El fraude de la evaluación científica de los transgénicos en España

Amigos de la Tierra denuncia el fraude de la evaluación científica de los transgénicos en España

La publicación de las actas de la Comisión Nacional de Bioseguridad pone de manifiesto la falta de rigor y el sesgo a favor de la industria

http://www.tierra.org/spip/spip.php?article1241

Amigos de la Tierra ha analizado en un nuevo informe [1] las actas de la Comisión Nacional de Bioseguridad (CNB), publicadas después de permanecer ocultas durante años a la opinión pública. El análisis de las reuniones de este órgano supuestamente científico que asesora al Gobierno en materia de transgénicos demuestra la absoluta falta de rigor y control sobre los cultivos y alimentos modificados genéticamente, además de un evidente sesgo a favor de la industria.

“Durante años la industria ha intentado construir el mito de que los transgénicos eran los alimentos más seguros y evaluados de la historia. Sin embargo, un análisis de los organismos de evaluación y control demuestra que esta afirmación es absolutamente falsa.” afirmó David Sánchez, responsable de Agricultura y Alimentación de Amigos de la Tierra.

España es el único país de la Unión Europea que permite el cultivo de transgénicos a gran escala, y apoya su postura en las decisiones de la CNB y de su equivalente europeo, la Agencia Europea de Seguridad Alimentaria (EFSA por sus siglas en inglés). Mientras, ya son 10 los países de la UE que han prohibido el cultivo de maíz transgénico, y otros cinco han recurrido judicialmente la aprobación del cultivo de la patata transgénica.

Un análisis de la composición y trabajo de estos organismos demuestra que se caracterizan por la excesiva cercanía de sus miembros con la industria de los transgénicos que deben regular. En el caso del organismo español, la CNB, la lectura de sus actas muestra la desidia y las chapuzas de esta Comisión. Nadie vigila, nadie hacer cumplir la ley y además:

  • Las recomendaciones y deliberaciones de la CNB se basan con frecuencia en criterios políticos y no en criterios científicos.
  • La CNB está claramente sesgada a favor de las multinacionales y es extremadamente dura en su trato a la sociedad civil.
  • La CNB ni tan siquiera sanciona cuando las multinacionales incumplen las condiciones de la autorización impuestos por la misma CNB.
  • Dentro del Gobierno nadie quiere asumir competencias, responsabilidades y decisiones que tengan alguna relación con los transgénicos, dejándolo todo al criterio de la CNB

“La nueva ministra de Medio Ambiente, Rosa Aguilar, debe abordar este tema de forma urgente. Es imprescindible desmantelar la CNB y crear un comité científico transparente, independiente y que abarque todos los impactos de la liberación de transgénicos al medio ambiente. Pero este debate no puede producirse en la situación actual. El primer paso necesario es aplicar el principio de precaución y prohibir el cultivo de transgénicos en España, como ya hicieron las principales potencias agrícolas europeas.” añadió Sánchez.

Para más información:

David Sánchez Carpio, Responsable del Área de Agricultura y Alimentación de  Amigos de la Tierra España, 913069921 ó 691471389

Teresa Rodríguez, prensa de Amigos de la Tierra, 680 936 327 ó 913069900

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Notas

[1] El informe “Las Malas Compañías IV: El fraude de la evaluación científica de los transgénicos en España” está disponible en:

http://www.tierra.org/spip/IMG/pdf/Las_Malas_Companias_IV.pdf

 

 

«Na ENFF o conhecimento liberta consciências»

Entre os pilares do MST sempre estiveram a educação e a formação política. Por isso, a construção da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), que completou cinco anos em 2010, foi comemorada como uma conquista histórica da classe trabalhadora. A história da ENFF começou nos idos de 1996, quando surgiu no MST a necessidade de se ter um espaço de formação da militância, de troca de experiências e de debate sobre a necessidade de transformação social. Localizada em Guararema (SP), a escola tem o objetivo de ser um espaço de formação superior plural nas mais diversas áreas do conhecimento não só para os militantes do MST, como também de outros movimentos sociais rurais e urbanos, do Brasil e de outros países da América Latina. Por ela, já passaram já mais de 16 mil educandos, cerca de 500 professores voluntários e quase 2 mil visitantes de todo o mundo. Para contar um pouco dessa história da ENFF, a Revista Sem Terra conversou com Adelar João Pizetta, integrante da coordenação pedagógica da escola e dirigente do MST. Confira a seguir.

por Beatriz Pasqualino e Maíra Kubík Mano

 

Revista Sem Terra: Quais são as principais conquistas da ENFF?

 Adelar Pizetta: O funcionamento da Escola – de forma ininterrupta e com a quantidade de educandos que tiveram possibilidade de estudar e professores que nela passaram – se transforma numa importante conquista dada a situação econômica e política que estamos vivendo. Não é fácil, nessas condições de refluxo dos movimentos e das lutas sociais, de crise econômica mundial que atinge a todos, de crise ideológica que afetou e afeta boa parte dos partidos e movimentos de esquerda, manter uma Escola com essa envergadura. Dessa maneira, as conquistas não são méritos da ENFF em si, mas do conjunto da classe trabalhadora, de amigos, apoiadores, militantes que participam desse importante processo de educação da classe, em especial dos camponeses. A conquista dos movimentos sociais é tornar a Escola em uma ferramenta transformadora para além dela.

Além disso, a ENFF tem a tarefa de contribuir com a reflexão, com a qualificação da práxis de dirigentes e militantes de diversos movimentos sociais do Brasil e de outros países, com o intuito de manter viva a chama da transformação social. Ou seja, não podemos continuar com essa lógica de desenvolvimento capitalista que está destruindo o planeta, as pessoas, a natureza. Por meio do estudo e das lutas, vamos entendendo que continua válida a ideia e a necessidade de transformar a sociedade e construir uma nova civilização. Por isso, outra conquista é a de ser um espaço onde se alimentam sonhos, se aspira liberdade e vincula teoria com a prática numa perspectiva emancipatória, com base nos valores socialistas e nas premissas políticas de uma sociedade de fato, democrática, fraterna e igual, como sustentava Florestan Fernandes.

RST: Ela vem cumprindo o papel para que foi pensada? Em que medida?

 AP: De uma maneira geral, sim, ela cumpre um papel importante no processo de formação de lideranças e dirigentes de diversos movimentos sociais do Brasil e da América Latina. É por meio dela que muitos trabalhadores, camponeses conseguem ter acesso a elementos que os permitem entender como, historicamente, vem funcionando a sociedade e que medidas devem ser adotadas, de acordo com cada contexto, para superar as amarras que nos prendem e consolidar um processo, de fato, transformador. Já aprendemos na história que sem conhecimento sobre a realidade, a história, a economia, a organização, os processos de libertação e as perspectivas de futuro, é difícil construir novas alternativas. Assim também Florestan nos ensina que, em um país como o Brasil, se a gente não conseguir criar um senso crítico generalizado das possibilidades de mudança (e, para tanto, o estudo – com intencionalidade política – é fundamental), os trabalhadores não serão capazes de construir instrumentos organizativos, de coletividade e de lutas capazes de implementar essas mudanças na sociedade.

Então, na medida em que os trabalhadores economicamente pobres na perspectiva do capital vêm para a Escola, passam a ver o mundo de uma forma diferente e se colocam diante dele como sujeitos capazes de transformar essa realidade de opressão e injustiça no qual estão vivendo.

Desde o seu início da conformação dos trabalhos da Escola, tínhamos claro que essa estrutura física não seria uma propriedade do MST, mas, sim, estaria a serviço da classe trabalhadora.

RST: Como a ENFF ajuda a luta pela Reforma Agrária e pelas outras bandeiras de movimentos sociais?

 AP: A Escola é um espaço aberto para a reflexão, para o estudo, para a elaboração de novas ideias. É um espaço onde se busca compreender com mais profundidade as contradições da nossa sociedade, dos processos em curso na América Latina. Hoje, como tem sido na história de maneira geral, organizar a força transformadora da sociedade e construir a unidade na diversidade são grandes desafios. A Escola busca ser esse espaço de construção da unidade na interpretação da realidade e fortalecer as iniciativas, as bandeiras de lutas comuns por sua transformação social. Por exemplo, nesse novo contexto da luta de classes, em que continuamos no processo de acúmulo de forças, tendo em vista a luta pela Reforma Agrária, a articulação com outros setores da sociedade, com a Via Campesina, com os movimentos urbanos é fundamental. Compreendemos que sozinhos (os Sem Terra) não teremos força suficiente para enfrentar o agronegócio, as transnacionais, o capital como um todo. Essa leitura e esse sentimento se concretizam nas iniciativas de formação que se desenvolvem na Escola Nacional. Assim, a luta pela Reforma Agrária ganha outro sentido e requer a participação dos trabalhadores urbanos, dos intelectuais progressistas, da juventude que almeja outras perspectivas que não a marginalidade e o desemprego. Por isso, continuamos defendendo que a Reforma Agrária deve ser uma luta de todos.

