Agrícola
A la práctica de la agroecologia
A la producción de comida sana
A asegurarse alimentación en el entorno local
O sea la soberania alimentaria.

Pero es más: cuando Lula implementa el programa Hambre Cero, y entrega importantes cantidades de comida, sin ningún tipo de explicación, de formación añadida, con un celo exclusivamente asistencialista, está desarticulando el descontento social, y creando un conformismo asistencial que rebaja la capacidad de organización y lucha de los millones de personas afectadas por el hambre.

Conociendo esas contradicciones graves entre la acción de gobierno y las propuestas del MST
Causa menos extrañeza que contingentes de la policía se hagan presentes y visibles y molestos en un Encuentro Nacional como éste, celebrado en un área legal de la reforma agraria.

Como un gesto más que político de molestar de intentar agobiar, de provocar al MST y a sus invitados a los que cada día nos revisan y piden documentación..

Si además en algunos estados, los gobernantes locales, añaden sus feroces discrepancias con los objetivos del MST,
Entonces
Puede ocurrir como en Río Grande do Sul
En verdad el estado que más pronto y certeramente produjo movilizaciones y ocupaciones de tierras
Ahora
Sea de los perores para la perspectiva de la reforma agraria.

Porque la derecha gobierna el estado, y porque la derecha  tiene claro al MST como enemigo de clase, y le disputa hegemonía por la vía de la represión, de tratar de impedir sus movilizaciones, ocupaciones nuevas, educación popular, etc.

Hasta el punto que, los militantes avizoran una paralización de la reforma agraria en este estado sureño, porque los latifundistas, para obviar el mandato constitucional que permite desapropiar tierras cuando están ociosas, han procedido también a alquilar esas tierras improductivas para que otros, en arriendo, produzcan soja transgenica en miles y miles de hectáreas.

Pero hay otros estados donde ese requisito de la “producción social” de las tierras brasileras servirán de base para atender las demandas de cientos de miles de Sin Tierras que viven desde hace meses y años en campamentos de plástico negro, con la simpatía y cercanía de la población para acceder a un pedazo de tierra.

 

Encuentro MST (continuación-2)

Los Premios de la Lucha por la Tierra. Fidel entre los galardonados.

Como cierre del 13º Encuentro Nacional del MST, celebrado en los lugares donde hace 25 años  se producían las movilizaciones y ocupaciones masivas de tierras que darían origen al Movimiento, se preparó la emotiva entrega de premios a entidades amigas y personas caracterizadas por el apoyo a la lucha por la tierra.

Y tras pasar por el estrado las organizaciones y colectivos del  exterior para  recibir el abrazo y el reconocimiento del MST (entre ellos pachakuti), y  saludar de forma especifica a algunas personalidades históricas (como la hija de Carlos Preste ), se hizo finalmente entrega de 14 premios Lucha por la Tierra.

Y en medio de las músicas,. Las consignas, los reportajes breves, las alocuciones..se fue llenado el escenario de representantes reconocidos por el MST, hasta en 14 categorías diferentes:

1- En la categoría de Orden religiosa, a las hermanas de Nuestra dama de Namur. A ella pertenecía la hermana norteamericana asesinada hace pocos meses Dorothy, por sus denuncias del trabajo esclavo.

2-Entre las entidades de DDHH, se destacó a Tierra de Derechos.

3-Entre las estudiantiles se premió a la Federación de Estudiantes de Agronomía, que mantiene estrechos lazos de colaboración con los Sin Tierra y otros movimientos rurales.

4-En la categoría de Pueblos Quilombolas se destacó al MABE, que es un Movimiento de Afectados por la  base militar de Alcántara.

5-Entre los Pueblos Indígenas, recibió el reconocimiento la Asociación Guaraní de Espíritu Santo.

6—Dentro del movimiento sindical se destacó a la Federación de Metalúrgicos de Rio Grande.

7—Y en el movimiento popular al MAB, el Movimiento de los Afectados por las Represas.

8—En la categoría teatro, el premio lo recibió el Centro de Teatro del Oprimido

9—y en apartado de audiovisuales el documento “En las Tierras de Ben Virá”.

10. en fotografía  fue para Joao Zinclar (algunas de cuyas fotos van también para la exposición itinerante de los 25 años)

11—en música para la Asociación Nacional de Violeros

12 en amigos de la lucha por la reforma agraria, se destacaron dos personalidades:

Jacques Tavora Alfonsín y Alfonso Enrique Miranda.

13—en el apartado de Solidaridad Internacional el premio fue para Fidel castro.

14—y en la categoría de homenaje póstumo a Celso Furtado.

El reconocimiento a Fidel Castro fue recogido por la doctora Aleida Guevara, hija del Che, quien en medio de una calurosa ovación, saludó al recinto, lleno de invitados, de ondear de banderas y de canciones revolucionarias, dedicando, como suponía ella que haría Fidel, el premio al pueblo cubano. “Quien honra, se honra” dijo Aleida y trasladó los parabienes a los Sin Tierra por su 25 cumpleaños.

 

Encuentro MST (continuación-3)

Un árbol junto a la tumba de Rosalí.

Una representante pachakuti fue la escogida dentro de la delegación internacional para plantar un árbol en el cementerio construido dentro del asentamiento del MST en Sarandi, Río Grande do Sul..

Allí, al rendir homenaje a los Sin Tierra caídos en la lucha por la conquista de la tierra, el coordinador del asentamiento recibió a la delegación, recordó las movilizaciones de los años 80, y la muerte y contribución de la joven Roselí Nuñez.

Ahora, explicó, al trasladar sus restos a este cementerio tan particular, recibieron un aluvión de peticiones y expresiones de última voluntad de descansar al lado de Rosalí..

Pero eso obligó a tomar medidas, pues ese no era el propósito, convertir el asentamiento en cementerio, sino un humilde lugar de recordatorio, y para uso de las familias del lugar, para que no pierda su sentido reivindicativo y simbólico.

El árbol plantado y regado tendrá además por objetivo favorecer a su sombra las reuniones de los Sin Tierra y amigas y amigos del mundo..

Las noches estrelladas del verano gaucho (apelativo de los habitantes de Rio Grande do Sul) acompañaron a los participantes del 13º Encuentro Nacional del MST, en los asentamientos de Nueva Sarandi y otros, donde fue una antigua y extensa hacienda, primero desapropiada por el estado, luego revertida a manos privadas por la dictadura militar, y nuevamente ocupada por miles de sin tierra en numerosas ocasiones hasta que una de ellas, lo suficientemente fuerte, con miles de campamentistas, y con el impulso de los éxitos  en la movilización de la Encrucijada Natalito, en que se quebró el accionar de un coronel represor,  consiguieron en tres años la entrega, y en otros tres años la construcción de viviendas, instalaciones agropecuarias y educativas..

De estos asentamientos, y del Instituto EDUCAR de formación agroecológica, procede  -y lo dicen con orgullo—toda la alimentación que los 1500 participantes en el Encuentro consumen en estos cinco días.

Carta del MST 13ºEncuentro Nacional del Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra.

Desde el Asentamento Sarandi (Rio Grande do Sul) a 24 enero 2009. Más de 1500 trabajadores rurales sin tierra,  llegados de todas las regiones de Brasil, y delegados internacionales de America Latina, Europa y Asia, nos reunimos entre los dias 20 y 24 de enero de 2009 en Sarandi, en Rio Grande do Sul, para conmemorar los 25 años de luchas del MST. Avalamos tambien nuestra historia y reafirmamos el compromiso por la lucha por la reforma agraria y por los cambios necesarios en nuestro pais.

2—Festejamos las conquistas de nuestro pueblo a lo largo de estos años, cuando miles de familias consiguieron acceso a la tierra,  millares de hectáreas fueron recuperadas al latifundio, centenares de escuelas fueron construidas y, ademas de todo eso, millones de explotados en el campo recuperaron la dignidad, construyeron una nueva conciencia y hoy pueden caminar altivos.

3—Reverenciamos a nuestros martires que cayeron en esta trayectoria, abatidos por el capital. Y recordamos a los lideres del pueblo brasilero que ya partieron, pero dejaron un legado de coherencia y un ejemplo de lucha.

4—Hemos visto como el capital, que se ha consolidado en un mismo bloque de empresas industriales, comerciales y financieras, pretende controlar la agricultura, las semillas, el agua y la energia, ademas de la biodiversidad.

5—Nos comprometemos a garantizar para la tierra su verdadera funcion social,  cuidar de las semillas y producir alimentos saludables, como forma de proteger la salud humana, integrando a hombres y mujeres a un medio ambiente saludables y adecuado a una calidad de vida cada vez mejor.

