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Declaraciones de Roberto Amaral, Ministro de Ciencia y Tecnología
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Roberto Amaral, ministro da Ciência e da Tecnologia, cota do PSB (Partido Socialista Brasileiro) na aliança que deve sustentar Lula, é só um exercício de nem lá, nem cá, a alternativa diante da ameaça Anthony Garotinho. As declarações do ministro sobre dominar o ciclo tecnológico indispensável para a fabricação de bombas atômicas pelo Brasil foram, no mínimo, inconvenientes. Deve ter sido advertido sobre o assunto. Roberto Amaral é um burocrata da máquina partidária, a rigor controla a estrutura do PSB. Originário na esquerda, passou pelo PC do B, foi o jeito que tanto Lula quanto o ex-governador Miguel Arraes, presidente nacional do partido, encontraram para escolher um ministro socialista e descartar Garotinho. O apetite do ex-governador e ex-candidato a presidente para cargos no novo governo sugeria que o eleito tenha sido ele e não Lula. É típico de Garotinho. Iniciou no PT, correu para o PDT, foi para o PSB, pertence, na verdade, ao PAG (Partido do Anthony Garotinho). Curiosamente, o som é pague. É bem no seu estilo. Falta a Roberto Amaral estatura para exercer o cargo que exerce e, com toda a certeza, é ministro para esse primeiro momento, até que as coisas estejam mais ou menos no jeito e Lula possa dispensar determinados tipos de colaboradores. O PSB, quando de sua refundação era uma espécie de PT envergonhado, hoje é um balaio de gatos sem tamanho. Tem gente de todas as espécies ou faunas. A questão militar vem à tona com as declarações do ministro (vá lá) Roberto Amaral e com a suspensão da licitação para a compra de aviões destinados a renovar as esquadrilhas da FAB (Força Aérea Brasileira). O processo de compras de aviões caças para reequipar a FAB arrasta-se há algum tempo. O edital de licitação previa a compra de um número de aviões caça de empresas que se dispusessem a transferir tecnologia para a brasileira EMBRAER. Ao que tudo indica um consórcio sueco teria oferecido melhores condições e cumpria as exigências do edital, tanto quanto a empresa russa, fabricante de MIGs. O acordo de emergência firmado em julho com o FMI embutiu a exigência que tais caças fossem comprados de fornecedores norte-americanos, sem transferência de tecnologia. Isso não foi negado pelo capataz de Washington, FHC, só fez com o assunto passasse a ser empurrado com a barriga. Chegou a ser ventilada a hipótese de aluguel de caças usados do governo de Israel, enquanto o assunto ia sendo cozinhado. Sobrou para Lula, que preferiu adiar a compra e cuidar de empregar os recursos em programas sociais, como o "Fome Zero", por exemplo. Não há como discutir o papel das forças armadas brasileiras e a necessidade de que estejam equipadas à altura das funções que lhes cabem. Somos um país de 8 milhões de quilômetros quadrados, com um litoral e uma fronteira seca extensos. O contrabando, o desafio do tráfico de drogas, a ocupação ilegal da Amazônia, sem falar no desmatamento, são fatores que justificam a vigilância por ar, terra e mar de todo o território brasileiro. No atual contexto mundial, antes dos equipamentos, no entanto, é preciso formular uma política de defesa do território e da soberania nacionais que, entre outras coisas, passa por não ceder a base de Alcântara, ou seja, um acordo militar com os Estados Unidos, como por rejeitar a proposta da ALCA, muito mais ampla que a simples questão comercial, ou de tarifas e barreiras alfandegárias. Não temos uma política de defesa. Os oito anos de FHC foram oito anos de entrega gradual e deliberada do País. Não é crível imaginar que este País vá enfrentar problemas com os seus vizinhos sul-americanos. A direção tem que ser outra, maior integração para resistir, aí sim, ao verdadeiro inimigo, os Estados Unidos. A bomba atômica pouca ou nenhuma importância terá nisso. A questão é política, somos o Brasil, não o Afeganistão, onde aproveitando a fragilidade de um governo de fanáticos e do próprio povo, Bush impôs e impõe o que quer. Até entendo que dominar tecnologias nucleares seja fundamental para a nossa segurança, para o progresso do País, aliás não tenho dúvidas, mas não creio que o ministro devesse ter falado em bomba atômica. Resquício da formação estalinista que lhe vai à alma. Que continua real, no exercício da burocracia partidária. São as primeiras bombas atômicas do governo Lula: o ministro Roberto Amaral, bomba de muitos quilotons e o processo de recuperação das forças armadas, na penúria nesses anos FHC. Um primeiro passo está dado: engajar os militares na luta pela recuperação das estradas federais (rodovias), no combate à fome e nas políticas sociais de um modo geral. Outros certamente virão, é só pedir a Roberto Amaral para toda vez que for abrir a boca, morder antes a língua e assim não falar bobagens.
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