RST: Qual a diferença, na prática, da ENFF com relação a uma escola/universidade tradicional?

 AP: Procuramos na Escola, trabalhar com sujeitos, não com indivíduos. Aqui, todos e todas possuem nome, não números. Possuem aptidões, que devem se transformar em compromissos coletivos, na construção do ambiente educativo da vida cotidiana. Esses sujeitos assumem tarefas de manutenção da escola, limpeza, lavação de louças, trabalho na produção, enfim, uma série de ações com as quais os estudantes das universidades não precisam se preocupar. Aqui, o funcionamento da Escola exige a contribuição dos educandos, pois não existem funcionários para deixar tudo limpo e organizado. Logo, a coletividade é responsável pela sua existência, manutenção e continuidade. Portanto, o trabalho é uma dimensão pedagógica, educativa fundamental na ENFF.

Outro diferencial está relacionado à forma organizativa dos educandos. Todos participam dos Núcleos de Base, com divisão de tarefas e responsabilidades internamente, como forma de garantir o cumprimento das atividades práticas, de estudo, cultura. Enfim, essa organicidade é fundamental e também passa a ser uma dimensão pedagógica da ENFF.

Na sua grande maioria, os estudantes que comparecem aos cursos na Escola (camponeses e filhos de trabalhadores pobres) vêm com intencionalidades e integram a parcela da classe que entende a real necessidade de qualificação na efetivação de uma práxis emancipadora. Portanto, as questões disciplinares, de dedicação ao estudo, à pesquisa e a própria elaboração se desenvolvem de forma consciente, sem necessidade de mecanismos como provas, lista de presença, professores autoritários etc.

RST: E no projeto político-pedagógico?

 AP: Ainda do ponto de vista metodológico do plano político-pedagógico, a ENFF se diferencia em vários aspectos de uma escola convencional. Primeiro porque todos os cursos são intensivos, isto é, os educandos vivem por um determinado período na Escola. Isso faz com que a convivência seja mais intensa, as relações sociais mais presentes e, ao serem desenvolvidas ao longo do dia, evidenciam uma distribuição politicamente planejada entre tempo de estudo, tempo de manutenção de uma práxis transformadora que cuida do ambiente ao mesmo tempo que potencializa o ir além dos sujeitos na formação. Segundo: todos os professores são militantes, isto é, nenhum professor recebe para dar aulas na Escola. Esta composição de uma escola centrada na unidade da esquerda, aliada à concepção do intelectual orgânica, nos tem permitido, na pedagogia do exemplo, contar com um grupo de sujeitos políticos que ao se comprometerem com o processo de produção do novo, nos ajudam a romper com uma das cercas da exclusão: o conhecimento formal universitário do país.

Terceiro: o processo de aprendizagem não se restringe às aulas expositivas, mas os estudantes são desafiados a pesquisar, a apresentar seminários, debates, sínteses, que os fortaleçam nos processos de aprendizagem. Quarto: utiliza-se com frequência outros recursos pedagógicos, principalmente os audiovisuais e as visitas de estudo, como forma de auxiliar na aprendizagem e na elaboração de novos conhecimentos.

Por último e, não menos importante, aqui, tanto a produção como a socialização de conhecimentos, os conteúdos estudados, visam atender ao crescimento cultural individual e coletivo (organização), mais do que se preocupar com um canudo, com um diploma que os habilitam a trabalhar para o capital. Aqui, o conhecimento serve para libertar as consciências e auxiliar no processo de transformação da realidade.

RST: Para promover os cursos, a ENFF faz parcerias com universidades. Como isso se dá na prática na sala de aula?

 AP: Atualmente, existem aproximadamente 25 cursos de graduação em andamento, em diferentes Estados, com mais de 20 universidades públicas do país. E, quase uma dezena de cursos de Especialização (Pós-Graduação) e Extensão Universitária, possibilitando que filhos e filhas de camponeses que vivem do seu trabalho entrem na universidade de forma coletiva, organizada e com o propósito de continuarem vinculados às suas comunidades de origem, no campo.

Os cursos se desenvolvem por meio da distribuição do tempo na Alternância, isto é, de forma modular contemplando um período intensivo de aula e outro período de estudo, pesquisa e elaboração (vinculando o conteúdo estudado e realidade social), quando o educando convive em sua comunidade. Esses períodos formam parte de um mesmo processo pedagógico, isto é, o curso, a capacitação se realiza durante o tempo todo, normalmente são quatro anos de estudo.

Nos processos de negociação desses cursos, buscamos dialogar com a universidade no sentido de potencializar nossa experiência educativa. Discutimos a necessidade e importância de ir além do que é estabelecido pela universidade no currículo formal do curso. Esses conhecimentos são importantes e garantidos durante o curso, mas acreditamos serem insuficientes para a capacitação que almejamos. Por isso, a Escola complementa com uma série de saberes em diferentes áreas do conhecimento, cujo acesso é importante para os estudantes. Com isso, reforça sua intencionalidade política de ter como fio condutor em todos os cursos a herança dos clássicos brasileiros, latinos e internacionais, como referências históricas de um processo de luta que não começou agora, nem pretende se encerrar no imediatismo da lógica atual de não priorizar a história, os sujeitos, e a luta de classes como motor daquilo que se tem e do que se quer.

RST: A ideia de se ter Sem Terra na universidade, em cursos superiores, não é bem acolhida por setores conservadores da sociedade, que tentam barrar novos cursos e chegam a dizer que a escola é doutrinária etc. Como vocês respondem a esse discurso?

 AP: A classe dominante não aceita que pobres, Sem Terra, possam frequentar a escola. No máximo as séries iniciais, mas, quando essa coletividade luta para ultrapassar as barreiras e romper as cercas que os impedem de ter acesso ao ensino superior, aí, a coisa complica, pois se trata também de manter a propriedade privada do conhecimento.

Na nossa proposta, o acesso ao conhecimento é uma maneira que os camponeses pobres – que se entendem como integrantes da classe que vive do trabalho – conquistaram para buscarem alternativas de libertação. É uma maneira de ver melhor a realidade, de se perceberem como sujeitos com potencialidades e capacidades para sair da opressão, por meio da construção de caminhos alternativos, construídos por suas próprias mãos e reflexões.

Esse é o temor da classe dominante, que trabalhadores pobres possam ser arquitetos de seus próprios destinos e passem a exigir participação nos rumos políticos e econômicos do país. Por isso, a discriminação por ser Sem Terra e por ser pobre. Mais que tudo, por tentar entrar nas universidades de forma coletiva, organizada, exigindo que de fato a universidade seja para todos, numa sociedade em que apenas uma minoria insignificante de jovens tem acesso a ela e, essa minoria na sua grande maioria é juventude de classe média. Mas a teimosia, a persistência do MST faz que uma parcela importante da juventude que mora nos assentamentos tenha acesso à universidade, de uma forma diferente. Defendemos e lutamos pelo direito à educação em todos os níveis. Quando parcelas significativas de trabalhadores exigirem esse direito sagrado que é o estudo, então poderemos romper barreiras, derrubar muros e pintar as universidades com as cores do povo.

RST: A construção da estrutura física ENFF foi diferenciada, feita pelas mãos dos próprios Sem Terra e todos estudando “ao mesmo tempo”. Como foi esse processo?

 AP: Recordar esse processo, depois de praticamente dez anos desde o início da construção, é um exercício ímpar. É sabido que iniciamos esse processo sem que nenhuma experiência desse porte tivesse acontecido antes. Já tínhamos muitas experiências do trabalho em mutirão, tanto nos assentamentos como também em processos de construção habitacional no meio urbano. Mas esse da ENFF se diferenciava de todos eles. Por isso, o grande desafio foi articular essa nova experiência, sem experiência. Mas é assim que os processos inovadores se constituem, os trabalhadores sendo sujeitos de sua própria história, de seus próprios projetos, lateralmente: de construção!

Foram mais de mil camponeses, acampados e assentados, na grande maioria jovens, que participaram desse processo. As 25 brigadas de trabalho voluntário, organizadas por estados, possibilitaram esse processo em que vinculou aprendizagem prática com os elementos teóricos, concretizando um dos nossos princípios pedagógicos dos processos educativos.

Durante o período de construção, a Escola proporcionava também espaços e tempos para os processos de formação como: alfabetização (essas aulas eram ministradas por companheiros das próprias brigadas de construção que tinham mais conhecimento escolar, durante as noites). Os demais companheiros/as que integravam as brigadas tinham aulas nas noites, para o estudo de temas organizativos, da história, política com a finalidade de conhecer a realidade, a sociedade que vivemos e entender por que precisamos nos organizar e lutar para transformá-la.

