10 anos de impunidade em Eldorado dos Carajás!


Especial sobre la matanza hace diez años de 19 trabajador@s Sem Terra. 

Em 17 de abril de 1996, 19 trabalhadores rurais SemTerra foram brutalmente assassinados por policiais militares no chamadomassacre de Eldorado dos Carajás, no Pará. Nesse dia, três mil famílias SemTerra ocuparam a rodovia PA – 150 para exigir ação urgente do Incra nadesapropriação de um latifúndio improdutivo onde o MST montou o acampamentoMacaxeira. No entanto, as famílias foram surpreendidas e cercadas por duastropas de militares que abriram fogo contra eles, a fim de cumprir a ordem de“desobstruir a pista a qualquer custo”.

  

Dez anos após esse episódio, a única conclusão aque se chegou foi a impunidade dos 155 soldados envolvidos no caso. Trêsjulgamentos já foram realizados e devido a irregularidades, o processo searrasta e ainda não foi concluído.

Os dois comandantes responsáveis pela operação(coronel Pantoja e major Oliveira), apesar de condenados, aguardam em liberdadeo julgamento de recursos no Supremo Tribunal de Justiça. Além dos 19 mortos nomassacre, mais três pessoas morreram posteriormente em decorrência dosferimentos, totalizando 22 mortos. Sem contar os estão para sempre marcados,tanto física como psicologicamente pela violência.

A chacina é um marco na luta pela terra, não sópela crueldade dos fatos, mas também pela grande repercussão internacional, jáque as cenas do crime foram gravadas e divulgadas por uma emissora de televisãolocal. Em homenagem aos mártires dessa violência, a Via Campesina (organizaçãointernacional que reúne centenas de movimentos sociais, inclusive o MST)declarou o 17 de abril como o Dia Internacional da Luta Camponesa. Em 2002, ogoverno brasileiro assinou um decreto – de autoria da então senadora MarinaSilva – estabelecendo a data como Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.

Fusquinha e Doutor

Emmarço de 1998, o MST ocupou a fazenda Goiás II, em Parauapebas, Pará, com cercade 500 famílias. A propriedade era considerada grilada e possuía mais de 1.400hectares. Os acampados logo receberam ordem de oficiais da justiça para deixara fazenda. Temendo a violência da Polícia Militar, as famílias deixaram a área,e acamparam a 5 quilômetros do local de onde haviam sido expulsas.

Um grupo de pistoleiros acompanhou a desocupaçãodos agricultores, e quando perceberam que outro acampamento seria erguido pertoda fazenda, perseguiram e assassinaram Doutor e Fusquinha, militantes do MST.

Mas información en:

http://www.mst.org.br/informativos/especiais/carajas10anos/inicial.htm