Territórios de resistência
Nos últimos anos, os movimentos sociais que lutam por moradia digna ganharam força na cidade de São Paulo. Seja em terrenos na periferia da cidade, ou em edifícios no centro abandonadas por problemas com o governo ou simplesmente para servir à especulação imobiliária, milhares de famílias vivem atualmente nesses locais, muitas vezes em condições precárias, reivindicando o acesso à moradia digna.
As ocupações colocam em conflito dois princípios jurídicos básicos: o direito à moradia versus o direito à propriedade, e em geral são resolvidos ao longo de anos de disputas judiciais.
Esse é um projeto pessoal de documentação fotográfica que venho desenvolvendo desde 2014 conhecendo um pouco mais sobre os movimentos sociais, sua história, organização e luta. Movimento feito por pessoas das mais diversas origens, imigrantes, refugiados e nascidos na própria capital que sempre tiveram imensa dificuldade em relação a moradia.
Chama minha atenção as histórias de lideranças que conheci ao longo desse tempo, entre as quais se destacam muitas mulheres fortes e guerreiras, conscientes do seu papel político e que resistem a esse sistema que segrega afastando os mais pobres para áreas distantes do centro em periferias esquecidas pelo poder público.
Embora politizado e organizado, o “movimento” não é homogêneo, são vários grupos que surgiram nas décadas de 90 e 2000 e continuam surgindo e se desdobrando. A quantidade de imóveis e terrenos desocupados em São Paulo é gigantesca. A questão voltou à discussão por conta da queda do governo de Dilma Roussef, que pôs em risco os programas sociais que davam esperança para a camada mais pobre da população no Brasil durante o governo do Partido dos Trabalhadores. Agora com o novo governo de extrema-direita, existe uma preocupação real e ainda maior na forma como será tratada – e criminalizada – essa questão.
Os líderes dos movimentos prometem intensificar a luta.
Zé Barretta
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