6—Reafirmamos nuestra disposición a continuar la lucha, en alianza con todos los movimientos y organizaciones de los trabajadores del pueblo, contra el latifundio, el agronegocio, el capital, la dominación del Estado burgués y el imperialismo.

7—Defendemos la Reforma Agraria como una necesidad popular, que valoriza el trabajo, la agroecologia, la cooperación agrícola, la agroindustria bajo el control de los trabajadores, la educación y la cultura, medidas imprescindibles para la conquista de la igualdad y la solidaridad entre los seres humanos.

8—Estamos convencidos/as de que solamente la lucha de los trabajadores y del pueblo organizado nos puede llevar a cambios economicos, sociales y politicos indispensables para la efectiva emancipación de los explotados y oprimidas.

9—Reafirmamos la Solidaridad Internacional y el derecho de los pueblos a su soberania y autodeterminación. Por eso manifestamos nuestro apoyo a todos los que resisten y luchan contra las intervenciones imperialistas, como como hacen hoy el pueblo afgano, cubano, haitiano, iraqui, palestino..

10—Conscientes de nuestras tareas y de los enormes desafios que se nos colocan, reafirmamos la necesidad de construir alianzas con las organizaciones y movimientos populares y politicos en torno a bannderas comunes, para que, unios y solidarios, podamos construir el proyecto popular, capaz de romper con la dependencia y subordinación interna y externa al capital, y de construir una sociedad igualitaria y libre, una sociedad socialista.

Dos espacios, dos foros diferentes

Breno Bringel, del Komité de Apoyo al MST

en Diagonal: http://www.diagonalperiodico.net/spip.php?article7250

Tras cuatro ediciones en Porto Alegre (2001, 2002, 2003 y 2005), una en India, la compleja edición de 2006 entre Mali, Pakistán y Venezuela, la polémica de Kenia en 2007 y la apuesta descentralizada de 2008; el FSM llega en 2009 a Belém (Amazonía), debatiendo, entre otras cosas, su propio futuro.

No es una cuestión nueva, ya que desde su primera edición se debatía, con perspectiva de futuro, cómo construir una alternativa al modelo hegemónico, así como la validez del Foro como espacio para tejer esta alternativa. El FSM es un espacio de experimentalismo político-social que, con su evolución, ha ido cambiando su cara. Como la propia política, el FSM está sujeto a una reinvención continua. Se redefine de acuerdo con dónde se celebra y está muy influenciado tanto por la correlación de fuerzas existentes como por la coyuntura local, nacional, regional e internacional.

 Con 97.000 personas, 2.400 actividades inscritas y 5.176 delegaciones oriundas de más de 150 países, según datos de la organización, en Belém se han vuelto a reproducir dinámicas anteriores, adornadas de especificidades propias de la región. Bajo la bandera del “otro mundo posible” convivieron, una vez más, muchos mundos posibles, que a menudo destapó tensiones, entre ellas, la de los movimientos sociales y la institucionalidad; y, en otra perspectiva, la de la visibilidad de los indígenas frente a la invisibilidad de la población pobre de Belém.

 Estas tensiones se pudieron observar en los dos espacios principales que acogieron el evento: la Universidad Federal de Pará (UFPA) y la Universidad Federal Rural de la Amazonía (UFRA). Dos espacios que, al transitar por ellos, parecían foros distintos. El primero con un elevado grado de actividades institucionales y stands que bien podrían estar en un centro comercial.

 El segundo con un aire más autogestionado, con acampadas, talleres espontáneos e indígenas orgullosos de desfilar su identidad en un entorno donde habitualmente se les criminaliza. No obstante, a la entrada de ambos espacios convergía un aspecto común bastante llamativo: un despliegue policial superior a 10.000 hombres, que cínicamente ofrecían ‘protección’ frente a la “inseguridad local”.

 En contra de su Carta de Principios, redactada en 2001, el FSM es cada vez menos un “espacio abierto de reunión” (así como en Kenia, los precios de entrada impidieron el acceso a una buena parte de la población local); es cada vez menos “nogubernamental” (con Lula y otros cuatro presidentes latinoamericanos a la cabeza); y es cada vez menos “no-partidista”.

 Sin embargo, la fuerza pujante de estos frentes y el nuevo perfil que van adquiriendo los foros, no lograron nublar uno de los momentos más destacados de esta edición: el día de la panamazonia, que dotó de protagonismo a los pueblos indígenas, actores principales de una discusión centrada en las múltiples crisis, el cambio climático, modelos energéticos, soberanía alimentaria, violencia y criminalización de los movimientos sociales e integración regional.

 Este artículo se ha escrito bajo el calor del Foro, antes de la Asamblea de Movimientos Sociales, realizada el último día. Pero, aunque los resultados de dicha Asamblea son lo que suele trascender, se comprueba que lo más relevante de este espacio en movimiento no son las declaraciones, sino el intercambio de experiencias y la articulación de los diferentes movimientos para la lucha social. Si el FSM sigue siendo un espacio útil o si los foros temáticos y regionales son más fructíferos, es tema para otro debate, pero lo que sí se puede decir es que siguen siendo retratos reveladores de los encuentros y desencuentros de un amplio espectro de la izquierda.

De la resistencia a la disputa de la hegemonía: el FSM debe cambiar su formato y contener a las ONGs

Aram Aharonian

A la hora de hacer un balance del FSM de Belém do Pará, nos viene a la mente la imagen de los brazos entrelazados y en alto de cinco presidentes latinoamericanos (Evo Morales, Rafael Correa, Hugo Chávez, Lula da Silva, Fernando Lugo) y, a la vez, el triste recuerdo de los burócratas de las ONGs, “cabildeando” en el Hotel Hilton, en su intento por reapoderarse del Foro.

El Foro Social Mundial no nació como un fin en sí mismo, sino como un instrumento, una herramienta de lucha para la construcción de lo que se llamó “otro mundo posible”, para hacer frente al hegemonismo neoliberal, al pensamiento único, al cacareado fin de la historia.

 

Hay quienes aún hoy creen que el fin del FSM es el intercambio de experiencias: éstos deben haber quedado satisfechos del encuentro. Pero quienes llegaron a Belém do Pará angustiados con la necesidad de respuestas urgentes a los grandes problemas que enfrenta el mundo, quizá quedaron frustrados. Queda ese sentimiento subcutáneo de estancamiento, de que el actual formato del Foro está agotado.

 

Queda esa sensación de que si de aquí en adelante, el FSM no quiere diluirse en la intrascendencia o el mero turismo social, debe cambiar de formato y dejar la dirección en manos de los movimientos sociales.

 

El recuerdo de los cinco presidentes –algunos de ellos participantes como ciudadanos de anteriores ediciones-, es la prueba de gobiernos que en diferentes niveles aplican políticas que identificaron al FSM desde su nacimiento, como las de inclusión social, la reglamentación al capital financiero, las campañas por la alfabetización.

 

Y que hoy se traducen, como políticas de estado, en el Banco del Sur, en el Alba, en la solidaridad energética y el gasoducto regional, en el Consejo Sudamericano de Seguridad, en las Facultades de Medicina para pobres, en Unasur: en el SUCRE, en la moneda única regional, en la construcción del posneoliberalismo en América Latina, definiría Emir Sader.

Fernando Lugo decía que muchos le advertían que hay que tener paciencia, a lo que él respondía que en América Latina, después de tanto tiempo de sufrimiento y de injusticias, lo que se debe tener es impaciencia, “porque estamos impacientes de edificar por fin la América Latina que queremos”.

Evo dejó en claro que en el Foro estaban sus profesores. “En los Foros, yo he aprendido y he comprendido. Si hemos llegado a Presidente es, en parte, gracias al Foro Social Mundial, porque de aquí sacamos ideas, establecimos contactos y redes”, Y agregó: para cambiar la sociedad, cada uno de nosotros tiene que empezar a cambiar, empezando por sí mismo. Si cada uno de nosotros cambia, toda la sociedad habrá cambiado.

Correa dijo que es el momento de oponer al neoliberalismo, el Socialismo del Siglo XXI. Y definió de qué se trata; de una serie de compromisos que, impulsados por los movimientos sociales, deben asumir los gobiernos progresistas: intervención del Estado en la economía, planificación, supremacía del trabajo humano sobre el capital ; priorizar el valor de uso sobre el valor de cambio, la deuda ecológica; la equidad de género y para los pueblos originarios, asumir la autocrítica y la convicción de que no hay recetas.

Se debe partir de la convicción de que el Socialismo del Siglo XXI no es único, ni estático: ya no se puede creer en dogmas ni en fundamentalismos, con el único fin de un mayor bienestar  para los más pobres del planeta, con una nueva concepción del desarrollo. Los gobiernos progresistas deben ahondar más algunas de sus iniciativas y avanzar en la integración, que significa más garantia para nuestros procesos de cambio y de progreso.