Além desses espaços mais formais de educação, o processo de construção também se constituiu num importante instrumento educativo. Aqui, os trabalhadores eram organizados em frentes de trabalho que abrangiam: fabricação de tijolos, alvenaria, hidráulica, elétrica, madeira etc. Nelas os companheiros recebiam orientações e explicações técnicas e pedagógicas de como e por que fazer dessa forma. Isso possibilitava que os trabalhadores ao retornarem para seus assentamentos conseguissem construir suas casas e de seus vizinhos e assentados. O efeito multiplicador foi imenso.

RST: Como a ENFF se relaciona com a comunidade ao seu redor, em Guararema?

 AP: A ENFF é parte da comunidade, não é uma ilha isolada. É claro que essa relação é uma construção, por isso, leva tempo e exige estratégias de aproximação, de conhecimento da realidade e de ações conjuntas que podem ser desenvolvidas. Nesse sentido, temos uma relação com a Escola Emilia Leite (Escola Estadual) que funciona no bairro, cujos alunos podem acessar o acervo da nossa biblioteca. Existe também um programa no qual os alunos podem frequentar a Escola, todas as sextas-feiras à noite, para assistirem filmes. Imaginem que no município de Guararema o único espaço de projeção é o da ENFF. Ainda, estamos construindo juntamente com a Escola, a realização de cursos de línguas (espanhol e inglês); palestras sobre a África e América Latina, aproveitando os próprios estudantes latinos que vêm para os cursos, onde os estudantes e trabalhadores da comunidade possam frequentar. Além dessas iniciativas, há a contribuição com doações de livros para a escola do bairro, que até o ano passado não tinha biblioteca para seus alunos. Ainda, a ENFF dispõe de espaços de capacitação na área da informática e espaços de lazer, principalmente o campo de futebol, onde jovens do bairro participam.

RST: A ENFF está vivendo uma fase de dificuldades financeiras e pedindo apoio à sociedade. Quais são as formas de ajudar a Escola?

AP: Manter o funcionamento permanente de uma estrutura coma a ENFF não é tarefa fácil. Os estudantes não pagam nada para estudar, ter alimentação, material didático, acesso à internet etc. No entanto, contribuem na manutenção da Escola por meio do trabalho diário, tanto nos serviços domésticos, como também na parte produtiva (horta, pomar, suínos, aves, coelhos, vacas de leite). Uma parte do que consumimos na Escola é produzido aqui mesmo e outra parte da alimentação vem dos próprios assentamentos. Alguns produtos ainda dependemos de comprar no mercado. Mas temos muitos gastos com água, energia, impostos, telefone, gás, manutenção permanente, pois, uma estrutura com mais de cinco anos de uso já requer reparos. Além disso, está posta a necessidade de ampliação da Escola, por meio da construção de novos alojamentos.

Porém o mais importante é a continuidade dos cursos. Para tanto, contamos com a contribuição militante e voluntária dos professores e agora, recentemente, criou-se – por iniciativa de amigos professores, estudantes e militantes sociais de outras áreas – a Associação dos Amigos da ENFF. Portanto, se alguém quiser mais informação e estiver disposto a contribuir e a se somar nessa causa, deve entrar em contato com ela (amigosdaenff@enff.org.br).

ENFF em vídeo

Para conhecer um pouco mais da construção e trajetória da Escola Nacional Florestan Fernandes, há um documentário disponível na internet, produzido pelo Ponto de Cultura da ENFF, em parceria com o Pontão de Cultura Rede Cultural da Terra. O vídeo, de 15 minutos, chama-se “ENFF: um sonho em construção” e pode ser assistido no link www.mst.org.br/node/9047.

MST cobra punição de assassinos de trabalhadores rurais

14 de dezembro de 2010

O MST exige Justiça e cobra a punição para os assassinos dos agricultores Vanderlei das Neves e José Alves dos Santos, que mortos de forma brutal em emboscada na Fazenda Pinhal Ralo, no dia 16 de janeiro de 1997, na cidade de Rio Bonito do Iguaçu (PR).

Nesta terça-feira, acontece o julgamento dos assassinos, em Laranjeiras do Sul (PR).

«O MST enxerga o caso dentro de uma série que, em mais de uma década, deixou 19 trabalhadores rurais mortos no Paraná. São crimes políticos, cometidos pelo latifúndio e pelo agronegócio», afirma nota do Movimento.

 

Exigimos justiça pelos sem-terra mortos e punição aos crimes do agronegócio

Passaram-se 14 anos e o MST defende Justiça e punição para os assassinos dos agricultores Vanderlei das Neves (16) e José Alves dos Santos (34), mortos de forma brutal em emboscada na Fazenda Pinhal Ralo, no dia 16 de janeiro de 1997, na cidade de Rio Bonito do Iguaçu (PR).

Hoje, no dia 14 de dezembro de 2010, o julgamento realizado em Laranjeiras do Sul (PR) tem a chance de reparar a dívida do Estado com esses trabalhadores.

A repressão ocorreu exatamente no mesmo dia em que o governo federal assinava o decreto de desapropriação de 16 dos mais de 87 mil hectares pertencentes à empresa madeireira Araupel (à época, chamada Giacomet Marodin, comprada da Votorantim).

A área foi ocupada por mais de três mil famílias. Hoje, uma parte do latifúndio dá lugar ao assentamento Ireno Alves, apesar de a empresa ainda ser dona de grande quantidade de terras griladas na região.

O julgamento foi adiado por oito vezes, ainda que a conclusão do inquérito tenha sido rápida. Apesar de os pistoleiros acusados nos processos serem “seguranças” da empresa na época, a Araupel e seus proprietários nunca foram responsabilizados.

Na região, a Araupel tem histórico de assassinato e cemitério clandestino de agricultores. Além disso, os seguranças envolvidos no assassinato passaram o período respondendo em liberdade.

O MST enxerga o caso dentro de uma série que, em mais de uma década, deixou 19 trabalhadores rurais mortos no Paraná. São crimes políticos, cometidos pelo latifúndio e pelo agronegócio.

Tratam-se de casos que os setores democráticos da sociedade não esquecem: a morte dos companheiros Antônio Tavares (2000), assassinado durante o governo Lerner próximo à Curitiba, ou de Valmir Mota de Oliveira, o Keno (2007), assassinado por seguranças da transnacional Syngenta, na região de Cascavel, entre outros tantos.
Tal impunidade já levou o Estado brasileiro a ser condenado pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

Agora, uma punição dos assassinos no tribunal do dia 14, em Laranjeiras do Sul, pode representar a primeira condenação na Justiça pela morte de trabalhadores sem-terra no Paraná.

Esperamos que esse caso abra um precedente para o pagamento da dívida histórica que o Estado brasileiro tem com os trabalhadores vítimas da violência do agronegócio, no Paraná e no Brasil, e suas milícias armadas disfarçadas de seguranças privados.

MST ganha medalha Paulo Freire do Ministério da Educa??o

01 de dezembro de 2010 Por Mayrá Lima Da Página do MST

O MST ganhou do Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, a medalha Paulo Freire, durante a abertura da 2ª Semana EJA

A homenagem é um reconhecimento pelas experiências em educação básica de jovens e adultos (EJA) em acampamentos e assentamentos, além da participação na formulação de políticas públicas para o setor, através da Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de jovens e adultos (CNAEJA).

De acordo com Tiago Manggini, do setor de educação do MST, a participação dentro da Comissão Nacional foi fundamental para que a realidade camponesa fosse incluída na pauta. “Há uma dívida histórica com o campo, no que diz respeito à educação. As políticas nacionais para o setor costumam ter dificuldades de focar as ações em realidades específicas, como o caso dos acampamentos e assentamentos”, disse.

As experiências do MST com a EJA tiveram início com a Campanha de Educação de Jovens, Adultos e Idosos, realizada em 1991, no assentamento Conquista da Fronteira em Bagé, no Rio Grande do Sul. Na ocasião, esteve presente Paulo Freire, que empresta seu nome à medalha recebida.

Em 1996, uma parceria com o MEC e a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) levou o projeto para 18 estados. Foram formadas 550 turmas e 8.000 educandos. Depois o projeto continuou por meio de parcerias entre secretarias de educação e universidades nos estados. Em cada ano, o MST alfabetiza cerca de 30 mil educandos, envolvendo 2 mil educadores.

A 2ª Semana EJA acontece até o sexta-feira, na Academia de Tênis, em Brasília.

Escola do MST recebe melhor nota do Enem

Nos últimos dias, a mídia demotucana tem feito um grande alarde contra o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Devido a falhas lamentáveis em algumas provas, ela decidiu transformar o assunto na sua primeira bandeira de oposição ao futuro governo Dilma Rousseff. De quebra, ainda presta um serviço à poderosa indústria do vestibular e às faculdades privadas. O Grupo Folha, dono da gráfica que imprimiu as provas irregulares, é um dos que mais fustiga o Enem.

