Quase dois anos após o Massacre de Felisburgo, ainda não existe previsão para o julgamento do latifundiário Adriano Chafik Luedy, que confessou ser o mandante do assassinato de cinco sem-terra na cidade de Felisburgo (MG). O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e entidades ligadas aos direitos humanos defendem que o julgamento não seja realizado no Vale do Jequitinhonha e sim em Belo Horizonte, onde o acusado tem menor poder político e econômico. Por isso os advogados pediram o desaforamento, que é transferir o processo de uma comarca para outra. Por esse motivo, o julgamento não tem data marcada.
Recentemente, o Tribunal de Justiça do estado negou pedido do fazendeiro de não ser levado a júri popular. A decisão foi considerada positiva pelo MST, segundo Giane Álvares, advogada do Setor de Direitos Humanos do movimento. “Essa decisão proferida pelo Tribunal no dia 3 de outubro é muito importante, porque demonstra que o órgão tem entendimento que o Chafik participou efetivamente desses homicídios, assim como consta no processo, com diversas testemunhas e vítimas que declararam a presença deles nos fatos. É uma vitória importante, tendo em vista que ele é fazendeiro, influente politicamente e economicamente, mas mesmo assim será levado a júri.”
No Massacre de Felisburgo, em novembro de 2004, Chafik e mais 15 capangas invadiram o Acampamento Terra Prometida, e mataram cinco trabalhadores rurais e deixaram 12 gravemente feridos. Dos 15 acusados pelo massacre, apenas três estão presos: Washington Augustinho da Silva, Jailton Santos Guimarães e Erisvaldo Pólvora de Oliveira. Chafik continua em liberdade aguardando julgamento. Oito pessoas estão foragidas.
De São Paulo, da Agência Notícias do Planalto, Danilo Augusto.