Chávez recordó que la vida del Foro, hasta ahora, ha coincidido casi exactamente con los dos mandatos del presidente de Estados Unidos, George W. Bush, “un personaje abominable que debería ser juzgado por un Tribunal Penal Internacional por crímenes de guerra y crímenes contra la humanidad”, y señaló que ahora asumió Barack Obama, “que por el momento tiene un grave problema interno con la crisis económica y financiera. Una crisis de la que solo se puede salir por la vía del socialismo”.

En 2005, en el Foro en Porto Alegre, Chávez declaró por primera vez el carácter socialista de la revolución bolivariana. “Aqui, un mundo nuevo está naciendo. El que tenga ojos que venga y lo vea (…) la utopía de un mundo mejor, de un nuevo mundo está naciendo aquí. Pero es como un bebé, necesita protección y apoyo”.

Lo cierto es que hay un consenso general sobre algunas iniciativas inmediatas como la elevación del salario mínimo, la ampliación de las políticas de protección social, la defensa del servicio y de los bienes públicos, el fin de la independencia de los bancos centrales y la nacionalización de los bancos privados.

 

Entre los participantes del Foro, situados en la franja del centro a la izquierda, podemos encontrar dos grandes vertientes: los que buscan superar la fase neoliberal recuperando un desarrollo regulado por la acción estatal, y los defensores de una ruptura socialista. Pero, aparentemente, ambos concuerdan que las acciones de corto plazo deben ser anticíclicas, teniendo al Estado como protagonista. El objetivo es contener el desempleo y las consecuencias sociales del desastre.

 

Entre movimientos, partidos y gobernantes

 

Sin duda, el Movimiento de los Trabajadores Sin Tierra (MST), ya con cuarto de siglo de vida y lucha por la democratización de la propiedad en Brasil y varios otros países sudamericanos, cuenta siempre con el odio visceral de la derecha y de los medios de comunicación, no solo de Brasil sino de toda América Latina. La crítica viene de parte de los “políticos”, quienes señalan que en los últimos meses la dirigencia del MST ha asumido una “posición sectaria” y “poco constructiva” para la construcción de las fuerzas populares y democráticas.

 

Las críticas llegaron, sobre todo, desde el mismo Brasil. Unos, por no invitar al Lula da Silva a un acto en el que participaron cuatro presidentes con los movimientos sociales y a donde el mandatario brasileño no fue convidado por no pertenecer su país a la Alternativa Bolivariana (ALBA). Algunos analistas brasileños hablan del malestar del MST para con el gobierno, por la paralización de proyectos de asentamientos para la reforma agraria.

 

Sin lugar a dudas, Fernando Lugo, Rafael Correa, Evo Morales y Hugo Chávez, contaban con la aquiescencia de Lula para participar del acto, donde Joao Pedro Stedile, el líder del MST no olvidó citar a Argentina y Brasil entre los gobierno progresistas de la región, “integrantes de un movimientos histórico en América Latina de rompimiento con el neoliberalismo en la región”.

 

Stedile, vocero de los movimientos sociales latinoamericanos, fue duro con los presidentes: “Esperamos más de ustedes, queremos los cambios estructurales que necesitan los pueblos, no medicinas para el capital. En las próximas cumbres regionales, inviten a los movimientos (sociales) de sus países”, señaló.

Hablar de  transformación social  y de procesos de cambio está muy bien, pero no deben ser sólo discursos. Hay que hacer cambios estructurales, para que no haya marcha atrás, insitió. Hay que nacionalizar la banca, el Estado debe tomar el control de todos los mecanismos financieros, hay que construir una moneda suramericana, que proponemos que se llame  maíz, porque es el símbolo de la soberanía alimentaria histórica de los pueblos originarios.

Hay que hacer una verdadera reforma agraria para garantizar la soberanía alimentaria de nuestros pueblos con una agricultura de nuevo tipo respetuosa del medio ambiente, y no orientada exclusivamente a la exportación.

Ninguno de los presidente parecieron ofenderse, pero sí la prensa de izquierda, que recordó que Chávez enfrentó y derrotó un golpe de Estado, Evo venció a la derecha separatista en un proceso constituyente, Correa realiza una auditoría a su deuda externa y Lugo terminó con 60 años de dictadura stronnista.

 

Joao Pedro recordó que todos los mandatarios de América Latina habían estado un mes antes en Costa do Sauípe, na Bahia, en un foro anti-OEA, con Cuba, pero donde no decidieron nada: “Comieron bien, anduvieron por la playa y nosotros nos quedamos con las expectativas de cambios”. Y en tono de broma, agregó: “algunos gorditos no fueron a la playa”.

 

Stedile dejó en claro que “las elecciones no resuelven los problemas de la región”, ante unos presidentes electos, refrendados y reelectos popularmente, y ante el hecho de que las elecciones directas fueron conquistas de las sociedad latinoamericanas, en especial en la lucha de 1984 en las etapa posdictatirial brasileña. Hay quienes quieren ver en ello  una negación a la actividad política y a la práctica partidista, espacios de la “institucionalidad burguesa”.

 

El líder del MST cree que, excepto en Bolivia, donde el pueblo está en las calles, el movimiento de masas está desarticulado. Sostiene que la cooptación de los líderes de esos movimientos por parte de los gobiernos progresistas viene de antes. Hace años que la izquierda –afirma– fue derrotada por el neoliberalismo, y lo que hoy se vive son las consecuencias de ello.

 

Cuando se le señala que su posición no le atrae simpatías y lo aleja de una parte de la izquierda institucional, responde: “si nosotros tuviéramos como objetivo la popularidad tendríamos que organizar una banda de rock. Ni con la televisión ni con los votos se resuelven los problemas. Nuestro objetivo es resolver  problemas y hacer cambios estructurales y eso sólo se logra con la movilización popular.”

 

Y aquí vendría bien la diferenciación entre movimientos sociales y partidos políticos, aún sin dejar de considerar que hoy por hoy, la izquierda en nuestro continente está liderada por los movimientos sociales, que son los que realmente exigen cambios estructurales en nuestras sociedades.

 

En la interna política brasileña, el MST vive un fuego cruzado de aislamiento, promovido por los medios comerciales de comunicación y por el capitalismo vernáculo, en medio de la opción del gobierno de Lula por los agronegocios volcados a la exportación, que obviamente favorecen al capital trasnacional.

 

Quizá sea hora de repensar el tema agrario, porque la expansión del capitalismo en áreas rurales puso en jaque a un tipo de reforma agraria productivista. Hoy el latifundio es agronegocio y no es ya un anacronismo económico y social. Es una modalidad que emplea pocos trabajadores y se somete, en especial en los ingenios de caña de azúcar, a condiciones extremadamente precarias,  muchas veces de trabajo esclavo. Y, en el área de los granos, el patentamiento de las semillas genéticamente modificadas (transgénicos) aumenta exponencialmente la productividad extensiva de la tierra.

Las ONGs temen a la política y a los políticos

Obviamente, algunas ONGs y los sempiternos intelectuales europeos reclamaron de la hegemonía latinoamericana y de la presencia de los cinco presidentes, que quizá constituyó el momento más importante de todo el Foro (algunos dicen que de la historia del Foro), pues puso en claro los cambios políticos en nuestra región y también el camino para enfrentar las turbulencias instaladas en el escenario global: la consigna es profundizar la integración de nuestros pueblos.

Los movimientos sociales tienen en claro que es en América Latina donde se realizan los cambios más significativos de la última década, casi todos ellos impulsados por la llegada de dirigentes progresistas al poder político, gracias a la intensa movilización social, lo que permite construir políticas públicas universales. Al grupo que aún controla la organización del FSM no le gusta nada el poder político.

Cuando fianalizaba la primera edición del Foro, en 2001 –recordemos que se presentó como un contrapunto al Foro de Davos-, el belga François Houtart alertaba sobre el riesgo de que el FSM se convirtiera en una feria de alternativas, mientras otros destacaban que era un proceso y no un evento.

Ocho años después, este proceso sigue teniendo cara de evento, de feria de alternativas. Es un fuerte indicio de ello la pelea por definir el lugar y la fecha del próximo Foro. La mayoría de las ONGs e intelectuales europeos quieren que el próximo Foro se haga en 2011, pero los acontecimientos en esos dos años pueden volver políticamente irrelevante un encuentro pautado recién para esa fecha.

Pero el mundo cambió en estos años y ese cambio tiene cara de una crisis que amenaza con el desempleo a millones de personas en los próximos meses. Tiene cara de guerra, en Irak, Gaza, Afganistán y en Colombia. Pese a ello, el Consejo Internacional de Foro Social Mundial propuso que el próximo encuentro sea en dos años.