Com sua cobertura enviesada e manipuladora, a mídia omite fatos curiosos do Enem. Um deles, que ela nunca divulgaria, é que a Escola Semente da Conquista, localizada no assentamento 25 de Maio, em Santa Catarina, foi o destaque do Exame Nacional em 2009, conforme noticiado na página oficial do Enem. Ela ocupou a primeira posição no município, com nota de 505,69.

Semente da Conquista

Nesta escola estudam 112 filhos de assentados, de 14 a 21 anos. Ela é dirigida por militantes do MST e os professores foram indicados pelos próprios assentados do município de Abelardo Luz, cidade com o maior número de famílias assentadas no estado. São 1.418 famílias, morando em 23 assentamentos. A primeira colocação no Enem foi comemorada pelas famílias de sem-terra.

A mídia, porém, nada falou sobre esta vitória. Segundo o sítio do MST, “essa conquista, histórica para uma instituição de ensino do campo, ficou fora da atenção da mídia, como também é pouco reconhecida pelas autoridades políticas de nosso estado. A engrenagem ideológica sustentada pela mídia e pelas elites rejeita todas as formas de protagonismo popular, especialmente quando esses sujeitos demonstram, na prática, que é possível outro modelo de educação”.

“A Escola Semente da Conquista é sinal de luta contra o sistema que nada faz contra os índices de analfabetismo e êxodo rural. Vale destacar que vivemos numa sociedade em que as melhores bibliotecas, cinemas, teatros são para uma pequena elite… Mesmo com todas as dificuldades, a escola foi destaque entre as escolas do município. Este fato não é apenas mérito dos educandos, mas sim da proposta pedagógica do MST, que tem na sua essência a formação de novos homens e mulheres, sujeitos do seu processo histórico em construção e em constante aprendizado”.

 

Los gobiernos han cedido el poder a las transnacionales

Alejandro TEITELBAUM Autor de «la armadura del capitalismo»

Alejandro Teitelbaum es abogado. Tiene 82 años y en su libro analiza cómo las transnacionales han tejido una amplia telaraña con un objetivo económico a nivel mundial con la complicidad de los gobiernos. Detrás de ese poder transnacional se esconden también objetivos políticos y militares.

http://www.gara.net/paperezkoa/20101121/233428/es/Los/gobiernos/han/cedido/el/poder/a/las/transnacionales%C2%BB/

 

Alejandro Teitelbaum es autor del libro «La armadura del capitalismo. El poder de las transnacionales en el mundo contemporáneo». Lo ha editado Icaria con el apoyo de Paz con Dignidad. Este abogado argentino de 82 años ha participado en un curso, organizado por el Observatorio de Multinacionales de América Latina (OMAL) estos días atrás en Bilbo. Teitelbaum contó a GARA su experiencia frente a las multinacionales, «que se han adueñado de todo».

Fue abogado de presos políticos y sindicalistas en los años setenta, después emigró al Estado francés. En el marco de la ONU representó a la Federación Internacional de Derechos Humanos y después a una organización de América, Sociedad Americana de Juristas, hasta 2006. «Me cansé del trabajo en la ONU, porque lo encontré improductivo, por los pocos resultados». Teitelbaum introdujo en su andadura, además de la lucha en contra la impunidad de las violaciones de los derechos civiles y políticos, la impunidad de los derechos económicos, sociales y culturales con la que cuentan las transnacionales.

Todo ese trabajo continúa en la ONU, pero «tras un proyecto flojo» llegó un contraataque de las multinacionales, que «pusieron a todos en su sitio. Ya nada saldrá adelante», dijo. Por eso, a sus 82 años sigue en pie para «desnudar a esas sociedades que tienen ya más poder que los estados y que, por otra parte, sólo representan a los intereses económicos de unos pocos frente al resto de la humanidad».

En «La Armadura del capitalismo» aparecen detallados los efectos económicos, las concesiones de los gobiernos y el negocio que unos pocos obtienen de la explotación. ¿Por qué tienen tanto poder las transnacionales?

Desde que empezó la Standard Oil, del viejo John D. Rockefeller, han ido escalando en el poder. La globalización neoliberal, que yo denomino el estado actual del capitalismo, está controlando la economía no sólo en su aspecto industrial y comercial, sino en el financiero y militar. Casi tiene el control total, con la complicidad de las élites políticas de las grandes potencias y de los políticos de los países periféricos en vías de desarrollo. Controlan todo, porque son dueños de medios de comunicación, de universidades y tienen a su servicio a intelectuales prestigiosos. La ideología liberal lo ocupa todo. Está todo diseñado para formatear la cabeza del hombre común para decir que este sistema es inevitable y que hay que aguantarse.

¿Eso nos lleva al desastre, a la dominación de unos pocos sobre la mayoría?

Así es. Mire lo que está ocurriendo con el tema de las jubilaciones, que nos dicen que hay que trabajar más años. En todos estos temas económicos y política el sistema nos mete en la cabeza su ideología. Y el núcleo duro del sistema son las sociedades transnacionales, lo que se llama globalización. Es el dominio de las sociedades transnacionales del capital financiero. Se deslocalizan cuando quieren. Tienen un poder inmenso de imposición frente a los asalariados, porque no negocian: o aceptas sus principios, que siempre se dirigen a los recortes económicos y sociales para los trabajadores, o se van. Sí, así lo dicen: queremos ganar un poco más, nos vamos a otro lado. Ha ocurrido con varios casos de fábricas francesas de autos que se han ido a Rumania, porque se fabrica más barato, pero luego vende caro en Francia.

¿Se puede dar la vuelta a tanto poder concentrado en tan pocas manos?

No tengo respuesta. En Francia con el tema de la edad de la jubilación ha habido protestas, pero, al final, Nicolas Sarkozy se ha salido con la suya. Nos dice que hay que salvar a la Seguridad Social, pero lo que trata es de salvar al capital financiero, no a la Seguridad Social. Lo que va a ocurrir es que la gente se va a dar cuenta que con la jubilación pública recortada no le va a llegar y va a aportar a una jubilación privada.

La pensión privada puede quebrar, la pública no.

Sí. Ya ocurrió en Estados Uni-dos. El sistema público es una garantía para todos. En lo fundamental, no escuché que nadie planteara que el problema de jubilación, es decir que la gente pueda vivir después de cesar de trabajar, sea un problema económico de fondo. La sociedad con su trabajo produce bienes sociales y, como consecuencia, hay un consumo social. ¿Por qué se plantea el futuro de las pensiones en términos financieros si tiene que ver con el reparto de la torta? Hay una gran cantidad de bienes y servicios producidos, si no alcanzan para todos, es porque, entre la producción social y el consumo social está la apropiación privada. Hay gente que se queda en el camino con la mayor parte de la torta. Por eso no llega la torta necesaria a todos los ciudadanos, los viejos incluidos.

¿Por qué cree que nadie lo dice así de claro?

Nadie lo dice porque es poner en cuestión el actual sistema capitalista. En momentos de protesta y de lucha tiene que haber gente que lo diga claramente. En Francia no se consiguió, porque Sarkozy se mantuvo firme; se hicieron huelgas en sectores estratégicos, pero no se pudo mantener una huelga revolucionaria, porque la gente tiene que trabajar para poder vivir. Lo que está claro es que el sistema público de pensiones es la mejor garantía de futuro. No debemos renunciar a él, aunque la presión del capitalismo va en dirección opuesta.

¿Falta una respuesta clara desde la izquierda?

Falta una respuesta política coherente. Los socialistas, en Francia, se lo callaron. Otros grupos más pequeños, que se podría esperar una respuesta más coherente y mejor, tampoco la dieron. Se limitaron a decir: la jubilación a los 60 años o hay que distribuir la riqueza, pero nadie puso en cuestión el sistema. Se sabe que las cosas andan mal, pero no se sabe cómo hacer para que cambien.

¿Qué recomendación hace para que se rechace un empeoramiento de las pensiones, que es una ola que recorre ya por la Unión Europea?

En las manifestaciones salieron a la calle los chicos. La prensa burguesa se burló de ellos, diciendo que las guarderías habían ocupado las calles. Tienen razón, porque cuando terminen la escuela, tendrán que ir a trabajar, pero se preguntan si hay más viejos trabajando habrá menos oferta de empleo.

Si no hay empleo, no se cotiza.

El problema en Francia se encuentra, según una estadística oficial, en que desde 1975 a 2009, es decir en 35 años, la productividad se multiplicó por 2,3 veces, y la población sólo creció un 25%. Una persona produce en este momento casi dos veces y media más que hace 35 años. Si aumenta la productividad, hay que disminuir el tiempo de trabajo. Bajar a las 35 horas, para que trabaje más gente y se nutra a las cajas de la Seguridad Social. No se puede seguir trabajando con jornadas de 40 horas, porque se produce en exceso.

