Jornada de lutas da Via Campesina alcança 10 estados

As ações que integram a Jornada Nacional de Lutas da Via Campesina,
iniciada nesta segunda-feira (24), alcançaram dez estados brasileiros
nesta quarta-feira (26). Foram realizadas, hoje, quatro novas mobilizações
contra a não realização da Reforma Agrária no país.
Em São Paulo, cerca de 150 Sem Terra ocuparam pela manhã a sede da
Procuradoria Geral do Estado (PGE), em Presidente Prudente. Foram ocupadas
também as sedes da Procuradoria em São José dos Campos, Vale do Paraíba e
Ribeirão Preto, onde também foi montado um acampamento em frente à
Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL). O MST protesta contra as taxas
abusivas cobradas pela empresa, que considera a área um imóvel urbano,
ignorando sua condição de assentamento rural.

No Paraná, cerca de 3 mil trabalhadores assentados do MST mantêm ocupação
em nove agências bancárias e vigília em frente ao prédio da Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), para cobrar a renegociação de dividas
do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf),
infra-estrutura aos assentamentos, um programa para construção de
agroindústrias e assistência técnica às famílias assentadas. As agências
com mobilizações ficam em Manuel Ribas, Pitanga, Bituruna, Querência do
Norte, Santa Cruz do Monte Castelo, Londrina, Piabiru, Santa Cecília do
Pavão.
Na Bahia, 700 famílias ocuparam durante a madrugada uma Fazenda em Iuiu,
região oeste do estado. A área pertence ao ex-governador Nilo Coelho, tem
mais de 8 mil hectares e é improdutiva.

Também nesta madrugada, 70 famílias do MST ocuparam a Fazenda da Gurita,
no município de Nova União, em Minas Gerais. A fazenda tem cerca de 300
hectares é improdutiva. Além de exigir maior compromisso e agilidade do
governo com as famílias acampadas e assentadas, os trabalhadores querem
que o Incra realize as vistorias nas fazendas da região, com finalidade de
desapropriação das terras improdutivas no estado.

Ontem (25), Dia do Trabalhador Rural,  camponeses de Alagoas, Rio Grande
do Norte, Pernambuco, Sergipe, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul também
promoveram mobilizações exigindo o assentamento de 150 mil famílias
acampadas em todo o Brasil e infra-estrutura para os assentamentos, como
crédito para habitação, produção, assistência técnica, educação e saúde.