 

La decisión de realizar un nuevo Foro Social recién en enero de 2011, es desacertada, fuera de timming, desconociendo lo que se está jugando en el mundo entero, y significa dejarle el campo libre al decadente Foro Económico Mundial de Davos, sin el contrapunto altermundista.

 

El estado de crisis en el que se encuentra el sistema capitalista exige respuesta continuas y búsqueda permanente de soluciones. Quizá ésta sea la Madre de todas las crisis (parafraseando el Sadam Hussein), protagonizada por el conjunto del sistema.

 

Hoy subsiste una falencia sistémica cuya calificación pasa por términos como terminal, final, fracaso, declinación imperial, sean Eric Hobsbawm, Giovanni Arrighi o Immanuel Wallerstein quienes califiquen. Para otros es un reordenamiento de la competencia imperialista, en la cual Washington continua teniendo el papel protagónico y sigue barajando los naipes, con ayuda de la Unión Europea , el alicaído Japòn, al lado de los neocompetidores como China y la nueva Rusia.

 

El francés Michel Lowry decía que “el Foro es lo que tenemos”, es la gran arena donde entran en debate las ideas, alternativas a la propuesta de hegemonía neoliberal a escala mundial, la posibilidad de visiones multilaterales (y no gubernamentales) que se contrapone al pensamiento (y accionar) único del G-8.

Pero los directivos del Foro propusieron que el próximo encuentro sea en dos años en algún país de África (Sudáfrica o Senegal). Hubo quien propuso que fuera en Estados Unidos: problemático pero tentador, sobre todo por los dictámenes discriminatorios del Departamento de Estado estadounidense, que impediría que los activistas viajaran a ese país. Lo mismo se puede decir de Europa, quizá en grado menor, siempre a merced de policías vejadores de turistas e inmigrantes de países del Sur.

Nadie puede estar en contra de África, pero el malestar nuestro es porque las ONGs –en especial las europeas-, no quieren que se realice en América Latina. Ellos se sienten muy incomodados, y no por primera vez, por el protagonismo de las políticas y de los políticos de nuestra América.

Y el continente africano se presenta atractivo para ese pensamiento eurocéntrico, y como quedó evidente en la edición de Nairobi, es visto como una especie de reserva de mercado, pues las ONGs africanas son financiera, política y umbicalmente dependientes de las europeas. Lamentablemente, pareciera que en el FSM las decisiones están en manos de la gente del Norte, y para nuestro Sur queda el asistencialismo y la caridad.

 

Por eso no es de extrañar que muchos estén pujando para que en enero del 2010 se realice un Foro Social Latinoamericano, abierto a todo el mundo, para no dejar que Davos se alimente por la ausencia de contravoces. Este mundo tal cual está es imposible, y exige respuestas continuas.

 

Entre las prioridades de acción, la ecuatoriana  Magdelena León, de la Red Latinoamericana de Mujeres Transformando la Economía, habló de una nueva Cumbre de las Américas que consolide una agenda propia de América Latina, una nueva arquitectura para la soberanía económica, energética, estructural y política de la región, y un nuevo protagonismo mundial ante temas polémicos, como las agresiones israelíes en Palestina.

 

La cooperación, medio de dominación

En la otra imagen, están las ONGs, entidades cuya naturaleza está fuertemente cuestionada por su ambiguo carácter de no-gubernamentales y por su manejo discrecional de la ayuda al desarrollo de los países del Norte, por el carácter poco transparente de sus funcionarios y funcionamientos , de sus “socios” del Norte y sus socios locales, casi siempre en los sectores derechistas y golpistas.

Actúan en el espacio que definen como “sociedad civil” (¿será lo opuesto a una sociedad militar?), opuesta a los partidos políticos y a los gobiernos, lo que incrementa esa ambigüedad. Las ONGs, cuyos directivos no fueron elegidos por nadie más que sus financistas, quieren ocupar el lugar de los movimientos sociales y hablar por ellos. Esas entidades tuvieron un enorme peso en el comienzo del FSM y hoy aun conforman la mayoría en el secretariado internacional, dejando en clara minoría a los verdaderos grupos representativos de nuestras sociedades, los movimientos sociales.

 

Si la cooperación puede ser un medio útil para reforzar a los actores sociales del sur, también puede desviarse y convertirse en un medio de dominación. Disyuntiva esencial planteada por el teólogo y activista brasileño Frei Betto.

 

Para asegurar una cooperación realmente solidaria es esencial “ejercitar la modestia”. Las ONG del norte que trabajan en el sur “deben dotarse de los útiles de la pedagogía de la educación de Paulo Freire” enfatizó Frei Betto. Eso implica “ponerse al servicio del otro sin ninguna arrogancia ni colonialismo, comprendiendo las diferencias, entendiendo que nadie es mejor que el otro sino que cada uno tiene una cultura diferente”.

 

Una regla de fuego de toda cooperación, exige promover la autoestima de los actores sociales del Sur, completó el teólogo, quien instó a la cooperación internacional a “actuar en el Sur con la idea de reforzar la solidaridad con las luchas de los movimientos sociales. No queremos recibir dinero para aumentar estructuras sino construir conciencias y relaciones igualitarias. No aceptamos asistencialismo, sino acompañamiento en nuestra propuesta de emancipación”, subrayó.

Pero en estos años, la lucha antineolibeal pasó de la defensiva, de la resistencia, a la disputa de la hegemonía y la construcción de alternativas de gobierno. Y, lamentablemente, las ONGs siguieron copando el tren directivo del FSM. En Belém, quizá, la realidad le pasó por encima a la burocracia, con el protagonismo de los movimientos sociales, la reunión de los pueblos indígenas y el Foro Panamazónico, los movimientos campesinos, los sindicatos, los movimientos feministas, negros, de jóvenes, de estudiantes… con la riqueza, diversidad y libertad de los espacios de debates.

Y, por el otro lado, las “marcas” de las ONGs reflejadas en la atomización, fragmentación de temas de debate sin prioridad alguna, dando la sensación que se cumple con el fin de presentar los temas para obtener los financiamientos y la cuota de presencia y poder. Tanto da hablar de la tierra, el agua, la regulación de los capitales, la guerra y la paz, el papel del Estado, como de la democratización de los medios de comunicación.

Lo que se esperaba era que el Foro proveyera de alternativas a tomar frente a la crisis económica global y frente a los diferentes epicentros de la guerra imperial –Palestina, Irak, Afganistán, pero también Colombia-  y ante estas problemáticas las ONGs responden con un anorme silencio. Ahí están las llamadas actividades, “autogestionadas”, o sea aquellas entidades (en general ONGs del Norte) que tienen recursos pueden planear sus actividades y publicitarlas. Los movimientos sociales van encontrando la dimensión en que pueden hacerlo, para proyectarse definitivamente como los protagonistas de FSM.

Muchos dirigentes hoy se asustan con este otro mundo que está surgiendo, sobre todo en América Latina, impulsado, empujado, por los movimientos sociales. Hoy, el encorsetado grupo de representantes de ONGs enquistado en la dirección del FSM no está a la altura de la construcción de alternativas que se gestan desde los gobiernos latinoamericanos y desde los movimientos sociales, que están pasando de la resistencia a la disputa de la hegemonía.

 

El Foro de Belém, dejó algunas certezas: el mercado quebró, y basta ya de obedecer a los que fracasaron. No salvemos a los bancos, salvemos a la gente. Lo económico y lo ambiental van de la mano. Soberanía latinoamericana sobre los recursos latinoamericanos. Una moneda común. Un cambio ético. Lo colectivo por sobre lo individual. Tolerancia cero al analfabetismo. Alerta roja ante los nuevos disfraces del capital transnacional, especialmente los vinculados con los monocultivos y las semillas transgénicas. Socialismo del siglo XXI. Políticas de Estado regionales. Cooperación en áreas estratégicas. Formación de cuadros políticos y sociales como reaseguro de un proyecto democrático y popular de largo alcance. Son sólo algunas de las certezas que deja este FSM.

La crisis debe conducir a un escenario global diferente

Sin duda, el fantasma que recorrió el FSMl, fue el de la crisis económica, que estuvo presente en decenas de debates y reuniones durante la última semana de enero en la lluviosa y amazónica ciudad brasileña de Belem do Pará. Incluso en los debates de temas aparentemente distintos, como comunicación, ecología o derechos de las minorías, terminaban por referirse al cataclismo económico.

 

Las preocupaciones de capitalismo eran menos Estado, más mercado, más privatizaciones, apertura comercial y financiera. Ahora, en Davos, el Estado

es tomado como el único agente capaz de rehacer el capitalismo. Todas las crisis apuntaban al hecho de que el problema era el Estado. El discurso de Ronald Reagan en 1981 era que el Estado era el problema. Hoy, es que el Estado es parte de la solución.