¿Las 35 horas han fracasado?

La idea era buena. En Francia, se impusieron las 35 horas, pero se congelaron los salarios y, por otro lado, legislativamente se fue adaptando hasta que se liquidaron. En Noruega trabajan 34 horas y viven muy bien. El secreto se encuentra en que los ingresos por las ventas de petróleo de sus pozos en el mar se ha guardado en las cajas del Estado y se usa para financiar las jubilaciones. Han sabido administrar. No es un país socialista. La gente ve en Francia un sistema de Seguridad Social bastante avanzado, nadie quiere perderlo. Hay que defender eso. El sistema capitalista está metido en una gran contradicción: donde no puede, genera muchos desocupados que no aportan a las cajas de jubilación. No hay trabajo para todo el mundo manteniendo estas jornadas. Tendrían que reducir la jornada, pero los patrones no quieren. La jornada larga de trabajo es lo que da esa ganancia suplementaria.

Si se piden mejoras, las empresas se deslocalizan y, de hecho, dentro de la UE existe el dumping social por ese traslado de empresas entre países.

Tiene razón. Se fabrican autos franceses en Rumanía y se venden en Francia. Efectivamente hay dumping social. A los franceses, como al resto, no les conviene que los rumanos ganen diez veces menos, porque la empresa se va y les deja sin trabajo. Un problema difícil de resolver que la solidaridad de los trabajadores debería solucionar.

¿Falta conciencia obrera frente a las multinacionales?

El poder transnacional se arregla para que crezca la competencia entre los trabajadores. El chino gana diez euros por día, y de eso se aprovecha el trabajador francés, que compra ropa china sumamente barata. Nota menos que su salario es pequeño. Si va a una tienda de lujo, le va a costar mucho, pero si es un pantalón chino costará poco. Le conviene al patrón, porque el obrero no va a reclamar más salarios. No veo que haya una fuerza política en ningún lado que vaya al fondo de las cosas. Esas reuniones internacionales con el eslogan de «otro mundo es posible» no quiere decir nada. Hay gente que se dice de izquierdas, filósofos y políticos que le están dando un respiro al capitalismo.

«Hoy un capitalista necesita unas horas para forrarse sin hacer servicio alguno a la sociedad»

¿Qué ha pretendido con el libro «La Armadura del Capitalismo»?

Es el resultado de las diferentes experiencias de los años noventa. La situación actual del capitalismo es de violencia, la opresión es violencia. Lo primero que hay que hacer es darnos cuenta cómo funciona esta sociedad en el plano financiero y económico.

¿Funciona mal?

Sí. Sólo para unos pocos funciona muy bien. Hace unos días leí que los operadores financieros de Estados Unidos van a recibir 143.000 millones de dólares en compensaciones. El año pasado se reunió el G20 para poner un tope a los operadores. Un año después ganan más que nunca. Sarkozy nos dijo que había que moralizar el capitalismo. La realidad es que desde el año pasado grandes grupos financieros ganan más que antes. La desocupación ha crecido, los salarios se congelan o bajan, y no pasa nada. Las diferencias cada vez son mayores. Esa es la armadura del capitalismo, los servidores que tiene a su alrededor y que lo protegen frente a la población.

¿La crisis sólo afecta a los mismos de siempre: los trabajadores, los excluidos y los pobres?

Mire, el otro día un director de la empresa LVMH (Moet Hennessy Louis Vuitton) de artículos de lujo, vendió sus stock options y ganó en un día 18 millones. Un buen salario, por ejemplo, son 2.500 euros. Qué tendría que hacer una persona trabajando, dando clase, en un hospital, haciendo un servicio a la sociedad para ganar 18 millones de euros. Bueno, quince personas con un salario de 2.500 euros tendrían que trabajar durante 40 años para conseguir lo que el directivo de LVMH logró en media tarde. Esos quince tipos fabricando, prestando servicios, manejando autobuses, etc tardarían cuarenta años con ese buen salario, mientras que este capitalista necesitó unas horas para lograrlo y sin hacer ningún servicio a la sociedad. Hay algo que no anda bien y ocurre por la complicidad de los líderes políticos.

¿Cambiará esta situación?

Lo único que podemos hacer es seguir entendiendo lo que pasa. Estoy metido en la izquierda desde hace más de 65 años. No pierdo la esperanza, pero esto va a peor. Nos dijo el G20, como otro ejemplo, que habría que acabar con los paraísos fiscales, pero es imposible porque son parte de las potencias.

Juanjo BASTERRA

El fracaso de la patata transgénica

Contaminación, rechazo social y un recurso judicial de 5 Gobiernos Europeos resumen su primer año de cultivo

La Comisión Europea aprobó en marzo de este año el primer cultivo transgénico en la Unión Europea después de 12 años, la patata Amflora. Tras su primera temporada de siembra, el balance no podría ser más desastroso. Rechazada por la opinión pública y la industria, gran parte de su cosecha se ha visto contaminada o retenida, su cultivo ha sido prohibido en Austria, Hungría y Luxemburgo, mientras 5 Gobierno europeos han emprendido acciones judiciales contra su aprobación.

http://www.tierra.org/spip/spip.php?article1200

Cultivada en 2010 en 267 hectáreas repartidas por Suecia, Alemania y República Checa, los resultados de esta cosecha no han sido precisamente positivos. Su cultivo en Suecia se ha visto envuelto en un escándalo de contaminación por una patata transgénica no autorizada, y por lo tanto ilegal, conocida como Amadea [1]. Debido a esta contaminación, 16 de las 102 hectáreas cultivadas en Suecia tuvieron que ser destruidas. No han tenido mejor suerte las 15 hectáreas cultivadas en Alemania, que fueron retenidas por orden de las autoridades regionales, hasta poder garantizar que estaban libres de contaminación por la patata transgénica ilegal [1]. Hasta la fecha, están retenidas en un almacén del Gobierno Federal a la espera de nueva orden.

La patata Amflora ha conseguido el rechazo frontal de varios Gobiernos Europeos. Austria, Luxemburgo y Hungría han prohibido su cultivo en su territorio [3] y junto a los Gobiernos de Francia y Polonia han llevado frente al Tribunal Europeo de Justicia la aprobación de esta patata transgénica [4].

La industria europea del almidón también ha rechazado esta patata, para evitar problemas de contaminación y el rechazo de los consumidores. Existen patatas convencionales disponibles en el mercado con el mismo contenido de almidón, sin necesidad de modificación genética, lo que evidencia lo innecesario de Amflora [5].

La aprobación de la patata transgénica ha generado amplias protestas por toda Europa. Se han recogido más de un millón de firmas en tan solo unos meses, en lo que supone la primera “iniciativa ciudadana”, un principio recogido en el Tratado de Lisboa de la Unión Europea (EU) desde diciembre de 2009, en virtud del cual un millón de ciudadanos europeos tienen la posibilidad de pedir formalmente a la Comisión Europea que adopte medidas legislativas para satisfacer sus demandas [6]. Se han desarrollado también numerosas protestas, destacando las producidas en España [7].

David Sánchez, responsable de agricultura y alimentación de Amigos de la Tierra afirmó: “El balance del primer año de cultivo de Amflora ha sido claramente desastroso, y debería servir para que la Comisión Europea y Gobiernos como el español se replanteen su apuesta por los transgénicos. Son innecesarios, no aportan ninguna ventaja, plantean demasiados riesgos y su cultivo por unos pocos genera enormes problemas para el resto de agricultores, la industria alimentaria y los consumidores.”

 

Riesgos ambientales y para la salud

La patata Amflora es propiedad del gigante químico BASF. Modificada genéticamente para tener una mayor cantidad de amilopectina para la producción de almidón en usos industriales, fue aprobada pese a la mayoritaria oposición de los Gobiernos europeos. Entre los pocos ministros que en su momento apoyaron la aprobación se encontraba la anterior Ministra de Medio Ambiente, Medio Rural y Marino, Elena Espinosa. BASF llevaba intentando aprobar este cultivo desde 1996 y había llegado incluso a llevar a la Comisión Europea ante los tribunales por no aprobar su producto [8]. Durante todos estos años, la patata transgénica ha estado envuelta en una dura polémica por sus impactos ambientales y riesgos sobre la salud.

 El cultivo de Amflora genera graves riesgos para la salud, la agricultura y el medio ambiente:

Está diseñada y aprobada para uso en la industria y en piensos animales, pero también se permitió su presencia por contaminación de hasta un 0,9% en los alimentos. La propia BASF advertía en la solicitud de aprobación que “no se puede descartar que esta patata sea usada o termine apareciendo en la alimentación [9]”.

Falta información básica sobre su seguridad para la salud. La EFSA reconoce que los datos ofrecidos por BASF muestran muchas irregularidades, incluyendo irregularidades toxicológicas que podrían tener implicaciones serias en la seguridad alimentaria.

