Agricultor ? baleado durante ocupa??o da Usina de Estreito

12/03/2008

Por volta da 23h30 de ontem (11/3), durante a ocupação da Hidrelétrica de Estreito pelos militantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e Via Campesina, o agricultor Welinton da Silva Silva levou um tiro na perna. Os movimentos acreditam que os disparos foram feitos por seguranças do Consórcio Estreito Energia (Ceste). Segundo relato, um carro tipo Uno, de cor cinza, entrou no acampamento, disparou vários tiros e foi embora. Mesmo após o episódio, a polícia se recusou a dar segurança ao acampamento. Welinton Silva está no Hospital Municipal de Estreito.

14 de março

A ocupação faz parte da jornada do dia internacional de luta contra as barragens (o 14 de março). Os Movimentos Sociais exigem a paralisação das obras da usina e demais ao longo do rio Tocantins, para que seja feito um novo levantamento de impacto ambiental, pois o realizado anteriormente omite que cerca de 21 mil pessoas serão atingidas diretamente pela barragem, além de comunidades quilombolas do Bico do Papagáio.

O Consórcio Estreito Energia (Ceste), responsável pela obra, é formado pelas empresas Vale, Acoa Alumínio, Billiton Metais (BHP), Camargo Corrêa Energia, e Tractebel. A hidrelétrica com potência de 1.087 MW, se construída, vai formar um lago de 555 km2, e inundará uma área de 400 km².

Funcionário da Ceste é preso por atirar em manifestantes

13/03/2008

O gerente de transportes do Ceste (Consórcio Estreito Energia), Luis Carlos Pereira Lima, foi preso ontem por ter baleado um agricultor durante a ocupação da Hidrelétrica de Estreito feita pelos militantes do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e da Via Campesina.

Por volta da 23h30 de terça-feira (11/3), o agricultor Welinton da Silva Silva levou um tiro na perna. Segundo relato, um carro tipo Uno, de cor cinza, entrou no acampamento, disparou vários tiros e foi embora. Testemunhas identificaram o atirador que já havia entrado no acampamento 3 vezes naquele dia, ameaçando os manifestantes.

O Ceste, responsável pela obra, é formado pelas empresas Vale, Acoa Alumínio, Billiton Metais, Camargo Corrêa Energia, e Tractebel. A hidrelétrica com potência de 1.087 MW, se construída, vai formar um lago de 555 km2, e inundará uma área de 400 km².

14 de março

A ocupação faz parte da jornada do dia internacional de luta contra as barragens (o 14 de março). Os Movimentos Sociais exigem a paralisação das obras da usina e demais ao longo do rio Tocantins, para que seja feito um novo levantamento de impacto ambiental, pois o realizado anteriormente omite que cerca de 21 mil pessoas serão atingidas diretamente pela barragem, além de comunidades quilombolas do Bico do Papagáio.

SEGÚN LA FOLHA DE SAO PAULO:

 Militante do MST é baleado diante de canteiro de obras de hidrelétrica
Secretaria de Segurança afirma que sem-terra brigou com trabalhador da obra

DA AGÊNCIA FOLHA

Dois dias após o MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) iniciar uma série de protestos no país para marcar o dia internacional contra as barragens, o sem-terra Welinton da Silva Silva, 18, foi atingido anteontem à noite por um tiro no acampamento montado em frente ao canteiro de obras da hidrelétrica de Estreito (MA).

Até a tarde de ontem, Silva permanecia internado no hospital do município, mas não corre risco de morte. Segundo lideranças do MAB, ele é ligado ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Ontem a polícia prendeu um suspeito de ter feito o disparo. Segundo a Secretaria de Segurança Cidadã do Estado, ele trabalha para o Consórcio Estreito Energia, responsável pela construção da usina. A secretária estadual de Segurança Cidadã, Eurídice Vidigal, disse que o tiro resultou de uma briga entre o manifestante e um trabalhador da obra. Segundo ela, o número de manifestantes acampados caiu de 300 pessoas anteontem para cerca de 70.

A assessoria do consórcio disse que por ora não vai se manifestar sobre o episódio e que as obras continuavam paralisadas. Anteontem, o Ceste obteve uma liminar pela qual mantém a posse da área da usina.

A secretária disse que hoje mais 40 policiais devem se deslocar para fazer a segurança da área, mas que eles serão acompanhados por negociadores. Os manifestantes reivindicam o aumento das indenizações pagas aos atingidos pela barragem e ampliação do estudo de impacto ambiental da obra.

Manifestações
No Paraná, cerca de 400 integrantes do MAB e da Via Campesina invadiram ontem o pátio da Tractebel Energia, responsável pela usina Salto Santiago, em Saudade do Iguaçu (PR). O grupo saiu da empresa por volta das 16h30. Manifestantes também bloquearam por duas horas a BR-158.

Na Paraíba, cerca de cem integrantes do MAB fecharam durante duas horas a BR-104, na região de Campina Grande (PB). Em Belo Horizonte (MG), manifestantes ligados ao MAB e outros movimentos protestaram em frente à Cemig para pedir descontos na conta de luz.

Em Rondônia, cerca de 500 pessoas permanecem na termelétrica Rio Madeira, em Porto Velho. Ontem manifestantes começaram a deixar o canteiro de obras do Canal de Irrigação, em Morada Nova (CE), após negociação. Manifestantes encerraram protesto em frente à usina hidrelétrica de Machadinho, na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina, após agendarem uma audiência.
O MST bloqueou ontem a BR-153, em Promissão (SP).