 

Y lo peor es que la conducción de la crisis está en manos de los mismos que la provocaron y que las izquierdas (europeas) no tienen coraje de denunciar todo esto y exigir cambios reales, están paralizadas, señaló el exministro español de Obras, Joseph Borrell.

 

La idea de que América Latina estaría inmune o menos vulnerable a los efectos de la crisis deja lugar a previsiones más pesimistas. El pronóstico es malo para países de economía poco diversificada (Brasil redujo de 4 a 2% su previsión de crecimiento para 2009), que dependen de la exportación de sus commodities, y que van a tener que sobrellevar el efecto combinado del estrangulamiento del crédito y la caída de los precios de sus materias primas. Las previsiones hablan de 23 millones de desempleados en América Latina, cuatro millones más que en 2007. En el mundo, 230 millones de desempleados, 50,5 millones más que dos años atrás.

 

El sistema simplemente paró y no consiguieron reiniciarlo, señaló el peruano Oscar Ugarteche, para quien estamos recién en la primera etapa de la crisis.

El encuentro terminó por transformarse en la primera manifestación popular global contra la crisis, según el francés Francois Sábado, quien destacó que la turbulencia actual posee dimensiones económicas, sociales, políticas, energéticas, climáticas y alimentarias. “Una crisis de civilización”, que revela una profunda derrota de las políticas neoliberales, resumió.

 

Sábado evalúa que si la izquierda y las fuerzas populares no logran encontrar un programa mínimo común para actuar, se corre el riesgo de que la disputa por la superación de la crisis quede entre los neoliberales y aquellos que desean reformar el capitalismo.

 

Los movimientos sociales coinciden en una orientación general sintetizada: los trabajadores no pueden pagar la cuenta de la crisis. Algunas centrales sindicales defienden la tesis que empresas que reciban financiamiento público no pueden cesantear trabajadores, y reclaman la caída de las tasas de interés. Algunos van más allá y exigen la nacionalización del sistema financiero y el control de los flujos de capital, como iniciativas de corto plazo, tópicos complementarios entre sí.

 

Aún es difícil saber cuál será la dirección que tomarán las disputas políticas por la solución de la crisis. Todo dependerá de la lucha política, de la conciencia popular y de la correlación de fuerzas en los embates para la reforma o por la superación del capitalismo.

 

Ojalá nunca más las ONGs hablen en nombre del Foro, y que los movimientos sociales asuman no sólo la dirección formal sino la real del Foro Social Mundial para poder seguir trabajando por otro mundo posible. En Belém quedó en claro que los movimientos populares que reivindican su autonomía, consideran que la lucha de clases no se mueve por calendarios electorales, y que la única solución para el cambio social es que las clases populares acumulen fuerzas y se genere un ascenso en el movimiento de masas.

Cambio fundamental» en la política de EEUU en America Latina, solicitan a Obama unos 400 académicos

En carta enviada al candidato demócrata Barack Obama, casi 400 académicos dedicados a las relaciones interamericanas demandaron un "cambio fundamental" en la política de Estados Unidos hacia América Latina.

A continuación, el texto, suscrito entre otros por Eric Hershberg, presidente de la Asociación de Estudios Latinoamericanos; Ariel Dorfman, de la Universidad Duke; Jean Franco, de la Universidad de Columbia; Arturo Arias, de la Universidad de Texas; Carmen Diana Deere, de la Universidad de Florida; Arturo Escobar, de la Universidad de Carolina del Norte; Mark Weisbrot, codirector del Centro para el Estudio Economía y Políticas, Emma Zapata Martelo, del Colegio de Posgraduados de México, y Magdalena Barros Nock, profesora investigadora del CIESAS de México.


"Senador Obama: Nos dirigimos a usted para felicitarlo por su campaña y para expresar nuestra esperanza de que, como próximo presidente de Estados Unidos, aprovechará una oportunidad histórica para mejorar las relaciones con América Latina. Como académicos enfocados en la región, también queremos comunicarle nuestro análisis del proceso de cambio que se da actualmente allá.

"Así como el pueblo estadounidense ha empezado a debatir cuestiones básicas en relación al tipo de sociedad que desea -gracias, en parte, a su propia candidatura, aunque también debido a la magnitud de la actual crisis financiera- así, también, lo están haciendo los pueblos latinoamericanos.

"De hecho, el debate sobre una sociedad justa se dado en Latinoamérica a lo largo de más de una década y la mayoría opta, como usted y muchos de nosotros en Estados Unidos, por la esperanza y el cambio. Como académicos con un compromiso personal y profesional con el desarrollo y la democracia en Latinoamérica, tenemos la esperanza de que en su presidencia Estados Unidos se pueda convertir en un aliado, y no en un adversario, de los cambios positivos que ya se están llevando a cabo en el hemisferio.

"El actual ímpetu en favor del cambio en Latinoamérica es un rechazo al modelo de crecimiento económico que se ha impuesto en la mayoría de países desde principios de los años 80; un modelo que ha resultado en la concentración de la riqueza, que ha confiado, sin éxito, en las fuerzas del mercado, sin restricción alguna para resolver los profundos problemas sociales, y que ha socavado el bienestar humano. El actual rechazo de este modelo cuenta con una base amplia y democrática. De hecho, los movimientos contemporáneos para el cambio en América Latina reflejan una participación significativamente mayor de trabajadores y campesinos, mujeres, afrodescendientes y pueblos indígenas; en dos palabras, movimientos de base.

"Esos movimientos están llegando al poder, uno detrás de otro. No son ni títeres, ni están cegados por el fanatismo y la ideología, como los pintan las caricaturescas descripciones de algunos expertos. Al contrario, estos movimientos merecen nuestro respeto, amistad y apoyo.

"Los latinoamericanos con frecuencia han visto a Estados Unidos no como un amigo, sino más bien como un opresor; el garante de un sistema económico internacional que funciona en contra, y no en favor de ellos, la verdadera antítesis de la esperanza y el cambio. El gobierno de Bush ha empeorado la situación y el prestigio de Estados Unidos en la región se encuentra a niveles históricamente bajos. La tendencia de Washington de luchar en contra de la esperanza y el cambio ha sido especialmente prominente en las recientes respuestas de Estados Unidos a los gobiernos democráticamente electos de Venezuela y Bolivia. Los sentimientos antiestadunidenses son fuertes, pero la historia demuestra que dichos sentimientos pueden cambiar. En los años 30, luego de dos décadas de conflicto en la región, Estados Unidos juró no intervenir y adoptó una Política del Buen Vecino. No por coincidencia, esa fue la época de mayor armonía en la historia de las relaciones entre Estados Unidos y América Latina. En los años 40, casi todos los países de la región se convirtieron en nuestros aliados durante la Segunda Guerra Mundial. Esto puede suceder una vez más.

"Existen muchos otros retos también. Colombia, el principal foco de la política del gobierno de Bush, es actualmente el escenario de la segunda crisis humanitaria más notable en el mundo, con 4 millones de personas desterradas internamente. Su gobierno, el cual criminaliza hasta las protestas pacíficas, busca una extensión de las políticas de comercio libre, en contra de las cuales gran parte del hemisferio está reaccionando ya. Cuba ha iniciado un proceso de transición que debería ser apoyado de manera positiva, como, por ejemplo, a través del dialogo por el cual usted aboga. Decenas de miles de mexicanos y centroamericanos migran para buscar trabajo en Estados Unidos, donde su poder laboral es de gran necesidad, pero su presencia es denigrada por un público que se ha opuesto siempre, desde que comenzó el desarrollo de las encuestas de opinión en los años 30, a la inmigración desde cualquier parte del mundo.

Rechazo a construir muros

"La forma de abordar el tema de la inmigración no es construyendo un gigantesco muro, sino más bien, Estados Unidos debería apoyar un desarrollo con mayor equidad en México y Centroamérica y, de hecho, a lo largo de toda la región. Además, Estados Unidos debe reconsiderar su política de control de drogas, que simplemente no ha funcionado y ha sido parte del problema de violencia política, especialmente en México, Colombia y Perú. Estados Unidos también debe renovar su apoyo activo en favor de los derechos humanos en la región. Desafortunadamente, en los ojos de muchos latinoamericanos, Estados Unidos ha llegado a mostrar su apoyo hacia regímenes de desigualdad.

"Finalmente, le imploramos que su gobierno se comprometa al firme apoyo de los derechos constitucionales, incluyendo la libertad académica e intelectual. La mayoría de nosotros es miembro de la Asociación de Estudios Latinoamericanos, la asociación profesional de expertos más grande de la región, y hemos vivido personalmente cómo los intentos del gobierno de Bush por restringir el intercambio académico con Cuba han resultado contraproducentes. Esperamos poder tener una pronta oportunidad para discutir éstos y otros temas relacionados con América Latina en su gobierno.