La aprobación de Amflora podría ser ilegal, ya que contiene un gen que la hace resistente a determinados antibióticos. A pesar de que la Directiva europea que regula los transgénicos estableció que los cultivos modificados genéticamente que contuvieran genes de resistencia a antibióticos deberían salir del mercado en 2004, la Agencia Europea de Seguridad Alimentaria [EFSA en sus siglas en inglés] le dio el visto bueno. Y no cambió de opinión pese a la advertencia de la Agencia Europea del Medicamento o la Organización Mundial de la Salud, que confirmaron la importancia para la medicina de los antibióticos a los que Amflora es resistente. [10]

La evaluación de riesgos ambientales de Amflora, no cumple los requisitos marcados por la legislación europea. No se ha estudiado el impacto de la patata transgénica sobre el medio ambiente, tan solo sobre la fauna circundante.

Se ha ignorado el riesgo de contaminación. La patata se considera un cultivo de bajo riesgo en cuanto a contaminación por polen, pero es un cultivo de alto riesgo de contaminación debido a los tubérculos que quedan en el suelo tras la cosecha. Es prácticamente imposible recoger la totalidad de la producción, con lo que los tubérculos pueden crecer la temporada siguiente, contaminando la siguiente cosecha. [11]

 Notas

[1] Descubren en Suecia cultivo ilegal de la papa transgénica Amadea http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5993245,00.html

 [2] German state suspends use of potato involved in gm crop snafu http://www.newcomers-network.de/newsfeed_dpa/100907German_state_suspends_use_of_potato_invo.php

 [3] La prohibición del Gobierno Húngaro fue hecha oficial el 18 de junio de 2010 http://www.fvm.gov.hu/main.php?folderID=874&ctag=articlelist&iid=1&articleID=16043

La prohibición en Luxemburgo el 16 de junio de 2010 http://www.gouvernement.lu/salle_presse/communiques/2010/06-juin/16-pomme_de_terre/index.html

La prohibición en Austria, el 28 de Abril de 2010 http://www.bmgfj.gv.at/cms/site/attachments/7/1/4/CH0817/CMS1272446773668/bgbla_2010_ii_125.pdf

 [4] “France and Poland join challenge against Commission decision to authorise antibiotic-resistance GM potato” http://media-newswire.com/release_1128704.html

Además, más de 40 organizaciones sociales, incluyendo varios grupos de Amigos de la Tierra, han llevado también a la Comisión Europea ante los tribunales: http://www.gmo-compass.org/eng/news/511.docu.html

 [5] Un ejemplo de patata con las mismas propiedades que Amflora de BASF, pero sin haber sido modificadas genéticamente: http://www.avebe.com/Innovation/ELIANE/tabid/669/Default.aspx

 [6] “La Commission de Bruxelles face à une pétition anti-OGM” http://www.lemonde.fr/planete/article/2010/10/08/la-commission-de-bruxelles-face-a-une-petition-anti-ogm_1422201_3244.html

 [7] Se han producido numerosas protestas contra la aprobación de la patata transgénica en Europa. http://commons.wikimedia.org/wiki/Category:Protests_against_the_cultivation_of_Amflora_potatoes

Cancún, movilización campesina en defensa del planeta y por justicia climática

¡Miles de soluciones del pueblo ante el cambio climático!

¡Miles de parcelas campesinas para enfriar el planeta!

 ¡Miles de Cancún por la justicia climática!

 La Vía Campesina invita a los movimientos sociales a movilizarse en el mundo

Los movimientos sociales de todo el mundo se están movilizando para la 16ª Conferencia de las Partes (COP 16) de la Convención Marco de Naciones Unidas para el Cambio Climático (CMNUCC) que se celebrará en Cancún, del 29 de noviembre al 10 de diciembre de 2010.

La COP 15 en Copenhague demostró la incapacitad de los gobiernos para enfrentarse a las causas reales del caos climático. En el último momento, los EE.UU. presionaron para aprobar de forma antidemocrática el llamado "Entendimiento de Copenhague", en un intento por alejar el debate de los compromisos de Kioto de Naciones Unidas y favorecer soluciones voluntarias con base en el libre mercado.

 Las negociaciones climáticas parecen cada vez más un gran mercado. Los países industrializados, históricamente responsables de la mayoría de las emisiones de gases de efecto invernadero, están inventando todos los trucos posibles para evitar reducirlas. Por ejemplo, el "Mecanismo para un Desarrollo Limpio" (MDL) del protocolo de Kioto permite a los países seguir contaminando y consumiendo como de costumbre, al mismo tiempo que pagan a los países del Sur global para abrir nuevas plantaciones agrícolas que se consideran "sumideros de carbono".

 

En este mercado climático global, las empresas transnacionales están intentando embolsarse el máximo dinero posible, vendiendo tecnologías destructivas enmascaradas tras la mentira de que pueden solucionar  la crisis climática, como los agrocombustibles genéticamente modificados bajo el pretexto de reducir el consumo de combustibles fósiles. Por ejemplo, desde la elección de Obama, Monsanto ha gastado millones presionando al Congreso para la legislación sobre cambio climático. La mayor empresa de semillas en el mundo arguye que los monocultivos de su soja Roundup Ready pueden calificar para los créditos de carbono puesto que contribuyen a reducir los gases de efecto invernadero en el suelo. Las comunidades que viven donde hay monocultivos de soja pueden atestiguar los efectos de devastación de dichos monocultivos en su entorno y sus vidas.

 Por último, muchos gobiernos de los países del Sur, atraídos también por las nuevas oportunidades financieras, tienden a aprovechar esta bonanza en vez de cambiar a nuevos modos de producción y consumo que serían de utilidad para su población. Por ejemplo, dar apoyo a la agricultura sostenible de los campesinos sería mucho más benéfico para la sociedad y el medio ambiente que fomentar las plantaciones de monocultivos.

 

La mayoría de los países no se toman muy en serio la negociación de políticas que puedan revertir la crisis climática, en vez de eso, están negociando por cuánto tiempo más podrán seguir escapando sin hacer nada puesto que simplemente quieren seguir con sus “negocios como siempre”.

 

Exigimos la aplicación de las miles de soluciones de los pueblos ante la crisis climática

 

Ya es hora de que la CMNUCC se embarque en políticas firmes para contribuir a solucionar el caos climático. Es preciso que los países se comprometan firme y vinculantemente para reducir de forma radical las emisiones de gases y cambiar por completo su modo de producción y consumo.

 Las soluciones existen. Más de 35,000 personas se reunieron en abril en Cochabamba en la Conferencia Mundial de los Pueblos sobre el Cambio Climático y los Derechos de la Madre Tierra para esbozar una nueva visión para salvar al planeta y a su gente. La puesta en marcha de este plan y las miles de soluciones del pueblo llevarían a un profundo cambio en el sistema de hacer ganancias que ha creado la crisis actual.

 

Exigimos a la CMNUCC que adopte las demandas del Acuerdo de los Pueblos de Cochabamba y que rechace todas las soluciones falsas que se estén cocinando. Entre ellas:

 Defender los derechos de la tierra y el bosque:  Rechazamos la iniciativa REDD + (reducción de las emisiones por deforestación y degradación). Tenemos que poner punto final a la tala de árboles industrial y proteger los bosques. La protección de los bosques y la reforestación de los bosques degradados es una obligación de todos los gobiernos. Prácticamente, los bosques sólo pueden manejarse bien si se encuentran bajo el control de comunidades indígenas y campesinas. Es por ello que los derechos territoriales y culturales de los pueblos indígenas y de los campesinos deberían reconocerse explícitamente en cualquier acuerdo climático. Los países deben proteger sus bosques no porque reciban financiación para ello, sino porque es vital para su propio territorio. De ningún modo debería servir de excusa para evitar a otros países y corporaciones reducir sus emisiones de carbono, ni para despojar del control de sus territorios a las comunidades indígenas y campesinas.

 

Rechazar la geoingeniería: propuestas a gran escala para alterar deliberadamente el clima, por ejemplo mediante el establecimiento de monocultivos de plantaciones forestales de árboles transgénicos para producir industrialmente biochar (carbón vegetal), con el fin de devolverlo al suelo para la captura y el almacenamiento de carbono; o plantando cultivos y árboles modificados genéticamente para lograr un supuesto incremento de la reflectividad y la resistencia a las sequías, el calor y la sal.

 Rechazar todos los esquemas de comercio de carbono y los Mecanismos de Desarrollo Limpio (MDL): el comercio de carbono ha probado ser extremadamente lucrativo en términos de generación de ganancias para los  inversionistas, sin embargo ha fallado rotundamente en la reducción de gases de efecto invernadero. En el "mercado de carbono" recientemente inventado, el precio del carbono continúa cayendo en picada, lo cual fomenta aún más la  contaminación. Todos los emisores de carbono deberían reducir localmente sus emisiones en vez de comerciar con sus derechos a contaminar.