"Nuestra esperanza es que usted tome la oportunidad de inaugurar un nuevo periodo de entendimiento y colaboración para el bienestar del hemisferio. Lo que nosotros solicitamos es cambio, y no sólo en Estados Unidos".

Atentamente

Eric Hershberg, presidente de LASA (2007-09), Universidad Simon Fraser
Charles R. Hale, anterior presidente de LASA (2006-2007), Universidad de Texas
Sonia E. Álvarez, anterior presidenta de LASA (2004-2006), Universidad de Massachusetts
Marysa Navarro Aranguran, anterior presidenta de LASA (2003-2004), D'Artemouth College
Arturo Arias, anterior presidente de LASA, (2001-2003), Universidad de Texas
Thomas Holloway, anterior presidente de LASA (2000-2001), Universidad de California
Susan Eckstein, anterior presidenta de LASA (1997-98), Universidad de Boston
Cynthia McClintock, anterior presidenta de LASA (1994-95), Universidad George Washington
Carmen Diana Deere, anterior presidenta de LASA (1992-94), Universidad de Florida
Lars Schoultz, anterior presidente de LASA (1991-92), UNC, Chapel Hill
Jean Franco, anterior presidente de LASA (1989-91), Universidad de Columbia
Helen I. Safa, anterior presidenta de LASA (1983-85), Universidad de Florida
Paul L. Doughty, anterior presidente de LASA (1974-75), Universidad de Florida
María Rosa Olivera-Williams, anterior congresista de LASA (2001-2003), Universidad de Notre Dame, Indiana
Thomas Abercrombie, Centro de Estudios para América Latina y el Caribe, NYU
Holly Ackerman, Universidad Duck
Judith Adler Hellman, Universidad de York en Toronto
Norma Alarcón, Universidad de California, Berkeley
Alfonso Álvarez, Boston College
Wayne F. Yerson, Universidad Johnson C. Smith, Charlotte, Carolina del Norte
Robert Yolina, Universidad de Seattle
Frances R. Aparicio, Universidad de Illinois
Kirsten Appendini, El Colegio de México, México
Juan Manuel Arbona, Bryn Mawr College
Benjamin Arditi, Centro de Estudios Políticos, UNAM, México
Mauricio Arenas , CUPW Local 626
Yrés Avellaneda, Universidad de Florida
William Avilés, Universidad de Nebraska, Kearney
Dra. Emperatriz Arreaza-Camero, Cine Club Universitario de Maracaibo, Universidad de Zulia
Florence E. Babb, Universidad de Florida
Xóchitl Bada, Universidad de Illinois
Gianpaolo Baiocchi, Universidad Brown
Sharada Balachyran-Orihuela, Universidad de California
Deborah Barndt, Universidad de York, Toronto, Canadá
Magdalena Barros Nock, CIESAS, México
Leslie Bary, Universidad de Luisiana
Emilio Bejel, Universidad de California
Lourdes Benería, Universidad Cornell
Carollee Bengelsdorf, Hampshire College, Amherst, MA
Rina Benmayor, Universidad estatal de California
Vivienne Bennett, Universidad Estatal de California
Charles Bergquist, Universidad de Washington
Michelle Bigenho, Hampshire College
O'Neill Blacker-Hanson, Universidad de Valparaíso, Indiana
Mario Blaser, Universidad de York, Toronto
David Block, Universidad Cornell
Laura Bonilla-Merchav, Ciudad Universitaria de Nueva York
Stephen R. Boucher, Universidad de California
Kirk Bowman, Instituto de Tecnología de Georgia
Kalina Brabeck, Rhode Isly College
Rosalind Bresnahan, Colectivo de Ediciones Coordinadas sobre Perspectivas de América Latina
M. Brinton Lykes, Centro de Derechos Humanos y Justicia Internacional, Boston College
Janet Brody Esser, Universidad de San Diego
Alejandra Bronfman, Universidad Columbia Británica en Vancouver, BC
Dr. Ronda Brulotte, Universidad de Nuevo México
Mónica Bucio, Universidad de Warwick, Reino Unido
Stephanie Buechler, Universidad de Arizona
Amy J. Buono, Universidad Metodista del Sur
María Cristina Burgueño, Universidad Marshall
Kenhryn Burns, UNC, Chapel Hill
Marisol de la Cadena, Universidad de California
Kia Lilly Caldwell, UNC, Chapel Hill
Maxwell A. Cameron, Universidad de Columbia Británica
Ginetta E.B. Cyelario, Smith College, Northampton, MA
Gloria Cañez, Departamento de Estudios Sociales del Sistema Alimentario CIAD AC, Sonora, México
M. Carmen Carrero de Salazar, Universidad de York
Jennifer J. Casolo, Universidad de California en Berkeley
J. Celso Castro Alves, Amherst College
Emma Cervone, Universidad Johns Hopkins
John C. Chasteen, UNC, Chapel Hill
Ronald H. Chilcote, Universidad de California
Donna Chollett, Universidad de Minnesota
Aviva Chomsky, Salem State College, Massachusetts
Clemency Coggins, Universidad de Boston
Jorge Coronado, Universidad del Noroeste
Fernando Coronil, Ciudad Universitaria de Nueva York
Dominic Corva, Universidad de Washington
Jennifer N. Costanza, Universidad Brown
Liliana Cotto-Morales, Universidad de Puerto Rico
Raymond Craib, Universidad Cornell
Altha Cravey, UNC, Chapel Hill
Marta G. Cruz-Concepción, Universidad de Carolina de Norte
Marco Cupolo, Universidad de Hartford
Edward D'Angelo, Universidad Quinnipiac
Juanita Darling, Universidad estatal de San Francisco
Karen Davis, Universidad estatal de California
Don Deere, Universidad DePaul
William D. DeGrush, Saint Michael's College
Guillermo Delgado, Universidad de California
Jonenhan Dettman, Universidad de California
Dr. Rosalina Díaz, Ciudad Universitaria de Nueva York
Ariel Dorfman, Universidad Duke
Lindsay DuBois, Universidad Dalhousie, Halifax, Canadá
Christopher Dunn, Universidad Tulane
Luis Duno-Gottberg, Universidad Rice
Christine E. Eber, Universidad Estatal de Nuevo México
Marc Edelman, Ciudad Universitaria de Nueva York
David Egilman, Universidad Brown
Lynn Engly, Universidad del Valle de Utah
Cecilia Enjuto Rangel, Universidad de Oregón
Edward Epstein, Universidad de Utah
Arturo Escobar, UNC, Chapel Hill
Francisco Escobedo, Universidad de Florida
Diego Escolar, Universidad Nacional de Cuyo
Mónica Espinosa-Arango, Universidad de Los Yes, Bogotá
Alicia Ivonne Estrada, Universidad estatal de California
Judith Ewell, College William y Mary, Williamsburg, VA
Reverendo Marc Fallon, New Bedford, MA
Claire Farago, profesor, Universidad de Colorado
Linda Farthing, autora independiente
Paja Faudree, Universidad Brown
Karen Ann Faulk, Universidad de Michigan
Sandra Fernández Castillo, Universidad de Chile
Sujatha Fernandes, Queens College, CUNY
Virginia M. Fields, Museo de Arte del Condado de Los Angeles
Luis Figueroa, Trinity College, Hartford, CT
Eileen J. Findlay, Universidad Americana
Liz Fitting, Universidad Dalhousie, Halifax
Sara María Lara Flores, Instituto de Investigaciones Sociales de la Universidad Nacional Autónoma de México, México DF
Yvette G. Flores, Centro de Educación Extranjera, UC, Davis
Alcira Forero-Pena, UCD, Denver
Jonenhan Fox, Universidad de California
Erich Fox Tree, Wellesley College
Elisabeth Jay Friedman, Universidad de San Francisco
Max Paul Friedman, Universidad Americana
Monica Frölyer-Ulf, Universidad de Pittsburgh
Carmenza Gallo, Queens College, Nueva York
Alyshia Gálvez, Lehman College/Ciudad Universitaria de Nueva York
Forrest Gander, Universidad Brown
Ángela García, UC Irvine
Spike Gildea, Universidad de Oregon
Andrea Giunta, Universidad de Texas
Helen Sabrina Gledhill, eFundación Pedro Calmon, Brasil
John Gledhill, Max Gluckman, Universidad de Manchester, UK
Tanya Golash-Boza, Universidad de Kansas
W. L. Goldfrank, Universidad de California
Roberta E. Goldman, Universidad Brown
William W. Goldsmith, Universidad Cornell
Judith Goode, Universidad Temple, Filadelfia
Gail González, Universidad de Wisconsin
Miguel González, Universidad York, Toronto
Soledad González Montes, El Colegio de México
Paul Gootenberg, Stony Brook
Hubert C. de Grammont, Instituto de Investigaciones Sociales de la Universidad Nacional Autónoma de México, México DF
Greg Gryin, Universidad de Nueva York
Karen B. Graubart, Universidad de Notre Dame
Terence Grieder, Universidad de Texas
Anna Gruben, pUniversidad de Oregon
Kevin Guerrieri, Universidad de San Diego
Menthew Gutmann, Universidad Brown
Liza Guzmán, UNC-Chapel Hill
LaDawn Haglund, Universidad estatal de Arizona
Richard L. Harris, Universidad estatal de California
Faye V. Harrison, Universidad de Florida
Daniel Hellinger, Universidad Webster, Saint Louis
Elizabeth A. Hennessy, Universidad de Carolina del Norte en Chapel Hill
Kimberly Hernández, Universidad Central de Carolina del Norte
Marco Polo Hernández Cuevas, Universidad Central de Carolina del Norte
Doug Hertzler, Universidad Menonita del este
Peter E. Hildebry, Universidad de Florida
Derrick Hindery, Universidad de Oregon
Donald Hindley, Boston College
Lori Hopkins, Universidad de New Hampshire
P. Terrence Hopmann, Universidad Johns Hopkins
René Harder Horst, Universidad Estatal
Sallie Hughes, Universidad de Miami
Janise Hurtig, Universidad de Illinois
Forrest Hylton, Universidad de Nueva York
S. Ryan Isakson, Universidad Saint Mary, Halifax, Nova Scotia, Canadá
Reiko Ishihara, Universidad de San Carlos de Guatemala
Deborah Jakubs, Rita DiGiallonardo Holloway, Universidad Duke
Laura Jensen, New Haven, Connecticut
Reynaldo L. Jiménez, Universidad de Florida
Benjamin H. Johnson, Universidad Metodista sureña
Jennifer Jolly, Ithaca College, NY