 

Rechazar cualquier participación del Banco Mundial en la gestión de los fondos climáticos cuya existencia pretende compensar la deuda climática histórica del Norte frente al Sur.

 

Ofrecemos miles y miles de parcelas campesinas para enfriar el planeta

 Los campesinos y los pequeños productores familiares en todo el mundo no han esperado a las negociaciones climáticas para ofrecer alternativas reales a las actuales crisis alimentaria, social y ambiental. Si la agricultura industrial es uno de los grandes culpables de la crisis climática, la agricultura sostenible a pequeña escala y los mercados locales pueden contribuir a largo plazo a estabilizar las temperaturas del mundo.

 

La investigación muestra que podríamos reducir las emisiones globales actuales al 75% al recuperar la materia orgánica del suelo, sustituir la producción industrial de carne por una producción diversificada a pequeña escala, expandir los mercados locales y parar la deforestación.

 

La producción alimentaria sostenible local se sirve de menos energía, elimina la dependencia de piensos animales importados y retiene el carbono en el suelo, al mismo tiempo que incrementa la biodiversidad. Las semillas autóctonas se adaptan más fácilmente a los cambios de clima que ya nos están afectando. Cuando los huracanes azotaron América Latina, observamos que la agricultura campesina diversificada resistió mucho mejor que las plantaciones de monocultivo, que se destruyeron por completo. La agricultura campesina diversificada y de pequeña escala es mucho más resistente a inundaciones, desprendimientos de tierra, plagas y sequías de larga duración. No hay ninguna necesidad de nuevas semillas "climate ready" modificadas genéticamente.

 La agricultura familiar no sólo contribuye positivamente al equilibro del carbono del planeta, sino que crea también 2,800 millones de puestos de trabajo, para hombres y mujeres en todo el mundo, y es el mejor modo de luchar contra el hambre, la desnutrición y la crisis alimentaria actual. Si se permite el acceso a la tierra, el agua, la educación y la sanidad a los campesinos, y éstos reciben apoyo en la políticas de soberanía alimentaria (1) seguirán alimentando al mundo y protegiendo el planeta.

 

¡Únete a nosotros en los miles de Cancún!

 

La Vía Campesina montará un campo de cultivos en Cancún que representarán a todos los campesinos y agricultores familiares del mundo, ecológicos, diversificados y de pequeña escala que ya están enfriando la tierra. Todos los movimientos y simpatizantes están invitados a unirse a nosotros en los seminarios, protestas y foros, y a presentar las soluciones de toda la otra gente a la crisis climática.  (véase el programa a continuación)

 También están invitados todos los movimientos del mundo para organizar miles de protestas o eventos que rechacen las soluciones de mercado y que defiendan un "cambio de sistema y no de clima", en cualquier momento a partir del 12 de octubre, Día de Acción Global por la Justicia Climática, y hasta el 10 de diciembre; fecha en la que terminan las negociaciones. Se pondrá especial atención en el 7 de diciembre, para apoyar la marcha de los campesinos e indígenas en Cancún.

 

Las movilizaciones pueden ser de cualquier tipo: acciones directas, fiestas, mercados, festivales, debates o exhibiciones, entre otros. Pueden celebrarse en cualquier ciudad, pueblo, escuela o comunidad.

 Envíen sus pósters, comunicados, artículos, fotografías, vídeos, etc. a las direcciones siguientes: <mailto:enlace@viacampesinanorteamerica.org>enlace@viacampesinanorteamerica.org y <mailto:viacampesina@viacampesina.org>viacampesina@viacampesina.org

 

Se colgarán en el sitio web de La Vía Campesina en la página Cancún 1000.

 

 

Programa provisional de La Vía Campesina en Cancún

 

12 de octubre: Día de Acción Global por la Justicia Climática:  ¡sí a un cambio de sistema, no al cambio de clima! <http://www.climate-justice-action.org/>http://www.climate-justice-action.org/

 

Del 22 al 29 de noviembre: Caravanas internacionales rumbo a Cancún COP-16.

 

25 de noviembre: ¿Protesta en la ciudad de México?

 

Del 29 de noviembre al 10 de diciembre: Foro alternativo (Cancún)

 

1, 4 y 6 de diciembre: Foro de Acción de La Vía Campesina

 

2 de diciembre: Marcha popular “Cancún 1000 por la Justicia Climática”

 

7 de diciembre: Marcha de los campesinos e indígenas en cancun y  mobilizaciones en los paises.

La superficie de maíz transgénico desciende en España por segundo año consecutivo

28 de octubre de 2010

Amigos de la Tierra – Confederación de Consumidores y Usuarios (CECU) – Coordinadora de Organizaciones de Agricultores y Ganaderos (COAG) – Ecologistas en Acción – Greenpeace

Agricultores, ecologistas y consumidores solicitan a la nueva Ministra un cambio radical en la política del Gobierno sobre transgénicos

La superficie cultivada con maíz modificado genéticamente en España ha descendido en 2010 por segundo año consecutivo. Según asegura el Ministerio de Medio Ambiente, Medio Rural y Marino (MARM) se habrían cultivado 67.726 ha., lo que supone un descenso del 11% respecto a 2009. El cultivo de este maíz transgénico, que está prohibido en 10 países de la Unión Europea, ha provocado ya graves impactos en nuestro país. Amigos de la Tierra, CECU, COAG, Ecologistas en Acción y Greenpeace solicitan a la nueva Ministra un cambio radical en la política del Gobierno, apostando por la aplicación del principio de precaución, prohibiendo el cultivo de maíz transgénico en España.

Por segundo año consecutivo se registra un descenso de la superficie cultivada con maíz transgénico, según los datos publicados por el MARM [1]. Estos datos muestran un creciente rechazo hacia este tipo de agricultura, siendo el descenso especialmente acusado en las regiones donde este cultivo está más extendido, como Aragón o Cataluña. El descenso en la superficie y el estancamiento del porcentaje de maíz transgénico respecto al maíz total cultivado en España coinciden con el incremento de la oposición social a la presencia de transgénicos en agricultura y alimentación y a las cada vez más contundentes evidencias sobre sus impactos.

Sin embargo, hay que lamentar que estos datos ofrecidos por el Gobierno son los que le proporciona la industria, al no existir en España un registro de parcelas que cultivan maíz transgénico como exige la reglamentación europea, una muestra más de la absoluta falta de transparencia y control sobre este tema por parte del MARM. La situación llega a límites tan absurdos que en la web del MARM se pueden encontrar dos cifras totalmente distintas de superficie de maíz transgénico en 2010, en función si el cálculo se hace por Comunidades Autónomas o por provincias [2].

España es el único país de la UE que cultiva transgénicos a gran escala. Mientras, países como Austria, Alemania, Italia, Bulgaria, Grecia, Hungría, Luxemburgo, Polonia o Francia han optado por prohibir su cultivo basándose en evidencias científicas sobre sus impactos ambientales, la imposibilidad de evitar la contaminación genética de otros cultivos y sus incertidumbres sobre la salud.

En España, el cultivo de este maíz ha supuesto graves impactos y daños sobre la agricultura convencional y la ecológica, como la práctica desaparición del cultivo de maíz ecológico en las zonas donde se ha extendido el cultivo de transgénicos; la pérdida del mercado de gluten de maíz convencional; la práctica imposibilidad de producción de piensos ecológicos; el incremento de costes de producción a los agricultores y ganaderos que no quieren utilizar transgénicos; la contaminación de las semillas convencionales o la contaminación generalizada de alimentos a la venta sin que se informe de ello al consumidor [3].

El cultivo de este maíz transgénico por un número muy reducido de personas está generando costes inasumibles para el conjunto de la agricultura, la industria alimentaria, los derechos de los consumidores, el medio ambiente y la salud pública. Por todo ello, y tras la pésima gestión de Elena Espinosa en esta materia, Amigos de la Tierra, CECU, COAG, Ecologistas en Acción y Greenpeace solicitan a la nueva Ministra un cambio radical en la política del Gobierno, apostando por la aplicación del principio de precaución y prohibiendo el cultivo de maíz transgénico en España.

Para más información:

Prensa de Amigos de la Tierra: Teresa Rodríguez, 680 936 327 ó 913069900
David Sánchez Carpio, Responsable del Área de Agricultura y Alimentación de Amigos de la Tierra, 913069921 ó 691471389

Notas:

[1] http://www.mapa.es/agricultura/pags/semillas/estadisticas/serie_maizgm98_06.pdf
[2] El MARM ofrece desde el año pasado, además del ya habitual cuadro por Comunidades Autónomas, un desglose de la superficie cultivada con maíz transgénico por provincias. La diferencia entre las dos tablas es en 2010 de más de 9.000 hectáreas.
http://www.mapa.es/ministerio/pags/omg/Superficie%20cultivada%20Ma%C3%ADz%20OMG%20por%20provincias%202010.pdf
[3] Información detallada y documentada de estos y otros impactos socioeconómicos en el documento:
Amigos de la Tierra, Confederación de Consumidores y Usuarios (CECU), Coordinadora de Organizaciones de Agricultores y Ganaderos (COAG), Ecologistas en Acción y Greenpeace, 2010. Implicaciones socioeconómicas de la introducción de transgénicos en el mercado para su cultivo. Documento de análisis.
http://www.tierra.org/spip/IMG/pdf/INFORME_IMPACTO_SOCIOECONOMICO_TRANSGENICOS-2.pdf

 


ESTAMOS POR LA VÍA CAMPESINA
www.viacampesina.org

 

MST Informa 188: 15-octubre 2010. Vamos a elegir Dilma Rousseff Presidenta de Brasil

Al inicio del proceso electoral de este año, los movimientos sociales y la Vía Campesina Brasil, tomaron la decisión política de intentar elegir el mayor número posible de parlamentarios y gobernadores identificados con las banderas populares de la clase trabajadora, profundizando la democracia y la soberanía brasileña y realizando políticas que combatan la concentración de la propiedad y la renta en nuestro país.

En cuanto a la elección presidencial, las organizaciones populares que componen la Vía campesina decidieron luchar para que no ganase las elecciones la propuesta neoliberal, representada por la candidatura del tucano José Serra. Pasado el primer turno de esta campaña electoral, realizada el 3 de octubre, queremos con este comunicado al pueblo brasileño, manifestar nuestra decisión política sobre las elecciones de este año.

Evaluación de la 1a vuelta

Las renovaciones en las Asambleas estatales, en la Cámara de los Diputados, el Senado Federal, además de la elección y la reelección de los gobernadores progresistas, son esperanzadoras.

En el Senado Federal, especialmente, ganamos con la elección de compañeros y compañeras identificadas con nuestras luchas y con la no elección de senadores que se destacaron por la persecución de los movimientos sociales, identificados con los intereses del agro negocio.

Destacamos como victoria la derrota electoral del gobierno tucano de Yada Cruisis, en Rio Grande del Sur, que se destacó, junto al gobierno tucano de São Paulo, por el control de los medios de comunicación, la criminalización de los movimientos sociales y la represión de la lucha por la Reforma Agraria, los movimientos en defensa de la vivienda y el movimiento de los profesores de la red pública estatal. En relación a las campañas presidenciales, no hubo debates en torno a los proyectos políticos y los problemas principales que afectan a la población brasileña.

La campaña de Dilma Rousseff (PT) buscó simplemente, de forma pragmática, divulgar el desarrollo económico y las políticas sociales del gobierno Lula, apoyándose en la popularidad y en los enormes índices de aprobación del gobierno actual. Con esta estrategia, obtuvo casi el 47% de los votos, que fueron insuficientes para ganar en el primer turno. La candidatura de José Serra (PSDB) nos sorprendió, no por su identificación con las políticas neoliberales, y sí por el bajo nivel de su campaña presidencial.

Fue agresivo y persiguió periodistas en las entrevistas, intentó interferir en juicios del Tribunal Supremo federal (STF), difundió mentiras y acusaciones infundadas. Llegó a usar su propia esposa, que recorrió las calles de Niterói (RJ) contando que Dilma Rousseff  “está a favor de matar a los niños”. Sólo una candidatura sin ningún compromiso con la ética y con la verdad, teniendo todo el control sobre los medios de comunicación, puede desarrollar una campaña con un nivel tan bajo. La biografía del candidato es la mayor derrotada en estas elecciones.

La candidatura de Marina Silva (PV) cumplió el objetivo que se propuso: provocar la segunda vuelta en esta campaña electoral. El tiempo dirá si su éxito sirvió para fortalecer la democracia o simplemente fue utilizada por las fuerzas conservadoras, para volver al gobierno. Las candidaturas identificadas con los partidos de izquierda, que utilizaron el espacio electoral para defender los intereses de la clase trabajadora, infelizmente tuvieron unos resultados inapreciables.

El descenso social que tenemos desde hace dos décadas en nuestro país, la fragmentación de las organizaciones de la clase trabajadora y la fragilidad de la política de comunicación con la sociedad ciertamente influyeron en el resultado electoral. Es necesario realizar una autocrítica hacia los partidos políticos que se limitan sólo a hablar con la sociedad durante las campañas electorales. Y hace falta, además, trabajo de base y formación política permanente. Las elecciones de este año demostraron el poder nefasto y antidemocrático de los medios de comunicación.

Pero, por otro lado, se potenció una red de comunicadores independientes, comprometidos con la libertad de expresión y con el derecho a la información, y que enfrentan con valentía el monopolio de los medios de comunicación en nuestro país. Son avances rumbo a la democratización de la información y a la construcción de una comunicación democrática y plural, con la participación de la sociedad.

La 2ª  vuelta

Reafirmamos nuestro compromiso en defensa de las banderas de las luchas de la clase trabajadora y  la construcción de un país democrático, socialmente justo y soberano. Independientemente del gobierno elegido, sea cual sea, lucharemos de forma intransigente para la expansión de las libertades y de los derechos democráticos oprimidos.

Vamos a luchar también para conseguir cambios en las instituciones y los servicios públicos, en beneficio de la amplia mayoría de la población; vamos a combatir los monopolios para el desarrollo de la soberanía y la distribución de renta; vamos a defender las conquistas de los derechos laborales, la reducción de la jornada de trabajo, el derecho a la huelga para los funcionarios públicos; la Seguridad Social pública, de buena calidad.

Defendemos también la realización de una reforma urbana, con vivienda, saneamiento básico, transporte público y seguridad; la construcción de servicios de salud universal y de buena calidad; reformas en la educación pública y promoción de la cultura nacional-popular con carácter universal; el fin del latifundio, límite del capital extranjero sobre nuestros recursos naturales y la realización de una Reforma Agraria anti latifundiaria; la implantación de nuevas relaciones de la sociedad con el medio ambiente y llevar a cabo una política exterior de autodeterminación, solidaridad con los pueblos y que priorice la integración de los pueblos del continente latinoamericano y del Caribe.

Infelizmente, los avances del gobierno Lula en dirección a estas banderas democrático-populares fueron insuficientes, a pesar del acierto en su política exterior. También nos preocupa constatar que, en el arco de alianzas de la candidatura de Dilma Rousseff, hay fuerzas políticas que se contraponen a estas demandas sociales.

Además, tenemos una certeza: José Serra, por su campaña, por su gobierno en el estado de  São Paulo y por los ocho años de gobierno FHC, se convirtió en el enemigo de estas banderas de lucha. Por el carácter antidemocrático y anti popular de los partidos que componen su alianza electoral y por su personalidad autoritaria, estamos convencidos de que una posible victoria suya significará un retroceso para los movimientos sociales y populares en nuestro país, para las conquistas democráticas en nuestro continente y una mayor subordinación al imperio de los Estados Unidos. No queremos que se dé este retroceso.

Los movimientos sociales y la Vía Campesina Brasil afirman su apoyo y compromiso de luchar para elegir la candidata Dilma Rousseff para el cargo de presidenta de Brasil. Queremos juntarnos a los movimientos sindicales, populares, estudiantiles, religiosos y progresistas para promover debates con la sociedad, desenmascarar la propaganda engañosa de los neoliberales y autoritarios y exigir avances en la democracia, en las políticas públicas que favorezcan la población en el combate a los corruptos y corruptores y en la democratización del poder en nuestro país.

Necesitamos derrotar la candidatura Serra que representa las fuerzas derechistas y fascistas del país. Debemos seguir organizando el pueblo para que luche por sus derechos y cambios sociales, manteniendo siempre nuestra autonomía política frente a los gobiernos. Pedimos a la militancia de todos los movimientos sociales, los luchadores y luchadoras del pueblo brasileño, para que se unan a esta lucha, que es importantísima para la clase trabajadora.

¡Vamos a la lucha! Vamos a elegir Dilma Rousseff presidenta de Brasil.

 

Via Campesina Brasil

Movimiento de los Afectados por las Presas- MAB

Movimiento de las Mujeres Campesinas-  MMC

Movimiento de los Pequeños Agricultores – MPA

Movimiento de los Trabajadores Rurales Sin Tierra- MST

Federación de los Estudiantes de Agronomía de Brasil- FEAB

Asamblea Popular- PE

Centro de Estudios Barão de Itararé

Fórum Brasileño de Economía Solidaria

Marcha Mundial de las Mujeres- MMM

Movimiento Campesino Popular- MCP

Red Brasileña de Integración de los Pueblos- REBRIP

Red de Educación Ciudadana Sudeste- RECID

Sindicato de los Ingenieros de Paraná- Senge-PR

Unión de Estudiantes Afrodescendentes-UNEAFRO