Susanne Jonas, eUniversidad de California
Tedd Judd, Universidad de Washington
Karen A. Kainer, Universidad de Florida
Susana Kaiser, Universidad de San Francisco
Marina Kaplan, Smith College
Nicole Kellett, Universidad de Nuevo México
Norma Klahn, Universidad de California
Cecelia F. Klein, UCLA, Los Angeles
Benjamin Kohl, Universidad Temple
Sarah Koopman, Universidad de British Columbia
Elizabeth Kubick, estudiante en asuntos sobre América Latina y el Caribe
María L. Lagos, Universidad de Nueva York
Victoria Langly, Universidad de California
Brooke Larson, Universidad Stony Brook
Nenhalie Lebon, Gettysburg College
Catherine Legrand, Universidad McGill, Montreal
Michelle Lenoue, eUniversidad estatal de San Diego
Kelley León Howarth, Universidad de Oregon
Alejyra Letelier Kramer, Universidad de California
Fredric G. Levin, escuela de Derecho, Gainesville, FL
Elizabeth Lilliott, Instituto Pacifico de Investigación y Evaluación
Amy Lind, Mary Ellen Heintz, Universidad de Cincinnati
Flora Lu, Universidad de CA
Anibal Lucas, Organización Maya K´iche´, New Bedford, MA
Jennie M. Luna, U.C. Davis
Silje Lundgren, Universidad de Estocolmo, Suecia
Amy Lutz, Universidad Syracuse
Bárbara Lynch, Instituto de Tecnología de Georgia
Ann Magennis, Universidad del Estado de Colorado
Mary Ann Mahony, Universidad Central del estado de Connecticut
María Margarita Malagon-Kurka, doctora en filosofía en Arte e Historia
Laura Malosetti Costa, Universidad Nacional de San Martín, Buenos Aires
Bernardo Mançano Fernyes, Universidad estatal de Sao Paulo
Valeria Manzano, Universidad de Indiana
Michael Marchman, doctor en filosofía en el Departamento de Geografía, Universidad de Kentucky
Maxine L. Margolis, profesora emérita de Antropología, Universidad de Florida, Gainesville
Diane Marting, Universidad de Misisipi
Lillian Manzor, Universidad de Miami
Patricia M. Martin , Universidad Loyola Marymount
Patricia Mathews-Salazar, Ciudad Universitaria de Nueva York
Kathleen McAfee, Universidad estatal de San Francisco
Frank D. McCann, Universidad de New Hampshire
Robert McKee Irwin, UC Davis
Marc McLeod, Universidad de Seattle
Malcolm K. McNee, Smith College
J. Penrice McSherry, Universidad Long Isly
Carmen Medeiros, Universidad de Nueva York
Zoila Mendoza, Universidad de California
Cecilia Menjivar, Universidad estatal de Arizona
Brent Metz, Universidad Rutgers
Kenneth J. Mijeski, Universidad del este de Tennessee
Rosamel Millaman Reinao, Universidad Católica de Temuco, Chile
Marilyn G Miller, profesora adjunta, Tulane
Lisa Mills, Universidad Carleton, Ottawa
William P. Mitchell, Universidad Monmouth
Raúl Molina Mejía,Universidad Long Isly
David Mora-Marin, UNC, Chapel Hill
Julio Moreno, Universidad de San Francisco
Kim Morse, Universidad Washburn, Topeka
Julia E. Murphy, Universidad de Calgary
Dr. Silvia Nagy-Zekmi, Universidad Villanova
María Isabel Neüman, Universidad del Zulia, Maracaibo, Venezuela
Liisa L. North, Universidad York, Toronto, Canadá
John M. Norvell, Pitzer College
Marcia Ochoa, UC, Santa Cruz
Joanna O'Connell, Universidad de Minnesota
Penrick J. O'Connor, Oberlin College
Elizabeth Oglesby, Universidad de Arizona
Diana Ojeda, Universidad de Florida
Yrew Orta, Universidad de Illinois
Gerardo Otero, Universidad Simon Fraser, Canadá
Okezi T. Otovo, Universidad Georgetown
Mark Overmyer-Velázquez, Universidad de Connecticut
Javier Eduardo Pabón, Saint Augustine College
Joseph M. Palacios, Universidad Georgetown, Washington, DC
Amalia Pallares, Universidad de Illinois en Chicago
Juan Manuel León Parra, Boston College
Profesor Alberto Julián Pérez, Universidad Tecnológica de Texas
Melanie Pérez Ortiz, Universidad de Puerto Rico, Recinto de Río Piedras
Héctor Perla Jr., Universidad de California,
Ann H. Peters, Universidad de Florida
Bryt Peterson, Universidad estatal de Michigan
Paulo Sergio Pinheiro, Universidad Brown
Nancy Postero, UC, San Diego
Kerry Preibisch, Universidad de Sussex
Yolada Prieto, Ramapo College de Nueva Jersey
Lola Proaño Gómez, Universidad de Puerto Rico
Joanne Rappaport, Universidad de Georgetown
Laurel Rayburn, Universidad Brown
Cynthia Radding, UNC, Chapel Hill
Ana Cristina Ramírez Barreto, Facultad de Filosofía, Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo, Morelia, México
Margo Ramlal-Nankoe, Ithaca College
Elías A. Ramos, Universidad estatal de California
Marcus Rediker, Universidad de Pittsburgh
Martha W. Rees, Agnes Scott College Decenur, GA
Bernardo Rengifo Lozano, Universidad de los Yes
Gerardo Renique, Universidad de la Ciudad Nueva York (CUNY)
Rosana Resende, Universidad de Florida
Jennifer F. Reynolds, Universidad de Carolina del Sur
Patricia Richards, Universidad de Georgia
Kenneth M. Roberts, Universidad Cornell
William I. Robinson, Universidad de California en Santa Bárbara
Debra H. Rodman, Ryolph-Macon College
Marisol Rodríguez, Universidad Duke
María Rogal, Universidad de Florida
Karem Roitman, Regent's American College London, Londres
Cristina Rojas, Universidad Carleton, Ottawa
Rachel Rosenbloom, Boston College
Regina A. Root, College de William y Mary
Frances Rothstein, Universidad de Florida
Alma Ruiz, Museo de Arte Contemporáneo, Los Angeles
Rubén G. Rumbaut, Universidad de California
Dereka Rushbrook, Universidad de Arizona
Eduardo Sáenz-Rovner, Universidad Nacional de Colombia, Bogotá
Frank Salomon, John V. Murra, Universidad de Wisconsin-Madison
Robert Samet, doctor en filosofía, Universidad de Stanford
James Syers, Universidad estatal de Utah
Luis Syoval, Boston College
Myrna Santiago, Saint Mary's College de California
Patricia Sawin, Universidad de Carolina del Norte, Chapel Hill
Suzana Sawyer, Universidad de California
Marianne Schmink, Universidad de Florida
Barbara Schroder, Ciudad Universitaria de Nueva York
Ofelia Schutte, Universidad del Sur de Florida
T.M. Scruggs, Universidad de Iowa
Miguel La Serna, Universidad de Carolina del Norte
Maureen E. Shea, pUniversidad Tulane
Barry G. Shelley, Universidad de Massachusetts
Avrum J. Shriar, Universidad de Virginia Commonwealth
Sharleen H. Simpson, Universidad de Florida
Peter Singelmann, Universidad de Missouri-Kansas City
Sandy Smith-Nonini, UNC, Chapel Hill
Dr. Caridad Souza, SUNY-College en Oneonta
Liv Sovik, Universidad Federal de Río de Janeiro
Karen Spalding, Universidad de Connecticut
Shannon Speed, Universidad de Texas en Austin
Dr. Anita Spring, Universidad de Florida
Barbara Stallings, William R. Rhodes, Universidad Brown
Maya Stanfield-Mazzi, Universidad de Florida
Steve Stein, Universidad de Miami
Marcia Stephenson, Universidad Purdue
Steve Striffler, Doris Zemurray Stone, Universidad de Nueva Orleán
Margarita M.W. Suarez, Meredith College
Christina A. Sue, Universidad de Colorado
Heather Sullivan, Universidad de Carolina del Norte en Chapel H
Henry W. Sullivan, Universidad Tulane, Nueva Orleáns
Sharon Sullivan Mujica, Universidad de Carolina del Norte, Chapel Hill
Daniel O. Suman, Universidad de Miami
David Sweet, Universidad de California
Analisa Taylor, Universidad de Oregon
Beatriz de la Tejera H., Universidad Nacional Autónoma de México y Universidad Autónoma Chapingo
Miguel Tinker Salas, Pomona College
Cynthia Tompkins, Universidad estatal de Arizona
Marion Traub-Werner, Universidad de Minnesota
Donaldo Urioste, Universidad Estatal de California, Monterey Bay
Andrea Valenzuela, Whitman College
Ivonne del Valle, Universidad de Michigan
Lucila Vargas, UNC, Chapel Hill
Verónica Vallejo, Universidad Georgetown
Stefano Varese, Universidad de California
Adrián Ventura, Organización Maya K´iché, New Bedford, MA
Adam Versényi, Universidad de Carolina del Norte, Chapel Hill
Steven Volk, Oberlin College
Lissie Wahl, Escuela Médica de Harvard
Kay Warren, Universidad Brown
Ronald Wenerbury, Queens College, CUNY
William F. Weners, Universidad San Francisco de Quito, Ecuador
Ronald W. Webb, Universidad Temple
Susan V. Webster, College de William y Mary
Mark Weisbrot, Centro para Investigación de Política y Economía
Cliff Welch, Universidad estatal de Gry Valley
Norman E. Whitten, Jr., Universidad de Illinois
Linda Wilcox Young, Universidad del Sur de Oregon
Justin Wolfe, William Arceneaux, Universidad Tulane
Wendy Wolford, Universidad de Carolina del Norte en Chapel Hill
Stephanie Wood, Universidad de Oregon
Edgar Woznica, Universidad Brown
Robin M. Wright, Gainesville
Horacio Xaubet, Universidad Central de Carolina del Norte
Qingwen Xu, Boston College
Caroline Yezer, Instituto de la Santa Cruz
April Yoder, Universidad Georgetown
Jordan Young, Universidad Pace, Nueva York
Phil Young, Universidad de Oregon
Emma Zapata Martelo, Colegio de Postgraduados, México,
Pat Zavaleta, Universidad de California, Santa Cruz
María Zebadúa Serra, Universidad Autónoma de Nuevo León, México
Lori Zett, Escuela Internacional de Relaciones Públicas, Universidad de Columbia y Universidad de Temple
Marc Zimmerman, Universidad de Houston
Ann Zulawski, Smith College

 

Carta de CONAIE al Foro Social Mundial

Compañer@s del Foro Social Mundial

La Confederación de Nacionalidades Indígenas del Ecuador, CONAIE, ante el anuncio de la presencia del Presidente de la República del Ecuador, Rafael Correa, en el Foro Social Mundial a desarrollarse en la ciudad de Belem, manifiesta:

1.- Su OPOSICION  y RECHAZO a la presencia del Econ. Rafael Correa, Presidente del Ecuador, en un espacio donde históricamente se construyen alternativas y garantías a los derechos de los Pueblos y por la vida y no puede ser tribuna para un Presidente con posiciones impregnadas de racismo, machismo, paternalismo, discriminatorias, sexistas y violentas. El Presidente de Ecuador viene desconociendo nuestros derechos fundamentales, atenta gravemente contra nuestras organizaciones e instituciones indígenas. El régimen Correa, promueve la explotación de petróleo en territorios de los  Pueblos Indígenas en Aislamiento por su pleno ejercicio del derecho a la libredeterminación, configurando con ello una situación de Genocidio. El Presidente Rafael Correa y sus Ministros de Gobierno Fernando Bustamante, de Seguridad Interna y Externa Gustavo Larrea y la Secretaria de Estado Manuela Gallegos, han tenido posiciones racistas, divisionistas y atentatorias contra derechos fundamentales y la dignidad indígena. El fin de la larga noche neoliberal anunciado por el Presidente Correa está aún bastante lejos en Ecuador.  

2.- La CONAIE denuncia enfáticamente la represión de que fuimos víctimas  las comunidades  indígenas que resistimos a la privatización de nuestros territorios, de la biodiversidad y del agua. Venimos siendo objeto de hechos de persecución y de criminalización de nuestro derecho a la resistencia social. Cuando demandamos respeto y garantías para nuestros derechos, hemos sido  acusados desde la Presidencia de la República y sus Ministros de   "terroristas" "ignorantes" "delincuentes" " fundamentalistas" e "infantiles". La represión ha sido grave en comunidades como Dayuma, Molleturo, Cuyabeno donde las fuerzas armadas usaron, helicópteros, gases lacrimógenos, armas de grueso calibre. Se agredió indiscriminadamente a mujeres y niños. En  el gobierno de Rafael Correa se imponen leyes favorables a la minería en territorios indígenas, desconociendo y violando flagrantemente y de forma reiterada el Derecho a la Consulta que lo establece el Convenio 169 de la OIT y la Declaración de la ONU sobre los Derechos Indígenas.

3.- La CONAIE se ha opuesto a las leyes extractivistas del régimen de Rafael Correa, como la Ley de Minería, como el proyecto de Ley para el desarrollo de los biocombustibles y de los transgénicos, a una ley que no da garantías a la soberanía alimentaria. Alertamos al Foro que el discurso y prácticas de la Revolución Ciudadana en Ecuador, es levantado e impuesto desconociendo y violentando derechos fundamentales y colectivos garantizados en instrumentos internacionales de respeto obligatorio. Alertamos al Foro que el discurso del régimen de Ecuador usa el argumento de la revolución ciudadana, el del socialismo del siglo 21, como un argumento ideológico a cuyo nombre se reprime y atenta a la dignidad y derechos de nuestros pueblos.

4.- La CONAIE , en el marco del ejercicio del derecho de los Pueblos a sus derechos fundamentales, exhorta al Movimiento Indígena Mundial que se dirija al Foro Social Mundial, para:

A.- Se declare al Presidente del Ecuador, persona no grata con el espíritu del FSM.  El Foro se debe a la legitimidad de nuestras reivindicaciones, de nuestros derechos y la de los Pueblos del Mundo y es en este contexto que no debemos ni podemos arriesgar su legitimidad y su credibilidad.

B.- Se suspendan los eventos del FSM en que esté presente el Presidente Ecuatoriano Rafael Correa Delgado y haga pública su posición de condena a las violaciones de los Derechos de nuestros y de todos los Pueblos que hacemos la sociedad ecuatoriana.

 

5.-  La CONAIE ratifica su espíritu democrático, de paz, de defensa inclaudicable de los derechos de nuestros pueblos, de la Madre Tierra y su compromiso con las causas nobles de construcción de sociedades donde se garanticen derechos de todos los Pueblos del planeta.

 

"Somos como la paja de los Páramos, que nos arrancan y volvemos a crecer y de paja poblaremos el mundo".

"Los Pueblos Indígenas no somos parte del Problema, nosotros somos parte de las soluciones"

 

"El racismo en todas sus formas es inmoral, miserable y los que lo practican también"

 

Dado y firmado en Quito, el 26 de enero de 2009

 

Por el Consejo de Gobierno de la CONAIE